90210 escrita por Leoparda


Capítulo 3
3º Ato




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Uruha P.O.V.\'S

 Passei exatas duas horas, fazendo absolutamente nada, agora você me pergunta o por quê? Porque eu estava com nojo de dormir naquele quarto, sabia que deveria ter ficado no ônibus, eu sou fresco pra esse tipo de coisa, odeio ter que dormir em lugares sujos, me dá náusea. Aquela casa então, me dava arrepios, além de ser grande bonita e antiga, estava cheia de baratas, ratos, poeira, sangue, e animais mortos, e pra melhorar tudo, estava chovendo e trovejando como se o mundo fosse acabar em água!

  E foi pensando em tudo isso, que acabei me deitado naquela cama e acabei sendo levado pelo sono, porém o sonho que eu tive, transformou-se em um belo pesadelo;

--

 

 Estava em pé em um caixão, ou pelo menos me pareceu ser um, mas foi justo quando eu comecei a pensar em me mover que notei que minhas mãos estavam amarradas, logo senti uma dor forte dentro da minha boca, parecia que haviam cortado minha língua fora e arrancado todos meus dentes.


 Deus como doía.

 Comecei a chorar por causa da dor, e a tentar me mover, e foi quanto eu tentei ir pra frente, que senti meu abdômen. Não era uma dor comum, como um corte ou algo assim, era pior, era como se tivessem me aberto e arrancado algo que não deveria sair de seu lugar e me fechado. Aquilo parecia ser tão real, as dores eram fortes, eu tentava gritar mais não conseguia, tentava me mover, mas quanto mais eu me mexia mais o abdômen doía, eu só sabia que estava chorando porque via as lágrimas caindo dos meus olhos, e aquele lugar era tão pequeno, apertado, e escuro que eu só pensava mais e mais no que deveriam ter feito comigo.

 

Foi quando consegui me acalmar um pouco, que realmente pensei em tentar de uma só vez jogar meu corpo todo contra aquela caixa, apesar de saber que a dor só pioraria, e que meu corpo com certeza ficaria dolorido, eu tinha que tentar, se não ia acabar morrendo asfixiado, pois meus rosto inteiro também estava enfaixado. Comecei a contar mentalmente, no “Já” eu faria, 1, 2, 3, 4, 5 e...Já

   

 Foi na hora do pulo que senti que morreria de tanta dor, mais pelo menos funciono e eu cai, de cara no chão, não havia como levantar(vírgula) pois ainda sentida que estava todo amarrado. Foi quando eu ouvi uma voz e alguns passos na minha direção, alguém me ergueu, e começou a me desenfaixar, primeiro pelo pé até que senti minhas mãos livres. Ouvi alguém gritar alguma coisa e senti que a pessoa indo embora, ouvi seus passos e sua voz distante, não hesitei em terminar o serviço, e voltei a me desenfaixar sozinho, foi quando cheguei na cabeça que eu tirei a faixa da minha boca e gritei, porém o grito foi abafado, terminei tudo e corri para a frente de um espelho, quando encontrei um e vi meu reflexo, comecei a gritar e só daí vi que haviam colocado um algodão dentro da minha boca, esse havia se encharcado de sangue e quando o tirei com cuidado pude ver, que realmente, eu estava certo sobre a dor em minha boca.

  Cortaram minha língua fora eu tentei gritar, mais lógico não saio nada apenas de palavras indecifráveis, senti minha lagrimas engrossarem e meu rosto se encharcar ainda mais, as únicas coisas que me vinham em mente eram “COMO? PORQUE DEUS?! QUEM FEZ ISSO?!” e foi quando dei mais um passo que lembrei da dor horrível no abdômen, olhei desesperadamente pra baixo, vi que meu segundo palpite também estava certo, haviam um corte imenso costurado começando do meu abdômen até minha virilha, quando tentei tocar, só dei mais um grito, que lógico não funciono. Quando me olhei de novo no espelho, cai de joelhos, chorando, e rezando em mente para que acordasse e que aquilo não passa – se de um pesadelo, foi quando abri os olhos e nada aconteceu, olhei pra trás tentando ver no que eu estava preso, e me dei por vencido.

 

 Era um sarcófago, daqueles que em vida só tinha visto por fotos ou em museus, e dentro do lado esquerdo havia duas garrafas, uma com a cabeça de águia e outra com uma cabeça de cachorro, olhei pro chão e vi que realmente tinha sido enfaixado, balancei a cabeça de um lado para outro em busca de algo e me abracei como se fosse um reconforto. As paredes eram da cor de terra com Hieróglifos desenhados por ela toda, e junto haviam tochas acessas, de frente para o sarcófago estava o espelho, enorme cobrindo uma parte da parede. Olhei de volta para o sarcófago e decidi ver o que havia naquela duas garrafas, fui me arrastando pelo chão até elas e senti transportado para cima a areia que haviam nele grudando na minha pele, afinal eu estava nu, alcancei a primeira garrafa com tampa de águia e abri ela tremendo, com medo do que podia ter dentro, e foi quando eu virei ela cabeça abaixo que dei outro berro dessa vez de dor.

  Ali estava à parte que faltava na minha boca, minha língua caiu no chão cheio de areia e eu peguei ela com certo nojo e angustia, ainda chorando olhei pra ela e estremeci só depois de ver ela eu me toquei, eu sabia que a minha língua tinha sido cortada, mais o que arrancaram que precisou ser feito um corte tão grande no meio abdômen? Comecei a tremer com esse pensamento, olhei pro espelho, vi o reflexo do sarcófago e da outra garrafinha, olhei para trás e peguei a garrafa com tampa de cabeça de cachorro, só após ver que ela era um pouco maior e estava mais pesada que a primeira garrafa meu corpo todo estremeceu, tentei me manter sereno, abri a garrafa e a virei de cabeça pra baixo.

 

  Levantei me virei tentando não acreditar que aquilo podia ser verdade, como alguém poderia me abrir e arrancar a sangue frio, os meus dez metros de intestino?

 

 Nojo, era tudo que eu conseguia pensar, logo senti as lagrimas caindo de novo, foi quando vi tudo girar, e me senti zonzo e enjoado, e cai no chão desmaiado.

--

  Acordei assustado, suando frio e com medo, logo abri a boca e procurei minha boca que, graças a Deus, estava em seu lugar, e logo joguei as cobertas pra longe e procurei alguma marca de cicatriz no meu abdômen. Nada, tinha sido apenas um pesadelo, o pior que eu já tive se me permite dizer, foi quando ouvi um trovão alto que me tirou dos meus pensamentos. Decidi que tentaria convencer a uns dos rapazes a me deixar passar a noite  

junto, de tanto medo que fiquei do pesadelo, me levantei coloquei os chinelos, abri a porta do quarto, sai e analisei minha situação.

  Meu quarto era entre o do Reita e do Ruki, do lado esquerdo do corredor, a ultima porta da direita era um banheiro, (nojento se me permite dizer) logo depois o quarto do Kai e por primeiro o do Aoi, fiz minha melhor cara e bati na porta do Reita, porém não ouvi nada, e bati de novo dessa vez com mais força, nada, quando chequei pra ver se a porta estava trancada, me dei por errado, ela estava destrancada, abri com calma para não tentar acordar, mais foi inútil, pois ele não estava lá, estranhei, mais pensei que talvez tivesse descido pra beber um copo d’agua ou algo assim, sai do quarto, fechei a porta e fui tentar o vocalista.

 

 Bati algumas vezes e ouvi passos, e a porta abrir.

 

- ... – Olhou pra mim e tacou a porta, como se já soubesse o que eu fosse pedir.

 

 Ótimo minhas opções estão acabando, bom quem sabe o líder? Ele dorme igual a uma pedra, mais não custa tentar.

 

 Bati algumas vezes, nada, achei que também tivesse saído e tentei abrir a porta, mais logo vi que estava trancada, quem acha que dorme igual a uma pedra é porque não conhece o Kai, se o mundo acabar e ele tiver dormindo, ele não sente, ele não ouve, dos cinco é o que mais dorme melhor, hunf vai entender. Okay então, apenas restou o Yuu, só espero que ele seja caridoso e não bata a porta na minha cara.

 Bati algumas vezes de novo, e finalmente pude ouvir passos e um barulho de alguma coisa caindo

- Porra, mais que bosta, quem dia... – E finalmente ergueu o rosto e me viu – Ham?! Kouyou?! Que horas são?! – O moreno disse um pouco afoito

 

- Ainda é de noite, Yuu, é só que eu ham... – Cocei a nuca em esperança que ele entendesse e pareceu que tinha lido meus pensamentos

 

- Fico com medo, né? – Seus lábios se formando num sorriso – Tudo bem, mas só dessa vez – E abriu mais a porta para que eu entrasse.

 

- Arigatou Gozaimassu, – Disse meio envergonhado, afinal admitir que está com medo quando se é um homem com quase trinta anos é um pouco difícil – prometo que essa será a primeira e a ultima vez


- Douitashi Mashite, (De Nada) pra mim não tem problema – Ele disse fechando a porta e indo se arrumar pra dormir num sofá que tinha perto da cama.

- O que você acha que está fazendo? 

- Indo dormir oras, por quê? 

- Eu que durmo no sofá, eu sou o incomodo aqui, não você – Disse pegando os travesseiros da mão dele.

- Não seja cabeça dura Kouyou, dorme na cama, pra mim não tem problema você sabe disso – Ele tentava puxar os travesseiros da minha mão.

 - Iie Aoi, você dorme na cama e eu no sofá! 

- Ta bom chega, e se ambos dormissem na cama? – Ele pergunto parando de puxar os travesseiros.

 - A sei lá, pra mim tanto faz... – Larguei os travesseiros e cocei a nuca. 

- A então por mim também, você dorme na esquerda e eu na direita, okay? – O moreno disse praticamente já deitado de lado e se acomodando. 

- Okay... – Virei de costas pra ele que também estava de costas, me cobri e fechei os olhos, pelo menos com a companhia dele ali, eu não teria mais pesadelos   ~ Continua ~

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Notas finais do capítulo

- Como uma fic com 60 e poucos leitores pode só ter 7 reviews? Se vocês não estão gostando, me avisem porque nunca mais me meto a "escritora" denovo :~ :*



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