O Ministro da Magia - Dramione escrita por Annie Malfoy


Capítulo 4
Capítulo IV - Mauvais sang


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Comentem e acompanhem!



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28 de agosto de 1991

 

“O cheiro de livros novos sempre me agradou. Gosto de como eles são limpos, passam a impressão de serem puros. Como se não tivessem história, assim como quando nascemos. E novamente como nós, vai adquirindo suas primeiras marcas e sujeiras enquanto folheamos suas páginas até então intactas. Porém aqui no mundo bruxo tudo é um pouco diferente do que em Londres ou qualquer outro lugar em que já estive antes. Não importa quão novos sejam, os livros nunca perdem a aparência desgastada, ou também o aroma da lignina. É incomum para mim. E bem, as coisas são um pouco caras por aqui. Há muitos exemplares aqui. Nunca imaginei ver um lugar pequeno como Floreios e Borrões, com tantas obras literárias. Faltam apenas quatro dias para passar pelos portões que nunca imaginei existir: Hogwarts.”

Observei cada canto da livraria à procura de um lugar para sentar e poder ler um pouco sobre esses livros que terei de ler na escola. No momento em que meus olhos se encontraram com o banco, paralisei. O motivo? Bem, um possível estudante de Hogwarts. Na verdade, eu tinha certeza de que era um graças à edição do livro de feitiços que o garoto lia. Primeiro ano. Algo me dizia para não ir, mas como sempre fui teimosa, deixei de lado toda tensão que tinha e comecei a andar, ainda um pouco bamba.

— Com licença, será que poderia me sentar? - Esbocei um leve sorriso, ligeiramente sem graça. Também deixei um pouco a mostra o exemplar do livro, e logo que o garoto notou minha intenção, mesmo que apático, liberou espaço no banco. Sentei rapidamente. - Prazer, Hermione Granger. - Estendi mão, sorrindo novamente.

Se tem uma palavra para descrever o olhar que recebi, mesmo sabendo noventa por cento do dicionário, não conheço sua existência. Hesitante, o menino logo apertou minha mão:

— Draco Malfoy. - E soltou, voltando a ler o livro que apoiava em suas coxas.

— Bem, desculpe o incômodo, mas vai para Hogwarts? - Perguntei inocentemente. O menino de nome Malfoy suspirou, fechou seu exemplar e me me fuzilou com o olhar.

— É, eu vou. - Falou calmamente, o oposto da expressão que estava em seu rosto.

Fiquei o encarando, esperando algo a mais. Ele era loiro, de olhos cinzas. Sem muita emoção. Enquanto me perdia com suas características, ele me olhou de cima a baixo. - Graças a você não consigo me concentrar no livro. - “Seria isso algo bom?” Pensei comigo mesma. - Você deveria comprar algumas roupas novas na madame Malkin, as suas vestes estão desgastadas. - Ele completou. Naquele segundo eu não tive reação alguma. Acredito que graças à meu rosto raivoso, ele pousou o pulso sobre os lábios e segurou algumas risadinhas. - Não esperava essa reação, Grangel.

—  É Granger. - Foi tudo o que consegui falar.

— Não esperava essa reação, Granger. - Sorriu com o canto dos lábios, mas ao mesmo tempo olhou para os lados até que se fixou em um lugar e forçou um pouco os olhos. O sorriso se foi. - Tenho que ir. - Levantou do banco de madeira e deu batidinhas nas vestes foscas, tentando tirar os resquícios de poeira.

— Ah, entendo. - Forcei um sorriso, mas logo o desfiz.

Ele apenas encarou. Deu de costas e começou a andar, mas no meio do caminho parou:

— Como faltam poucos dias para o começo das aulas, gostaria de ler alguns livros amanhã? No mesmo horário? - Ele coçou o pescoço, parcialmente sem graça. Consenti com a cabeça. Não conhecia nenhum bruxo da minha idade. - Ótimo. - Falou grosso. Voltou a acelerar os passos, e logo saiu porta afora.

“Draco Malfoy. Draco Malfoy… É um bom nome.” Sorri.



29 de agosto de 1991

 

“Hoje é o dia de ver o garoto de nome Draco Malfoy.” Foi meu primeiro pensamento ao acordar. Arrumei a cama como de costume. Eu nunca gostei muito de terças-feiras, mas essa sem dúvida alguma foi a que mais acordei disposta. Tomei café, escovei os dentes e tomei um banho gelado. Nada melhor do que algo drástico para despertar. Meus cabelos sempre rebeldes.

O que deveria fazer em uma situação dessas? Deixá-los como sempre? Deveria passar uma boa impressão para pessoas que vão ao mesmo colégio que eu. Eu prendi os meus cabelos de tom cobre num rabo de cavalo baixo, que claro, continuou volumoso, rebelde e bagunçado. O desfiz. “É, vai ser solto mesmo.” aceitei. Coloquei uma blusa social branca, completando com um cardigã marrom por cima. Uma saia preta abaixo dos joelhos e meus sapatos oxford preferidos também foram parte da minha escolha para ir ao Beco Diagonal naquela manhã.

Meus pais me levaram de carro até uma quadra antes do caldeirão furado. Lá não era considerado um lugar muito agradável para se ir de automóvel. Ou até mesmo a pé. Só de passar pela porta do Caldeirão Furado, já senti o cheiro desagradável de bruxos bêbados e infelizes.

Andei mais rápido. Ao passar pelo portal e adentrar o Beco Diagonal, já fiquei mais aliviada. Contemplei cada detalhe das lojas, a aparência das pessoas e também o cheiro um pouco peculiar. Segui até a Floreios e Borrões, com uma hora de antecedência. E quando entrei, me deparei com o loiro sentado no mesmo lugar de antes. Sorri e apressei a pernada.

— Pensei que iria ter tempo o suficiente para ler de verdade sem ser atrapalhado. - Fechou um livro grosso meio esverdeado. Inclinei um pouco a cabeça para tentar entender o que estava escrito. - É Herbologia.

— Essa matéria deve ser bem interessante. - Falei curiosa, sentando-me ao lado do garoto e pegando o livro de suas mãos, sem ao menos perceber ter feito isso.

— Você nunca teve contato com herbologia? - O rapaz arqueou as sobrancelhas.

Ok, eu não deveria ter deixado isso tão claro.

— Claro que já.- Não lembro a última vez em que menti. Bem, agora lembro. - Foi apenas um pensamento que tive. Sabe, né? Estudar a matéria em si em Hogwarts… Deve ser muito interessante.

— Você quer passear? Podemos ir em algum lugar que você goste. - Ele sugeriu. Meu primeiro pensamento foi Scribbulus. Essa loja é a minha religião. É incrível.

— Claro! Vamos, vamos. - Apressei-o. Queria chegar logo naquele infinito mundo de papelaria.



**********

Chegando lá, me senti em casa. Tinha o cheiro do meu quarto. Sorri para Malfoy, que apenas encarou como já era de costume nessas poucas horas que o conheci. O puxei pelo pulso para a prateleira de pergaminhos e tinteiros, artigos que me deixavam feliz.

— Me diz se isso não é incrível! - Exclamei animada.

— Bem… São só pergaminhos… E tinteiros. - Ele falou coçando. - Quando você se apressou para chegar rápido, não foi bem isso que imaginei.

— E o que você imaginou, Malfoy? - Perguntei revirando os olhos.

— Gambol & Japes, talvez? Ou Vassourax. Até mesmo Florean Fortescue, a sorveteria. - Malfoy comentou. Franzi os lábios por alguns segundos, pensativa.

A mente de garotos de onze anos não é muito madura, não é mesmo? Nunca entrei na Gambol & Japes, pois nunca familiarizei com o tipo de jogos infantis que tem lá. Vassourax? Pior ainda, uma loja cara que eu não conseguiria pagar nem por um limpador de vassouras. E Florean Fortescue, bem… Gosto de doces, mas confesso que nunca foram parte de minhas prioridades.

— Podemos tomar sorvete, então. - Falei após perceber que fiquei calada por um bom tempo enquanto ele me olhava.

— Vamos então. - Repetindo o que fiz, ele me puxou pelo pulso, mesmo sem parecer tão animado.

 

********

 

Cheiros diferentes vindo do mesmo lugar. É isso que senti quando entrei pela primeira vez naquela sorveteria. Um lugar razoavelmente cheio, para falar a verdade. Sentamos em uma mesa para dois em frente à um grande arco vidrado, que certamente não podia ser chamado de janela. Começamos a olhar o cardápio, coisa que me fez franzir o cenho. Preços extremamente altos para sorvetes.

— O que foi, Granger? - Perguntou um pouco confuso.

— Nada, apenas indecisa sobre qual sabor pegar. - Respondi ainda procurando o mais barato do menu.

— Uma decisão errada é melhor do que a indecisão. - Enquanto falava, eu senti que o menino sorria, mas quando o olhei, continuava com a mesma expressão insensível de sempre.

— É, deve ser. - Eu concordei sem opção. Abri minha bolsa e puxei a carteira. O menor preço para um sorvete é um galeão. Um galeão é equivalente a dezoito libras. O problema é que após comprar todo o material para Hogwarts, na maioria usado, sobraram doze sicles, o equivalente a treze libras. - Acho que não vou comer, Malfoy. Não gosto muito de sorvetes.

O loiro me encarou com uma expressão duvidosa.

— É o preço, não é? - Ele começou a me olhar. Baixei a cabeça no mesmo instante. É um pouco vergonhoso não ter dinheiro. - Escolhe um logo.

— Malfoy, eu não tenho dinheiro. - Murmuri. Uma parte de mim queria que ele não ouvisse aquilo.

— É, eu sei. Escolhe logo. - Articulou impacientemente.

— Gosto de morangos. - Respondi ainda de cabeça baixa.

— Por favor, veja um sorvete de morango com creme com feijõezinhos de todos os sabores, um sorvete de chocolate com um sapo de chocolate acompanhando e dois sucos de abóbora. - Draco Malfoy falou para o garçom, que anotava tudo com lentidão. - Agora. - Completou rudemente.

— Olha… Eu não tenho dinheiro para pagar. O sorvete por si só já é caro, com o adicional de creme e feijões fica mais caro ainda. Piora com o suco de abóbora, Malfoy. Não sei quem você pensa que eu sou, mas eu não tenho tanto dinheiro assim.

— Você realmente não tem. Tanto que falei para você ir à madame Malkin comprar vestes aceitáveis, e não foi brincando. Acha que eu não percebi que você é uma pobretona como os Weasleys? - “Quem são esses?” Me perguntei sem conseguir abrir a boca para falar algo. -  Eu vou pagar, Granger. Se você for grosseira comigo, eu também serei com você. - Explodiu enquanto eu continuava calada. - Tenho onze anos, vivo aqui há onze anos e não consigo ter amigos que não falam só sobre o trabalho dos próprios pais, ou sobre o quanto ganham. As coisas que tenho prazer em fazer, não consigo fazê-las. Me divertir e ter alguém para conversar. Você acha que isso é caridade? Pela primeira vez em muito tempo eu consigo conversar com alguém e me sentir bem. Aposto que seus pais trabalham em algum departamento baixo do ministério e você não quer contar. Se eles trabalham para  meu pai, não precisa falar também. Sei que não deve ter uma impressão boa da minha família.

— Malfoy… Para. - Tive coragem para falar. Ele pensa coisas sobre mim que realmente não existem. - Meus pais…

— Aqui está. Morango, chocolate e dois sucos de abóbora. - O garçom voltou até nós com nossos pedidos, colocando-os sobre a mesa. - Não do sapo de chocolate. - Encarou o garoto loiro. - Aproveitem, e qualquer coisa me chamem. - Se despediu de nós.

— O que ia falar, Granger? - Perguntou o garoto já distraído com o sapo de chocolate que insistia em tentar pular do sorvete.

— Nada, Malfoy. - Contentei-me com a suposição dele. Que diferença faz, não é mesmo?

Começamos a comer. Realmente, para o preço era bem saboroso. “Certamente feito artesanalmente” foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça.

— Quanto você pesa, Granger? - Perguntou Malfoy enquanto comia um pedaço de seu sapo de chocolate.

— O que? - Engasguei-me rapidamente com o sorvete.

— Quanto você pesa, oras. - Revirou os olhos como se fosse algo óbvio.

— Isso é algo que se pergunte, Malfoy? - Questionei amargamente, pressionando minha barriga por cima das vestes, sem ele perceber.

— Não vejo problema algum.

— Posso matá-lo? - Indaguei furiosa.

— Não em público. - Piscou para mim e degustou mais uma vez do chocolate. - Mas já que não quer responder, não tem problema.

— Não se pergunta isso à uma mulher.

— Você nem mulher é, Granger. Somos crianças. Crianças não pesam muito desse jeito, a não ser que você seja obesa. Você é obesa? - Falou tudo muito rapidamente, deixando-me confusa por alguns instantes.

— Não! Claro que não. - Pressionei minha barriga com mais força.

— Entendi. É que você come bastante, já até acabou o sorvete. E ele é bem grande.

— Você é quem tem a velocidade de uma lesma, loiro irritante.

Ele arqueou as sobrancelhas. Por quê eu chamei ele assim? Não sou íntima o suficiente para chamá-lo assim.

— Pelo menos meu cabelo não parece uma vassoura.

Ok, agora ele conseguiu me irritar de verdade. Bufei.

— Perdi a paciência, Malfoy. - Falei lentamente, fuzilando-o com o olhar.

— Bem, foi você quem começou, Granger.

Sarcástico.

— Como você consegue dormir à noite sendo desse jeito, Malfoy?

— Assim você me magoa. - Tocou no próprio peito e sorriu com o canto da boca. - Vou te contar o meu segredo para dormir à noite. - Se levantou um pouco da cadeira e se aproximou do meu rosto.Fiquei imóvel. - Em lençóis de seda, rolando em dinheiro.

Minha respiração voltou ao normal e em seguida revirei os olhos. Quem ele pensa que é?

— Você acredita em destino, Hermione Granger? - Perguntou entre goladas de suco de abóbora. - Acredito que foi o destino ter me deixado de bom humor ontem. E também foi o destino que me fez ignorar minha personalidade habitual para virar e chamar uma estranha para conversar no dia seguinte. Ou talvez pena. Ou angústia por passar as férias de verão sozinho. Estou duvidoso entre destino e pena. O que você acha?

Ele acha que eu sou idiota?

— Eu não acredito em destino, Malfoy. Você faz suas próprias oportunidades. - Também tomei um gole do meu suco de abóbora. Ele concordou com a cabeça.

De fato, não consigo entender o que se passa pela cabeça de Draco Malfoy. Ele deve ser muito solitário para ter a coragem de chamar uma pessoa com quem ficou cinco minutos conversando para passar o dia com ele. Se bem que eu é quem começou a conversa.



*******



— É sério que você vai me fazer entrar aí? - Eu apontei para Gambol & Japes.

— Mas é claro. - Puxou-me pelo braço.

O cheiro é diferente, é doce. As lâmpadas puxadas para o alaranjado davam uma iluminação legal a loja. Gostei. Malfoy me soltou e foi correndo até uma mesa para dois, onde se sentou. Acompanhei-o e percebi um tabuleiro de xadrez.

— Desde quando garotos como você sabem jogar xadrez? - Fiz graça.

— Desde quando garotas como você sabem sobre a vida alheia? Senta. - Fez um aceno direcionado à cadeira em frente a dele. Sentei.



*****

 

— Em um mundo ideal eu teria os dez dedos na mão esquerda e a direita seria apenas para dar socos em você, Malfoy. - Comentei mau humorada enquanto eu movia a peça. - Seu turno.

“Não acredito que estou perdendo. Isso nunca aconteceu antes.” Pensei raivosa.

— Sabe, Granger. Antes de fazer alguma coisa eu sempre me pergunto: Um idiota faria isso? Se a resposta for sim, eu não faço. Acredito que você é como eu… - Falou enquanto fazia seu movimento no jogo, encarando-me com um sorriso celerado no rosto. - Mas não no xadrez. Xeque-mate.

Que. Diabos. Acabou. De. Acontecer. Perplexa é a única palavra que podia me definir naquele momento. Fiquei dura como uma pedra.

— Você se acha melhor que todo mundo, não é? - Estressei-me e levantei da mesa.

— Está com raiva só por não ter ganho? Você provocou, eu apenas retruquei. - O garoto levantou também. Nesses dois dias, em momento algum vi Malfoy sorrindo tanto.

— Tsc. Babaca. - Virei o rosto para o lado. Senti uma queimação rápida na bochecha, e fiquei corada. Olhei para o loiro e só vi o seu rosto borrado pela minha visão por estar próximo de mais. Ele se afastou e sorriu. - Hã?

— O que foi? Acha que eu gosto de você? - Riu. - O beijo foi só uma consequência, eu só queria saber se o cheiro estranho estava vindo de você. E bem, eu estava certo.

— ISSO É ESTUPRO, MALFOY! - Eu Berrei, furiosa e envergonhada, tocando minha bochecha corada e quente.

— Bem, você é uma boa amiga, Granger. - Ele cruzou os braços. - Seria bom se em Hog…

Arregalou os olhos e parou de falar. Engoliu seco e virei o rosto. Um homem muito parecido com ele, de cabelos longos e loiros, expressão apática se aproximou de nós. Me olhou de cima à baixo e balançou a cabeça para os lados. É, definitivamente é um Malfoy.

— O que faz aqui com essa garota, Draco? - O homem perguntou. Sua voz rouca e expressão de repulsa me deixou acanhada.

— Pai. Essa é Hermione Granger, vai para Hogwarts também. - Meu mais novo amigo respondeu de cabeça baixa, sem olhar nos olhos de seu… Pai?

— Pois bem, senhorita… Granger? - Questionou o homem, puxando draco com a ponta de sua bengala preta, fazendo-o ficar a seu lado.

— Sim, Granger. - Virei o corpo inteiro em sua direção e o encarei. Desviei o olhar para Draco Malfoy algumas vezes, mas rápido o suficiente para não ficar evidente minha preocupação com o garoto.

— Nunca ouvi falar de sua família. São estrangeiros? - Perguntou debochado.

— Não, apenas não vivem no mundo bruxo. - Respondi seca.

Novamente olhei de relance para Draco, que franzia o cenho e os lábios. Parecia preocupado de certa forma.

— Ah, então não é puro-sangue… Uma mestiça, então. - Sorriu de lado. - Sua mãe deve ser de família bruxa então, e seu pai trouxa, para não carregar um nome bruxo consigo.

— Nenhum dos dois é bruxo.

Os dois Malfoys pareceram surpresos com a minha resposta. Seria isso tão incomum?

— Então temos aqui uma sangue-ruim. - O pai de Draco riu. - Draco, o que você sabe sobre sangues-ruins?

— São impuros, senhor. - O garoto loiro respondeu cabisbaixo, olhando para mim discretamente.

Não conseguia entender o que estava havendo. Ser uma bruxa no meio de família trouxa é tão ruim assim? Seria eu um problema?

— Já avisei para não se misturar com esse tipo de gente. - O homem bateu a bengala, que parecia ser consideravelmente pesada, no estômago de Draco.

— Não sabia que ela era esse tipo de gente. - O infante respondeu.

— Esse tipo de gente? Tá de brincadeira comigo, Malfoy? - Consegui me irritar mais ainda. Eu tive que respirar fundo para não atacá-los.

— A partir de agora você não falará mais com essa garota, Draco. Se eu souber que você falou ou até mesmo foi gentil com essa ou qualquer outro sangue-ruim, pode ter certeza de que em Hogwarts você não pisa mais. Muito menos na mansão Malfoy.

— Sim senhor. - Aceitou o garoto, olhando para mim.

Draco Malfoy apenas moveu os lábios como se estivesse tentando falar “Me perdoe”, coisa que eu não faria. Rapidamente seu pai o puxou pelo ombro e começou a andar para fora da loja, deixando-me perplexa, segurando o choro e sozinha na loja que eu nunca mais entraria.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acham que vai acontecer?



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