Operação Jardim Secreto escrita por Lura


Capítulo 9
Quem é a bruxa?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Alya descia os degraus da escada que dava acesso ao pátio do colégio de forma apressada, sem se preocupar realmente com o que fazia, olhando cada canto ao alcance de sua visão para não perder tempo.

Chegando ao piso inferior, seguiu sua busca, não ficando realmente surpresa ao encontrar quem procurava em um canto, debaixo da escada. Decidida, caminhou até o local.

— Nathaniel. - Chamou.

O ruivo, que até então estivera de cabeça baixa, concentrado em um desenho que desenvolvia em seu tablet, apenas ergueu a fronte, mirando-a com as orbes turquesas. Alya nunca admitiria, mas aquele era um dos tons de azuis mais bonitos que ja vira nos olhos de alguém. Pena que, na maioria das vezes, mal era notado nas expressões tímidas e amedrontadas do garoto.

— Mylène me pediu para te chamar. - Avisou, se aproximando. - O ensaio para a peça já vai começar. Você é o roteirista, é bom que esteja presente. - Completou.

— Eu já vou. - Respondeu o garoto, tentando recolher o tablet antes que a morena pudesse ver o seu trabalho.

— Você está desenhando a introdução da peça? -  Percebendo a movimentação suspeita, a garota perguntou animada. - Deixa eu ver? - Pediu empolgada, mal esperando a resposta para sentar-se no chão, ao lado dele.

Nathaniel retraiu-se automaticamente.

— Desculpa Alya! - Pediu, abraçando o tablet contra o próprio corpo. - Eu prefiro que vejam meu trabalho depois de concluído. - Explicou, sem graça.

A blogueira torceu a boca e expirou com força, fazendo com que o ruivo se encolhesse ainda mais. Contudo, em seguida, abriu um sorriso amigável.

— Sem problemas. Eu seguro a minha curiosidade. - Anunciou, resignada, vendo que o garoto lhe sorrira timidamente em resposta.

Vendo que o desenhista começava a guardar seus materiais na mochila, resolveu tocar em um assunto delicado, ao menos para ela, o qual era a verdadeira razão para ter se oferecido para chamá-lo.

— Escuta Nathaniel… - Começou, atraindo a atenção dele. - Eu fiquei sabendo que você discutiu com a Chloé e a colocou no lugar dela. - Comentou, como quem não queria nada. - Isso foi muito legal. - Elogiou.

Nathaniel ergueu as sobrancelhas, tão ruivas quanto o resto de seus cabelos, e encarou a menina por um par de segundos, não demorando muito para entender onde ela queria chegar.

— Você quer saber por que eu me recusei a nomear os personagens do modo como Chloé queria. - Não era uma pergunta.

Alya coçou a nuca, constrangida.

— Bem… É. - Admitiu.

O garoto suspirou, entediado.

— Como eu sei onde você quer chegar, direi logo: - Anunciou, incisivo - Eu também li a conversa da “Operação Jardim Secreto”, quando o Kim a mostrou ao Ivan. Eles acabaram brigando por causa disso e depois saímos de perto. Ainda assim, pude ver de longe que, pouco depois, o Adrien a tomou de volta. - Contou. - Por isso logo percebi que Chloé estava tentando nomear os personagens com os codinomes do plano de vocês. - Concluiu.

A blogueira sobressaltou, engasgando com a própria saliva.

— Ei, eu não disse que estava metida nisso! - Exclamou.

— Com todo esse interesse, nem precisava né? - Desdenhou o ruivo.

A garota armou um bico e cruzou os braços.

— Realmente. - Admitiu.

— Além do mais - Continuou o desenhista -, com seis meninas envolvidas, enquanto nossa sala tem nove, como não descobrir? Chloé e Sabrina são mesquinhas demais para colaborar com alguém além delas mesmas e Kagami ainda é muito retraída para socializar de forma tão íntima. - Argumentou.

Alya assobiou, impressionada. Pelo visto Nathaniel não era apenas talentoso nas áreas artísticas. Entretanto, logo em seguida, deixou os ombros caírem, com a conclusão que pipocou em sua mente.

— Se você chegou a esse conclusão tão fácil… - Começou.

— O Adrien? - O ruivo captou o raciocínio da outra. - Com certeza também já sabe. Isso se já não tiver desvendado a história toda. - Emendou. - Ele é a pessoa mais inteligente que eu conheço. - Admitiu, um sutil tom de amargura em seu timbre. - Depois do Max, claro. - Tratou de acrescentar. 

— Não conta para a Marinette. - Determinou a morena, levantando-se e tirando o pó das próprias roupas.

— Não vou. - Garantiu o ruivo, também se pondo de pé. - Ela não precisa de mais coisas para se preocupar. - Comentou, dando de ombros.  - Eu fiz o que eu podia para ajudar vocês. Infelizmente, foi pouco. A Senhorita Bustier realmente se empolgou com a ideia das princesas representarem as flores do jardim secreto. - Concluiu, em tom de desculpas.

— Vocês conseguiu mudar para outras flores. Acho que já é o bastante. - Ponderou a blogueira. - Infelizmente, com essa de princesa isso, princesa aquilo, acabou sobrando para mim. - Acrescentou, mau-humorada. - Ainda assim, obrigada. - Completou, sorrindo.

— Não há de que. - Respondeu o ruivo. - Apenas tomem cuidado Alya. - Orientou.

Intrigada, a morena arqueou as sobrancelhas.

— O que quer dizer? - Inquiriu.

O garoto ajeitou a mochila nas costas, antes de responder:

— Que depois de anos sendo alvo das maldades da Chloé, eu sei dizer quando ela desistiu de uma história. - Contou. - E acredite. Ela ainda não desistiu desta. - Afirmou, caminhando em direção a escada, deixando a colega de classe, com seus pensamentos, para trás.

 

• • •

 

— Corta! - Mylène gritou, interrompendo, pelas suas contas, a nona tentativa de Chloé beijar Adrien.

O suspiro aliviado que o loiro soltou foi indisfarçável.

— E agora? Qual o problema? - A filha do prefeito indagou, corando de irritação.

Mylène chegou a tomar fôlego para responder, quando uma voz irritadiça, mas ainda assim, firme, se adiantou:

— Você é o problema! - Marinette esbravejou, marchando em direção a loira. - Nós não conseguimos, até agora, concluir nenhum ensaio, pois você não consegue seguir a porcaria do roteiro! - Acusou.

— Como não? - Chloé indagou. - Aqui diz que, no final, o príncipe tem que escolher com que princesa irá se casar. - Explicou, apontando a dita cena em sua cópia.

— Sim. Ele tem que fazer uma escolha. - Concordou a mestiça. - Mas não menciona beijo. - Completou.

— Então a gente acrescenta. - Decidiu a loira, imediatamente armando um bico e tornando a virar-se para o amigo de infância.

Adrien arregalou os olhos e recuou dois passos.

— Alto lá! - Um tanto exaltado, Nino interviu, fazendo o amigo suspirar pela segunda vez. - Vão acrescentar beijo coisa nenhuma! - Exclamou, convicto. - Esqueceu que minha namorada também interpreta uma das princesas? - Perguntou, vendo a filha do prefeito revirar os olhos. - Nada de beijo para você! - Determinou, apontando o dedo indicador para o melhor amigo, que soltou uma risadinha. - Nem para você. - Concluiu, apontando para a própria namorada.

— Ninguém aqui quer acrescentar beijo, Nino. - Alya falou, entediada. - Só a retardada da Chloé que fica insistindo para mudar o final da história. - Emendou, vendo a loira corar de irritação.

— E olha que, para chegarmos ao final, primeiro, temos que ensaiar o início. Mas graças às investidas desnecessárias dela, até agora não conseguimos essa façanha. - Acrescentou Marinette.

Chloé estalou a língua, irritada. 

— Ah querida, me desculpe! - Pediu, de forma cínica, alisando os fios dourados que pendiam de seu rabo de cavalo. - Você é diretora agora? - indagou.

— A diretora é a Mylène. Você está cansada de saber. - A mestiça respondeu, seca.

— Então por que você não para de dar pití, deixa ela fazer o trabalho dela e vai fazer o seu? - Questionou, inclinando o tronco em direção à mestiça. - Aliás, qual o seu trabalho mesmo? Que eu saiba, você não está atuando, nem dirigindo, nem produzindo… - Listou, dobrando um dedo para cada função que descartava.

— Como representante de classe eu estou coordenando todos os trabalhos. - Defendeu-se.

— E a Marinette também está atuando, de certa forma. - Interferiu Mylène. - Todos os alunos da turma vão atuar, entenderam bem? - Avisou, estreitando os olhos em direção aos colegas que soltaram um muxoxo coletivo desanimado. - Aqueles que não têm papel fixo, estarão fantasiados e serão responsáveis por intervir e orientar os visitantes, caso necessário para o andamento da peça. - Explicou.

— Ah, claro! - A filha do prefeito retomou a palavra, simulando uma comemoração. - Mais insignificante que um papel secundário. - Debochou. - Você vai ser o que mesmo Marinette? Um cavalo? - Provocou, vendo o rosto da asiática ruborizar em exasperação.

— U-NI-CÓR-NIO! - A mestiça praticamente gritou. - Quer que eu soletre para você? - Perguntou, cerrando os punhos.

— Eu não preciso decorar sua função. - Chloé deu de ombros. - Como eu disse anteriormente, é insignificante.

Pronto. Naquele momento, toda a classe acreditou que Marinette explodiria de vez, dada a intensidade de vermelho que sua face alcançou. Entretanto, seu ataque de fúria foi estrategicamente interrompido pela intervenção, provavelmente, da única pessoa naquele recinto capaz de acalmá-la. Ou melhor, de impedir que ela desse um vexame ainda maior.

— Já chega, Chloé! - Adrien pediu, colocando a mão sobre o ombro da amiga de infância. Contudo, apesar do gesto amigável, seu semblante estava contorcido em uma careta severa. - A Marinette está certa. - Declarou.

— Adrien! - A loira exclamou indignada.

— Até agora nós nãos conseguimos passar a peça, por sua causa. Nós não temos tanto tempo assim até o festival, para ficar desperdiçando. - Lembrou.

— É. - Mylène pegou o embalo. - E eu gostaria de lembrar que você não é a única princesa da peça. - Comentou. - Alya e Kagami também interpretarão princesas, e nem por isso estão causando transtorno. - Observou.

— Eu particularmente dispenso o papel. - A japonesa comentou, constrangida, atraindo a atenção dos colegas. - Desculpa gente, mas acho que não levo jeito para isso. - Resmungou.

— Na moral, eu também não faço questão. - Revelou Alya, um tanto insatisfeita.

Dessa vez, o muxoxo desanimado viera de Mylène. Será que havia ao menos alguma pessoa ali satisfeita com o próprio papel?

— Não digam isso, meninas! - Pediu. - A ideia das princesas "Hibisco" e "Sakura" foi tão original! - Exclamou, empolgada. - É bacana para sair do estereótipo que todos estão acostumados. - Argumentou.

— A Marinette não poderia ficar com o papel? - Indagou a esgrimista. - Ela é asiática também, a maioria das pessoas nem sabem diferenciar chineses de japoneses. - Comentou, revirando os olhos e arrancando uma risadinha da maioria dos seus colegas.

— Pronto.  - Irritada com a possibilidade de ver Marinette promovida a princesa, Chloé retomou a palavra. - A soldadinha e a blogueira de quinta agora estão com crise de identidade. Tudo o que a gente precisava. - Troçou.

Alya preparou-se para avançar contra a filha do prefeito, sendo segurada de pronto por Nino, que já previa tal reação. Por sua vez, Kagami, que até então não havia experimentado ser alvo dos insultos da loira, contorceu o semblante em indignação.

— Olha aqui garota… - Falou, pronta a reiniciar a discussão, quando sentiu seu ombro ser segurado com delicadeza. Ao virar-se, deparou-se com o rosto complacente de Marinette.

— Não dê corda. - Aconselhou. - Senão ela vai pegar no seu pé para o resto da vida, assim como faz comigo. - Emendou. - Até porque, Mylène está certa. Você dará uma ótima princesa, Kagami. - Incentivou, ainda que, no fundo, estivesse chateada por não poder contracenar com Adrien de forma romântica. - E eu não posso me envolver em um papel muito complexo, pois preciso ter mais mobilidade durante o festival. - Concluiu.

— Pronto, tudo lindo, tudo resolvido! - Soltando a namorada, Nino chamou a atenção da turma. - Agora será que a gente consegue ter um ensaio decente? De preferência começando da primeira cena. - Sugeriu, irônico, sentando na mesa da professora, ignorando a possibilidade dela entrar na sala e lhe dar uma bronca.

— Certo. - Mylène concordou, por todos.

Imediatamente, os alunos se reposicionaram, sendo que, aqueles que não participariam da cena inicial, se acomodaram pela sala.

— Após a narração de abertura, a história se inicia, com uma discussão entre o "Príncipe Áster" e a "Maga Liana". - Mylène lembrou. - O Adrien já está aqui, mas cadê a Juleka? - Indagou, olhando ao redor em busca da colega.

— Aqui. - Timidamente, de modo que sua exclamação mais pareceu um murmúrio, a morena respondeu, denunciando sua posição, ao fundo da sala.

— Vem logo! - Pediu a improvisada diretora, sem perceber que sua afobação fez com que Juleka caminhasse de forma lenta e nervosa até a parte dianteira do cômodo.

— Ótimo! Todos aqui, vamos começar! - Declarou Marinette, sequer percebendo que estava incorporando a função de diretora. Sorte sua Mylène não ser implicante.

Os aspirantes a atores se posicionaram e, sob as orientações de Mylène, passaram a interpretar seus personagens. Ou melhor, ao menos tentaram. Porque enquanto Adrien se saía bem no papel de príncipe, levando Marinette a se perguntar se ele era perfeito em tudo o que fazia, Juleka estava tendo diversos problemas com sua entonação, suas expressões faciais e sua desenvoltura corporal. Logo, não demorou muito para que ela também se tornasse alvo das piadas maldosas de Chloé.

— Chloé, quer parar? - Foi Adrien quem pediu, uma vez que os apelos do restante da turma não surtiam efeito. - Até agora nós não conseguimos ensaiar nada por sua causa! - Acusou, a brandura abandonando seu timbre gradualmente.

— Minha causa? - A filha do prefeito fez-se de inocente, levando uma das mãos ao peito. - Mas é a Juleka que até agora não conseguiu dizer nenhuma frase de sua personagem de forma decente. - Observou.

— Ela só está nervosa! - Marinette defendeu. - Isso é normal…

— Bem quando eu pensei que ela seria perfeita para o papel. - Chloé interrompeu, continuando a destilar seu veneno livremente. - Com todo esse ar de gótica trevosa, o mínimo que deveria fazer é interpretar uma bruxa decente. - Provocou.

— Chloé! - Mylène exclamou, vendo que as palavras da loira começavam a pesar sobre a morena.

— Amiga, não liga para o que ela diz… - Rose pediu, se aproximando.

— Todos sabemos quem é a bruxa aqui. - Alix saiu de seu lugar e entrou na discussão. - A pessoa perfeita para esse papel, acredite, não é a Juleka. - Declarou, encarando Bourgeois de forma desafiadora.

— Sério? E quem seria? - A loira respondeu de forma cínica, escovando suas longas mechas douradas com os dedos. - Porque a única pessoa que eu conheço que faz o tipo “Rainha das Trevas” é ela. - Debochou. - Vamos pessoal, vocês tem que admitir. A Juleka nem precisa de figurino especial. Muito menos de maquiagem. - Concluiu, arrancando risadinhas de Sabrina e Kim.

De imediato, todos perceberam, que aquelas palavras foram o estopim para jovem gótica. Antes que pudessem evitar, Juleka arrancou o chapéu negro e pontudo que vinha usando para ensaiar e o atirou com violência sobre uma das carteiras dianteiras, correndo para fora da sala em seguida.

— Juleka! - Rose gritou, ameaçando ir atrás dela.

— Não Rose! - Marinette pediu, estendendo o braço em frente a loira. - Deixa que eu busco a Juleka. Por favor, continuem o ensaio. - Pediu, deixando o ambiente de forma apressada.

Marinette correu pelos corredores, logo alcançando a escada e transpondo os degraus, chegando invicta no andar inferior, o que podia ser considerado um feito e tanto, considerando o seu histórico de desastres. De forma instintiva, direcionou-se para o último lugar onde havia se deparado com a morena chorando: o banheiro feminino. E quando alcançou o cômodo, seu interior entrou em conflito por ser invadido por dois sentimentos, provocados pelos ruído dos soluços que saía de um dos boxes: o alívio e a compaixão.

— Juleka… - Chamou, batendo contra a porta verde que as separava.

— Não precisa se preocupar comigo, Mari… - A jovem gótica murmurou. - Eu sei que você tem muito trabalho a fazer, não quero te atrapalhar…

— Eu me importo. - A mestiça cortou, apoiando as bochecha contra a porta. - Me importo da mesma forma que você se importou comigo nos últimos dias, com toda a história do “Jardim Secreto”. - lembrou. - Me importo porque você é minha amiga. - Concluiu.

Um incômodo silêncio se estendeu por cerca de um minuto, até que o barulho da fechadura sendo destrancada cortou o ambiente. Num salto, Marinette afastou-se da porta, para não ser atingida.

E quando a figura chorosa de Juleka revelou-se, asiática não pôde fazer outra coisa que não fosse abraçá-la atrapalhadamente, uma vez que tinha a estatura bem inferior. De forma tímida e desajeitada, Juleka correspondeu o gesto.

— Eu não posso fazer isso, Mari. - Murmurou. - Me desculpa, eu não consigo.

— Eu que peço desculpas. - A mestiça manifestou, se afastando. - Não percebi que o papel da vilã podia ser negativo para você. - Revelou.

— Eu não ligo para isso. - A morena afirmou. - Eu até gosto do visual dark das bruxas, é sério. - Emendou, com uma risadinha. - Eu só não gosto de ser menosprezada pelo meu estilo. - Concluiu, um tanto tristonha.

— Ninguém gosta. - Concordou Marinette. Mas estamos lidando com Chloé Bourgeois: A garota que é mestre em desprezar qualquer pessoa. Até a melhor amiga. - Lembrou. - A opinião dela deve ser ignorada apenas. Até onde eu lembro, ninguém mais da nossa classe te acha estranha pelo seu estilo. Todos acham legal. - Alegou.

— Eu sei. - Disse Juleka. - Mas não é só por isso que eu não posso ficar com o papel. É porque eu mal consigo falar com estranhos, que dirá em público. - Completou, fazendo com que a asiática se recordasse da dificuldade que haviam tido no dia em que colocaram em ação a verdadeira “Operação Jardim Secreto”. Juleka mal havia conseguido falar com o policial. - Sinto muito, não quero fazer isso. Não quero atrapalhar o desempenho da nossa turma. - Concluiu.

— Você tem certeza? - Indagou a mestiça, vendo a morena, de imediato, menear a cabeça de forma positiva.

— Bem, nesse caso… - Começou. - Eu tive uma ideia. - Avisou, forçando um sorriso conformado.

Poucos minutos depois, as duas colegas estavam de volta a sala de aula e, ninguém se surpreendeu, realmente, ao ver que Marinette havia conseguido trazer Juleka de volta, sabe-se lá de onde. Afinal, ela era Marinette, amiga dedicada e prestativa, sempre preocupada com  seus colegas. Assim, todos - com exceção de Chloé, Sabrina e Kim - abriram sorrisos, quando viram as duas meninas cruzarem a soleira.

Entretanto, seus sorrisos vacilaram milésimos de segundos depois, ao perceberem a expressão que o rosto da mestiça ostentava.

— A Juleka não vai mais fazer o papel da bruxa. - Avisou, marchando com passos firmes em direção à mesa da professora. - O que quer dizer que eu assumi o papel dela. - Comunicou. - E já que eu fiquei com a responsabilidade dela, é melhor que todos se preparem - Continuou, apanhando o chapéu negro e pontudo que havia ficado na primeira carteira. -, porque vocês vão ficar com as minhas. - Concluiu, colocando o chapéu na própria cabeça de forma elegante, ao mesmo tempo que abria um sorriso confiante e desafiador.

Um sorriso que fez todos os seus colegas de classe engolirem em seco.

Um sorriso jamais visto entre as doces expressões de Marinette Dupain-Cheng.

Ao menos não enquanto ela não ostentasse a máscara de Ladybug.


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Notas finais do capítulo

Beeeem... Acho que alguns foram pegos de surpresa com essa bruxinha, né? Provavelmente, ficarão ainda mais surpresos com o desenrolar da peça.

Caso estejam curiosos, "Áster" também é o nome de uma flor, assim como "Liana" é o nome de uma planta. Ah gente, não consegui deixar "Príncipe Botão de Ouro", é estranho. Até porque, o Nathaniel fez questão de frustrar o plano da Chloé e mudar o nome de todas as flores, para proteger as meninas. Mas vocês acham que ela desistiu??? hehe!

É isso! Espero que tenham gostado!

Sinto cheiro de confusão sentimental no próximo capítulo, heim!

Beijinho e até lá!



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