No capítulo anterior:

Mas, agora, tudo o que eu me tinha que concentrar neste momento era minha carreira e minha filha, Alexis.

Sim, nós tínhamos ido a uma consulta hoje de manhã, antes da minha sessão de autógrafos e já tinha dado para ver a minha garotinha.

E, apesar de não ser com Kate, o meu desejo de ser pai havia se realizado de outro jeito. E isso era o que me importava neste momento.

Pov Kate

...1 ANO E MEIO DEPOIS...

Eu olho a televisão. Era ele. Sempre era ele. Rodeado de fãs histéricas gritando o seu nome.

Richard Castle estava dando uma sessão de autógrafos pelo seu novo livro e tudo o que me apetecia era ir correr para os braços dele, mas eu preferi mentir para ele durante este tempo todo e, provavelmente, se ele descobrisse a verdade iria me odiar um pouco mais.

Ele estava segurando a mãozinha pequena da sua filha.

—Quem é, mamãe? – O pequeno Daniel, nosso filho, chega e senta no meu colo.

Eu nem tinha palavras para descrever o que senti quando meu filho nasceu.

Seus olhos azuis e seu feitio engraçado me lembravam tanto de seu pai que, só de pensar nisso, eu desabava em lágrimas.

—Ele é famoso, Dani... – Eu beijo a sua testa, acariciando os seus cabelos.

—Ele é muito bonito! – Ele olha com atenção para a televisão. – Queria saber se o meu pai é bonito assim!

Eu gelo naquele momento e me sinto a pessoa mais desonesta e horrível do mundo. Que direito eu tinha de esconder do meu filho o próprio pai?

A mentira começou por ser pequena e acabou se tornando numa bola de neve cada vez maior até chegar a este ponto. Eu me sentia mal por isso. Não falando das saudades que eu tinha de Rick. Mas que direito eu tinha de estragar a felicidade dele?! Ele era pai de uma garotinha agora e parecia feliz.

—Seu pai é muito bonito, meu anjo... – Eu olhos nos seus olhos azuis, contendo e segurando forte as minhas lágrimas.

—Algum dia eu vou puder conhecê-lo? – O pequeno, pergunta.

—Claro que sim. Ele vai aparecer quando menos você esperar. – Eu dou um sorriso. – Agora vamos brincar no parque?

—SIIM!! – Daniel grita e eu vou atrás dele. Nossas gargalhadas formam uma harmonia perfeita e nesse momento eu agradeço por não ter abortado naquele dia.

O meu filho foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Pov Castle

Eu nem tinha palavras para explicar tudo que estava sentindo.

Eu tinha uma filha maravilhosa de um ano chamada Alexis, minha abóbora, dinheiro, mulheres e ainda assim eu me sentia vazio na maior parte das vezes. Sentia falta de Kate. A raiva já tinha passada e, com algum crescimento próprio, eu percebi que naquela altura, Kate até tivesse alguma razão e, por vezes, me culpava por não a ter ajudado a superar as suas dores.

Meredith era passado. Ambos sabíamos que ela tinha uma carreira que não pretendia deixar e que, Alexis, fora uma filha fruto de uma noite de álcool. Ficamos juntos até ela nascer e depois da época de amamentação ela se foi. Como planeado.

Sei que, Alexis não sentia falta dela. Minha mãe, Martha, apesar de avó, fazia o papel de mãe.

Mas era passado e eu só esperava que ela estivesse bem.

—Papai! Vamos brincar! Vamos! – Minha ruiva me agarrava com seus braços pequenos, fazendo a minha cabeça latejar de dor.

—Vamos sim, princesa! – Eu ergo ela no ar, fazendo cócegas na sua barriga. O seu riso enche o meu coração de amor.

Nossos domingos eram passados no parque, onde fazíamos um piquenique com todo a que tínhamos direito.

Eu amava tanto esta ruiva que só me apetecia segurá-la nos braços e nunca mais largar.

Chegamos no parque, cantarolando canções infantis, enquanto Alexis balançava o seu corpo dançando, segurando a minha mão.

Chegamos e eu estendo a toalha grande no relvado verde e fresco.

O sol iluminava ainda mais o nosso dia.

Sento-me na gramado, sentindo uma paz interior imensa.

Ouço os passos rápidos de Alexis vindo na minha direção com toda a sua energia e folia.

—Papai! – Ela abraça o meu pescoço com os seus bracinhos. – Posso ir brincar?

—Claro que sim, meu amor. – Eu beijo a sua testa e vejo ela se afastar um pouco brincando com os outros pequenos.

Decido pegar numa maçã e comer.

—Oi! – Eu ouço uma voz falando para mim e assim que me deparo está um garotinho sentado de frente para mim. Acho piada á sua naturalidade.

—Oi. – Eu sorrio, olhando o garoto que me olhava de volta com atenção.

—Eu te vi na televisão! Você é muito bonito, senhor!

Eu rio com a afirmação.

—Obrigada! – Agradeço. – Você não devia andar sozinho por aí. Não me conhece, eu podia te fazer mal.

—Eu confio em você. – Aquilo me pega de surpresa e eu admiro um pouco mais o garoto que se encontrava na minha frente.

—Porquê? – Pergunto.

—Porque eu vi como a minha mãe te olhava na televisão.

—Sua mãe é minha fã? – Eu fico curioso.

—Ela não admite, mas eu sei que ela é apaixonada por você... – Ele dá um risinho e eu acompanho-o.

—DANIEL! – Ouço uma voz ao fundo que reconhecia de algum lugar.

—Ela vem aí! Me pegou! Estou ferrado! – Eu gargalho alto. Ele era muito engraçado.

—O que você está aqui a fazer?! – Eu paraliso no mesmo momento. Me viro para encarar a pessoa, para ter a certeza que era mesmo quem eu pensava.

—Desculpa, mamãe. – O pequeno corre para os braços da mãe e eu engolo em seco quando os meus olhos encaram de novo aqueles olhos, pelos quais eu sempre fui apaixonado.

—Kate? – Eu sinto que as minhas forças iam faltar.

—Rick... – Sinto que ela fica do mesmo jeito.

—Mamãe você conhece o senhor famoso?

—Dani vai brincar que a mãe já vai ter com você. – Ela pede ao pequeno e eu ainda tinha um nó na minha cabeça.

Esse garoto era filho dela?! Quer dizer, ela tinha tido um filho com outro homem e não comigo?!

De novo aquela raiva voltou ainda mais forte.

O garoto de afasta.

—Você foi rápida! – Eu rio, nervoso.

—Rick não é nada disso que você está pensando.

—Você está brincando, Kate?! Você decidiu abortar e nem um pouco depois teve um filho com outro?!

—ESSE FILHO É TEU! – Ela se exalta e nesse momento eu me sinto a desfalecer um pouco.

—O quê que você está a dizer?! – Eu tento me acalmar ao ouvir perante afirmação.

Agora sim, acho que isto ia ficar feio.