Bulletproof Grower escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 6
Que comece a batalha


Notas iniciais do capítulo

Desculpa o enrolo, gente, tava difícil conseguir escrever kkkk
Tá pequenininho, mas o próximo capítulo promete.



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— Turmas de dança nível cinco, tenho dois comunicados. O primeiro é que a turma masculina está recebendo um novo aluno, Min Seokjung.

Fez-se um pequeno alvoroço a partir das crianças que estavam animadas pela chegada de Junggie. O mesmo sorriu. Yoongi continuou.

— O segundo comunicado é que vocês irão trabalhar juntos a partir de agora.

— Meninos e meninas? — perguntou Namkyu.

— Sim, meninos e meninas. As aulas continuarão separadas, mas eu quero que interajam nos treinos livres. No espetáculo deste ano, o tema que a turma 5 vai trabalhar é uma batalha de dança de meninos contra meninas.

— Parece interessante — confessou Minkyu.

— Foi inspirado no desastre do aniversário do Junggie? — perguntou Jaehwa.

— Que desastre? — perguntou Yoongi, se fazendo de desentendido. — Está falando daquele esplêndido confronto de irmãos? Bom, sim, é daí que vem a ideia. Eu achei que aquilo ficou genial! Claro que teria sido melhor se Florzinha tivesse dito antes, se tudo tivesse sido ensaiado e ninguém fosse pego de surpresa, mas mesmo assim valeu. Agora vou explicar o que vai acontecer no recital: cada um de vocês estará em três performances, uma separada nas turmas originais e duas mistas, em forma de batalha. A primeira batalha vai abrir o show, e é no mesmo estilo da que aconteceu na festa. Uma música trocando para outra e alternando os turnos dos grupos. As performances separadas são super voltadas para o feminino ou masculino, dependendo da turma, é claro. A última perfomance mista vai realmente misturar todos vocês. Se ficar bom, vai ser o clímax do show.

— Aigoo! — começaram a murmurar, nervosos com o possível protagonismo.

— Mas calma. Antes, muito trabalho. Por enquanto os treinos são separados ainda, preparando para as duas primeiras danças. Lá pra segunda metade do ano, vamos começar a preparar a última, e aí os ensaios serão misturados. Esse ano eu vou supervisionar as duas turmas.

Pois é, Yoongi não era professor de dança naquele nível. Quem dava aula na feminina era Sunghee, e na masculina era Hoseok. Mas, como ele mesmo dissera, esse projeto de ouro seria supervisionado pelo mesmo.

 

~

 

— Não gosto disso.

— Como assim não gosta? — perguntou Yonok a Florzinha. — Primeiro que isso só aconteceu por sua causa. Segundo que estamos praticamente na mesma turma que Junggie, agora! Isso é incrível!

— Não, não é — admitiu Jaehwa.

— Ué, achei que gostasse do Junggie.

— Eu gosto, Namkyu. Não percebem que agora somos inimigas dos meninos?

— Inimigas? — perguntou Namkyu, confusa.

— As performances são em forma de batalha — explicou Jaehwa.

— Mas são só performances — disse Yonok. — Não significa que são realmente enfrentamentos.

— Você conhece bem a sua irmã — argumentou Jaehwa, indicando Florzinha com a cabeça. — Vai ser uma guerra.

 

~

 

Os treinos da primeira coreografia começaram separados, mas tanto Florzinha como Junggie estavam dando seu melhor. Florzinha queria provar que podia dançar melhor que um sangue-de-juízo, e Junggie queria provar que podia dançar melhor do que uma menina implicante. Não demorou muito para que os treinos livres dos dois coincidirem. Havia uma sala de dança que ficava vazia para quem quisesse treinar fora do horário. Junggie chegou lá e encontrou Florzinha e suas três irmãs mais próximas treinando. Havia outras crianças na sala, de várias idades, amontoados em grupinhos. Junggie começou a treinar sozinho os movimentos de sua coreografia.

Assim que notou a presença de Seokjung, Florzinha decidiu mudar o que estava fazendo.

— Meninas, vamos passar Wannabe?

— Mas do nada? — questionou Namkyu. — Achei que precisávamos treinar o Blackpink.

— É só pra manter a coreografia em dia — disse Flor, dando de ombros, antes de ir para o rádio e colocar a música.

As quatro começaram a dançar. Como sempre, Flor era a principal. Wannabe era a música mais alta da sala, elas estavam bem no centro, tudo parecia perfeito para chamar toda a atenção possível. Junggie tentou se concentrar em seu próprio trabalho, mas percebeu o olhar de Flor dirigido a ele pelo espelho. Dessa forma, ele percebeu que ela estava, novamente, implicando com ele. Aquela música, aquela letra não era à toa.

“Ela realmente está a fim de brigar”, pensou ele. Revirou os olhos enquanto encostava na parede e mantinha o olhar nela, do jeito que ela queria. Aos poucos, os outros irmãos que estavam ali foram parando suas atividades para observá-las. Eles reagiram à apresentação, aplaudindo e gritando para suas irmãs mais novas. Flor sorria, realizada ao fazer Junggie notar que ele podia ser o príncipe da casa do Juízo, mas era ela quem mandava ali em Daegu.

Depois de algum tempo, Junggie foi para o som. Ele odiava ter que agir daquela maneira, mas ela estava se achando demais. Se ela queria mesmo mostrar que ela era melhor, se ela queria mesmo uma guerra, era o que ela teria.

Junggie não fez como ela: não trocou a música para uma que o favorecesse. Em vez disso, ele manteve-se no território dela, porque ele não precisava de nenhum golpe sujo para se vingar. Quando chegou a parte do rap, não foi a voz do San E que escutaram. Em vez disso, ouviram a voz infantil de Junggie. A surpresa fez as quatro olharem para a direção do som, de onde ele vinha com o microfone na mão. Os irmãos que estavam ali reagiram bem a sua aparição.

Flor abalou-se por um curto momento, mas resolveu entrar na bagunça que ela mesma tinha armado. Não esperava que tomasse aquele rumo, mas ela ainda estava reinando. Ele era só uma pequena intromissão que não a atrapalharia.

Ela continuou o espetáculo com ele, reagindo ao seu rap, e voltou quando Hyoyeon continuou a música que era dela, protagonizando até o fim. A letra era o recado perfeito aos olhos dela. Já para Junggie…

— É, você tá certa… — comentou ele, enquanto os outros voltavam às suas atividades e o foco se desfazia. — Não precisa de problema, então porque você cria? Por que implicar tanto comigo?

— Não entendeu? Você é o problema, garoto.

— Eu? Eu sou o problema? O que eu fiz de errado pra você?

— Isso! É um absurdo você se meter no meu ensaio!

— Ah, é um absurdo? E o que você fez na minha festa foi o quê? Se você tivesse se metido em um ensaio estaria tudo ótimo, mas em uma apresentação, no meu aniversário? Eu que sou o problema, sério mesmo?

Junggie deu as costas, irritado. Enquanto caminhava para a porta, não viu a careta que Flor fez para ele.

 

~

 

— Boooom dia, turma de dança nível cinco — disse Yoongi, no meio do palco do auditório. — Espero que estejam tão animados quanto eu para o primeiro ensaio geral da performance de abertura do recital de dança deste ano. Eu acompanhei os ensaios de vocês de longe, mas já deu pra ver que os mentores de vocês treinaram os dois grupos muito bem. Já sabem direitinho o que fazer, agora é só fazerem juntos. Vamos ver como fica.

Yoongi desceu do palco e sentou na primeira fileira, junto aos mentores. Nas cadeiras mais atrás, havia algumas crianças que não estavam em atividade no momento. Yoongi visualizou o lado esquerdo do palco, onde estava a turma feminina, virada para o centro, e o lado direito onde estavam os meninos, também voltados para o centro. Visualizou, é claro, a faísca nos olhos de suas duas crianças mais importantes. Sorriu.

— Solta a música.

A música era um mashup de B-Day, do iKon, com Boombayah, do Blackpink. Os instrumentais das músicas estavam misturados, mas o turno de cada grupo era nítido pela voz dos idols. Assim, cada turma só dançava no turno do grupo que estava representando. Yoongi assistia a tudo, encantado. Aquela performance ficaria perfeita.

Ao fim do ensaio, as crianças comemoraram entre si. Yoongi liberou as turmas.

— E então, meninas? — perguntou Flor, triunfante. Em seu julgamento, as meninas tinham ido muito melhor que os meninos, ou seja, ela tinha ido muito melhor que Junggie.

— Incrível! — disse Jaehwa.

— Eu sei, foi.... Pera, tá indo aonde?

Quando Florzinha notou, Jaehwa estava indo em direção a Junggie.

— Parabéns, Seokjung! — disse ela. Estava um tanto afastada de Flor, mas ela ainda conseguia ouvir.

— Que isso, me chame Junggie — disse ele, tranquilamente. — Como chamo a senhorita?

— Jaehwa.

— É minha irmã, não é? Uma pena só nos conhecermos agora.

— Você foi muito bem — disse Namkyu, se aproximando. — Ah, eu sou Namkyu. Esta aqui é a Yonok.

— É um prazer conhecê-las. E vocês também foram ótimas! São muito talentosas.

— Ah, obrigada — murmurou Yonok, sem graça.

— Que coisa, somos irmãos mas só estamos nos conhecendo agora. Devíamos fazer mais coisas juntos!

— Aigoo, seria uma honra! — anima-se Jaehwa. — Você é a criança mais incrível de Daegu. Filho de sangue do apeoji.

— Ah, para. Não gosto que me tratem como superior, seja por minha descendência ou por ser melhor que alguém… Ser melhor não significa nada.

— Mas você tem umas técnicas bem legais, poderia ensinar para nós!

— Que ideia brilhante, Jaehwa! Isso vai ser legal. Poderemos nos ver com mais frequência.

Florzinha piscou. Aquilo não poderia ser real. Suas irmãs mais próximas, suas melhores amigas, se bandeando para o lado do sangue-do-juízo. Elas sabiam do ranço que ela tinha por ele, como podiam fazer aquilo? Era como uma traição. Mas elas continuavam sendo parte do grupo feminino, querendo ou não. Estariam do seu lado na hora da batalha de verdade. E mesmo se não estivessem… Ela não precisava. Ela era especial, muito mais especial do que ele, e iria provar.


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Notas finais do capítulo

Ela é afrontosa, ela.
Vai dar bom? Claro que não.



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