Utópico. escrita por DihDePaula


Capítulo 5
Capítulo 4 - Primeiro passo.




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Depois do assassinato de Amber a sede por vingança e o ódio do Clã inteiro aumento em tamanho desproporcional. Amber era amada e respeitada por todo o seu povo, ela sempre estava disposta a ajudar aqueles que a cercavam sem nunca esperar nada em troca, era uma alma doce e bondosa que havia sido brutalmente assassinada. O Clã inteiro agora estava empenhado na vingança de Nikolay. Os filhos do casal treinavam combate incansavelmente, a criança escolhida treinava combate, continuou seus estudos para parecer da alta sociedade e agora ainda tinha que acompanhar sue pai nas tarefas do clã para aprender como deveria liderar o seu povo caso Nikolay morresse. Madame Seraphine ajudava os gêmeos e suas ligações psíquicas, Brooke com suas visões e a criança da profecia com suas transformações. Diferente das outras pessoas de seu Clã que carregava o gene de lobo e tinha que se transformar toda lua cheia, ela podia se transformar a hora que quisesse. Ela precisou treinar muito para se transformar e voltar a ser humana quando quisesse, precisou a treinar ainda mais para não deixar seu lado animal dominá-la quando estava transformada. Aquela criança era realmente especial. Já Nikolay estava tomado pela solidão e pelo ódio, acabou se afastando de seu irmão e de seus filhos. Dia e noite ele planejava sua vingança e ela já havia começado poucos dias depois da morte de sua esposa.

Os guerreiros mais habilidosos espreitavam a única estrada que dava acesso a cidade. Quando percebiam que era alguém dos níveis superiores ou que era algo que seria direcionado para eles, os Deverpolt simplesmente iam lá atacavam o comboio e tomavam tudo para si. Poucas vezes deixavam sobreviventes e quando deixava sua maioria eram servos que pertenciam ao nível três ou ao nível quatro. Eles não tinham o menor interesse de machucar aquele povo que já era sofrido e machucado diariamente pela tirania de Travis. Conforme os anos se passaram ele limitou os recursos do três e do quatro ainda mais levando algumas famílias a extrema pobreza, alguns chegaram a morrer de fome ou de doenças porque não tinham como comprar comida ou remédios. Já as pessoas do nível dois e um estavam sempre esbanjando em festas em todos os finais de semana.

Uma das irmãs de Amber foi morta no mesmo dia que ela, as outras duas conseguiram fugir e algumas horas depois foram achadas por pessoas do Clã. Elas sabiam que não poderiam voltar para Borthen porque elas haviam visto Albert e Travis assassinarem suas irmãs. Um dia o irmão mais novo delas decidiu procura-las, mas o garoto ficou perdido na floresta por horas até ser achado por alguns guardas que patrulhavam, a sorte dele é que se parecia com Amber e suas irmãs.

Audrey era a irmã mais velha e havia sobrevivido aos horrores daquele dia, sua irmã do meio era Lilian e agora o doce Ethan estava no meio delas. Quando avistaram seu irmão se aproximando escorado por guardas elas correram em sua direção e abraçaram o jovem com força, aquele reencontro foi tomado de emoção e lágrimas.

— Eu achei que vocês tinham morrido! Porque abandonaram a gente? O prefeito foi até a nossa casa várias vezes procurando vocês, ficaram nos vigiando por meses. — Ethan desembestou a fazer perguntas em meio as lágrimas, ele havia acabado de completar 26 anos. — Onde está Amber e Clarisse? Quero ver minhas irmãs! — Naquele momento a expressão de todos que estavam ali mudaram para uma mistura de tristeza e raiva.

— Albert matou Clarisse e Travis matou Amber no dia que nós viemos visitá-la. Não mataram nós duas porque Clary mandou a gente correr e nós corremos, fomos achados por guardas assim como você e aqui soubemos que Travis assassinou Amber na frente do filho mais velho e das duas filhas caçulas. — Lilian chorava baixinho enquanto Audrey pronunciava aquelas palavras com ódio preenchendo cada silaba.

 O que está acontecendo aqui? Quem é esse? — Naquele momento Nikollay havia aparecido, sua expressão era fria e encarava aquele garoto de cima abaixo, se perguntando se ele não era um espião.

— Este é Ethan nosso irmão caçula. — Respondeu Lilian enxugando as lágrimas. Naquele momento Nikollay fitou o garoto com o cenho franzido a última vez que o vira ele era só um bebê e agora tinha a mesma idade de seus filhos praticamente.

— Eu não sabia da morte delas papai e mamãe também não. Eles acham que vocês largaram tudo para viver com eles. Eu sai sem que eles soubessem, Travis vai me obrigar a trabalhar para ele e depois do que você me disse eu não quero voltar, porque se não eu vou matar aquele desgraçado. — Ethan estava com os punhos cerrados ao lado do corpo, sua expressão de felicidade por encontrar suas irmãs havia desaparecido. Mas um brilho surgiu nos olhos de Nikollay.

— O que você estaria disposta a fazer para vingar suas irmãs? — Nikolay perguntou enquanto o fitava com a expressão séria. Audrey começou a contestar, mas Nikollay ergueu a mão para interrompe-la e a fitou com um olhar gélido que fez com que ela se encolhesse. Ele nunca encostaria em um fio de cabelo de qualquer um da família de Amber, havia prometido a Amber e iria cumprir até a sua morte. Mas elas não sabiam disso. Então Ethan o encarou e disse com uma voz firme e sem qualquer hesitação. —Qualquer coisa.

— Ótimo, preciso que você aceite o trabalho e tenha o sangue frio para se aproximar desses dois e conseguir todas as informações que puder. Alguém infiltrado no meio deles é exatamente o que precisamos para seguir com o plano. E o nosso plano não vai falhar, porque Amber, eu e meu irmão criamos esse plano juntos. Pelos últimos 20 anos nós esperamos para poder darmos inicio ao plano, eu estava começando a me preocupar sem saber como colocar o plano em prática porque nossas informantes não estavam mais na cidade, mas agora com você lá e ainda por cima dentro do circulo de Travis, vai tornar tudo mais fácil. — Naquele momento todos encaravam Nikollay, alguns com expressão de orgulho, outros com receio. Ethan tinha um brilho nos olhos, o brilho da raiva e Nikollay sabia que ele o ajudaria.

 Mas como vamos nos comunicar com ele? É muito arriscado ele vir na floresta, Clary morreu porque descobriram que a gente estava vindo ver vocês. — Audrey estava visivelmente nervosa e Nikollay entendia, ela já havia perdido duas irmãs, não queria perder seu irmão caçula. Nikollay se aproximou de sua cunhada e depositou suas mãos sobre os ombros dela. A fitou com uma expressão mais suave, uma que ultimamente só usava com seus filhos.

— Não se preocupe, nos temos uma forma de nós comunicarmos ensinado por Seraphine, ele não vai precisar sair de casa. — Nikollay se afastou ao ver Audrey respirar aliviada e observou que Lilian fez o mesmo, ele prometeu a si mesmo que cuidaria delas duas. Porque sabia que era o que Amber ia querer. Se aproximou de Ethan novamente e disse. — Vamos nos comunicar através de cartas, mas depois que ler a que nós enviarmos para você. Vai precisar queimá-las, para não correr o risco de ninguém encontrá-las. E é melhor você voltar antes que deem sua falta, preciso só que você descubra qualquer informação que você achar útil. Principalmente de pessoas ricas que vão visitar a cidade por algum motivo, de preferência aquelas que ninguém sabe como realmente é a aparência. E vou precisar de informações sobre essa pessoa. — Conforme Nikollay ia falando Ethan assentia a cabeça mostrando que estava entendendo tudo o que ele estava pedindo e contando. Nikollay informou somente pequenas coisas sobre o plano, nada que pudesse interferir. Só contaria mais alguma coisa para ele quando tivesse certeza que ele não era um espião. Apesar de ser irmão de Amber, ele não sabia o que ele tinha ouvido enquanto crescia, não sabia se alguém havia enviado ele até ali. Então não confiaria nele plenamente tão cedo.

Não demorou para ele se despedir de suas irmãs e voltar para a cidade. Nikollay já tinha dado as ordens para ele. Ethan havia pedido para conhecer seus sobrinhos, mas Nikollay o convenceu que já era hora de voltar. Que quando tudo acabasse ele poderia conhecer seus sobrinhos. Mas a verdade era que ele não queria que Ethan reconhecesse a criança da profecia até a hora que fosse necessário revelar para ele o plano completo.

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6 meses depois...

Já haviam se passado 6 meses desde a visita de Ethan, eles se mantiveram conversando e trocando informações através do corvo de estimação de Madame Seraphine. Nikolay e Ethan se comunicavam várias vezes durantes a semana, o rapaz sempre entregava ótimas informações. E finalmente uma pessoa viria de outro pais para visitar parentes que não a viam desde que era apenas uma criança. Haveria somente dois guardas junto com o comboio da carruagem e aquilo seria extremamente fácil para eles. Nikollay decidiu que iria participar desse saque junto com Cameron e alguns de seus filhos.

— Não tente bancar o herói e não faça nada estúpido Cameron! — Agatha dizia com firmeza enquanto olhava para o marido. Ele se aproximou dela e envolveu a morena em seus braços enquanto depositava um leve beijo em seus lábios. — Nós precisamos de você. — Agatha estava grávida do segundo filho do casal, estava já com nove meses ou seja, a criança poderia nascer a qualquer momento.

— Pode deixar, não vou fazer nada muito estúpido. Vou voltar para vocês, eu sempre volto. — Cameron dizia aquilo rindo com um sorriso em seus lábios. Nikollay observava aquela cena de longe com um pouco de tristeza e inveja de seu irmão. Ele ficava feliz por Cameron e Agatha, mas aquilo só o lembrava de como Amber fazia falta em sua vida. Com um suspiro ele começou a caminhar na direção de seus filhos que estavam terminando de se armar.

— Estão prontos? Se alguém quiser desistir a hora é agora. — Ele encarou seus filhos ali e naquele momento Mark e Luna o encararam com um olhar de reprovação. — O nome da garota que está vindo é Luna D'Liancourt, ela está vindo de Paris pelo que me foi passado, cerca de 18 ou 19 anos. Ela é sobrinha distante dos Campbell, parece que é parente da mulher de Travis ou algo assim. Então vamos entrar rápido pegar tudo o que precisamos e sair, nada de fazer algo que esteja fora do plano.

 Nossa bizarro ela ter o mesmo nome que você . — Brooke encarava Luna. E aquilo fez a garota revirar os olhos enquanto pegava uma bolsa e jogava para Mark carregar. E então Luna encarou sua irmã mais nova e disse. — O nome pode ser igual, mas tirando isso não temos nada em comum. Sangue podre corre pelas veias dela, sangue dos assassinos de nossa mãe. — Naquele momento Brooke se encolheu e Tommy a abraçou encarando Luna com um olhar de reprovação. A morena simplesmente revirou os olhos e se afastou indo na direção de Bruce para acertar alguns detalhes com ele.

— Pare já com isso, isso não é uma brincadeira. Se algo der errado hoje todo o nosso plano de vingança vai por água a baixo. — Nikollay lançou um olhar de reprovação para Brooke que abaixou a cabeça e se manteve em silêncio. Encarou Luna enquanto ela se afastava, ela e Mark haviam sido os mais afetados pela perda de Amber. Mark por ter presenciado a morte e ela por ter se sentido inútil, por não poder ter ajudado sua mãe quando ela precisou. Ambos haviam se distanciado dos outros e se tornados frios, treinavam incansavelmente. Enquanto alguns descasavam, conversavam, cantavam e brincavam eles dois treinavam. Bruce como gêmeo de Luna a acompanhava junto com Mark, os três apesar da pouca idade eram excelentes guerreiros. Por isso Nikollay sabiam que eles estavam prontos para aquela missão, ele confiava sua vida aos seus filhos de olhos fechados. — Está na hora.

Ao dizer aquilo todos terminaram de se despedir e começaram a caminhar floresta a dentro, seguiam em direção a fronteira indo um pouco mais a noroeste para chegar a estrada em um ponto estratégico. Onde eles teriam uma visão perfeita da estrada dos dois lados, do lado que vinha da cidade e do lado que ia em direção a rodovia principal. Demorou algum tempo para que chegassem e a carruagem da garota só chegaria por volta do final da tarde. Mas eles precisavam estar ali antes para observar a movimentação e montar sua emboscada ou seria tudo em vão.

Algumas horas depois eles escutaram os cavalos se aproximando batendo contra a estrada de terra e um sorriso surgiu nos lábios de alguns. Nikollay ergueu sua espada e rapidamente avançou, todos os outros o seguiram em silêncio. Ele não pretendia espantá-los, quando o cocheiro viu eles já estavam cercados, um grupo se posicionou na parte da frente impedindo que eles avançaram e outro grupo se posicionou na parte de trás impedindo que voltasse por onde veio.

— Entreguem tudo que tem de valor que não iremos machucar vocês. — Cameron tinha um sorriso maldosos em seus lábios, ele não era muito fã de roubar coisas. Mas aquela gente havia feito tanto mal a sua família que hoje em dia ele quase não se incomodava mais com aquilo. Não demorou para os dois guardas com o símbolo de Campbell em seu peito descerem da carruagem.

— Escoria maldita, sabem com quem estão mexendo? — Dizia um homem arrogante e alto, ele brandia sua espada e o outro que era um pouco menor que ele também. Então uma flecha voou em direção a garganta do que havia falado, agora ele engasgava com o próprio sangue e não conseguia dizer uma palavra.

— Isso é para você aprender a não ofender as pessoas que você nem conhece. — Nikolay sorriu ao ouvir as palavras de Luna, ela era a melhor arqueira de todo seu povo. E não costumava levar desaforo para casa, o outro guarda jogou sua espada no chão e se abaixou e deixou a mão perto de suas pernas. Bruce se aproximou e com sua espada e então puxou uma corda para amarrá-lo. E naquele momento Luna revirou os olhos e avançou na direção do homem e de seu irmão com passos rápidos. Ela tomou a espada dá mão de Bruce e cravou no peito daquele homem, antes de tira-lo ela girou a espada dentro do corpo e puxou de forma bruta e lentamente o corpo dele foi de encontro ao chão. Todos encaravam em silêncio.

— Ele se rendeu não tinha porque matá-lo. — Bruce esbravejava encarando Luna com um olhar horrorizado. Ela soltou uma gargalhada e negou com a cabeça, no momento que o corpo dele caiu no chão um barulho metálico se chocando contra o chão foi ouvido e caído ao lado do corpo estava uma pequena adaga, estava perto da mão do homem que agora estava morto. Bruce encarou aquela cena com os olhos arregalados e Luna sorriu e disse. — Ele ia te matar seu idiota, ele está com o símbolo dos Campbell no peito, esses são os cara que mataram a nossa mãe. Eles não se rendem, eles morrem e levam a gente junto. Idiota.

— Vocês dois, cuidem da garota que vamos olhar o se tem alguma coisa de valor. E você fica quieto ai que nada vai te acontecer. — Luna e Bruce assentiram e caminharam na direção da carruagem e abriram a porta. Podia ouvir a garota gritando alguma coisa em um francês misturado a inglês, tornando difícil entender qualquer coisa. A última frase foi direcionada ao cocheiro que assentiu e manteve-se quieto em seu posto. Mark, Cameron e Nikollay seguiram para parte de trás onde estavam as coisas da garota e começaram a revirar em busca de algo útil.

— ELES ESTÃO VINDO. — Ao ouvir um dos vigias gritar Nikollay se afastou e bateu na porta da carruagem, era o sinal para eles saírem. — RETIRADA, AGORA! — Gritou Nikollay e todos começaram a correr para a floresta, ele e Cameron pararam na porta da carruagem e ajudaram Luna e Bruce com a tarefa deles. Ele respirou fundo e encarou eles, em seguida correram de volta para a floresta. Conforme se afastavam conseguiam ouvir os guardas falando, conseguiam ouvir a falar histérica da mulher e do cocheiro enquanto eles contavam o que tinha ocorrido.

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Algumas horas depois em Borthen um tumulto se estendia pelo hall de entrada da prefeitura. Travis estava visivelmente irritado pela prima de terceiro grau de sua esposa ter passado por tal constrangimento.

— Esses malditos estão testando minha paciência! Como eles puderam atacar o comboio com o símbolo da minha família nele! — Travis andava de uma lado par ao outro, havia sido informado que só a garota e o cocheiro foram poupados. Junto a Travis estava Albert, Amélia esposa de Travis e seus três filhos. Bernard o filho mais velho, Lucinda era filha do meio e o caçula se chamava Sebastian. Todos estavam aflitos por causa da parente que ia chegar e que havia sido atacada pelo Clã Deverpolt.

— Provavelmente eles pensaram que era algum de nós e se fosse estaríamos perdidos. Eu disse que era melhor mandar alguns guardas até a estrada principal. — Bernard era exatamente como seu pai, tinha cabelos loiros curtos e olhos azuis, mas não era só em sua aparência física que ele era igual ao pai. Ele era ambicioso, maldoso e inconsequente, as coisas tinham sempre que ser da forma que ele queria, sempre manipulava as pessoas ao seu favor e era extremamente mesquinho.

— Eles viviam em paz na floresta, os ataques só começaram depois que matou a mulher de Nikollay. — Já Sebastian era completamente o oposto de seu pai, era um jovem doce e educado. Estava sempre se preocupando com o próximo, sempre procurava ajudar aqueles que precisavam. Assim como seu pai tinha cabelos loiros e olhos azuis, mas diferente de seu pai e seu irmão que os cabelos eram relativamente cumprido o dele era curto e geralmente estava sempre bagunçado. Travis olhou para Sebastian com reprovação e raiva e o garoto apenas desviou o olhar.

— Não adianta você olhar assim pra ele papai, ele está certo. A culpa é sua e dessa cobra ai que vive em seu encalço. Até a mamãe já disse para você parar de escutar essa cascavel, você foi na dele de atacar e veja o que conseguiu. — Luce tinha os cabelos um pouco mais escuros, cor de mel assim como os de suas mães, mas puxou os olhos azuis de Travis. E assim como Sebastian era diferente de seu pai, mas também não era igual aos irmãos na questão da personalidade. Ela sempre fora independente e não gostava das pessoas lhe dizendo o que fazer, gostava de resolver sues problemas sozinhas. Era extremamente estudiosa, inteligente, corajosa e destemida. Não aceitava levar desaforo para casa e se fosse necessário saberia se defender sem precisar de ajuda de terceiros.

— Já chega crianças, seu pai já disse que se arrepende do que fez. Mas agora não da mais pra voltar atrás. Vamos nos acalmar e esperar Luna chegar, a pobrezinha deve estar assustada. Minha Prima confiou sua filha a nós e agora ela foi atacada antes mesmo de chegar aqui. Então se acalmem e vamos esperar. — Amélia era uma mulher de coração gentil, era calma e centrada na maioria das vezes. Mas sempre se alterava quando Albert estava envolvido nas coisas, pois sabia que ele sempre aconselhou seu marido de forma ruim. E tudo que aconteceu hoje era culpa dele. Mas ela também sabia que não adiantava nada discutir com seu marido sobre aquilo. Assim que todos se mantiveram em silencio as portas se abriram e junto aos guardas entrou uma menina que estava visivelmente assustada. Com passos rápidos todos se aproximaram dela.

— Oh mon Dieu! Eu achei que não iria sobreviver aqueles bárbaros. Eles invadiram minha carruagem e roubaram todas as minhas jóias. C'était horrible! — A jovem respirou fundo e ergueu as mãos aos próprios braços deslizando sobre os mesmo lentamente como se abraçasse o próprio corpo. Ela estava trajando um vestido longo azul marinho com alças finas que deixavam seus ombros expostos e tinha um leve decote, os cabelos negros caiam em cascatas até um pouco abaixo dos ombros em ondas perfeitas e conforme ela andava o som dos saltos ecoavam pelo Hall da Prefeitura. A maquiagem estava borrada por conta de lágrimas que a garota havia deixado cair nos momentos de desespero. Amélia se aproximou e a abraçou, sua mão deslizou pelas costas da garota enquanto ela dizia.

— Minha querida, se acalme. Agora você já está segura com a sua família. — A jovem respirou aliviada enquanto encarou todos ali. — Deixa eu apresentar a minha família a você. Esse é Travis meu esposo. — Naquele momento Travis se aproximou e estendeu a mão para a jovem. Ela esticou sua mão sobre a dele e observou enquanto ele levava suas mãos aos lábios beijou o topo de sua mão. Naquele momento a jovem fez uma careta estranha, mas provavelmente era por ainda está assustada. Ela somente maneou a cabeça e deu um pequeno sorriso. — E esses são meus filhos, Bernard, Luce e Sebastian. Se precisar de qualquer cosia sempre terá empregados a sua disposição. Está com fome? Podemos adiantar o jantar se você quiser! — A mulher desembestou a falar visivelmente nervosa, todos percebiam que ela estava tentando acalmar a jovem.

— Non, merci! Eu queria mesmo tomar um banho e descansar um pouco antes do jantar. — O sotaque da jovem era carregado e acabava arrastando algumas palavras conforme falava. Observou enquanto os empregados subiam com suas malas, algumas estavam abertas e um pouco reviradas. Aquilo fez com que a jovem suspirasse.

— Não se preocupe, nós iremos repor tudo o que lhe foi levado, minha doce criança. Agora irei pedir para alguém levar você até seus aposentos para você descansar. O Jantar será servido as 20:00 essa noite, terá algumas horas para se recuperar. — Travis lançou um sorriso para a jovem, ela assentiu e cruzou as próprias mãos enquanto fitava aquela família, mas uma pessoa que não tinha sido apresentada a ela estava parada atrás de Travis.

— Pardon, mas não sei quem é aquele homem. Minha tia não me apresentou ele. — Timidamente ela apontou para Albert que estava em silêncio observando tudo. Travis e Albert deram um passo a frente na direção dela e Travis começou a falar. — Esse é Albert um amigo da família e meu conselheiro pessoal. — Ele estendeu a mão para a jovem e ela fez o mesmo e o cumprimentou.

— Excusez-moi, mas eu gostaria de ir para os meus aposentos. — A jovem disse com um sorriso tímido em seus lábios. Bernard se aproximou com um sorriso galante em seus lábios e estendeu o braço para a jovem.

— Eu irie te levar aos seus aposentos, vamos lá. Essa parte que estamos, é a parte de baixo e até a metade desse andar é só a prefeitura. Mas já os andares da parte de cima são a nossa casa. Vou te mostrar alguns lugares enquanto vamos na direção de seu quarto. — Ela assentiu com um pequeno sorriso e colocou seu braço junto ao de Bernard e deixou que ele a conduzisse logo depois que se despediu das outras pessoas. Conforme eles subiram as escadas eles viraram para a direita e ela pode ver vários corredores. O lugar era basicamente um labirinto.

— Deve estar pensando que parece um labirinto de corredores, mas logo você se acostuma. E se precisar de um tour pelo palácio depois que descansar é só me avisar. — A jovem assentiu conforme ele falava, Bernard basicamente passou o tempo inteiro falando sobre si. Sobre suas conquistas, vitorias e sobre como seu pai o estava treinando para ser o próximo no comando da cidade. Ele também gostava de enfatizar que estava solteiro e que seu coração estava aberto para o amor. Quando finalmente chegaram ao quarto que seria dela pelos próprios meses ele desferiu um beijo no rosto de Luna. A jovem sorri encabulada e logo entrou para o quarto.

Assim que estava sozinha ela passou a chave na porta e respirou fundo, arrancou aqueles saltos e foi em direção a sacada, rapidamente abriu as portas e deixou o vento do final de tarde entrar em seu quarto. Por alguns minutos ela parou na sacada e olhou para a cidade que se estendia a baixo de si, daquele lugar ela poderia ver a cidade inteira e ao fundo a enorme floresta. Logo um pássaro pousou em sua sacada e ela sorriu. Com passos rápidos ela se direcionou a uma escrivaninha que tinha ali com várias folhas e canetas. Sem perder tempo ela começou a escrever, precisava dar noticias a sua família, precisava dizer que estavam bem.

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Nikolay estava andando impaciente de um lado para o outro no acampamento. Ele estava do lado de fora esperando e aquela espera estava deixando ele agoniado, mas ele não era o único toda a sua família estava sentada ali fora ao redor de uma fogueira. Estavam todos sentados, seus filhos estavam todos juntos alguns se apoiava nos ombros ou no colo dos outro. Cameron estava sentado abraçando Agatha e alguns membro do Clã estavam ao redor da fogueira conversando. Foi quando ele ouviu um gralhar e sorriu, rapidamente Seraphine esticou seu braço e o corvo pousou sobre o mesmo. Ela retirou algo que estava preso em sua pata e entregou a Nikolay que começou a ler alto.

"Meu querido pai, eles não desconfiaram de nada. Eu nessas últimas horas tive uma mistura de sentimentos. Primeiro raiva estando na frente daqueles dois malditos. Mas depois eu simplesmente só queria rir de como eles são idiotas, quando finalmente me deixaram sozinha eu não demorei a lhe dar noticias e realmente estou gargalhando enquanto escrevo essa carta. Os idiotas não desconfiam de nada. Mal sabem que acabaram de trazer um lobo para dentro de sua casa, pobre ovelhas inocentes. Está tudo seguindo de acordo com o plano. Acreditaram no papel de menininha tímida e assustada, patético. Começarei com Albert e o filho mais velho de Travis, Bernard. O cara é um babaca e ficou bem interessado na minha aparência e vou usar isso ao meu favor. Assim que eu puder eu mando mais noticias para você papai! Agora tenho que continuar com a farsa e me arrumar para jantar com esses vermes. Queria eu ser a cozinheira, porque acidentalmente poderia cair um pouco de veneno na panela. Mas ao mesmo tempo fico feliz de não ser, assim posso destruí-los lentamente. Não irei te decepcionar meu pai. Isso é pelo nosso povo e pela minha mãe

Ass: Luna Deverpolt."

E naquele momento todos gritaram e festejaram, eles tinham conseguido. O plano deles já havia começado e tudo estada indo conforme o planejado.

— Todos sabem que a mente brilhante por trás desse plano foi Amber e meus filhos Luna e Mark resolveram aprimorar. E agora ela vai vingar o nosso povo, vai vingar nossa amada Amber. E essa noite nós iremos esquecer as coisas ruins e comemorar, comemorar porque agora estamos mais perto de nossos objetivos. Que é a nossa vingança e a nossa volta para casa, porque eu prometi a vocês que ia levar vocês de volta para casa e eu vou cumprir! Tragam as bebidas. —  Naquele momento todos começaram a sorrir, até mesmo Nikollay. Logo alguns barris eram carregado por alguns do membros do clã e colocado em meio a clareira. Alguns começavam a cantar e outros a dança. Nikolay observou Bruce quieto em um canto com um olhar de preocupação, ele então foi em direção ao filho e sentou-se ao seu lado. — Não se preocupe, ela é mais durona que nós dois juntos.

— Depois que mamãe morreu ela ficou tão fria sabe, mas eu continue lá. Eu sabia que esse dia ia chegar, afinal ela basicamente nasceu para isso. Mas tenho medo de perde-la, ela é a minha metade. — Ele suspirou ao terminar de falar aquilo e aceitou uma caneca de cerveja que Mark lhe estendia. Nikolay sabia que Luna e Bruce de todos os gêmeos eram os que tinham a conexão mais forte, eles não sabiam se era por causa da profecia ou por outra coisa. — Ela ta muito longe para eu ouvir seus pensamentos, mas eu sinto o que ela esta sentindo. E ela está feliz e com raiva ao mesmo tempo, a raiva dela só aumenta e isso me assusta.

— Vai dar tudo certo, quando isso acabar nós vamos voltar para a cidade e vamos estar todos juntos novamente. Ela pode ter raiva, mas ela sabe usar essa raiva para se manter focada em sua tarefa. Ela foi treinada para isso desde o dia que nasceu. Não se preocupe Bruce, Luna vai ficar bem. — Nikollay realmente acreditava naquilo, ele sabia a filha incrível que ele e Amber haviam criado. Ele só queria que ela estivesse aqui para comemorar com ele o inicio do plano que eles arquitetaram juntos a muitos anos atrás. 


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Notas finais do capítulo

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