O Ministro da Magia - Dramione escrita por Annie Malfoy


Capítulo 3
Capítulo III - Bom demais pra ser verdade


Notas iniciais do capítulo

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20 de setembro de 2019

 

“Eu, ________________, ciente das regras que regem o contrato de convivência, declaro por livre e espontânea vontade, e por ser expressão da verdade, que a partir de hoje, me torno parceiro temporário de ____________.

Local de transferência: 20 de setembro de 2019, Londres - Inglaterra.

Prometo, a partir de hoje, cumprir minhas obrigações como cônjuge temporário e isso inclui:

 

Cláusula 1 - De forma alguma expor o outro de forma pública de maneira que possa afetar sua reputação.

 

Cláusula 2 - Não poderá ter relações extra-conjugais sem que o outro saiba, ou de forma que possa ficar explícita para amigos e familiares.

 

Cláusula 3 - Evitar aproximação fora de ambiente público, ou seja, onde apenas os dois estejam.

 

Cláusula 4 - Manter Rose Granger-Weasley, Hugo Granger-Weasley e Scorpius Hyperion Malfoy convictos do relacionamento afetivo do casal Granger-Malfoy.

 

Cláusula 5 - Qualquer demonstração de afeto que não seja em público ou de extrema necessidade, será taxada com o valor simbólico de 20G [Vinte Galeões].

 

Cláusula 6 - Ambos devem dormir em quartos separados enquanto não houver hóspedes. Se tiverem de ficar hospedados em hotéis ou outro lugar, Draco Lucius Malfoy se disponibilizará para dormir no sofá, deixando a cama do casal para Hermione Jane Granger.

 

Cláusula 7 - Se por qualquer motivo precisarem ir à Hogwarts mediante a assuntos familiares (Rose, Hugo e/ou Scorpius) deverão comparecer JUNTOS para passar a imagem de pais presentes.

 

Cláusula 8 - Deverão escolher um período do dia para dar Feedbacks e ajustar detalhes para o dia seguinte.

 

Cláusula 9 - Caso haja situação de extrema dúvida pública e/ou familiar sobre o relacionamento dos pactuados, ambos deverão se engajar para mudar a situação o mais rápido possível.

 

Cláusula 10 - O convênio de Hermione Jane Granger e Draco Lucius Malfoy deverá durar no mínimo seis meses para a estabilização de ambos, e após o desvínculo, Draco Lucius Malfoy se compromete a ajudar Hermione Jane Granger financeiramente até que a mesma consiga a independência financeira.

Cláusula 11 - O não cumprimento de qualquer cláusula deste contrato acarretará a cessação imediata do mesmo, motivando uma multa 40G [Quarenta Galeões] por cláusula desacatada”



Ao ler o contrato feito por mim, sinto meu estômago revirar. Passar no mínimo seis meses ao lado de Malfoy para conseguir meu emprego de volta… Valeria a pena?

Deixei o pergaminho de lado e levantei da cama. Não aguento mais esse cheiro de mofo. São oito e trinta da manhã e eu até agora estava olhando para esse pedaço de papel inútil. Despi meu pijama e entrei no chuveiro gelado.

É, pelo menos não terei de tomar banho frio todos os dias.

Troquei de roupa o mais rápido possível, pois já estava atrasada. Antes de ir ao hotel para participar da coletiva, precisava ir primeiro a outro lugar.

— O Profeta Diário! - Eu pronunciei estoicamente.

Chegando na sede do Jornal, percebi que todos me encaravam. Engoli seco e continuei andando em direção ao escritório de McDon, meu chefe. Entrei após bater na porta.

— Bom dia, Editor Chefe McDon. - Cumprimentei-o meio tímida. O homem apenas cravou seu olhar a mim, fazendo-me sentir levemente incomodada.

— Bom dia, senhorita Granger? - Ele debochou. - Ou será que deveria dizer Malfoy?! - Jogou em minha direção a edição diária de um tabloide que não reconheci.

Mexi a cabeça para o lado, tentando ler o título da gazeta que foi arremessada contra o chão, após a falha tentativa de me acertar. “Seria a ex senhora Weasley a nova senhora Malfoy?” Minha garganta ficou seca. Não consigo entender se o rótulo é bom ou ruim.

— Isso não lhe interessa, senhor McDon. - Expressei-me seriamente.

— É claro que é de meu interesse, senhorita Granger! Você é repórter do MEU JORNAL! Lhe enviei para fazer uma matéria ruim sobre o candidato a Ministro da Magia e no final você se envolve romanticamente com o inimigo?! POR MERLIN! - Berrou o homem que nessa altura já estava furioso.

— A partir de hoje meu relacionamento com Draco Malfoy não é de sua conta. Estou aqui apenas por consideração ao senhor, e ao invés de sumir do trabalho ou enviar uma simples carta, vim me demitir pessoalmente. Malfoy pode ser inimigo do jornal, senhor McDon, mas não tenho inimigos e nunca terei. Muito menos por conta de um emprego. - Expliquei-o calmamente. - Se me der licença,

Isso mesmo, Hermione. Mantenha a classe como sempre manteve em situações como essa.

Graças a minha honra, percebi estar atrasada vinte minutos. Não tinha tempo para utilizar pó de flu. Ou seja, me restava apenas aparatar, o que sempre me deixou nauseada.

 

******

 

Chegando no hotel vi vários repórteres me seguindo com o olhar e sacando suas câmeras. Andei mais rapidamente, mesmo com os pés doendo graças ao salto. Sorri levemente para algumas câmeras que me fotografavam enquanto caminhava.

Ao adentrar o recinto, vi que Malfoy e sua comissão se surpreenderam. Ok, estou muito atrasada e provavelmente lhe trouxe problemas. Percorri pelo porcelanato esboçando um sorriso tímido. Quanto mais me aproximava, mais Malfoy parecia nervoso. Ele se levantou de sua poltrona um pouco antes de eu chegar a seu alcance, e quando finalmente chegou, me abraçou com força.

Minha respiração cessou. Meu estômago embrulhou por um milésimo de segundo.

— Finalmente você chegou, estúpida. - A doninha conseguiu fazer minha respiração voltar ao normal apenas com esse comentário. - Tive de enrolar a todos. Conserte isso.

E me soltou.

— Bom dia a todos. Peço perdão pelo atraso. - Fiz um movimento singelo com a cabeça. Malfoy puxou a poltrona do lado da sua para mim, me ajudando a sentar.

Nesse momento todos fotografaram. Ambos sorridentes, olhando um para o outro.

— Podemos começar com as perguntas. - Declarou Malfoy.

Uma repórter baixinha ergueu seu braço. Apontei para ela, pedindo para ela falar.

— Senhorita Granger, poderia nos explicar o que está acontecendo? Estão realmente juntos? Seu divórcio recente tem haver com a situação?

Eu senti calafrios e olhei para o loiro. Ele parecia um pouco mais calmo do que eu, apertou minha mão que estava apoiada sobre a mesa, confortando-me e encorajando-me a falar.

Lembrei que era uma encenação e que todos estavam vendo nossas mãos. Por um segundo pensei que tinha apoio de verdade. Me recompus e tossi rapidamente.

— Sem dúvidas, finais são difíceis. Mas por outro lado, nada realmente acaba. - Olhei para Draco. - Nossa história não é recente. O primeiro encontro que tivemos foi aos onze anos, na Floreios e Borrões, no dia 28 de agosto de 1991. - Olhei novamente para o cara que nem sempre odiei. - Guardamos isso em segredo e fingimos não nos conhecer, graças à um incidente. Nos conhecemos numa segunda-feira, e desde então sempre odiei segundas-feiras. Mas no dia 29 de junho de 1998, novamente uma segunda-feira, voltamos a nos encontrar. Era meu último dia em Hogwarts. Voltei após a guerra para terminar os estudos, diferente de meus amigos. Naquele dia eu soube que o amor entre nós existia, mas ambos decidimos deixar tudo para trás e continuar nossas vidas. Casamos, tivemos filhos. Voltamos a nos falar há dois meses. - Ainda estava olhando para ele, e confesso que de certa forma, estava emocionada. - Mas olha onde estamos hoje. - E sorridente olhei para a repórter gorducha, que nos encarava com a boca aberta em um perfeito formato de “O”.

Draco parecia incrédulo e de certa forma feliz com o que falei. Não sei se foi por eu ainda lembrar de como nós nos conhecemos, ou do que ocorreu no dia em que me formei.

A série de perguntas continuou a vir, a maioria para Malfoy. Todas se referindo a mim como a “nascida trouxa” ou “ex-esposa de Ronald Weasley”. Hermione Granger, uma das bruxas mais inteligentes da própria geração sendo conhecida não pelo seu nome, mas por causa de seu sangue e ex-marido. Idiotice.

Acredito que a Doninha Saltitante percebeu meu incômodo, pois olhou seriamente para os repórteres.

— Antes de continuarmos, gostaria de pedir que parem de se referir à Hermione Granger como ex-esposa de Ronald Weasley, meu colega de profissão. Não há rixa alguma entre nós, assim como não há relação alguma entre eles, que agora só compartilham a dádiva da vida, pois tiveram dois filhos. Se forem se referir a ela, refiram-se pelo seu nome. Se forem fazer perguntas sobre nós, não nos perguntem sobre a morte de minha falecida esposa ou sobre o divórcio de Hermione. Por favor, peço que respeitem nossas vidas pessoais e nosso passado. - Pediu o loiro, sério.

Fiquei muito feliz com o que ele disse. Mas claro, não deixei nítido. Não daria esse gosto à ele.

As perguntas rapidamente voltaram a ser feitas, não apenas sobre nós, mas sobre meu posicionamento político em relação ao ministério, opinião atual de Draco sobre os nascidos trouxas e mestiços, economia, propostas, ações filantrópicas e muitas outras coisas relacionadas à campanha de Malfoy.

Depois de algum tempo com a mudança de comportamento dos noticiaristas em relação à mim, mais precisamente ao meio-dia, finalizamos a manhã de dúvidas. O loiro se levantou primeiro e estendeu a mão para mim. Aceitei e suspendi meu corpo com o seu apoio. Típico casal.

— Antes de todos sairmos do salão, gostaria que prestassem atenção. - “Ok, isso não estava no plano” reconheci. Fiquei confusa por um minuto, mas continuei sorridente ao lado do homem. - Queria que registrassem esse momento, que não só para mim, mas também para Hermione - “Ok, que diabos está acontecendo?” pensei. -, é muito importante.

Neste momento todos os repórteres já prestavam atenção, havia um silêncio na sala e todos os fotógrafos miravam suas câmeras para nós.

Draco se ajoelhou e meu movimento instantâneo foi saltar para trás, um pouco espantada. Ele deslizou a mão pelo blazer de seda, provavelmente feito à mão. Retirou do bolso uma pequena caixinha azul. É azul Tiffany. Identifiquei prontamente a marca. Não acredito que ele foi em uma loja trouxa para comprar isso. Ou será que enviou alguém?

Ok, acho que vou morrer. Não pensei que ele ia FAZER O PEDIDO. Achei que era simplesmente ACORDAR E APARECER NOIVA! Nunca passei por isso, o que eu faço? Digo sim? Mentir na frente de todos, por Merlin! Me sentirei muito culpada se isso sair em algum jornal (e infelizmente eu sei que vai. INFELIZMENTE).

— Hermione Jane Granger, você aceita ser minha esposa? - E abriu a caixa.

Quando o loiro abriu a caixeta, me deparei com um anel em platina, cravejado com minúsculos diamantes e uma esmeralda de tamanho considerável no centro.

Fiquei sem reação. “Uma esmeralda? Sério, Malfoy? Não podia ser um rubi?!”.

— Sei que você deve preferir rubis por serem vermelhos assim como a casa dos leões, a Grifinória, mas queria que você carregasse sempre um pedaço de mim contigo, então lhe dei algo que lembrasse de mim: o verde. Sei que nunca sonhou com um anel desses, mas queria lhe mostrar que te levo mais a sério do que qualquer um já levou.

“A Incrível Doninha Saltitante está usando legilimência para ler minha mente, só pode! E não se prova seriedade e companheirismo comprando as coisas, aprenda isso, loiro oxigenado”.

Foi a única coisa que consegui pensar antes de forçar as lágrimas e tentar demonstrar o máximo de emoção possível. Pousei a mão sobre a boca e escondi o sorriso. Depois de deixá-lo apreensivo devido à falta de resposta, o puxei para cima, erguendo-o. O abracei forte, beliscando o seu braço que não era visível aos jornalistas.

— Sim, sim! Mil vezes sim! - Exclamei alto o suficiente para ouvirem.

De fato, era inegável que eu estava feliz. Mas claro que não era por causa da doninha, e sim por causa do preço do anel. Imagina o quanto ganharei quando o vender! Espero ter sido convincente.

O loiro aproximou o rosto do meu e encostou os lábios gélidos contra minha testa. Fiquei imóvel. Minhas pernas bambearam. De certa forma… Me senti bem.

— 2.600 Galeões. Acho que já é o suficiente para seis meses, certo? - Sussurrou para mim, sorrindo de lado.

Fechei a cara, mas logo me recompus. Soltei-o rapidamente, mas com delicadeza para não suspeitarem.

 

Tsc. Malfoy estava sendo bom demais para ser verdade.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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