Utópico. escrita por DihDePaula


Capítulo 6
Capítulo 5 - Mantenha seus amigos perto e os inimigos ainda mais perto.




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Luna tinha que admitir que estava impressionada com aquele lugar, ela deixou seu corpo repousar sobre a cama por algumas horas. Não conseguiu dormir pois sua mente estava acelerada enquanto ela repassava o plano mentalmente. E Também precisava se preparar psicologicamente para aquele jantar e para o tempo que teria que aturar aquela corja e fingir que era uma deles. Aquele tipo de pensamento embrulhava o estomago da jovem, mas era algo necessário. Ela não sabe ao certo por quanto tempo ficou perdida em seus devaneios, foi tirada deles por uma batida na porta. A jovem sentou-se e deslizou os dedos pelos fios negros e disse com uma voz firme.  — Entre.

Uma mulher  que devia ser somente alguns anos mais velha que ela entrou no quarto com a cabeça baixa e não tardou a fechar a porta atrás de si. Ela tinha cabelos loiros que estavam presos por baixo de uma touca, um vestido preto com meias mangas e um avental branco estava amarrado na frente de sua roupa, era uma das empregadas que tinham lhe falado mais cedo. Luna a fitou com certa curiosidade e com o cenho franzido, estava esperando para ver o que ela queria.

Boa noite Srta. D'Liancourt, sou Abigail e irei  servi-la enquanto estiver por aqui.  Cuidarem de todas as suas necessidades, manterei seu quarto impecável e a acompanharei sempre que precisar. — A mulher em nenhum momento ergueu os olhos enquanto falava com Luna e aquilo a irritou. Era assim que eles tratavam as pessoas? Oprimindo e dizendo que eles tinham que ficar de cabeça baixa como se fossem inferiores? Isso era o que Luna mais admirava em seu pai e seu tio Cameron, por mais que eles fossem da "realeza" do clã eles nunca trataram ninguém de forma diferente ou inferior, todos eram tratados como iguais, todos tinha deveres e obrigações. Ela maneou a cabeça negativamente e respirou fundo, quando ela fez isso percebeu que a mulher se encolheu, como se temesse te-la irritado. Luna respirou fundo novamente e se acalmou, a vontade dela era de voar no pescoço daqueles que trataram mal aquela jovem a sua frente. Um sorriso se estendeu pelos lábios da morena e no tom mais suave e doce possível ela começou a falar.

— Muito prazer em conhecê-la Abigail, primeiro de tudo deve me chamar de Luna e de você. Segundo vou aceitar sim sua companhia porque preciso de amigos já não conheço ninguém de verdade nessa cidade e você parece ser uma excelente pessoa! — Pela primeira vez a mulher encarou Luna com uma expressão um pouco perplexa, mas a jovem manteve um sorriso amigável em seus lábios enquanto fitava Abigail. Luna lembrou de manter o sotaque Francês arrastando sobre o inglês em cada palavra, não poderia estragar aquele disfarce.— E vou aceitar sua ajudar por que Chérie, eu não conheço nada nesse lugar e pelo visto os costumes também são bastante diferentes. — A expressão da jovem parada em sua frente começou a mudar, primeiro um sorriso tomou conta dos lábios rosados da moça e em seguida uma expressão de alivio tomou conta da face dela. Devia ter ficado aliviada por Luna não ser mais uma que a trataria mal.

Vou ajudá-la em tudo que precisar Srta. D'Lian..... Luna. — Disse a mulher um pouco encabulada depois que Luna a repreendeu com os olhos quando ia chamá-la pelo sobrenome. Mas em seguida Luna deu uma pequena risada e acenou para que ela continuasse. — Agora acho que o melhor a fazer é preparar o seu banho para começar a arruma-la para a hora do jantar. E enquanto você se banha eu posso ir guardando seus pertences?! — A forma que ela falou fez Luna soltar uma risada baixa, ela começava a parecer na duvida do que realmente iria fazer. E se ela não sabia, Luna menos ainda. Mas a morena somente assentiu confirmando as palavras dela e rapidamente um sorriso tomou conta dos lábios de Abigail. A Loira com passos rápidos foi em direção a uma porta dupla que tinha dentro do quarto, Luna ainda não tinha explorado nada além da cama. Que era bem macia e quente por sinal.

Você gosta da água quente ou morna? E quais sai você gosta? — Luna a encarou confusa, os banhos no acampamento geralmente era gelado e sem muitas coisas, só durante o inverno que eles esquentavam a água. Ela deu ombros e disse para Abigail. — Quente e use o que achar melhor. — Com um sorriso nos lábios Abigail assentiu e adentrou o cômodo do banheiro, não demorou para Luna ouvir o som de água se chocando contra algo. A morena caminhou até a sacada novamente e ficou encarando a cidade perdida em seus pensamentos, daquele lugar dava para ver todos os níveis com perfeição. E podia ver um grande portão negro no nível um. Atrás daquele portão se estendiam diversas casas , era uma vila, a vila que um dia pertenceu ao Clã Deverpolt. O lugar era enorme, mas parecia que a maior parte estava abandonado a antes e Luna sabia o motivo.  Uma voz suave e amigável a tirou de seu devaneio.  — Srta. Luna, seu banho já está pronto. Deseja que eu lhe banhe? 

Luna maneou a cabeça negativamente e tentou esconder seu desconforto com a  possibilidade de alguém lhe banhar. Abigail assentiu e foi em direção as grandes malas que estavam depositadas no chão e começou a esvaziá-las depositando os pertences da verdadeira Luna D'Liancourt no armário, nas cômodas e na penteadeira que se espalhava pelo quarto. A morena se encaminhou para o banheiro e fechou as portas logo atrás de si e quando ela encarou aquele cômodo ela acabou arfando de certa forma maravilhada com aquilo. O cômodo era grande, era maior do que o quarto que ela tinha na floresta. Ela já tinha se espantado com o quarto e agora tinha a mesma reação com o banheiro. No canto direito se estendia uma larga pia com alguns produtos femininos espalhados pela mesma e um grande espelho, que basicamente dava para ver o banheiro inteiro por ele, quando se olhava para a esquerda um grande banheira com uma banheira luxuosa em uma tonalidade de branco gelo e bordas douradas, estava coberta com água e espuma. O cheiro que aquele lugar exalava era de lavanda com algum cheiro que ela não conseguia identificar. Perto da pia também se encontrava um sanitário para as necessidades básicas e um pouco mais ao lado um chuveiro com um boxer enorme com portas de vidros com pequeno detalhes dourados desenhados pelos mesmo. Aquilo provavelmente era para um banho rápido quando necessário. Luna ergueu seus dedos pelas alças do vestido azul e calmamente deslizou as mesmas para baixo, conforme ela fazia isso o vestido foi deslizando pelo seu corpo até tocar o chão, tirou também sua peça intima e viu que perto da banheira tinha uma espécie de cesto de palha com uma tampa. Imaginou que era para depositar suas roupas já sujas, então ela se agachou pegando as roupas que havia tirado e em seguida depositou a mesma no cesto. Sem mais demora ela deixou seu corpo afundar em meio a espuma e a água quente e suspirou aliviada, os músculos que estavam tensos por estar naquele lugar começaram a relaxar. Aquele cheiro era maravilhoso, ao lado da banheira haviam prateleiras, elas se encontravam sais de banho, sabonetes, xampu e condicionador. Por um tempo ela somente relaxou e aproveitou a água quente, mas sabia que aquela paz não duraria muito. Pois ela tinha um jantar com as presas que ela viera caçar e tinha que se passar por um doce e inocente parente distante. Depois de um tempo ela finalmente saiu da água um tanto decepcionada até, estava realmente bom. Estava começando a entender o porque de seu pai querer voltar tanto para a cidade, a água quente, o luxo eram certamente coisas com que Luna poderia se acostumar, eram coisas que mais da metade de seu povo tinham sido obrigados a deixar para trás, mas ela recuperaria tudo que lhes foi tomado.  Saiu do banheiro com uma toalha enrolada em seus cabelos e outra envolvendo seu corpo, havia secado a maior parte de seu corpo, mas algumas gotículas ainda estavam presas em sua pele.

Como hoje está uma noite quente e agradável separei esse vestido amarelo para senhorita, esse cinto para colocar sobre o mesmo, esse scarpin branco e algumas jóias que combinassem com o mesmo. O que achou? — Parecia que Abigail estava realmente gostando da liberdade que Luna havia lhe dado, estava realmente aproveitando a situação. A morena sorriu e se aproximou da cama encarando o vestido, era um vestido amarelo, mas um amarelo suave ele parecia ser mais justo na parte de cima e quando chegava na cintura a saia do mesmo se expandia, provavelmente ficaria um pouco acima do joelho de Luna. Ela não demorou para ir ao armário e pegar um conjunto de peça intima, o conjunto era rendado em um tom de preto. Deixou a toalha deslizar de seu corpo e começou a vestir o conjunto de lingerie em seguida se aproximou do vestido e colocou o mesmo. Ele a vestia perfeitamente, com um leve decote amostrando os seios fartos e por não se muito comprido quando ela se sentou para calça as scarpin pode observá-lo subir um pouco e revelar uma parte da coxa grossa da jovem, por causa dos treinos o corpo de Luna era definido. Não ficou enrolando mais e com a ajuda de Abigail colocou o cinto, jóias  e quando a mulher se ofereceu para maquiá-la e cuidar de seus cabelos ela assentiu aliviada. Apesar de todas as aulas que teve com Agatha e Amber sobre maquiagem e penteados sempre fora algo que ela detestou fazer, de certa forma se sentia feliz por ter alguém para ajudá-la com aquilo.

— São 20:05 os patrões não ficaram felizes por eu não ter conseguido arrumá-la a tempo. — A Expressão de Abigail era de medo, aquilo só fez com que algo fervesse dentro de Luna. Como será que eles tratavam as pessoas, não era de uma forma boa já que a menina a sua frente parecia morrer de medo. A morena maneou a cabeça negativamente e disse.— Não se preocupe que eu assumirei a responsabilidade, afinal fui eu que demorei no banho e não quis a sua ajuda. Vamos, me acompanhe até a sala de jantar, porque eu não faço ideia de onde fica. — Luna soltou uma risada e com isso os ombros da loira relaxaram, a mesma assentiu e acompanhou Luna até a sala de jantar. Quando Abigail apontou a porta Luna disse que ela podia ir, que ela entraria sozinha e assim Abigail fez. Quando ela virou em um dos corredores e sumiu da vista de Luna, a mesma respirou fundo e se concentrou, precisava entrar em seu personagem.

Bonne nuit! Desculpem a demora estava tão cansada da viagem que acabei dormindo demais! — Ela soltou uma baixa risada enquanto encarava todos ali, parecia que ela havia entrado em meio a algum tipo de discussão ela deixou a cabeça tombar um pouco para o lado e os encarou com uma expressão confusa. — Interrompi ou atrapalho algo?

— Não querida, imagina! Impressão sua, venha se sentar ao meu lado! — Se ela se lembrava bem aquela mulher era Amélia esposa de Travis e sua suposta tia. Travis estava sentada a cabeceira da mesa, ao lado direito estava Albert e ao seu lado Bernard que travou de amostrar os dentes para Luna, o estomago dela embrulhou, mas ela se esforçou e deu o seu melhor sorriso para ele e todos que estavam ali. Do lado esquerdo estava Amélia e ao lado dela tinha uma cadeira vaga, então ao lado dessa cadeira vinha Sebastian e ao seu lado estava Lucinda. Assentiu ao pedido daquela mulher e caminhou graciosamente até a cadeira que estava ao lado dela. O único com que estava escutando era de seus saltos estalando contra o chão de madeira, a sala de jantar era enorme e incrivelmente luxuosa como parecia ser toda casa. Aquela mesa estava farta de comida, coisas que Luna nunca havia visto em sua vida e a mesa também deveria acomodar aproximadamente umas 20 ou 30 pessoas, então sua caminhada até onde sua "titia" estava havia sido maior do que ela esperava. E todos os olhos estavam sobre ela, mas ela fez sua parte se manteve sorrindo e caminhando com elegância. Assim que se sentou todos a cumprimentaram com aceno de cabeças, exceto Amélia que a abraço e depositou um beijo em sua face. A vontade de Luna era de passar a mão para limpar o seu rosto, mas não podia fazer aquilo.

Conseguiu descansar e se acalmar? — Disse Travis enquanto erguia uma taça aos lábios e sorvia o liquido que tinha no mesmo. Luna assentiu positivamente e pegou o copo que estava a sua frente e deu um gole, era algo que ela nunca havia tomado. Tinha pequenas bolhas e tinha uma cor clara, quase transparente. Podia sentir o álcool ao longe da bebida, o Maximo que ela já havia tomado era cerveja e whiskey que seu  povo havia roubado de algum comboio que vinha para a cidade, ela não fazia ideia do que era aquilo. Mas tinha que admitir que era gostoso.

— Oui, oui! Sei que agora estou seguida junto aminha família e não preciso me preocupar. Dormi bastante assim que entrei no quarto, por isso acabei me atrasando. — Ela soltou uma risada baixa e um leve rubor tomava conta de seu rosto, como se ela estivesse envergonhada por dizer aquilo. Sim, ela havia aprendido a corar falsamente, mas em vez de estar com vergonha ela pensava em coisas que lhe davam raiva e sua face ficava vermelha da mesma forma e tudo que ela tinha que fazer era uma expressão de inocência e vergonha para que achassem que ela estava encabulada com algo.

Não precisa se envergonhar querida Luna. Foi uma viagem cansativa e ainda teve um pouco de trauma pelo caminho. E normal que estivesse exausta. — Uma risada escapou dos lábios de Bernand antes dele proferir aquelas palavras, depois de dizer aquilo ele sorriu e piscou para a morena. " Meu deus, eu vou acabar vomitando." Pensou Luna enquanto se controlava para não revirar os olhos. — Bom, agora que nossa convidada chegou, acho que já podemos comer.

— É, mamãe não deixou que tocássemos em nada além das bebidas até que você chegasse, ela achou que seria falta de educação. — Quem proferiu aquelas palavras foi Luce enquanto se inclinava na direção de Luna e dizia aquilo em um falso sussurro, Amélia tentou repreende-la, mas ela não se importou. E naquele momento tanto Luna quanto Sebastian começaram a rir baixinho, ela ergueu seus olhos azulados na direção daqueles dois e sorriu fazendo uma careta.

Não precisava ter se preocupado com isso, eu nunca acharia ruim se começassem sem mim. Afinal, eu quem me atrasei por dormir demais. — Ela tinha que admitir que estava faminta, toda aquela ação na abordagem na carruagem, depois a troca de roupa corrida dentro da carruagem e ainda teve que amarrar a verdadeira D'Liancourt. Depois vir para esse lugar e fingir ser uma gatinha assustada depois de ter matado duas pessoas, era realmente exaustivo e acabara abrindo o apetite dela. Então Luna ficou encarando o  prato a sua frente tentando identificar o que era aquilo, logo os empregados se aproximaram da mesa e começaram a servir os pratos diante de cada um que estava ali, todos aguardavam recostado na cadeira e Luna fez o mesmo.

Espero que goste de cordeiro assado com molho de anchovas! — Disse Amélia um tanto quanto empolgada enquanto um dos empregados servia Luna. Como ela nunca havia comido aquilo ela apenas sorriu e tomou o talher em sua mão, sem demorar muito levou uma pequena quantidade de comida até seus lábios, ela sabia como se portar em uma mesa. Havia recebido aulas de etiqueta durante anos.

Então, nos fale um pouco de você. Sua mãe quase não me contou nada sobre você. Na verdade não falo com ela basicamente desde seu nascimento, até achei estranho ela ter mandado você para nós sem nos dizer o motivo. — Amélia tentava falar aquilo da forma mais casual possível. Ela pode perceber vários olhares em sua direção a espera de uma resposta, pelo que Ethan havia dito a sobrinha iria chegar, mas ninguém sabia o porque, na carta só dizia que tudo seria explicado quando ela chegasse ali. Mas Luna havia sido esperta, junto com Bruce retiraram essa informação da verdadeira sobrinha dos Campbell e ela sabia exatamente o porque a garota tinha sido mandada para lá. Ao terminar de mastigar ela levou a taça aos lábios e deu mais um gole naquela bebida adocicada antes de começar a falar.

Como vocês são minha família, acho que posso contar a verdade a vocês. Como vocês sabem a França voltou a ser uma monarquia e minha família acabou ganhando um titulo, mas meu pai ganhou o titulo de Marques e resolveu que era a hora de eu me casar. — Naquele momento todos olharam para elas espantados. — Isso mesmo que estão pensando, nos dias de hoje um casamento arranjado. E um Duque muito conhecido ficou sabendo disso e logo se dispôs a pedir a minha mão. Mamãe foi totalmente contra isso e eu também, principalmente porque o cara deve ter pelo quase uns 80 anos. — Luna estremeceu e até sentiu pena da garota quando ouviu aquelas palavras, seria horrível uma jovem de 19 anos se casar com um homem velho e gagá. Percebeu a expressão de horrorizados que estava estampado na face de todos da mesa e continuou. — Então mamãe bolou um plano, disse ao Duque quando ele foi até lá que não poderia dar a resposta agora pois eu tinha ido viajar para estudar na cidade de alguns parentes distantes. E que só eu poderia responder aquela pergunta. Ela sabia que papai me forçaria aceitar para aumentar o poder de nossa família naquela região, então sem nem falar com meu pai ela escreveu a carta e mandou para a senhora. E algumas horas depois eu também estava saindo . Fiquei algum tempo hospedada em Paris e depois vim para cá, assim dando tempo da carta chegar para não pegar a todos de surpresa.

Ninguém disse nada, apenas a encaravam horrorizados. A Jovem então tomou a taça novamente em suas mãos e de uma única vez sorveu totalmente o liquido que estava ali, não demorou para um empregado se aproximar com uma garrafa e preencher o copo dela novamente. Conseguiu rapidamente ler a palavra "Champanhe" no rótulo, mas não consegui ver mais do que isso. E Luce foi a primeira a mostrar sua indignação, a jovem com os cabelos cor de mel arfou indignada e começou a falar.

Isso é um absurdo, em que século eles acham que estamos? Obrigar uma mulher a se casar por um titulo! Ora, francamente. Que horror minha prima, ainda bem que veio para cá. Não se preocupe, fique aqui o tempo que precisar, se quiser não volte nunca. Assim ninguém poderá obrigar você a casar. — Um sorriso se formou nós lábios de Luna, era falso é claro. Mas quase, quase bem quase lá no fundo ela conseguia sentir uma pequena empatia por aquela jovem. Ela maneou a cabeça positivamente e voltou a comer o seu jantar.

Ou você pode acabar encontrando alguém e se casando, ai eles não poderiam obriga-la a se casar. — Quem proferiu aquelas palavras foi Albert, ele a encarava com um sorriso maldosos nos lábios, os dentes amarelados estavam expostos naquele sorriso. Ela quase tinha certeza de que ele estava paquerando ela ou algo assim. E aquele pensamento revirou o estomago dela. Pelo visto ela não foi a única a perceber isso, porque no momento que Albert falou Sebastian que estava em silêncio bebericando o champanhe engasgou com o mesmo e começou a rir.

Como se ela fosse dar confiança a uma cobra. — Resmungou ele conforme erguia o guardanapo até seu rosto para secá-lo. Nesse momento a expressão de Albert mudou, seu rosto adquiriu uma tonalidade vermelha e suas veias saltavam nas laterais de seus olhos e de seu pescoço, então de uma forma grosseira e usando um tom alto ele esbravejou.

O que você disse moleque? Repete! Repete que eu parto a sua cara ao meio. — Ele se colocou de pé deixando a cadeira tombar para trás, todos olhavam aquela cena com os olhos arregalados. Por fora estava com uma expressão de assustada, mas por dentro Luna estava adorando aquilo. E naquele momento Sebastian e Luce explodiram em gargalhadas e Luna teve que ter muito auto controle para não fazer o mesmo. Mantendo a expressão confusa, usando todo auto controle que tinha.

Vai fazer o que cascavel? Dar o bote? — Luce debochava e se colocava de pé e era seguida por Sebastian que se divertia com a expressão de Albert e Travis. Travis estava visivelmente furioso, Amélia estava horrorizada e Bernard parecia estar apostando mentalmente em quem ganharia aquela discussão. — Você nem é burro o suficiente para encostar um dedo em nós. Pode até convencer meu pai a fazer merdas como atacar o Clã Deverpolt e matar pessoas inocentes, mas não é estúpido suficiente para encostar nós filhos dele. Porque caso seja, provavelmente ele vai esfolar sua pele na lua cheia e usar ela como tapete. Me poupe, se poupe e nós poupe de ter que olhar para a sua cara.

— Se você sumisse seria um favor que nos faria, mas não aconselho a ir a floresta. Provavelmente também te esfolariam lá por seu um traidor e um belo de um filho da pu....— Nesse momento Travis se levantou sua expressão era de fúria pura e ele jogou a taça contra a mesa fazendo Sebastian se silenciar não o deixando terminar sua frase. Então começou a falar alto e visivelmente irritado.

— CHEGA! Chega dessa discussão. Albert vá para o meu gabinete, que precisamos conversar em particular. — O homem de cabelos negros saiu com passadas pesadas ecoando pela sala de jantar que agora estava silenciosa, mas o silêncio foi quebrado por Sebastian e Luce que começaram a rir baixo. Mas logo eles se calaram quando Travis os encarou e disse. — E vocês deveriam se envergonhar, quantas vezes eu já falei que esse maldito nome não deve ser repetido. Muito menos na frente das visitas. — Naquele momento ele apontou para Luna. Ela abaixou a cabeça, fingindo desconforto  pro causa da situação. Mas ela respirava fundo com os olhos fechados, tentando acalmar seus ânimos. Ouvi-lo falar daquela forma sobre o seu povo mexia com ela, fazia com que ela quisesse pular em cima dele e retalhá-lo com seus dentes e garras, mas infelizmente ainda não era a hora. — Melhor vocês se retirarem também.

— Minha querida, me desculpe por isso tudo! Mil perdoes pela falta de educação. Eu não sei o que fiz de errado com esses dois. — Amélia havia tomado uma das mãos de Luna, a jovem ja tinha se acalmado e respirou fundo para conseguir abrir um sorriso para aquela mulher e disse. — Mon chéri, não se preocupe com isso.  Acredite está sendo até calmo, os jantares lá em casa as vezes são bem mais agitados.  Mas acho que irei me retirar, creio ter me excedido no champanhe e minha cabeça esta latejando.  Com licença!

Luna exclamou dando um sorriso fraco aos três que haviam permanecido ali, saiu pelas mesmas portas que Luce e Sebastian, deu alguns passos para frente e não se conteve mais. Explodiu em gargalhadas com a cena que havia acabado de presencia, ela simplesmente não conseguia parar de rir, pelo visto ela não teria muito trabalho de destrui-los. Eles estavam fazendo isso sozinhos, ela só precisaria dar um empurrãozinho. Pequenas lágrimas escapavam das beiradas de seus olhos e ela precisou respirar fundo algumas vezes para consegui se concentrar e parar de rir. Ela respirou fundo mais uma vez e enxugou as lágrimas e segui em direção pelo corredor que achava que tinha vindo com Abigail, mas ao virar no corredor Luce e Sebastian estavam ali com o cenho franzido e agora a encaravam com uma expressão confusa. Parece que ela tinha sido pega no flagra com seu ataque de riso e eles pareciam esperando uma explicação, mas ela soltou mais uma risada e se aproximou dele dizendo.

Pardon, mas aquela cena foi hilária. Não podia rir na frente de seus pais ou poderia sobrar pra mim. Mas aquele ser nojento se insinuando pra mim, arg! Me da embrulho no estomago só de pensar, ele é tão patético quando o velho gagá de quem eu fugi. — Eles então começaram a rir e Luna soltou a respiração, que nem havia percebido que estava prendendo.

— Não se preocupe priminha, todos nos compartilhamos de seu pensamento. Bom, pelo menos nós dois sim. — Disse Luce se aproximando e estendendo o braço para Luna, que aceitou e começou a caminhar com ela e Sebastian ao seu lado. Luce parecia estar feliz pela atitude de Luna naquele momento e disse. — E também não se preocupe que a última coisa que pretendemos é deixar você se casar com um velho gagá ou uma cobra peçonhenta!

Me da calafrios só de pensar! — Ao pronunciar aquelas palavras a morena estremeceu e fez uma cara de nojo, aquilo fez os dois que a acompanhavam começarem a rir. —Na verdade eu nem pretendo me casar, não sei porque todos acham que a mulher só vai ser feliz se casar e tiver filhos.  — Luce maneou a cabeça concordando e seu sorriso ficou anda mais largo perante Luna, parecia que ela concordava com aquela linha de raciocínio. A verdade era que Luna não pretendia se casar porque isso nunca esteve em seus planos, pois ela sabe o risco de estar infiltrada em território inimigo, se fosse descoberta seria morta na mesma hora.

Eu concordo com você sobre isso! Se um dia eu amar alguém e achar que vale a pena casar eu posso  até casar, mas casar só para agradar a sociedade! Eu duvido! — Conforme ela falava a expressão que tomava conta do seu rosto variava, ela franzia o cenho e negava com a cabeça conforme mexia a mão livre fazendo um sinal de não com o dedo indicador. E isso fez Luna rir baixinho!

Eu sou um romântico incurável, acredito no verdadeiro amor e espero um dia achar alguém que eu ame e que retribua esse sentimento. — Disse Sebastian dando ombros como se aquilo fosse algo completamente normal.  Luce começou a rir e negou com a cabeça enquanto dizia. — Ai irmãozinho, você não tem jeito né!

O que eu posso fazer? — Disse ele em um tom dramático. Aquela informação havia sido útil para Luna, ela saberia usar de seus truque s e fazê-lo se apaixonar por ela e fingiria que estava apaixonada por ele. Bernard cairia pela luxuria, Travis pela corrupção, Albert pelo medo e pela loucura. Ainda não tinha decidido o destino dos outros três, mas naquele momento o de Sebastian foi traçado, ele cairia pelo amor. Agora só faltava ela descobrir mais sobre Amélia e Luce e ver como usaria isso contra elas.

—  Vocês sabem onde fica o meu quarto? Eu realmente não lembro mais o caminho, os corredores são todos iguais para mim. — A moreno soltou uma risada baixa enquanto dava ombros, ela na verdade sabia muito bem o caminho. A memória de Luna era impecável e jovem era extremamente detalhista, sabia as pequenas diferenças que tinham em cada um dos corredores que levava até o seu quarto. Mas decidiu que era melhor continuar fazendo amizade com os dois, assim seria mais fácil de descobrir coisas para serem usadas contra eles. — E me tirem uma duvida, quem são os Deverpolt's que vocês falaram? E o que aconteceu? — Ela perguntou com uma expressão confusa e o cenho franzido, sabia exatamente quem era o seu povo e a historia de seu povo. Luce respirou fundo e  foi a primeira a começar a falar.

Assim como seu pai fez escolhas ruins o nosso também fez. Só que as escolhas do nosso pai foram influenciadas pela cascavel do Albert e acabou afetando a vida de várias pessoas boas. Incluindo a sua, aquele ataque que você sofreu foi consequência de uma decisão imbecil que nosso pai tomou a alguns meses atrás. — Ela realmente parecia não concordar e muito menos gostar daquilo, a expressão  de Sebastian não era diferente. Talvez eles fossem pessoas boas, mas ela seguiria as ordens que ela tinha e as ordens que ela tinha era de destruir aquela família inteira, assim ela o faria. Quando chegasse ao quarto pretendia enviar um corvo ao seu pai contando todo o ocorrido do jantar e deixaria ele tomar qualquer decisão, afinal ele era o lider.

Bom, é melhor falarmos sobre isso outro dia e em outro lugar. As paredes tem ouvidos. — Ao pronunciar aquelas palavras Os olhos azuis de Sebastian se direcionaram para uma porta a poucos passos que estava entre aberta e alguém espiava pela porta, rapidamente a porta se fechou fazendo que Luce soltasse uma pequena risada. Depois de alguns corredores eles chegarem em frente a grande porta que levava para dentro do quarto que Luna estava hospedada. Sebastian ergue a mão para ela e Luna depositou sua mão sobre a dele com um pequeno sorriso tímido em seus lábios. Ele ergueu a mão dela aos lábios e desferiu um pequeno beijo e sorriu dizendo em seguida. — Bonne nuit, mademoiselle.

Bonne nuit, monsieur et mademoiselle! — Disse a morena com um sorriso encarando os dois irmãos, Luce se inclinou e desferiu um beijo no rosto da jovem. Não demorou para eles dois começarem a se afastar, as mãos da jovem rapidamente foram para a maçaneta e respirou fundo conforme entrava em seu quarto, assim que o fez rapidamente passou a chave na fechadura. Foi direto par ao banheiro e lavou a sua face e suas mãos, estava com uma expressão de nojo tomando conta de sua face. Resolveu que era melhor tomar uma ducha e começar a escrever para o seu pai, que já deveria estar esperando noticias sobre o jantar. Rapidamente voltou ao quarto para buscar roupas mais confortável para dormir, chutou os saltos para fora de seus pés e os deixou espalhados pelo caminho.

Boa noite, Luna D'Liancourt ou eu deveria dizer Luna Deverpolt? — Uma voz fria fez com que Luna se sobressaltasse assustada. Ela mal havia chegado ali e alguém já havia descoberto ela? Ela mataria qualquer um para proteger o seu disfarce, sua missão estava longe de acabar. Seus olhos azulados rondaram o quarto a procurar de onde saia aquela voz, então no canto da parede perto da cama uma sombra se mexeu, a figura estava encapuzada e começou a  caminhar na direção dela. Não conseguiu ver o rosto da figura misteriosa, mas viu algo brilhante em meio as vestes negras e seu sangue gelou, provavelmente era uma arma.


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Notas finais do capítulo

Que será a figura misteriosa? Deixem seus comentários sobre quem vocês acham que pode ser!!
Inimigo ou aliado?
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