Utópico. escrita por DihDePaula


Capítulo 7
Capítulo 6 - Uma visita inesperada.




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Nikolay observava todo o seu povo em festa, aquela pequena chama de esperança crescia cada vez mais. A chance de recuperar tudo que lhe foi roubado, a chance de recuperar tudo o que foi perdido. O homem tinha um pequeno sorriso em seus lábios, era um dos poucos momentos que se sentia bem depois da morte de Amber, claro que ele estava preocupado com sua filha em meio aquelas cobras. Mas ele sabia a mulher e guerreira incrível que ele tinha enviado para aquela missão. Até seus outros filhos pareciam se divertir e estarem mais relaxados, principalmente Mark. O rapaz sempre se culpou por não ter conseguido salvar a mãe e isso entristecia Nikollay, porque ele sabia que Amber não ia querer aquilo. Estava distraído em seus pensamentos quando percebeu uma movimentação dos guardas que patrulhavam o acampamento, um deles veio correndo e gritou.

TEM ALGUÉM VINDO! —  Naquele estante a música cessou e todos assumiram uma postura defensiva, alguns correram para pegar armas outros somente observavam. Nikollay se aproximou do guarda para perguntar o que ele tinha visto quando foi surpreendido por duas figuras conhecida em meio a outros dois guardas e um sorriso se formou em seus lábios. Acenou para que a festa continuasse e sorriu para as duas pessoas que estavam ali enquanto se aproximava deles.

Pedro e Fernanda! Que prazer em revê-los! — A mulher abraçou Nikolay com um sorriso em seus lábios e em seguida o marido dela estendeu a mão para ele. Mas Nikollay o puxou para um abraço. A muitos anos atrás quando Amber havia acabado de descobrir que estava esperando Elena, o casal vindo da America do Sul apareceu pela região precisando de ajuda. A mulher estava grávida e prestes a dar a luz, então os guardas trouxeram eles para o acampamento e Amber havia ajudado a criança vir ao mundo, depois disso sempre que podiam visitavam o seu povo e eram sempre muito bem acolhidos. Havia se formado uma amizade entre os casais e entre as crianças, que como se viam com o intervalo de alguns anos acabaram de certa forma crescendo junto. Nikollay olhou por cima dos ombros do casal e franziu o cenho notando que estava faltando alguém. — Onde está Pablo?

O sorriso nos lábios de Pedro murchou formando uma linha reta, já a mulher apenas suspirou e deu ombros. Eles não precisavam mais dizer nada, ele sabia exatamente onde Pablo tinha ido, só esperava que o garoto não se metesse em confusão.

Ele é um rapaz esperto, não deve fazer nenhuma idiotice e pela manhã vai estar de volta. — Disse Nikollay com um sorriso nos lábios e indicou para que os recém chegados se juntasse a festa. Os dois seguiram Nikollay e logo Cameron e Agatha se aproximaram e cumprimentaram o casal, a conversa começou a fluir normalmente.

Sentimos muito pela Amber, Pablo recebeu uma carta informando todo o ocorrido. Ai ele decidiu que iria vir para cá e como não achamos uma boa ele vir sozinho decidimos acompanha-lo. É bom que estaremos aqui para ajuda-los, no que precisar. — Fernanda pronunciava aquelas palavras para Nikollay com um tímido sorriso em seus lábios. Aquele casal e seu filho faziam parte do único Clã de lobos restante na America do Sul, eram da família secundaria, mas tinham os genes para a transformação. Pessoas como eles estavam quase extintas do mundo inteiro, por isso eles se preservavam sempre evitando entrar em grandes batalhas ou em guerras, para proteger o máximo de sua espécie. Esse foi até o motivo deles abordarem sua vingança sem uma luta direta, não podiam correr o risco os Deverpolt's serem completamente extintos.

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Luna estava com seu extinto de preservação no nível máximo, mas ela resolveu se fazer de desentendida. Ela deu dois passos para trás e fez uma cara de jovem inocente, pequenas lágrimas começavam a cair de seus olhos, sim ela estava chorando baixinho, como se estivesse assustada.

Monsieur, deve ter me confundido com alguém. Meu nome é Luna D'Liacourt somente. Vim da França para passar um tempo com minha família. Por favor não me machuque, tenho certeza que podemos resolver isso sem violência. — manteve o sotaque francês se arrastando por cada palavra, precisava ganhar tempo para pensar no que iria fazer. Primeiro ela precisava descobrir quem era aquela figura misteriosa, depois descobrir se era inimigo ou aliado e se fingir de tonta era a melhor chance dela. Uma risada escapou dos lábios da pessoa, uma risada gélida e cortante que fez os pelos da nuca de Luna se eriçarem, provavelmente aquilo não acabaria bem.

Eu sei muito bem quem e o que você é. Filha de Nikollay e Amber, criança da profecia que veio até aqui para destruir Albert e os Campbell. — Luna se manteve em silêncio, a figura deu mais um passo em sua direção, um passo lento e ela somente observou. Realmente aquela pessoa tinha informações demais ao seu respeito, não adiantaria para ela negar, aquilo seria só uma perda de tempo. Luna resolveu que a melhor defesa era o ataque, sem perder mais tempo ela saltou sobre aquela pessoa. A pessoa foi pega de surpresa e não esperava aquele tipo de reação pelo visto, Luna desferiu um forte soco na região abdominal e um ruído que escapou dos lábios daquele individuo fez ela sorrir. Mas não demorou para ele se recuperar e revirar o ataque, o brilho metálico que ela havia visto era uma adaga prateada. O encapuzado maneou a adaga em direção a Luna e por muito pouco não cortou sua pele, cortou somente o seu vestido na parte de seu ombro direito. Agora uma parte do sutiã rendado estava amostra, mas ela era uma guerreira e a última coisa que iria se preocupar era com algo daquele tipo.

Luna respirou fundo e se concentrou em poucos segundos estalos grotescos eram ouvidos pelo quarto e no final dos ruídos suas mãos haviam mudado, as unhas que antes eram grandes e pintadas de um tom azulado, agora estavam enormes. Havia transformado as unhas em garras, o azul de seus olhos havia desaparecido. Agora lhe restava as orbes amarelas e com um olhar sedento, sedento por sangue. Com um sorriso em seus lábios ela avançou novamente na direção daquela figura. Ele tentava se defender dos ataques das garras dela utilizando a adaga, só que suas garrafas eram tão forte quanto aquela arma. Ela não se transformou por completo, porque seria extremamente doloroso e para ela lutar assim era bem mais divertido, afinal não poderia estripar o homem dentro do quarto e limpar antes que alguém aparecesse. Ele conseguiu desviar da maioria dos golpes dela, mas aquela pessoa não tinha percebido que tinha sido encurralado até sentir suas costas batendo contra parede. Luna mostrou os dentes novamente, que agora estavam diferentes mais afiados e prontos para rasgar carne humana caso fosse necessário. Ela ergueu a mão direita e se preparou para uma investida direto na garganta. Quando aquela pessoa jogou a adaga no chão e retirou o capuz.

Tudo bem baixinha, eu desisto. Você finalmente me ganhou, mas isso ai foi truque baixo. — Luna parou perplexa enquanto encarava a pessoa que estava a sua frente, ela o conhecia, conhecia até melhor que a si mesma. Os estalos ecoaram pelo quarto novamente e toda a fisionomia dela havia voltado ao normal. O rapaz retirou a grande capa preta e a depositou  em uma cadeira que ficava perto da lareira. Se aproximou da jovem com um sorriso travesso em seus lábios e a envolveu pela cintura puxando o corpo dela para si. — Vamos lá, não fique brava! Retribua meu abraço, vai Luna.

Pablo seu idiota! Eu podia ter matado você! Ou pior, alguém poderia ter visto você aqui e você estragaria o meu disfarça, sabe o quanto trabalhamos por isso?— Ela estava visivelmente irritada com aquilo, em sua maior parte é claro. Pablo é um amigo de longa data, praticamente cresceram juntos. Seus pais sempre visitavam os de Luna e isso deixou os dois próximos. Ele era dois anos mais velho e por isso começou a treinar antes dela, então até aquela noite Luna nunca havia ganhando Pablo em uma Luna. Mas por fim ela deixou seus braços se envolverem ao redor do corpo dele e o abraçou. Um suspiro de alivio escapou de seus lábios, nem ela sabia o quanto estava precisando de um abraço. Ficar no meio daquela gente que ela tanto odiava havia despertado um sentimento de solidão dentro dela, algo que ela nunca tivera antes. Pois sempre teve sua família ao seu lado, sempre teve Bruce. — Agora deixa eu ver você, faz dois anos que não nos vemos!

Ela exclamou com um sorriso em seus lábios, deu alguns passos para trás e o encarou de cima a baixo. Novamente ele havia crescido, deveria estar uns 10 ou 15 centímetros mais altos do que ela, um pequeno bico de frustração surgiu em seus lábios ao perceber aquilo. Os cabelos haviam crescido e estavam na altura dos ombros, eram negros assim como os dela, mas a pele de Pablo sempre entrava em contraste com a dela. Enquanto a dela era branca por causa da falta de sol, a de Pablo era bem bronzeada por causa da quantidade de sol que ela sabia que tinha no pais dele. Agora que estava sem a capa ela pode perceber que ele trajava uma regata branca, calças pretas e uma jaqueta de couro do mesmo tom da calça e das botinas. Pode perceber mesmo com as roupas que o corpo dele estava musculoso, provavelmente por causa dos treinos e da genética que eles tinham. Afinal, como Luna ele era um filho da lua. Ela mordiscou o lábio inferior de forma maldosa e o encarou novamente de cima a baixo, até que ele assobiou fazendo que ela fitasse a sua face.

Você também está bem diferente, princesa. — O olhar dele era tão malicioso quanto o dela, se aproximou e deixou seus dedos deslizarem pelos ombros direitos da morena, que agora estavam expostos por conta do corte que ele havia feito com a adaga. — Desculpe pelo vestido, acho que vamos ter que joga-lo fora. — Ao proferir aquelas palavras ele soltou uma risada e puxou o tecido com certa força, Luna observou enquanto o vestido era totalmente rasgado e ela havia acabado de ficar semi nua na frente de Pablo, mas não seria a primeira vez.

Tecnicamente o vestido não era meu, então não me importo. E vamos logo ao que interessa, porque não temos muito tempo. Você tem que sair daqui antes que a empregada venha me acordar para o café da manhã. — Luna deu ombros enquanto falava sobre o vestido e em seguida sem perder mais tempo colocou o seu corpo ao de Pablo. Seus lábios naquele momento se uniram em um beijo que era uma mistura de saudade com desejo, ele não tardou a retribuir os beijos e envolver seus braços ao redor do corpo dela. Em poucos segundos ele a ergueu em seu colo e Luna entrelaçou suas pernas ao redor da cintura dele, Pablo andava em direção a cama e aquilo fez Luna sorrir. Eles não eram um casal apaixonado, eram somente amigos com benefícios, bom pelo menos da parte dela. Luna pode sentir os lábios dele descendo por seu pescoço, era uma coisa que lhe causava arrepios e que acabou lhe arrancando uma risada baixa.

A noite para Luna havia sido maravilhosa, com a visita de Pablo a solidão diminuiu, assim como os desejos que ela tinha acumulado ao longo dos últimos dois anos. Afinal, por ela ser quem ela era muitos dos outros jovens tinham medo de tentar algo com ela e serem mortos ou por ela, ou por seus irmãos, ou por seu pai ou até mesmo por Cameron, que na maior parte do tempo era um banana. Por isso que ela gostava dessa amizade com beneficio que tinha com Pablo, ele nunca teve medo dela ou de sua família, ele sempre teve respeito e isso era algo que ela prezava muito. Pablo dormia profundamente ao seu lado, ela não sabia por quanto tempo haviam ficado imersos um ao outro. Levantou-se e caminhou em direção ao armário e de dentro dele puxou um robe de cetim preto, não demorou a vesti-lo. Primeira coisa que Luna fez foi ir até a escrivaninha que tinha no quarto, iria aproveitar que Pablo estava ali para levar sua carta pára Nikollay, ela tratou de contar todos os acontecimentos do jantar e os acontecimentos depois do jantar em relação a Sebastian e Luce, algum tempo depois ela já havia terminado, então enrolou o papel e deixou o mesmo sobre a escrivaninha. A jovem caminhou até a sacada e ficou observando o silêncio que tomava conta daquele lugar naquele horário, ficou olhando para a floresta imaginando como estaria o seu povo. Ao encarar o horizonte pode ver o mesmo começar a clarear, ela respirou fundo e com passos rápidos caminhou até Pablo, segurou os ombros dele e o sacudiu até que ele acordasse.

Hã? Que foi? Onde é o incêndio?— Perguntou o jovem enquanto se sentava esfregando o rosto com as próprias mãos. Ela soltou uma risada e maneou a cabeça negativamente, catou as roupas dele que estavam espalhadas pelo chão e jogou sobre ele.

Vá logo. Está quase amanhecendo e você tem que sair daqui enquanto ainda estiver escuro. Se não vai acabar sendo pego. — Caminhou com passos rápidos até a escrivaninha enquanto Pablo começou a vestir as próprias roupas, se aproximou dele e estendeu a carta com um sorriso nos lábios. — Já que está aqui, entregue isso ao meu pai. Diga que me viu e que estou bem. Também acalme Bruce, ele deve estar histérico. Nunca ficamos longe antes, está sendo difícil para mim. Com certeza está pior para ele —  Pablo já estava vestido, ele deslizou as mãos pelos cabelos que estavam emaranhados tentando arruma-los, depois disso ele colocou a carta em seu bolso. Luna se aproximou e o beijou uma última vez, aquele beijo foi mais demorado do que ela esperava. Mas ela sabia que agora estaria sozinha de novo, então aquele beijo seria algo bom para lembrar quando sentisse a solidão preencher seu coração. Pablo mordiscou o lábio inferior de Luna e aquilo fez a morena rir. – Agora vá!

Sem dizer mais nada ele pegou a capa e envolveu seu corpo com a capa, escondendo o mesmo. Pegou a adaga que havia ficado no chão e prendeu em seu cinto, sem mais delongas ele simplesmente saltou pela sacada. Aquilo fez com que ela revirasse os olhos, ele realmente não sabia como ser discreto. Luna respirou fundo e começou a catar as próprias roupas que estavam espalhadas, o conjunto de lingerie ela jogou no cesto de roupa suja. Ela observou o vestido e viu que aquele ali não tinha salvação, então ela simplesmente acendeu a lareira e jogou o vestido dentro. Ninguém precisava ver aquilo, a jovem foi para o banheiro e tomou uma ducha fria para acalmar seus ânimos. Ficou somente enrolada no robe e foi para cama, decidiu que iria dormir um pouco. Afinal, passou a noite inteira acordada e precisaria estar bem para encarar o dia que lhe esperava ao lado dos Campbell.


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Notas finais do capítulo

Para compensar o último que saiu bem grande, rsrs!

Não esqueçam de votar e comentar!!

Me digam o que acharam do Pablo?

De quem vocês querem que ela vá atrás primeiro?

Do Albert ou do Bernard?

Amo vocês ♥



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