Proibido se apaixonar escrita por skammoon


Capítulo 41
Salva-me




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Megan abriu os olhos após alguns minutos e começou a raciocinar onde estava. Nos braços de Justin. Como era possível ele estar ali? E o que ela estava fazendo o abraçando?

Lentamente, ela se soltou de seus braços e olhou para os olhos dele, estavam confusos e preocupados. Megan piscou varias vezes, ele devia estar em Miami, não em New York. Então tinha chances de ela estar delirando, não? Estava tão apaixonada por ele que o via em todos os lugares, mas naquele momento, ele parecia realmente estar ali.

—Eu realmente estou aqui. – Justin disse como se tivesse lido seus pensamentos.

—Como? – ela perguntou.

—Fui até seu quarto e Ely disse que você estava aqui.

Megan não sabia se deveria ficar brava ou não com Ely, ela sabia que Megan estava fugindo de Justin. Mas também sabia que Ely nunca a entregaria se não fosse convencida por bons argumentos e Justin tinha habilidades incríveis para isso. Mas de qualquer forma, por que ele havia ido atrás dela? Não tinha motivos para isso. E se ele tivesse a procurado para convencê-la voltar ao jogo? Seria baixo demais até para ele.

—O que aconteceu? – Justin insistiu. – você está chorando.

Ele aproximou seu polegar do rosto dela para enxugar suas lagrimas, mas Megan segurou a mão dele o impedindo.

—Não. – ela respondeu. – você não devia estar aqui.

Justin suspirou, ele aprofundou mais seu olhar no dela. Precisava fazer Megan o escutar. Mas sentia que aquela não era a hora certa. Estava ciente de que New York a trazia lembranças que a deixavam péssima, e provavelmente ela havia acabado de passar por algo ruim. Justin torcia para que ela não houvesse encontrado Edward e não pretendesse encontrar.

—Eu não vou a lugar algum. – ele disse.

—O que? – Megan ergueu a sobrancelha. – enlouqueceu?

—Eu tive um motivo para vir.

—Qual?

—Irei dizer no momento certo.

—Não, eu não quero te ouvir.

—Eu sei que você queria que eu ficasse longe, mas Megan... – ele pegou sua mão. – por que estou sentindo que devo ficar ao seu lado?

—Você não deve. – ela puxou sua mão da dele tentando se manter firme, mas sua voz estava começando a falhar. – eu fui muito clara na ultima vez em que nos vimos.

—Perdão, mas não vou te deixar sozinha, não dessa vez.  

—Por favor. – ela sussurrou. – fique longe de mim.

Megan virou as costas e voltou a caminhar. Ela não podia permitir que Justin se aproximasse novamente. Não quando ele a enfraquecia, e mais do que nunca ela precisava ser forte em New York. Ao mesmo tempo desejava que ele estivesse ao lado dela. Mas seu coração não estava pronto para isso. Ele havia sido machucado demais por Justin, e iria demorar a cicatrizar.

Megan sentiu uma vontade imensa de olhar para trás, mas se controlaria. Não deveria se importar em onde Justin iria e o que ele faria. Ela precisava se focar em resolver seus problemas com sua família e Lia.

Megan chamou um táxi e pediu que ele a levasse para o apartamento de seus pais. Não sabia se podia dizer que aquela era sua casa. Ela não sentia que tinha um lar. Nunca esteve tão perdida.

Olhando para o céu nublado através do vidro do carro, ela percebeu que era o mesmo que olhar sua vida. Escura e confusa. Os problemas em que havia criado eram como uma pequena bola de neve que saiu rolando e ficou tão gigante ao ponto de ela ser incapaz de segurar.

Ao pagar o motorista e descer do carro, o vento gelado sacudiu seu cabelo. Ela cruzou os braços para poder se esquentar mais e entrou no hotel.

Entrando no elevador, ela olhou-se no espelho que havia dentro. Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto inchado. Ela sentia-se péssima de todas as formas.

Quando chegou ao apartamento, a porta estava trancada. Ela apertou a campainha. Devia ter pegado alguma chave com seus pais.

De repente Megan sentiu como se alguém estivesse atrás dela. Ela virou-se para analisar, mas não havia ninguém a sua vista. Com certeza estava ficando louca.

—Onde foi? – sua mãe abriu a porta. – não foi ver Edward, certo?

—Não, eu...

—Quem é ele?

Megan franziu o cenho e seguiu o olhar de sua mãe. Ela ficou boquiaberta quando viu Justin parado, ele parecia surpreso por ter sido pego. Ela estava certa. Realmente havia alguém atrás dela.

—Olá. – ele sorriu.

—Você me seguiu? – Megan perguntou perplexa.

—Mais o menos... – Justin se aproximou. 

—Ele só é... – Megan estava prestes a dizer que ele era só um conhecido, mas...

—O namorado dela. – Justin a interrompeu.

—Você tem um namorado? – sua mãe perguntou.

—Você não contou aos seus pais? – Justin a olhou brincalhão.

Que merda ele estava fazendo? Por que estava agindo dessa forma com Megan? Ela havia sido bem clara que ele deveria ficar longe, ela precisava de um tempo. Mas Justin não conseguia entender isso.

—Estou saindo. – Megan disse.

—Não! – sua mãe falou. – seu namorado acabou de chegar e você vai sair?

—Ele não é meu...

—Nós tivemos uma pequena discussão. – Justin a interrompeu novamente. – Eu só quero resolver as coisas.

Ele estava indo longe demais. Megan não estava com paciência alguma para brincadeiras. Aquilo realmente estava acontecendo? Como New York era capaz de trazer tantas loucuras para a sua vida?

Megan revirou os olhos e decidiu seguir o jogo de Justin. Outra vez ele estava no controle.

❁❁❁

Justin estava sentado na almofada da sala de estar. Megan e sua mãe estavam nas outras, sentados em volta da pequena mesa que continha café e bolo.

—Então. – Sra. Waldorf começou a dizer. – vocês se conheceram em Yale, certo?

—Sim. – Justin respondeu. – No primeiro dia em que Megan chegou a Yale.

Ele direcionou seu olhar para ela, Megan olhava para a mesa e comia lentamente seu pedaço de bolo, ela parecia indisposta a dizer qualquer coisa.

—Sério? – sua mãe sorriu. – ela nunca nos contou sobre você.

Megan soltou um riso baixo e sarcástico. Seu olhar se ergueu junto a sua sobrancelha. Então ela tomou um gole de seu café. Era incrível que sua mãe queria manter a imagem na frente de qualquer pessoa.

—Como se tivéssemos nos comunicado em algum momento. – Megan diz tirando um olhar surpreso de sua mãe.

—Megan, por favor. – ela a repreendeu.

—Nós nos tornamos ótimos amigos. – Justin continuou tentando amenizar o clima. – fomos nos aproximando cada vez mais até eu perceber que... – ele aprofundou seu olhar no de Megan.  – eu a amava.

Megan piscou três vezes seguida e suas mãos se apertaram mais em sua xícara. Ela olhou para Justin e mordeu o lábio inferior. Sua expressão demonstrava o quanto ela estava confusa.

—Eu a amo. – ele concluiu.

—É muito bonito esse sentimento, Justin. – Sra. Waldorf sorriu. – Espero que dessa vez tudo ocorra da forma correta. – ela direcionou o olhar para a sua filha.

—Claro que sim. – ele sorriu.

—Eu posso sair agora? – Megan perguntou impaciente.

—Vocês podem ir. – sua mãe disse. – mostre a cidade para Justin.

Megan comeu seu ultimo pedaço de bolo e levantou-se. Ela andou a passos firmes até a porta e esperou que Justin saísse também.

Enquanto esperava seu celular vibrou, era uma mensagem de Melody.

"Consegui convencer Nathaniel de que ajudaria ele a pagar aqueles caras. Por favor, mantenha sua palavra. Estou confiando em você."

É claro. Como Megan havia se esquecido? Precisava ajudar Nathaniel, ela já tinha em mente o que poderia fazer. Ele estava correndo risco de vida e ela não deixaria de tentar resolver esse problema para ele. Não importa o que custasse. 

—Vamos? - Justin perguntou. 

Ela começou a caminhar com Justin digitando a mensagem para Melody.

"Fique tranquila, irei resolver isso. Pode confiar em mim."

O silêncio entre Megan e Justin se estendeu do elevador até fora do hotel. Megan chamou um taxi e pediu para que os levasse a praça central.

Ao chegarem, Justin se apressou para pagar o taxi.

Megan caminhou a sua frente. A distância dela o feria. Ele não fazia à menor ideia se havia feito certo em ir até New York. Talvez Megan realmente precisasse ficar afastada dele por pelo menos um tempo. Havia feito coisas estúpidas e merecia a frieza dela.

De repente, Megan parou no meio da praça e olhou para ele, com o seu olhar obscuro que Justin conhecia bem.

Ele parou de frente a ela, afastou o cabelo que caia no rosto dele pelo vento que ficava cada vez mais forte. Justin dirigiu seu olhar para as mãos dela.

Ele revirou os olhos por sentir que precisava cuidar dela até em coisas simples, esses sentimentos novos sempre o fazia se sentir estranho, mas de uma boa forma.

Ele pegou suas mãos e as colocou nos bolsos de sua jaqueta.

—O que está fazendo? – ela perguntou.

Megan tentou retirar suas mãos, mas ele as segurou.

—Está frio. – Justin respondeu. – suas mãos estão congeladas.

Megan engoliu seco sentindo seu coração se acelerar. As mãos de Justin sob as suas em seus bolsos estavam realmente quentes e confortáveis.

—O que está acontecendo? – ela perguntou.

Justin continuou a olhando em silencio por alguns minutos. Por que ele continuava esperando para dizer a ela o que estava preso em seu coração gritando para ser solto? Havia convencido a si mesmo que esperaria a hora certa, mas esse momento chegaria? Seu medo estava o impedindo. Como sempre. Mas dessa vez ele precisava ser firme, precisava deixar o medo de lado e apenas dizer que a amava. Que necessitava dela para ser feliz, que ela havia se tornado seu oxigênio. Seu desejo de a proteger se tornou tão forte que ele tentou protegê-la de si mesmo, e isso o feria dolorosamente.

Justin precisava ser sincero sobre o que sentia, não podia mais fugir disso.

—Justin? – Megan o chamou.

—Vamos para um lugar mais quente. – ele disse.

Megan tirou a mão de seus bolsos concordando.

—Há um café próximo. – ela disse. – vamos.

Justin a seguiu.

Demoraram uns cinco minutos para chegarem ao café que Megan havia falado. Estava cheio, então eles se sentaram no balcão.

—Posso ajudar? – uma mulher sorriu.

—Dois chocolates quentes. – Justin pediu. – tudo bem para você? – ele olhou para Megan.

Ela assentiu.

—O que veio me dizer? – Megan perguntou.

Justin abriu um meio sorriso sem graça, seus olhos vagaram por todos os lugares do café.

—Justin? – Megan disse. – eu ainda não entendi porque você esta aqui e disse para minha mãe que é meu namorado.

—Era justo, não? Minha família também acha que você é minha namorada.

—Mas foi você quem quis inventar isso!

—Foi do mesmo jeito com sua mãe, eu quis! E além disso, ela acharia estranho um simples colega a seguir.

—É sério. Por que está aqui? Eu pedi para você...

—Ficar longe, eu sei.

—Então por que...

Megan parou quando direcionou seu olhar para TV. Edward estava lá, seus olhos estavam vermelhos e ele parecia extremamente furioso. Por que ele estava no noticiário de NY? Aquilo trazia péssimas lembranças. Da ultima vez em que ele estava no noticiário, ele concordou com sua família que acusou Megan e seus pais de serem oportunistas, deixando uma péssima reputação para os clientes dos hotéis de sua família.

—Eu chamei todos os jornalistas aqui... – Edward disse. – por que eu estou cansado de ocultar a verdade!

—O que foi? – Justin perguntou vendo os olhos esbugalhados de Megan.

Ela continuava fixa a TV. Justin seguiu seu olhar e entendeu a perplexidade dela. Que droga seu primo estava fazendo?

—Eu descobri essa manhã que Megan Waldorf está na cidade. – Edward sorriu sarcasticamente. – Estou ciente de que é estranho trazer um assunto de tanto tempo atrás, mas eu não suporto mais viver com essa culpa em minha consciência. A família Waldorf ainda recebe péssimos comentários e sua reputação continua baixa. Eles foram acusados e julgados por minha família e por todos vocês. – ele cerrou os dentes.

—Não. – Megan sussurrou. – ele não pode fazer isso.

Justin a olhou, seus olhos estavam perdidos e ela parecia realmente preocupada.

—Por quê? – Edward continuou. – por que tinham que os julgar daquela forma? Vocês nunca souberam a verdadeira história! Mas o que eu não entendo, é o porquê da relação amorosa de três adolescentes trazer tantas repercussões. Quão baixos vocês são?

—O que quer dizer? – uma jornalista perguntou.

—Megan Waldorf nunca se comportou da forma em que minha família e a da Lia descreveram! Nós mentimos para que eles fossem prejudicados por quase estragarem o meu casamento arranjado para beneficiar meus pais! – ele aumentou o tom de voz. – eu me apaixonei por ela! Eu me aproximei dela e eu a convenci a me dar uma oportunidade! Ela tentou se afastar de mim, mas eu continuei atrás dela. Seus pais nunca a usaram, eles não estavam nem cientes do que estava acontecendo na vida da filha! Eu não sei o quão interessante nossas vidas são para vocês, mas eu quero finalmente deixar claro que a família Waldorf nunca tentou fazer nada errado! Os clientes que os deixaram são estúpidos por não confiarem em sua palavra! E nós somos piores ainda por ter permitido que suas vidas virassem de cabeça para baixo.

Uma lagrima escorreu do olho de Megan, Edward ficaria encrencado com sua família por estar dizendo a verdade. Mesmo que ela soubesse que era o correto, já havia se acostumado com sua reputação.

—Eu sinto muito, Lia. – Edward enxugou suas lagrimas. – por ter me comportado dessa forma com você, mas você também agiu de maneira muito baixa acusando sua melhor amiga e a família dela. Eu sinto muito por não te amar da forma como você queria. Porque a única pessoa que importa para mim é a Megan, eu continuo sendo louco por ela. Eu não me importo com o que vocês vão dizer sobre mim e minha família. Nós espalhamos falsos rumores e nós devemos pagar. Eu vivi me sentindo culpado por muito tempo, eu não podia continuar com esse peso na consciência. Eu espero que isso chegue aos ouvidos de todos e não importa o que aconteça, eu não me arrependerei desse momento. Agradeço a todos que vieram e peço desculpas à família Waldorf por tudo que fizemos. Vocês passaram por péssimos momentos por nossa culpa. A sua filha é uma menina incrível, só queria que soubessem disso.

Edward virou as costas e saiu por alguma porta do lugar onde ele estava. Os jornalistas correram em sua direção. Mas os seguranças os impediram de chegar a ele.

—As notícias de que os rumores sobre a família Waldorf serem falsos estão se espalhando rapidamente. – o repórter do Jornal de NY começou a dizer. – nesta manhã Edward convocou a todos os jornalistas para confessar o que guardou por tanto tempo, procuramos sua família, mas eles se recusam a dizer qualquer coisa...

—Não posso mais ouvir isso. – Megan saiu do café.

Justin pagou os chocolates e foi atrás dela.

—Ei! – Justin pegou sua mão a acompanhando. – Edward fez o que era certo.

—Eu preciso o encontrar. – ela olhou para Justin.

—O que?

—Preciso encontrar Edward.

Justin suspirou, ele sabia que ela precisava fazer isso e não tentaria a impedir.

Megan finalmente estava enfrentando seus medos e ele precisava fazer o mesmo.


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