No capítulo anterior:

Pov Lanie

—Onde é a porra da casa? – Eu pergunto, impaciente.

—Já estamos chegando. - Kevin diz.

—Só por curiosidade… Alguém pensou onde vamos dormir? – Eu me lembro desse pequeno grande detalhe.

—Lá dentro. – Espo diz.

—Lá onde?! – Ryan está confuso.

—Na casa do Castle!

—Você é louco?! Eles vão nos ver! – Eu falo.

—Não, se nós entrarmos á noite e sairmos apenas quando eles não estiverem… - Javi parece confiante.

—Isso vai dar merda. – Kevin, alerta.

—Relaxa, bro… Vai dar tudo certo. Só precisam seguir os meus conselhos!

Ok, agora eu não sabia como isso ia correr!

Pov Castle

Fiquei tratando de uns telefonemas, e, entretanto, deixei Kate trabalhando.

Havia muita coisa para tratar entre minha nova parceria com Beckett. Estava ansioso e sabia que ia correr bem.

Me tranquei no escritório por pelo menos duas horas.

Quando olhei o relógio já eram 20 horas.

Cheirava muito bem e minha barriga começa a reclamar por comida.

Desço as escadas longas e a luz é pouca.

Estranho.

Á medida que me aproximo, percebo que a luz é proveniente de velas.

Kate estava fazendo um cenário romântico?

Chego na sala de jantar. A mesa muito bem-posta, o cheiro a canela no ar do incenso que estava ardendo… tudo indicava um jantar á luz das velas. Sorri bobo.

—Posso te convidar para jantar comigo? – Beckett aparece atrás de mim e eu me surpreendo com o seu visual.

Simples, mas tão lindo.

Era difícil resistir a uma mulher tão perfeita assim. Perfeita aos meus olhos.

—Claro que sim… - Sorrio, pegando a sua mão e beijando com delicadeza. – Você está muito bonita.

—Obrigada. – Ela cora e eu hipnotizo no meio dos seus olhos grandes e brilhantes.

Nos sentamos e assim que dou a primeira garfada, salivo por mais. Tento disfarçar, mas não consigo.

—Demming é um homem de sorte… - Eu comento.

Beckett era uma excelente cozinheira.

Ela não responde.

—Algum problema? – Eu pergunto vendo o quanto ela estava em baixo.

—Não. – Kate Dá um sorriso fraco. – Está tudo bem.

—Não parece, Kate. – Pouso os talheres e toco as suas mãos, fazendo-a olhar nos meus olhos.

—Você é assim com todas as mulheres? – Ela solta nossas mãos e eu me sinto um pouco vazio.

—Como assim? – Aquela pergunta me apanha de surpresa.

—Atencioso, carinhoso… - Beckett, explica. – Só para as levar para a cama?

—Bem… - Eu tento arranjar palavras, mas não estava á espera disto. – Sim. Mas não tenho tanto trabalho… - Sorrio.

—Trabalho? – Beckett parece confusa.

—Sim, normalmente basta esboçar um sorriso ou dar um elogio e tenho qualquer mulher que eu quiser… Perceba que não me estou a gabar, estou apenas constatando um facto.

—Hum…

—Você não parece convencida. – Falo.

—É só que eu não quero que o Demming seja desse jeito também… Quer dizer, ele é tão querido para mim. Achas que ele me quer só levar para a cama?

Aquilo me incomoda. Porque raio ela gosta tanto do Demming?!

—Provavelmente. – Digo a verdade. – Mas você pode provar ser diferente… Conquistá-lo… Deixar-se ser conquistada… - Mas que merda! Porque eu estava dando estes conselhos para Kate?! Era suposto ela ser minha…

Era isso. Eu estava começando a me apaixonar por ela e não importava o que eu sentisse, eu só queria que ela fosse feliz. Mesmo que isso implicasse a minha infelicidade.

No entanto, eu não ia desistir assim tão fácil.

—O que você viu em Demming? Para além dos músculos? – Eu sou irónico e ela ri.

Era gratificante poder ser o motivo do sorriso dela.

—Sei não… Não é que eu goste assim tanto dele, mas ele é o gênero que eu procuro num relacionamento.

—Ou seja, quer ficar com ele por conveniência? – Eu me aborreço.

—Não, Rick… - Eu congelo quando ela me chama desse jeito. – É só que eu já sofri por amor e prefiro uma relação racional, entende?

—Sim. – Finjo um sorriso e continuo comendo. Esta conversa estava me irritando. Ou seja, Kate não quer ficar comigo porque eu seria uma relação irracional. Sou mulherengo, convencido…

—Você quer dar uma volta na praia a seguir? – Kate convida.

—Pode ser. – Respondo.

—Você é um amuado! – Ela ri.

—Amuado?! – A encaro de novo.

—Sim, você mesmo! – Beckett me mostra a língua.

—Você está esperando que eu me levante, pegue em você e te jogue na água do mar, correto? – Eu ergo uma das sobrancelhas.

—Você não era capaz… - Ela pisca para mim.

—Repita isso só mais uma vez. – Peço, preparando-me para me levantar e pegar nela.

—Você não era capaz! – Beckett trinca o lábio, traquina, e se levanta num ápice começando a correr.

Ora, eu, Richard Castle, imaturo como sou começo correndo atrás dela.

—Você é um idiota! – Kate ri, saindo a correr pela porta da entrada em direção á praia.

—EU VOU TE APANHAR! – Eu rio, divertindo, dando o meu melhor para tentar alcançá-la.

Isto ia dar merda com toda a certeza.

Pov Lanie

—Onde eles vão correndo?! – Eu olhos os dois babacas correndo feitos malucos.

—Sei não… Sei que é a nossa oportunidade de entrar. Eles deixaram a porta aberta. – Espo diz.

—Eu continuo achando que isto não é uma boa ideia… - Kevin diz, nervoso.

—Cala a boca! – Eu digo. Saímos do carro e depois de ver se estava alguém vendo, entramos na enorme casa.

—Ele é rico?! – Pergunto, meia que histérica.

—A mãe. – Ryan e Espo falam ao mesmo tempo.

—Olha só… jantar á luz das velas! Parece que temos pombinhos! – Espo, ri, aproximando-se da mesa.

Dou um tapa na mão de Javi que estava pronto para pegar a comida da mesa.

—Você é nojento! Não toca em nada não! – Reclamo.

—Au… - Ele faz biquinho.

—Vamos?! Eles ainda nos vão pegar aqui… - Kevin é cuidadoso.

Boa ideia! Subimos e escolhemos um esconderijo.

Pov Kate

—EU VOU TE PEGAR! – Eu sentia a voz de Castle cada vez mais perto e isso me fazia rir.

Ele corria muito e eu me estava divertindo muito.

—CALA A BOCA! – Eu continuava correndo, mas estava ficando cansada.

A areia estava entrando para dentro dos meus sapatos e a água do mar salpicava contra as minhas pernas.

Jogo um pouco de água contra Castle que parece chocado com a minha atitude.

—Você vai ter a paga disso! – Ele está encharcado e finalmente me consegue pegar. O choque dos nossos corpos quentes e suados é eletrificante. Mas estamos tão envolvidos na brincadeira que nem nos apercebemos da nossa proximidade.

Rick me joga na areia e eu acabo toda enrolada com ele na areia quente e macia.

—Parvo! – Dou um giro em nossos corpos e sem saber como fico por cima dele e nossas gargalhadas estão misturadas e em sintonia.

—Parva é você! – Ele nos gira de novo e fica por cima. Prende as minhas mãos, segurando os meus pulsos por cima da minha cabeça.

E numa questão de segundos rouba um selinho. Muito rápido.

—O que você fez?! – Eu o olho, perplexa.

—Agora me apanha se conseguir! -Ele ri, descontrolado, tirando a t-shirt e correndo em direção á agua.

Me levanto e sem pensar corro atrás dele.

Castle mergulha rápido e desparece no vasto oceano. As ondas não estavam fortes, mas isso me estava deixando preocupada.

Entro na água, que, por acaso está com uma temperatura bastante agradável.

—Rick! – Eu chamo, começando a ficar preocupada por não o ver.

Nada.

—RICK! POR FAVOR, APARECE!

Nada. Merda! Onde ele estava?!

Me viro para ver se ele poderia ter voltado para a areia sem que eu visse e sinto alguma coisa me agarrando as pernas. Dou um grito.

De imediato a sua cabeça surge muito perto de mim. A gargalhada dele é contagiante.

—Estava preocupada? – Ele pisca, bem perto de mim. Tão pouca distância estava me incomodando.

—Não, idiota! Vai se catar longe! – Eu dou as costas numa esperança de ficarmos afastados, mas Castle deve ter sido possuído pelo mostro da testosterona.

Ele se agarra pelo braço e me puxa contra ele.

—Muito gostoso ouvir você gemer o meu nome… - Ele me olha de uma forma que eu própria fico molhada sem saber se é do mar ou da minha intimidade.

—Eu posso gemer as vezes que você quiser… - Eu entro no jogo dele.

—Hum… Sério? – Castle me puxa ainda mais contra ele e eu já sinto seu membro pulsar dentro das calças.

—Rick, eu acho melhor… - Eu sinto que não resistiria por muito mais tempo.

—Eu vou te roubar um beijo. – Castle afirma, seguro.

O que eu faria agora? Ignorar a vontade louca que tinha de o beijar ou beijava-o e ficaria um segredo entre nós dois? Teria apenas milésimos de segundos para pensar…