Bulletproof Grower escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 2
Say hello to my Hope World


Notas iniciais do capítulo

Não tinha título mais top pra esse capítulo. Como não mencionar minha música favorita da mixtape quando estão indo para um mundo que o Hoseok fez?
Ah, Foutris, eu sem querer apertei "enviar" e não terminei de responder seu review, então vou colocar o resto aqui::

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O fato dela ser mais soft e despretensiosa foi uma das motivações para fazer essa extra ser real (já que na minha cabeça existem 1000 extras sem escrever kkkkk)
Jungkook é um personagem que considero bem engraçado por causa das neuras. Jimin é sempre incrível. E eu (mesmo sendo do fandom há tempos) não consegui definir um bias no GOT7.
Imaginei que ia ter gente bugando, isso porque eu simplifiquei demais... Se fosse pra colocar tudo o que eu pensei daria uma fic inteira kkkkk #desnecessário
É uma parada confusa mesmo, não tinha muito o que salvar... Foi o que aconteceu com o Restart.
No geral, como vocês vão ver, é uma estadia bem tranquila, no geral...
E segurem a ansiedade pelo Bambam, porque ele deve aparecer "de verdade" só pro final... Sintam-se à vontade pra usar a imaginação de vocês antes disso kkkkk (eu imagino que ninguém entenda o que acabei de dizer, mas vida que segue).
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Bom, gente, estou com apenas 4 capítulos escritos, mas resolvi postar o dois mesmo assim, porque os comentários de vocês deram um gás. Vou tentar passar na Realmente agora.
Ah, e já que vocês gostam de extras, deem uma olhada nas outras extras que temos por aí. "Me chamam de corvo" e "Me chamam de Rei/Realmente" fogem mais do lance original daqui, mas ainda mantém os personagens. A Jenny fez a extra "Memórias" (procurem no perfil dela" que é uma versão alternativa. Ficou excelente e VAI TER CONTINUAÇÃO. Essa próxima extra se chama "A Turnê Divina" e explora o restante do Segundo Mundo, além de Omelas. Acho que vai ficar muito top, sério mesmo. A Jenny tá fazendo um trabalho bem legal.

Enfim, sem mais delongas, bora ler essa viagem.



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— Tomem a pílula antes de dormir. O check-in é automático, às 6h em ponto, então acordarão lá.

— E onde ponho as malas?

— Que mané malas, Yoongi! Primeiro que não pode levar nada, segundo que nenhuma de suas camisas de seda combina com a rotina que preparamos.

— Credo, eu tava brincando, Hoseok Hyung.

— Eu também, ué… Enfim, gente, tô indo dormir. Assim que chegarem, procurem os celulares e se comuniquem. Salvamos os contatos como Sunghee e Yoongi para ajudar vocês. A Pacific Airline deseja uma boa viagem.

Sempre sorrindo, Hoseok saiu do quarto do casal. Seguindo a recomendação, cada um tomou sua pílula e depois eles foram dormir.


~

 

Sunghee tomou um susto com o barulho estridente que a acordou do nada. Sentou de uma vez procurando a origem do som, com medo de que fosse alguma ameaça. Logo, achou a luz retangular e respirou, aliviada. Era só o celular. Pegou o retângulo e desativou o alarme. Logo, começou a examinar o tal celular, do qual tanto tinha ouvido falar. Então, ele começou a tremer novamente e fazer barulho enquanto foto e nome de Yoongi apareciam na tela. Ela apertou o verde como Hoseok tinha ensinado.

Sunghee e Yoongi começaram a se comunicar. Nenhum dos dois sabia onde raios estava. A menina tentou não se distrair com o pijama fofo ou a decoração diferente do quarto onde acordara. Yoongi tinha recebido algumas orientações de Hoseok, o que os ajudou com o primeiro passo: achar e seguir o quadro de horários que estava no mural de fotos. O quarto de Sunghee tinha uma placa de metal com algumas fotos dela com Yoongi em locais bem primeiristas (ela não conseguia imaginar de onde vinha aquilo!) e também com outras pessoas que ela não conhecia. Também havia post-its, bilhetes e um quadro de horários. O de Yoongi era mais ou menos a mesma coisa. A aula começava 12:30, mas um post-it informava treino às 7:00, então eles tinham que se apressar.

— Alguma pista sobre onde você está? Procure na sua mochila, nos cadernos, deve ter alguma dica, talvez o nome da pessoa que você tá representando…

— Hum… Não tem. Eles foram bem minuciosos, pelo visto… Tem fotos minhas, as coisas estão com o meu nome…

— Bom, obviamente você usaria os cadernos… Procura algo menos óbvio.

— Menos óbvio… — Sunghee foi pensando e começou a vasculhar os armários. Achou o uniforme que usaria em breve e várias roupas primeiristas que a deixaram com vontade de vesti-las. Lá no fundo, achou uma caixa de sapatos. — Talvez eu tenha algo promissor aqui.

Com o telefone na mão, ela não tinha muita precisão ao pegar a caixa, de forma que ela acabou caindo no chão de cabeça para baixo. O conteúdo se espalhou parcialmente, e ela viu algumas polaroids. Do outro lado, Yoongi ia para a janela. Conhecia aquele quarto, sabia, mas não se lembrava de quem era.

Sunghee virou uma das fotos e já ficou chocada. Era sua eomma e seu samchon, de mãos dadas como namorados.

— Olha… Pista interessante… Embora isso seja muito estranho.

— Você é a sua eomma?

— Acho que sim. Por quê?

— Porque eu conheço essa rua. Tô na casa do Jungkook.

— De repente tudo faz sentido.

A garota ouviu uma voz feminina chamando-a do lado de fora.

— Sunghee! Anda logo ou vai se atrasar!

— Opa, alguém me chamando.

— Deve ser um dos seus avós. Se apresse, temos que chegar na hora.

— Mas o que eu faço?

— Coloque uma roupa confortável, arrume sua mochila, aja naturalmente e encontre um ponto de ônibus.

 

~

 

Sunghee colocou a mochila nas costas e desceu. Na cozinha, havia uma mulher colocando coisas sobre a mesa redonda, onde um homem lia seu jornal.

— Bom dia, princesinha — cumprimentou ele.

— Ah, ela apareceu — sorriu a mulher, levemente preocupada. — Bom dia, querida. Trate de se apressar! — disse, gentilmente.

Sunghee se sentou e comeu o que sua avó lhe ofereceu, enquanto ela conversava com seu avô. A parte mais difícil era “agir naturalmente”. Tomar café com seus avós maternos era simplesmente surreal. A mulher mais velha já tinha se sentado para comer quando Sunghee terminou e saiu.

Graças à cidade-espelho e às aulas com Namjoon-ajussi, Sunghee conhecia basicamente  estrutura de uma cidade. Casas que formavam quarteirões, separados por ruas onde andavam carros. A rua era pouco movimentada. Havia algumas pessoas andando, um cachorro cheirava o lixo e uma bicicleta se movia em direção a uma rua perpendicular que parecia mais movimentada.

— “Esquina” — pronunciou, realizada, como se dissesse “Torre Eiffel”.

Não foi difícil perguntar a um civil onde era o ponto de ônibus mais próximo. Como suspeitava, era naquela rua movimentada, que parecia muito mais uma rua de “passar ônibus” do que aquela onde morava. Sentou ali na marquise e ficou esperando. Na ansiedade, ligou para o marido.

— Como vou saber qual é o ônibus?

— Pega o 3414. Ah, por Eva, estica o braço pra ele parar.

 

“Melhor colocarmos o primeiro ônibus para ser o certo,

para facilitar as coisas para eles”.

Hoseok

 

Assim, ela fez. Como mágica (ou como um dia perfeitamente planejado), aquele era o ônibus certo. Sunghee pediu que ele parasse no shopping que Yoongi dissera. Sentou na janela do ônibus quase vazio e ficou olhando tudo, metade maravilhada com uma cidade de verdade, metade preocupada em achar o ponto onde desceria caso o motorista se esquecesse dela.

Felizmente, ele foi bonzinho. Sunghee desceu e ficou procurando por Yoongi, que disse em mais uma ligação que já estava por lá. Finalmente, o avistou do outro lado da rua. Foi bastante cuidadosa ao atravessar, afinal “não morrer” havia sido uma das poucas recomendações de Namjoon. Morrer ali já daria ruim… Imagine morrer da mesma forma que o pai?

Para Sunghee, aquilo era uma travessia cautelosa em um mundo novo. Para Yoongi, tudo estava em câmera lenta. Tudo bem que fazia alguns anos que eles eram casados. Tudo bem que ela podia morrer ali. Tudo bem que “Sunghee usando roupas primeiristas no Primeiro Mundo” deveria ser uma cena previsível para ele, mas… Por que ela ficava tão bonita em roupas primeiristas?

Nos tempos do Primeiro Mundo, o amor estava longe das prioridades de Min Yoongi. E então, do nada, ele estava ali no Primeiro novamente, casado com a filha do seu melhor amigo. Não que as pessoas ao redor soubessem desses detalhes, mas aquilo era, para ele, tão estranho que chegava a ser extraordinário. Ele finalmente via um pouco de graça naquele mundo tão sem sal que parecia um ratatouille. O começo do dia havia sido terrível: descobrir que ele “era o Jungkook” o deixara meio atordoado, não pelo fato dele ser seu sogro, mas pelas lembranças do Primeiro Mundo… Ele tinha sido para Jungkook um péssimo e alcoólatra amigo que dava conselhos horrorosos sobre vida amorosa. O fim de tudo, quando eles brigaram por causa da Yumi, era a pior parte. Nunca se perdoara pela morte de Jungkook, não suportava a ideia de ter acordado em sua casa, estar usando suas roupas, ele não merecia aquelas coisas. Havia saído do quarto morrendo de medo de encontrar os pais dele, de ter que encará-los. Graças à bondade dos copiadores de estrelas, tinha encontrado apenas seus biscoitos favoritos, leite quente e uma pilha de dinheiro para torrar, tudo bonitinho em cima da mesa da cozinha.

— Cheguei! Tô muito atrasada?

— Não, você tá… linda.

Sunghee riu sem graça enquanto levava uma mecha desarrumada para trás da orelha. Eles andaram em direção à empresa, que era ali perto.

— Meu pai era romântico assim?

— Seu pai era um idiota, Sunny. Um bobo apaixonado.

— E você é o quê?

— Eu? Ué pelo visto eu sou tão idiota quanto ele, agora. E… acho que estou melhor assim.

Sunghee riu.

— É… Acho que você sempre “julgou” o papai…

— E agora vi que quem merecia ser “julgado” era eu. Mas isso não importa, bae, nem gosto de falar sobre o passado. Aliás, não sei por que me meti nessa furada de voltar pra cá…

— Porque você não ia deixar seu amor sozinha, né?

Yoongi bufou e revirou os olhos, contendo um sorriso, antes de abraçar sua esposa enquanto caminhavam.

— Você só me ferra, Min Sunghee!

Os dois riram, meio tropeçando na rua.

Finalmente, alcançaram a Big Hit Entertainment. Ficaram andando pelos corredores, tentando se achar. Yoongi até lembrava dos lugares, mas não sabia para onde tinha que ir.

— Bom… Geralmente a gente ficava na sala de dança, mas tem outras opções. Vamos tentar lá primeiro.

Yoongi levou Sunghee para a sala de dança e abriu a porta com cuidado. Havia um homem dançando — e dançando muito — ali.

— Tão atrasados — advertiu ele.

— Sinto muito, Mr. Son — disse ele, curvando-se.

— Vamos, vamos, coisas no armário! O dia hoje vai ser cheio! — sorriu ele.

— O que tem pra hoje mesmo? — perguntou a espertinha.

— Hoje, Sunny? Como você não guardou o dia de hoje? Bom, refrescando sua memória… Vamos começar a passar o mapeamento de No More Dream. Depois, vocês vão se reunir com o Pdogg, ele tem respostas pra composição do Suga, e… Sunny, aquela sua sacada pro poschorus foi genial. Essa deve ser a última a ser acrescentada ao álbum de debut. Por último, vocês vão gravar a versão oficial de No More Dream.

— Ué, mas como vamos ensaiar se não tem a versão oficial?

— Do mesmo jeito que temos feito: com a demo. Gente, vocês tão bem hoje? Parece até que tão com amnésia, credo! Bora, bora trabalhar!

 

~

 

Os dois saíram da empresa e foram andando para a direita.

— O que achou de uma manhã de trainee? — perguntou Yoongi.

— Parece mais fácil do que vocês disseram. Ou seja, foi bem legal.

— Bom, estamos bem perto do debut oficial, o que significa mais ou menos a época em que fizemos o debut fake na escola. Isso não bate com as fotos que você achou. Eu diria que eles misturaram várias épocas aqui.

— É o que faz mais sentido.

— Enfim.... tá com fome?

— Tá brincando? Esse negócio de fome é rí-di-cu-lo. Toda hora vem essa sensação horrorosa na barriga, credo!

Yoongi riu. Era engraçado que sua esposa não conhecesse a fome. Seu sorriso acabou desaparecendo ao lembrar de algumas crianças de Daegu que tinham morrido por falta de comida. Devia ter sido horrível.

— Então vamos comer — distraiu-se ele. — Eu sei que a senhorita está acostumada com as iguarias do seu samchon, mas hoje vai ser diferente, mocinha.

Seguindo o roteiro, ele a levou para uma estação de metrô próxima de onde estavam. Ele contou que era normal, na época do Bangtan, que eles saíssem do treino para comprar comida ali. Às vezes comiam ali mesmo, às vezes pediam “pra viagem” e iam dar uma volta no píer. O que importava era que houvesse muita brincadeira para descontrair do dia de esforço.

— E o que você prefere?

— Olha… O píer tem lembranças muito divertidas e muito bonitas, mas… Também tem lembranças ruins.

— É… — murmurou Sunghee, pensando no passado. Ela conhecia bem a história do Juízo, sabia que Taehyung, Jin e Yumi tinham morrido lá, sem contar a tentativa de suicídio que tinha levado Jin ao coma. E, claro, ela mesma tinha morrido lá, no píer, junto com sua mãe e seu tio.

— Tem curiosidade de conhecer o píer? — perguntou Yoongi, observando que ela estava bem pensativa.

— Talvez um pouco. Há muita história lá… Minha própria história.

— Podemos comer aqui e dar uma passada lá.

— Não vai ser pesado para você?

Yoongi achava que sim, mas obrigou-se a ser maduro.

— É passado, Sunny.

Assim, fizeram. Foi a primeira vez na existência que Sunghee comeu hambúrguer e tomou refrigerante. Tinha um sabor bem diferente de tudo o que estava acostumada. Depois de comer, caminharam até o píer. Sunghee chegou com passos lentos, observando a linha entre o céu e o mar. Observou-a por um tempo, contemplou a água e sua movimentação. Seus olhos foram para o alto do andaime. Ela tentou imaginar seu irmão pulando dali. Era uma ideia idiota, talvez.

Yoongi ficou surpreso com a própria serenidade. Olhar para aquele lugar não lhe trazia incômodo; ao contrário, ele conseguia visualizar os meninos rindo e brincando ao seu redor. Sete moleques, como sempre. Até mesmo o mais velho poderia se passar por um garotinho quando eles estavam juntos naquela fissura no tempo, sem se preocupar com escola ou empresa. A única preocupação era a diversão. A felicidade.

Naquele momento, ele se sentiu feliz por ter voltado. Se sentiu feliz por estar ali, com ela. Ele a abraçou enquanto sorria, olhando no fundo de seus olhos. Ela se sentiu contagiada e o fez, compreendendo de alguma forma aquele sentimento.

— Obrigado por ter me trazido aqui.

Ela apenas encostou sua testa na dele. Não tinha nenhuma intenção de fazer aquela visita especial, muito menos aquele momento especial, mas aconteceu naturalmente. Uma pequena fissura no tempo, como nos velhos tempos do Bangtan.

 

~

 

Yoongi levou Sunghee para sua sala, indicada no horário.

“Primeira aula tem que ser de inglês.

Ela vai adorar exibir sua fluência”.

Namjoon

 

A primeira aula de Sunghee era de inglês. Ela entrou na sala e recebeu um “Good morning”, ao que respondeu sorridente falando mais algumas coisas legais para o professor, antes de se sentar. Já Yoongi teve aula de química. Um pouco sobre a formação do fogo e até algumas experiências. Yoongi quase se queimou, já que não estava acostumado àquele tipo de preocupação.

O segundo horário foi geografia, o que Sunghee achou interessantíssimo. Para Yoongi, matemática, o que só poderia ser implicância. Entre essas duas aulas do meio, vinha o intervalo. Eles se encontraram no refeitório, onde comeram e conversaram um pouco sobre suas experiências e sobre as próximas aulas.

Sunghee sorriu quando o professor de literatura entrou na sala.

— Bom dia, turma. Hoje vamos falar sobre um excelente livro: Demian, de Hermann Hesse!

“Ah, só pode ser piada”, irritou-se a jovem, rapidamente. Francamente, esperava mais da criatividade de seu ajussi. Estava ali para aprender coisas novas, e não havia nada que ela não tivesse aprendido sobre Demian. Astuta, pediu para ir ao banheiro e não voltou mais. Antes, passou um bilhete para a colega com quem fizera dupla na atividade de geografia, pedindo que ela levasse sua mochila no final.

Sunghee foi direto para a quadra, local mais provável da aula de Educação Física que Yoongi estava tendo. Ah, claro, basquete. Talvez eles não devessem fazer um dia tão previsível… Se bem que Yoongi estava se esbaldando. Claro que ele vivia jogando com os filhos, mas não era a mesma coisa. Ali ele estava com meninos mais próximos de sua idade, mais habilidosos e mais competitivos. Do jeito que ele gostava.

A garota foi se sentar na arquibancada, e avistou ali perto o grupo de cheerleaders da escola, todas sentadas. A maioria nem sequer estava atenta ao jogo. Qualquer pessoa teria vergonha, mas não Min Sunghee: foi até lá e simplesmente se apossou dos pompons. Logo, começou a gritar e torcer pelo marido e seu time, o que o desconcentrou por um momento, uma vez que ele não estava esperando por aquilo. A louca garota ainda ficou fazendo os motions de cheerleading que ela bem conhecia. Curiosamente, as cheerleaders que ali estavam ficaram impressionadas e encorajadas, então começaram a fazer como ela, o que tornou aquilo tudo mais divertido.

“Demian saturou”.

Namjoon

 

“Então é isso que vamos botar.

Uma boa experiência do Primeiro Mundo

exige uma matação de aula básica”.

Hoseok



Depois do jogo, Yoongi foi para perto de sua amada, já perguntando o que tinha acontecido. Eles riram e foram para o corredor, onde Sunghee pôde recuperar sua mochila.

— O professor percebeu e não ficou nada feliz — confidenciou a menina, entregando o pertence.

— Isso não importa. Eu vou dar um jeito. Muito obrigada pela ajuda.

 

~

 

— Que tal um cineminha agora? — perguntou Yoongi, já procurando algum site de cinema pelo celular.

— Cineminha? — perguntou Sunghee, meio surpresa. Ela sabia o que era cinema, é claro, mas não tinha imaginado algo assim.

— Muito clichê? — perguntou ele, encarando-a por um tempo.

— Meu querido, é a primeira vez que eu venho aqui, não tem nada clichê. Eu nunca fui no cinema, só não estava esperando por isso.

— Que bom, porque eu achei que estivesse muito previsível. Olha, tá passando “A Escolha Perfeita 2”. Parece que é a estreia hoje.

Sunghee riu.

— O filme que já vimos milhões de vezes está estreando.

— Parece ser a única coisa interessante.

— Os oppas fizeram de propósito. Pelo menos é um bom filme… E eu finalmente vou saber como é um cinema.

No final das contas, as pessoas que estavam sentadas em cadeiras próximas saíram da sala se perguntando como que duas pessoas já sabiam todas as falas e todas as músicas em uma sessão de estreia — porque eles gostavam tanto do filme que já tinham meio que decorado. Musicistas natos, estavam sempre cantando aquelas músicas. Eles riram bastante dos cochichos que ouviram.

— Partiu baladinha agora?

Sunghee olhou para ele, incrédula.

— Baladinha? E tu veio aqui pra ir em baladinha, Min Yoongi?

— Nossaaaa, achei que você gostasse de balada!

— Olha, eu só fui em duas baladas, uma no meu aniversário e uma no nosso casamento, e são lembranças boas, mas… Não sei se uma balada primeirista seria tão boa assim.

— Tá me zoando, né? Olha, — disse Yoongi, já puxando-a pelo braço e conduzindo-a pela rua. — Você não vai sair desse mundo sem experimentar uma balada de verdade. Primeiro porque eu tô falando, segundo porque o Hoseok Hyung mandou a gente não sair do roteiro.

— Afe.

De alguma forma sem sentido, os maiores hits do BTS de 2015 estavam tocando na balada, junto a outros sucessos da época. O que fascinava Sunghee no que dizia respeito às baladas era a luz. Ela era uma fotócina, então o elemento muito lhe interessava. A forma como se misturava com várias cores e desenhos, colorindo a fumaça que saía daquela caixa… Era um efeito fascinante. Como sempre, aquela balada havia sido projetada para que Sunghee a apreciasse. A seleção de músicas estava impecável e ela tinha a melhor companhia.

No avançar da noite, o fator “companhia” acabou se tornando mais relevante que o local. A balada durou menos tempo do que o roteiro previa, mas já tinha passado da hora em que eles poderiam ir para casa.

— Tem certeza que não tem ninguém? — cochichou Sunghee, enquanto eles caminhavam pela rua.

— Tenho!

— Vamos mesmo fazer isso na casa do meu pai?

— E cadê a novidade?

Yoongi abriu a porta e eles entraram. Ele deu uma paralisada quando viu os pais de Jungkook sentados à mesa da cozinha. Sunghee não os conhecia, mas soube supor bem que eram seus avós.

— É… — Yoongi desviou o olhar para Sunghee. Ela podia sentir a tensão em sua mão. — Gente, esta é a Sunghee. Sunny… — Ele acenou levemente com a cabeça para o casal. — Meus pais.

— Prazer, senhor e senhora Jeon — disse ela, se curvando. No fundo, queria rir, mas conteve-se.

— A gente vai subir agora, boa noite.

Assim eles fizeram.

— Que vontade de te bater! — disse Sunghee, enquanto ele ainda fechava a porta.

— Nossa… — suspirou ele, com as mãos na porta. — Meu coração. Veeelho…

— Calma, nada de ataque cardíaco. Não pode morrer aqui.

— Beleza. Vamos fazer outra coisa.


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Notas finais do capítulo

"Esse negócio de fome é rí-di-cu-lo. Toda hora vem essa sensação horrorosa na barriga, credo!" EU AMEI ESSA PARTE
Preciso dizer o que rolou nesse final? Espero que não, e nem é spoiler, é sinopse kkkkk
Como será que o Juízo vai reagir a isso?



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