Opostos escrita por MoscouLady


Capítulo 2
01. "Pudizinho"




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Quatro anos antes

31.10.2015

Lá tinha ido eu, para a maldita festa da universidade. Eu não queria ir, porém todos do grupo iriam, então não era como se eu tivesse muita escolha no assunto, eu ir aquela festa seria preciso para manter as aparências, para parecer durão. Coloquei o spray que deixaria meus cabelos verdes na mão, o sacudindo.

Nossa! pensei enquanto me encarava no espelho, enquanto tingia meus cabelos castanhos com aquela cor no mínimo bizarra, Que surpresa, uma festa a fantasia na casa de um dos universitários riquinhos. Revirei os olhos ao pegar o terno roxo, ajeitei a gravata e fui me ver no espelho. Até que ficara... Descente, por falta de um termo melhor, esta “fantasia” de Joker.

Suspirei e bati a porta do quarto de Dominic. Ele não iria se fantasiar esse ano, para assim não confundirmos ninguém, já que ano passado tínhamos cometido o grande erro de ambos nos fantasiarmos, não deu muito certo... Mesmo com fantasias diferentes.

Eles sempre nos confundiam, fazendo com que as “amigas” dele se empoleirassem em meu pescoço, e cara... Como eu ODEIO isso. Eu não era Dominic, meus olhos são verdes, os dele são azuis, será que nem um retardado pode perceber isto?

— Vamos Dom, está na hora — disse, me sentando no sofá da sala.

Dom saiu do quarto com seus jeans e sua camisa justa no corpo atlético, que ambos tínhamos.

Sorri para ele e, peguei as chaves de sua moto, a jogando para ele, enquanto pegava a de meu carro e fomos para a casa onde rolaria a tal festa.

♔ ♣

A casa não ficava tão longe, então, em poucos minutos estávamos lá, Dom saiu de perto de mim e fora para a pista de dança, dançar com uma menina com uma peruca preta. Ela sorria para ele que esboçava o seu sorriso cafajeste de sempre.

Eu decidi ficar um pouco mais na minha, fiquei encostado em uma parede, tomando uma cerveja. Uma menina fora para perto de mim, e sorriu tomando algo em seu copo vermelho.

Ela de fato era pequena, seus olhos eram de um tom entre o castanho claro e o verde. Os cabelos azuis estavam presos em dois rabos de cavalo, acho que era o que as meninas chamavam de maria chiquinhas, o que deixava seu rosto ainda mais juvenil, seus lábios estavam com um brilho vermelho, por causa de seu batom, seus olhos estavam pretos por causa da maquiagem, sua roupa era curta e toda em cores vermelhas, pretas e brancas.

Logo ela sorriu de novo e começou a falar:

— Pudinzinho! — a garota disse, e assim sorri com ela, vendo a brincadeira com nossas fantasias.

— Agora não, Harley, não tenho tempo para você — disse em um tom ranzinza de brincadeira, apenas assumindo o personagem.

Ela riu com a brincadeira e me estendeu sua mão.

— Meu nome é Annie — disse ela.

— Demitre — falei a cumprimentando e tomando meu ultimo gole de cerveja.

— Porque não esta dançando e pegando meninas como seu irmão, Senhor C? — disse a menina travessa.

— Este é o problema, eu não sou meu irmão — eu disse dando de ombros.

Ela riu e tomou mais algo de seu copo vermelho. A musica tinha ficado mais movimentada e, mesmo mal a conhecendo, eu peguei sua mão e a levei para a pista. Em minutos ela estava rindo com a batida e me puxando para ela com a dança.

Puxei-a de volta, colocando-a em meu colo, ela riu com a investida colocando as mãos em minha nuca.

Isso só me deixou mais afetado.

Suspirei e tirei-a de meu colo saindo da pista de dança e pegando outra cerveja.

Ela não me seguiu, pelo contrario, ela fora para o lado de meu irmão que falava intimamente em seu ouvido. Revirei os olhos para Dominic, tomando mais um gole da cerveja. Ela ria com a conversa e assentia às vezes respondendo.

Pouco tempo depois, eles estavam dançando, ela não parecia ligar por eu estar observando, muito menos meu irmão, ele parecia sorrir ainda mais em minha direção enquanto eu observava ele pegar ela no ar. Ela sorria para ele e passava as pernas em volta de sua cintura com vontade.

Era tudo que Dom precisava saber que ela o queria ali. Algum tempo depois,  eles saíram da pista e não demorou para meu irmão estar  com a língua em sua boca. Annie, a Harley Quinn, correspondia o beijo do meu irmão. Confesso, isso me deixou um pouco puto, mas não seria a primeira garota a ir em direção ao irmão mais fácil. Depois dele sussurrar algo no ouvido dela, ela assentiu e meu irmão sorriu, a pegando pela mão e piscando para mim.

Esta piscada era um aviso importante para ele: Não Volte Para Casa Hoje, Treparei Até a Cama Cair.

Suspirei e revirei os olhos novamente indo pegar mais uma bebida no bar. Estas eram as coisas mais intimas que eu e meu irmão fazíamos, ele ia para casa comer uma menina qualquer de uma festa qualquer, ele piscava para mim e assim eu sabia, que se eu não quisesse ouvir a menina e ele gemendo no banheiro/ quarto/ sala/ cozinha/ escadas/ quintal, era melhor eu não voltar para casa tão cedo.

Então porque dessa vez a ideia que meu irmão estava levando uma garota para casa me incomodasse? Talvez, porque depois de muito tempo, meu irmão tinha escolhido justamente uma garota por quem eu tinha me interessado.

Balancei minha cabeça pra afastar meu rumo de pensamentos e fui atrás de uma bebida.


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