A medida que o tempo avançava sobre a unidade, Emily parecia mais triste. Ela sempre pensava em sua amiga deitada naquela cama de hospital, sem voltar para eles, em como Hotch agora estava abatido.

Ela não poderia culpa-lo. Ela o admirava mais por isso. Derek parecia flutuar para o hospital mentalmente, um apoio constante para Reid. Rossi tentava uma cara de Poker, porém ela jurou que viu sangue nas mãos dele mais cedo.

— Pessoal. – Emily reuniu todos. – Eu preciso fazer uma coisa importante.

— Nada alegre. – JJ disse discretamente.

— Eu quero dar a Pen uma festa de aniversário. – Emily anunciou. – É o aniversário dela nessa semana e eu quero comemorar.

— Não acho que Derek viria com bons olhos. – Reid apontou para a cadeira de Derek vazia. – Ele está com ela.

— Ela não gostaria de ver a gente na merda. – Emily gritou. – Nós vamos seguir em frente e esperar ela voltar.

Hotch assentiu com a cabeça para Emily. Era o que ele faria.

— Muito bem. – Emily tirou o controle de JJ. – Nossas tarefas estão divididas. JJ fica responsável pelos balões de parabéns. Reid, eu sei que você pode fazer um poema maravilhoso ou lembra de algum livro. Rossi, você arranja os pratinhos. Eu vou arrumar um bolo maravilhoso para todo mundo.

Todos olharam para Emily nervosos.

— Olha gente. – Emily se sentou na mesa. – Eu preciso fazer isso para Pen. Eu preciso que ela saiba que estamos aqui para ela ainda.

— Posso levar Henry e Will? – JJ perguntou. – Eles adorariam partilhar esse momento.

— E eu quero levar Jack e Jéssica. – Hotch afirmou. – Vamos fazer isso para lembrar a ela que estamos todos para ela.

— Cada um leva alguém que gosta de Penelope. – Emily disse. – E eu falo com Derek sobre isso.

Surpreendentemente Derek concordou com a festa. Essa seria a festa da vida de Penelope.

Todos se reuniram no quarto de hospital cor de rosa. Hotch e Emily de mãos dadas observando as pessoas falando com Penelope e depois com Derek oferecendo ajuda para encontrar o homem que a machucou.

— Eu me sinto feliz. – Emily declarou para Hotch. – Feliz que ela ainda está com a gente.

— Ela é teimosa. – Hotch apertou a mão de Emily. – E ele é tão fiel, não sei como ele ainda não saiu pelo mundo atrás de Kevin e matou ele.

— Derek sabe que ela iria querer uma justiça justa. – Emily declarou. – Acho que ela vai voltar.

— Já se passaram cinco meses. – Hotch disse triste. – Ela não vai deixar Morgan sofrendo eternamente.

— Ele surtou com o médico. – Emily exclamou. – O chamou de covarde por oferecer os papeis de desligamento. Disse que ele iria lutar por ela.

— Eles demoraram tanto para ficar juntos. – Hotch observou. – E Derek vai esperar o tempo suficiente.

— Ele me falou no outro dia. – Emily disse. – Que se ela ficar assim até o ultimo dia da vida dele, ele vai ser grato por lutar por ela.

— Então saiba que eu faria exatamente isso por você. – Hotch a beijou. – Eu morreria primeiro, porém faria feliz.

— Acho que eu não viveria sem você, Aaron. – Emily o beijou de volta.

— Ei papai. – Jack interrompeu os dois.

— Sim? – Hotch sorriu.

— Você já marcou a data? – Jack perguntou inocente.

— Data amigo? – Hotch perguntou. – Para o que?

— Para o casamento de você com tia Emily. – Ele disse, ainda em sua armadura de anjo.

— Sim papai. – Emily o provocou. – Não espera que continuemos a dormir em casas separadas.

— Achei que poderia acontecer depois de ela voltar. – Hotch declarou. – Ela é muito importante.

— Eu também quero isso. – Emily o beijou. – Feche os olhos Jack boy.

— Isso parece bom. – Jack declarou. – Você fazia isso com a mamãe?

— Jack...  – Hotch o advertiu. – Emily não tomará o lugar de sua mãe. Ela sempre vai estar com você.

— Eu sei. – Jack respondeu, sabendo que não era uma pergunta. – Ela vai sempre vai estar no meu coração. Mas você não respondeu minha pergunta.

— Sim, Jack. – Hotch disse. – Eu beijava sua mãe desse jeito porque a amava e agora amo a senhorita Emily.

— Quando eu vou poder beijar? – Ele fez uma das perguntas. – Ei. Não é engraçado.

Emily e Hotch estavam rindo da pergunta.

— Quando você uns 30 e 36. – Hotch respondeu. – Talvez 18.

Jack ergueu os dedinhos e começou a contar.

— Fazendo contas Jack? – Hotch perguntou.

— Não sou bom em matemática. – Jack declarou.

— Peça ajuda ao tio Reid. – Emily o instruiu. – Ele é bom nisso.

Jack assentiu e saiu. Emily observou a interação entre Jack e Reid.

— Talvez Reid já tenha idade para beijar. – Emily sorriu e riu.

— Bem ele fez 30. – Hotch disse. – Então espere. Ele tem idade para beijar.

— Deveríamos mandar Spencer para um namoro rápido. – Emily ganhou um olhar de Hotch. – Vamos, o garoto apenas precisa viver a vida.

— Não disse nada. – Hotch disse passando as mãos pelas costas dela. – Acho que ele ainda está saindo com a moça do café.

— Aleluia. – Emily praticamente gritou, recebendo atenção da sala toda. – Desculpa. Estava rezando. – Emily literalmente corou. – Obrigado Aaron.

— Hotch apenas começou a rir.

— Não é engraçado, Aaron Hotchner. – Emily fez questão de dizer seu nome inteiro.

— Desculpa. – Ele disse, em meio a uma onda de risos. – Você fica tão fofa quando tem seus momentos.

— Eu vou te punir. – Ela sussurrou.

— Nem se atreva. – Ele parou na hora. – A última foi horrível.

Emily se aproximou da orelha de Hotch.

— Duas semanas, sem direito a condicional. – Ela sussurrou.

— Oh. – Ele exclamou. – Você aumentou uma semana.

— Você pode se encontrar com Helena nesse meio tempo. – Ela disse.

Saindo da sala depois de se despedir de todos.

Ele sabia o que ela quis dizer com Helena.

Hotch partiu logo depois, pedindo a Jéssica que cuidasse de Jack durante a noite. Ele precisaria resolver alguns assuntos.

O motel barato perto de quântico era onde Helena estava. Hotch não estava traindo Emily com outra. Ele a estava traindo com ela mesma.

Lembrando do jogo que eles fizeram quatro semanas antes para desestressar, onde ela colocou uma peruca loira, vestido colado vermelho, salto alto agulha e um nome diferente. Ela era Helena e ele Edgar.

Sempre que precisassem ter um tempo, eles brincariam disso.

Hotch chegou 30 minutos depois. Ela já o esperava na cama.

— Sua mulher te deu um tempo sem condicional. – Emily provocou.

— Maldade né? – Hotch riu. – Viu? Foi exatamente por isso que ela me deu um tempo. Eu caí no riso no meio de uma festa no quarto de hospital.

— Bem, te dar um tempo de tudo parece legal que ela saiba que eu te quero também. – Emily brincou. Falar na terceira pessoal era sensual. – Podemos continuar de onde paramos.

— Nem me lembro aonde paramos. – Ele disse. – Talvez devêssemos começar de novo.

— Eu te amo, Aaron. – Emily o montou.

— Eu te amo, Emily. – Ele congelou. Ele sabia das regras sobre chamar o nome verdadeiro aqui.

— Tire a camiseta. – Ela exigiu. – E vamos começar a jogar.

E eles jogaram. Ah, eles jogaram muito naquela noite.