Operação Jardim Secreto escrita por Lura


Capítulo 10
Nossas Fantasias


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAA, eu recebi uma recomendação!

Admito que não esperava uma resposta muito grande nesta fic, por ela estar atrasada e em relação ao Nyah, então imagina o quanto meus olhos brilharam quando eu recebi a notificação!

Por isso, Suzzane, agradeço de coração por, além de acompanhar a fic no Spirit, ter tido o carinho e a consideração de recomendá-la aqui no Nyah! O capítulo é dedicado a você (embora já o tenha lido no outro site), como a retribuição mínima que posso oferecer.

Obrigada, mais uma vez.

Agradecimentos feitos, espero que gostem do capítulo.



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— Por que você para de olhar para ela feito um maníaco e a chama para sair? - Nino perguntou, o sorriso zombeteiro pregado na face.

Tão logo ouviu a voz do amigo, Adrien sobressaltou, só então, percebendo que passara os últimos segundos segurando no ar um longo corte de tecido azul, o qual deveria estar dobrando, enquanto observava Marinette que, do outro lado da sala, fazia os últimos ajustes no figurino de Alya.

— Não viaja, Nino. - Respondeu, voltando ao seu trabalho.

— Não meu amigo, quem está viajando é você, toda vez que olha para a Matinette. - Jogou na cara, sem piedade. - Aliás, tem sido assim no último mês. Não vai me contar mesmo o que aconteceu entre vocês? - Questionou, um tanto chateado, interpretando o silêncio do amigo como falta de confiança.

O loiro, que, a esta altura estava corado feito manga madura, olhou em volta, a fim de constatar que aquela conversa não estava sendo ouvida por mais ninguém. Aliviado, percebeu que a maior parte de seus colegas de classe, estavam na parte baixa da sala, entretidos demais em seus afazeres ou conversas paralelas.

— Quer parar de insinuar que Marinette e eu temos alguma coisa? - Cochichou, com rispidez. - Eu já disse que nós somos apenas amigos! - Afirmou.

— Ah, claro! - Debochou o outro. - Aliás, você arrasta todas as suas amigas quando estão de pijama para entrarem em fontes vazias? - Perguntou, tentando não rir de quão absurdo parecia o próprio comentário.

A face de Adrien alcançou três níveis diferentes de vermelho, deixando o moreno em dúvida se o seu rubor devia-se a irritação ou ao constrangimento.

— Você nunca vai parar de jogar isso na minha cara, né? - Era mais uma constatação que uma pergunta. Por que Nino tinha que desenterrar essa história agora?

— Não enquanto você não me disser realmente qual é o lance entre vocês. - Garantiu.

— Naquele dia a Marinette só estava me ajudando a escapar do meu segurança e de uns fãs malucos. Você está cansado de saber. - Insistiu com o amigo, provavelmente, pela centésima vez.

Nino havia sido realmente muito persistente em tentar arrancar qualquer informação comprometedora dele na época do ataque do Gorizilla, e as coisas só haviam piorado após toda a história da “Operação Jardim Secreto”. Era como se pretendesse obrigá-lo a admitir que sentia algo por Marinette quando, ele próprio, não sabia o que estava acontecendo.

— Isso só vai causar problemas a ela caso se espalhe. - Continuou, lembrando de todos o trabalho que tiveram para desmentir o suposto namoro e do transtorno que a mestiça passou nas mãos das fãs mais malucas que, volta e meia lhe seguiam pelo colégio. E o fato de tudo ter acontecido na parte da manhã e da garota, como Nino havia ressaltado, estar de pijama, apenas havia contribuído para que as fofocas chegassem em um nível mais… Preocupante. - Além do mais, você sabe que eu… - Tentou continuar.

— Gosta de outra pessoa. - O DJ interrompeu, cruzando os braços. - É, tô ligado. Aliás, queria saber quem é a desconhecida boa o suficiente para te impedir de se relacionar com outras garotas, mesmo depois de ter te colocado na friendzone. - Praticamente debochou.

— Cara, se você soubesse quem ela é - Começou, terminando de dobrar e tecido e deixando-o sobre a carteira mais próxima. -, entenderia meu posicionamento. - Emendou.

Revirando os olhos, Nino soltou um palavrão.

— Do jeito que você fala, só pode ser a Ladybug ou algo assim. - Zombou.

Foi a vez de Adrien rolar os olhos para cima.

— Algo assim. - Confirmou, abrindo um sorriso esperto. Mal sabia Nino o quanto a sua brincadeira estava perto da realidade.

— Mesmo assim, cara. - Recomeçou o moreno, fazendo o loiro praguejar internamente pela sua insistência. - O fato de você estar gostando de uma mina, não te impede de curtir com outras. - Argumentou. - Afinal, você não é comprometido nem nada. Vai perder os melhores anos da sua adolescência esperando por alguém que talvez nem te dê moral? - Indagou, fazendo o outro franzir o cenho.

— Está sugerindo que eu devo - Começou, parando para analisar o termo que usaria a seguir - curtir com a Marinette, só porque a garota que eu gosto não gosta de mim? - Concluiu, a curiosidade se sobrepondo a indignação.

Nino bateu na própria testa.

— Não. - Respondeu. - Estou afirmando que nem todo relacionamento significa namoro, noivado e casamento. - Emendou, didaticamente, como se estivesse educando uma criança. - O que eu quero dizer é, existem maneiras saudáveis de se relacionar sem compromisso. Ou seja, se você está se sentindo atraído pela Marinette, ou qualquer outra garota, não tem o menor problema tentar alguma coisa, pois você está solteiro. - Concluiu sua explicação. - Mas nem pense em aprontar com a Marinette, viu? Se você magoar ela, eu vou ser o primeiro a te dar um sacode, seguido do resto da sala. - Alertou, em tom de brincadeira, arrancando risadas do modelo.

— Está se achando demais. - Adrien comentou, confiante. - Mas não se preocupe, não estou a fim de aprontar com ela, nem com ninguém. - Afirmou, convicto. - Eu só… - Começou, reticente, vendo o amigo arquear as sobrancelhas.

— Só...? - Nino incentivou.

Adrien respirou fundo, ponderando se realmente deveria dizer o que estava pensando. Talvez nem fosse grande coisa, para ter tanto receio. Mas ele ainda era um aprendiz com todo esse lance de amizade e confidências. Nunca tivera alguém de sua idade para quem realmente pudesse confiar seus segredos. E quando finalmente alcançou esse privilégio… Foi se apaixonar pela única pessoa, provavelmente, no mundo, que não poderia constar em seus desabafos, sob pena de entregar sua vida dupla de vigilante.

Ele estava ciente que Nino se chateava por não poder saber a identidade de sua paixão secreta. Se bem que, olha que ironia, ele também não sabia. Advinda assim, podia muito bem, ter inventado que ela era uma supermodelo adolescente ou algo assim. Mas também não lhe agradava a ideia de mentir. Não. Preferia ser sincero ao dizer que não podia contar.

Contudo, ali estava uma situação que ele podia compartilhar. Um problema que, quem sabe, Nino soubesse como resolver? Ainda que de forma meio torta, ele não lhe aconselhou segundos atrás?

Firme nesse pensamento, tomou fôlego e soltou de uma só vez.

— Não consigo tirar Marinette da cabeça! - Admitiu, vendo a zombaria crescer na cara do DJ, imaginando se o constrangimento se alastrava em sua própria face na mesma proporção.

O moreno tapou a própria boca, a fim de não deixar que suas gargalhadas chamassem a atenção do resto da classe.

— Tu tá caidinho por ela! - Acusou, entre risos.

— Não estou! - O loiro afirmou, novamente perscrutando o ambiente em volta. Ninguém parecia lhes dar atenção. - É sério Nino, quando eu digo que gosto de outra pessoa, não estou brincando! - Garantiu. - É justamente por isso que não consigo entender o que está acontecendo! Eu amo outra pessoa, mas tenho pensado em Marinette desde que ela fez aquela cena com o maldito chapéu. - Confessou, um tanto atordoado.

Para a sua surpresa, Nino piscou, parecendo compartilhar de seu atordoamento.

— Eu esperava que dissesse desde que começou essa história do “jardim Secreto”. - Contou, intrigado.

— Bom, realmente, foi a partir daí que ela meio que entrou na minha cabeça… - Admitiu. - Mas não do jeito que está agora. - Completou. - Eu não sei explicar, mas naquele dia, depois que ela trouxe a Juleka de volta e colocou o chapéu, ela estava tão… - Tentou explicar, apenas para ser interrompido.

— Sexy? - Sugeriu o DJ.

Ao ouvir tal termo, o modelo engasgou com a própria saliva e arregalou os olhos.

— Você não tem medo de morrer caso Alya te veja falar assim da amiga dela? - Tentou disfarçar o próprio constrangimento.

— Eu não disse que achei isso. Eu perguntei se você achou. - Deu de ombros. - E pela sua reação, já sei a resposta.

— Cara, é a Marinette! - Exasperou-se Adrien. - Nem dá para imaginar a palavra “sexy” na mesma frase que o nome dela sem que pareça errado. - Ralhou.

— Bem, pois eu acho que foi bem isso que você pensou, naquela hora. - Opinou. - E se quer saber, não há nada de mais nisso. O que você está sentindo se chama “atração”. - Contou. - E nem sempre ocorre só com as pessoas que a gente gosta. Pode muito bem acontecer com outras, o que pode ser um grande problema, caso já esteja comprometido. - Revelou, abrindo um sorriso sarcástico.

— Voz da experiência? - Desdenhou o modelo.

— Não enche. - Devolveu o moreno. - A questão é: não tem porque criar tempestade em copo d’água. Você está confuso por que gosta de uma garota e se sente atraído por outra, mas isso é normal. É só não tomar cuidado para não confundir atração com sentimento. - Falou, coçando o queixo. - Agora, estando solteiro, sequer tem porque se sentir culpado. Lembra de tudo o que eu falei sobre não haver problema em curtir a vida enquanto não estiver comprometido? - Indagou.

— Seu discurso sobre o tema foi há dois minutos atrás. Como poderia esquecer? - Ironizou.

— Ótimo. - Comemorou Nino. - Então, pense menos e divirta-se, Agreste. Não espere ser mais velho para desejar ter seguido o meu conselho. - Concluiu, dando dois tapinhas no ombro do amigo antes de se afastar.

Adrien permaneceu observando, por alguns segundos, o amigo se distanciar para ajudar na pintura de parte do cenário, enquanto ponderava se devia se permitir experimentar os conselhos recebidos.

Meneando a cabeça em negação, pegou outro corte de tecido para dobrar, sendo que, quando deu por si, já estava encarando a mestiça sino-franca novamente.

Pouco depois de entrar no Colégio Françoise Dupont, Adrien descobriu que Marinette tinha um incrível talento para criar peças de vestuário, que não se limitavam a roupas, mas atingiam uma gama considerável de acessórios. Entretanto, aquela era a primeira vez que ele a via costurando. E por mais que outras pessoas pudessem achar isso idiota, a visão que ele tinha naquele momento, parecia diferente de todas as outras que tivera com a mestiça como protagonista.

Isso porque ela parecia simplesmente brilhar. Ali, com uma almofada de alfinetes presa no pulso, uma fita métrica em volta do pescoço e pelo menos três canetas agarradas no cabelo, Marinette aparentava ser a pessoa mais feliz do mundo. Talvez porque estivesse fazendo algo que amava.

E embora se sentisse um pouco mal por isso, o loiro a invejou profundamente, uma vez que desconhecia tal paixão por um hobbie. O mais perto que chegava a entender, era com a esgrima. Entretanto, mesmo essa atividade havia sido imposta por seu pai, como quase todo o resto de sua vida, então não sabia se podia classificar como uma aptidão natural.

Novamente, quando percebeu, encontrava-se com ambas as mãos, esticando o tecido negro no ar, travado feito um idiota, por não conseguir parar de acompanhar os movimentos da azulada. E para se torturar ainda mais, olhou na direção em que Nino estava, apenas para encontrá-lo com os braços cruzados e aquela cara de sabe-tudo, dando-lhe a certeza que, novamente fora flagrado em sua observação vergonhosa.

E o pior de tudo era o fato de não saber o porque não conseguia tirar a mestiça da cabeça. Ele sabia quando tudo havia começado, mas não a razão da sino-França estar, gradualmente, ocupando a maior parte dos seus pensamentos.

Aquilo não fazia o menor sentido. Afinal, ele amava sua Lady, estava certo disso, tanto quanto o ar que respirava.

Então, por que aquilo tudo estava acontecendo? Seria mesmo apenas atração, como Nino dissera? Por que raios aquela maldita “Operação Jardim Secreto tinha que - literalmente - ter caído em sua cabeça?

Céus, sequer tinha provas concreta de que Marinette era mesmo a tal “Lótus” apaixonada, ou ele, o “Botão de Ouro” e, secretamente, já se pegara desejando isso.

Por que mesmo?

— Adrien! Cortando completamente seu momento filosófico, a voz enérgica de Alya retumbou pela classe.

— Quê? - Sacudindo de leve a cabeça, respondeu.

— Será que dá para tirar essa cara de peixe morto e vir logo tirar suas medidas? - Perguntou, sendo acompanhada das risadinhas dos demais alunos presentes.

Sentindo o rosto esquentar, Adrien foi de encontro a Marinette, que o aguardava com a fita métrica na mão. Entretanto, ela havia perdido toda a naturalidade com que vinha desenvolvendo seu trabalho até minutos antes. Parecia estar tão desconfortável com a situação quanto ele.

Ainda assim, a garota engoliu em seco e aproximou-se devagar.

Adrien chegou a tremer de antecipação, com a ideia de ter as mãos da mestiça tocando em partes específicas de seu corpo - ainda que fosse de maneira profissional é inocente -, quando, novamente, um chamado cortou seus devaneios.

— Mari! - Chamou Mylène. - Você pode tirar as medidas outra hora? - Perguntou, fazendo a aspirante a estilista franzir o cenho. - Nós realmente precisamos tentar passar a peça do início ao fim. Não conseguimos nenhuma vez até agora. - Explicou.

Involuntariamente, o modelo percebeu o mau humor lhe acometer. Sentia como se algo que ansiasse muito, tivesse chegado tão perto quanto poderia alcançar, apenas para lhe ser arrancado no último segundo.

— Tudo bem, então. - Marinette concordou. - podemos continuar depois da aula Adrien, se não se importar. - Sugeriu.

— Sem problemas, Marinette. - O loiro respondeu de forma educada.

— Beleza! - Comemorou Mylène. - A Rose foi chamar a Chloé e a Sabrina. Assim que elas voltarem começamos.

 

• • •

 

Se desviar a atenção de Marinette quando ela costurava estava sendo difícil, enquanto ela empenhava-se para interpretar uma bruxa malvada estava sendo impossível.

Isso provavelmente, supunha Adrien, devia-se ao fato daquele rostinho de boneca de porcelana ser meigo e fofo demais para assustar alguém. Conforme as horas de ensaio passavam, o loiro ficava cada vez mais convencido que a asiática não colocaria medo nem em um bebê.

— Expressão severa, Mari! - Mylène repetiu pela milésima vez. - A sua entonação e boa, mas não condiz com seu semblante. - Explicou, fazendo com que os colegas se questionassem se ela era mesmo amadora no assunto.

— Desculpa Mylène, mas eu achei que estivesse com uma expressão severa. - Justificou, preocupada.

— Vamos treinar sem a fala. - Decidiu a loira de dreads. - Vamos lá, faça uma expressão que me assuste. - Pediu.

Marinette inspirou profundamente, antes de estreitar os olhos em direção a colega. O que ela não tinha percebido é que, junto com o gesto, acabou por armar um bico e inflar levemente as bochechas, fazendo com que sua careta passasse bem longe de “medonha” para estacionar mais próximo de “adorável”.

Um “aww” coletivo, fez com que ela percebesse que falhara miseravelmente em seu desafio.

— Me desculpa! - Pediu para a amiga. - Eu disse que assumiria o papel e mesmo assim… - Começou, apenas para ser interrompida.

— É, pelo visto a única pessoa que a Super-Marinette não consegue ajudar, é ela mesma. - Debochou Chloé, atraindo olhares irritados de todos os colegas.

— Eu vou treinar em casa! - Ignorando a filha do Prefeito, a mestiça garantiu. - Eu juro! - Reforçou.

— Marinette! - Alya, que não participava daquela cena e, portanto, estava ao fundo da sala, junto a outros alunos ajudando na colagem das flores de origami, gritou. - Como é que você queria a divisão de cores mesmo? - Indagou.

— Agora não, Alya. - Mylène protestou. - A Mari precisa se concentrar aqui.

Mesmo de longe, todos conseguiram perceber a blogueira rolar os olhos por trás dos óculos.

— É rapidinho. - Insistiu.

Mylène estava a ponto de surtar em razão de todo o atraso que estavam tendo nos ensaios, quando a jovem sino-franca resolveu intervir.

— Tipo aquela foto do jardim que eu te enviei, Alya. - Lembrou, referindo-se a uma das fotografias que registrara do Jardin D’eau, a qual enviou para a amiga na noite anterior para que usasse como referência.

A morena coçou a cabeça, constrangida.

— Eu meio que apaguei a conversa sem querer. - Admitiu.

Foi a vez de Marinette rolar os olhos para cima.

— Pega meu celular. Tá na bolsa. -Decidiu, vendo que aquela seria a melhor opção para que continuassem o ensaio. - Tem mais fotos lá.  - Reforçou.

Alya não demorou mais que dois segundos para se levantar e caminhar até a mesa que dividia com Marinette para apanhar o aparelho telefônico. Por sua vez, a mestiça seguiu concentrada nas lições de Mylène, sem perceber que o loiro seguia lhe observando, como fazia já a algum tempo.

Contudo, dessa vez, não era a confusão de ter seus olhos atraídos para a garota que preenchia a mente do modelo, mas o sentimento de que faltava algo. E ele não precisou pensar muito para concluir que esse algo era o sorriso que vira Marinette lançar a turma quando anunciou seu novo papel.

Aquele sorriso havia sido incrível. Tão novo e tão conhecido para Adrien, de uma forma que ele são sabia explicar. Ele tinha certeza que nunca o vira mas, também, que o vira muitas vezes.

Lógica? Nenhuma. Apenas mais um item na lista de coisas que não estava conseguindo entender ultimamente.

Por outro lado, se no momento em que vira a mestiça sorrir, tivera a impressão de que ela poderia fazer qualquer coisa no mundo, agora, já não tinha essa certeza. Porque enquanto ouvia os sermões de Mylène e os deboches de Chloé, a garota parecia ter retornado à sua personalidade de sempre, Atrapalhada e desesperada, cada vez mais se afastando do que o loiro pretendia encontrar. Mas o que ele pretendia encontrar mesmo?

Em determinado momento, tanto os devaneios de Adrien quanto o ensaio da cena, foram interrompidos pelo burburinho que começou ao fundo da sala. Intrigados, os aspirantes a atores viraram-se para encarar os colegas, fonte do barulho, e repararam que uns cochichavam entre si, alguns davam risadinhas e outros, ainda, soltavam exclamações de surpresa. Estes últimos, assim agiam quando um certo aparelho celular passava por suas mãos, ao passo que Alya tentava pegá-lo de volta. O aparelho celular de Marinette.

— Vocês dois estão namorando? - A pergunta viera de Kim, o qual detinha o telefone no momento e, ao contrário do esperado, não continha nenhuma malícia em seu tom e, sim, pura curiosidade.

O modelo piscou aturdido, tentando entender quem era o alvo daquele questionamento. Contudo, Marinette  não precisou pensar muito. Estava lívida.

— Amiga, me desculpa! - Alya pediu, vendo o estado da mestiça. - Eu não sabia que vocês tinham ido ao jardim juntos, e também não sabia dessa foto. - Justificou-se.

Foi então que tudo fez sentido para Adrien. Alya só podia estar se referindo à foto que tirara junto a Marinette, dias atrás, quando visitaram o “Jardin D’eau”, a qual havia sido registrada unicamente em razão da insistência do Sr. Chevalier. “Talvez, quando voltarem aqui, esse lugar já não exista.”, ele dissera. E o loiro, sinceramente, não via nada demais em tirar uma foto com Marinette, ainda que não fizesse tanta questão. Agora, ante os olhares questionadores de seus colegas, ele desejava, profundamente, ter recusado a ideia.

— Quando eu vi, Sabrina já tinha me tomado o telefone e ele passou de mão em mão! - Alya concluiu sua explicação, puxando Agreste de volta a realidade.

— Do que ela está falando? - mais que curiosa com o reboliço que, evidentemente, envolvia Marinette, Chloé perguntou.

— É uma foto de Adrien em Marinette juntos! - Sabrina apressou-se em contar.

— No jardim mais lindo que eu vi na vida! - Alix completou, só para irritar a loira ainda mais. Marinette que lhe desculpasse, mas já que ela havia caído, novamente, na boca do povo, que a confusão ao menos servisse para atingir a toda poderosa filha do prefeito.

— É por causa desse jardim que começou a tal operação? - Kim deduziu erroneamente, de novo, apenas a curiosidade presente em seu tom. - Isso quer dizer que a Marinette é a “Lótus”? O Adrien é mesmo o “Botão De Ouro”? - Entretanto, a segunda parte de sua conclusão não estava tão errada assim.

Diante da fala do atleta, não foi realmente surpreendente o fato de todas as meninas originalmente envolvidas na operação paralisarem. Mesmo Adrien, Nino e os outros meninos que não tinham intenção na divulgação da história, travaram por um momento, temerosos do que aquela pergunta iria acarretar.

— Que operação? - Kagami indagou, completamente perdida. Afinal, era a única que não fazia a mínima ideia da existência da tal conversa perdida. - Quem são “Lótus” e “Botão de Ouro”? - Seguiu perguntando.

— Do que você está falando, Kim? - Surpreendentemente, Marinette tomou a liderança do debate, forçando um tom desentendido.

— Ah, Marinette, vai dizer que não sabe? - Kim revoltou-se. - Eu sei muito bem que seis meninas participaram da conversa, sendo que a Chloé e a Sabrina não tem nada a ver com isso, e a Kagami com certeza muito menos. Ela é a única que está realmente com cara de paisagem aqui. - Jogou na roda. - Então é claro que você sabe do que estou falando. Talvez eu seja burro, mas não tão burro assim. - Afirmou, vendo que boa parte de seus colegas de classe bateram com uma das mais em suas testas. - Não espera, não foi isso que eu quis dizer… - Tentou corrigir-se, atrapalhando-se ainda mais.

Marinette inspirou fundo. Se existia um momento para sair correndo, com certeza era aquele. Entretanto, ela sabia que estaria assinando sua confissão, caso o fizesse. E não era dessa maneira que queria que Adrien soubesse de seus sentimentos.

Assim, com mais uma longa inspiração, encarou o atleta diretamente antes de dizer:

— Ainda que eu saiba - Sua voz estava vacilante - ou esteja envolvida, não meta Adrien nisso. - Exigiu, se aproximando. - Essa foto foi tirada no primeiro fim de semana depois da sua escolha ridícula de tema para o festival. - Contou. - A única razão para eu ter ido nesse jardim, foi para buscar inspiração para fazer esse maldito projeto dar certo. - Desabafou.

— E você precisava de um acompanhante para isso? - Retrucou Kim, de forma zombeteira. - Tem certeza que foi no jardim que achou sua inspiração? - Provocou.

Ao ver, mesmo de longe, que o rosto da asiática corara perigosamente, Adrien decidiu que estava na hora de intervir.

— Nós nos encontramos por acaso, Kim. - Afirmou, seco. - Eu estava em uma sessão de fotos por perto, quando um akuma atacou. Na confusão, acabei ficando sem celular e sem transporte, mas esbarrei com Marinette e ela me ajudou. - Explicou.

— Ah, claro! - O sarcasmo pingava da voz do atleta. - Por isso vocês resolveram registrar esse momento mágico? - Indagou.

— Quer parar? - Surpreendendo a todos, a pergunta exaltada partiu de Chloé, que sequer fez questão de dar importância aos olhares incrédulos que seus colegas de classe lhe lançavam. - É claro que isso só podia ser por acaso! - Continuou, um tanto transtornada. - O Adrienzinho nunca teria um encontro com essa aí. - Completou, a voz reassumindo a superioridade habitual, olhando para Marinette como se ela fosse um bicho nojento.

A mestiça chegou a tomar fôlego para retrucar, mas foi completamente surpreendida quando Adrien colocou-se a sua frente para encarar Chloé.

— Essa “aí”, como você diz - o loiro começou, sério - é minha amiga, assim como você, além de ser sua colega de classe. Devia tratá-la com respeito. - Ralhou. - Acredite Chloé, eu não teria nenhum problema em ter um encontro com a Marinette, mas não era o caso. Quando nos encontramos, ela falou que visitaria o jardim por causa do festival e eu achei injusto que fosse sozinha, uma vez que também faço parte dessa turma e estava ficando tarde. Fim. - esclareceu, passando os olhos pelos colegas. - É quanto a foto, Kim. - Continuou, encarando o atleta. - Tenho certeza que se você tivesse visitado o jardim, também ia querer uma. É simplesmente impossível olhar para aquele lugar e não querer um registro. Todos vocês deviam visita-lo. - Completou,crente que estava encerrando o assunto.

Mal sabia ele que, alguns dias mais tarde, ele desejaria ter imaginado que, na cabeça de uma certa loira, aquela história estava muito longe de acabar.

O restante dos ensaios daquele dia, como esperado, não renderam bons resultados, em razão da confusão. Tampouco a aula de história que tiveram logo depois.

Somando isso ao clima tenso instalado entre os adolescentes, Adrien acabou por deduzir que aquele definitivamente não seria um bom dia para que Marinette tiraasse suas medidas, embora não tivesse coragem de pedir que ela confirmasse sua conclusão.

Assim, quando o sinal anunciou o término das aulas, enquanto seus colegas se apressavam para fora feito uma manada de elefantes, ele guardava seu material, sem pressa alguma. De qualquer forma, tinha avisado a Nathalie que permaneceria mais algum tempo na escola, portanto, sabia que não lhe buscariam tão cedo. Poderia matar seu tempo livre no parque ali perto, ou treinar com Kagami. A japonesa dedicava um tempo, todos os dias, após às aulas, à prática de esgrima.

Qual não foi a sua surpresa quando, ao terminar de acomodar seus pertences na mochila e erguer a fronte, deparar-se com a outra asiática, parada em frente à sua carteira, de braços cruzados e fita métrica no pescoço.

— Vamos? - Marinette chamou, o tom levemente ríspido e cara de poucos amigos.

Adrien engoliu em seco, apenas meneando a cabeça positivamente.

A mestiça apanhou caneta e caderno e caminhou até a parte da frente da mesa da professora, onde depositou os objetos. Em seguida, abriu o caderno em uma página qualquer, enquanto o modelo se aproximava com cautela.

— Não precisa fazer isso hoje, se não estiver bem. - Disse, vendo como os movimentos da garota pareciam rígidos.

Assim como o maldito sorriso que não saia de sua cabeça, ver Marinette com uma expressão tão irritada também era estranho para ele. Claro que já havia acontecido antes, mais precisamente, no dia em que se conheceram. Mas após o fatídico “dia do chiclete”, quando resolveram as coisas e iniciaram uma estranha amizade, a mestiça não mais direcionou qualquer sinal de irritação a ele. Ou a qualquer pessoa, na mesma intensidade.

Todavia, ali naquele momento, as linhas do rosto da garota tinham endurecido de tal forma, que ele já estava, mentalmente, nomeando aquela expressão, na tentativa de se tranquilizar com a própria comédia mental.

Talvez “Marinette Má”...

“Bad Marinette”, rimava e soava melhor.

Ou quem sabe “Má-rinette”.

Desacreditado consigo mesmo e, tentando expulsar as piadas de “Chat Noir” da sua mente, concentrou-se em não rir, a fim de não causar um desastre.

— Na verdade - Respondeu ela, sem encará-lo. -, Preciso fazer isso hoje, sim. - Contestou. - Sua roupa foi a única que eu nem desenhei ainda, e também não é a mais fácil. - Explicou.

— Ok… - Concordou, amuado.

O loiro não pode deixar de reparar que a asiática parecia evitar encará-lo, e sentiu-se mal por isso. Contudo, foi tomado de nova sensação, quando sentiu o contato das mãos dela contra seu ombro, enquanto esticava a fita para medir o local.

— E a sua roupa? Já começou? - Resolveu insistir na conversa, na esperança de que seu desconforto pelo contato passasse despercebido.

Marinette o encarou de soslaio.

— Juleka me deu um vestido que não lhe servia mais. Vou apenas reformá-lo. - Contou, tentando parecer desinteressada na conversa. Contudo, logo percebeu que aquilo poderia soar ofensivo e sobressaltou, desvanecendo o semblante irritado em um rubor sem graça. - Não estou me desfazendo do estilo dela, nem nada do tipo, é só que a Juleka me ofereceu o vestido e ela já tem esse estilo dark, então achei que poderia servir para o figurino da bruxa. É claro que não estou chamando ela de bruxa… - Deslanchou a falar, cessando apenas quando a risada do loiro fez-se presente.

— Eu sei que não. Você nunca faria isso. - Garantiu o modelo, vendo a menina enrubescer um pouco mais.

Desejando encontrar um buraco onde pudesse se enfiar, a asiática foi até a mesa anotar as medidas que havia acabado de tirar, retornando para perto do loiro em seguida, circulando, de forma desajeitada, a fita em torno do peito do rapaz.

Adrien percebeu que ela não parecia muito mais confortável com a situação que ele. Percebeu, também, graças a proximidade dos dois, que Marinette era bem menor do que pensava. Tanto que ela teve que inclinar a cabeça para cima, a fim de encará-lo nos olhos, ocasião em que o flagrou sorrindo como um idiota, graças à constatação feita em relação a sua estatura.

Ambos desviaram os olhos, constrangidos.

— Adrien, eu… - A garota começou, sem soltar a fita que o prendia. Na verdade, involuntariamente, apertou-a entre os dedos, acabando por, sem querer ou perceber, pressionar o peito do rapaz. - Queria te pedir desculpas pelo transtorno de mais cedo. - Revelou. - Se você não tivesse ido ao jardim comigo, naquele dia, não teria passado toda aquela vergonha.

— Não há motivos para se desculpar. - O modelo deu de ombros. - Eu fui ao jardim porque não é justo que você carregue as responsabilidades da turma sozinha. Eu queria ajudar. - Explicou. - E você também não tem culpa pelas deduções equivocadas que as outras pessoas fazem. É só uma foto, não é nada demais. - Falou, tentando tranquilizá-la.

Contudo, aquilo martelou na cabeça da asiática, diversas vezes, nos segundos que se seguiram.

“Nada demais”.

Um momento que havia significado tanto para ela, para Adrien fora “nada demais”.

Engolindo a própria decepção, Marinette piscou algumas vezes, para ter certeza de que não começaria a chorar. Um tanto aliviada, soltou a fita que ainda circulava o peito de Adrien e se afastou, anotando a nova medida no papel. Em seguida, tornou a se aproximar para continuar seu trabalho.

— Ainda assim, fui descuidada com meu telefone. A última coisa que quero é te causar problemas. Farei o máximo para que não aconteça de novo. - garantiu com seriedade.

Adrien notou a mudança no timbre da garota, mas preferiu não comentar, apenas assumindo novamente a postura cautelosa inicial.

— Escuta Adrien, você não teria calças e sapatos que pudessem ser usadas com a parte de cima do figurino? -Mudando de assunto, a garota indagou, casualmente. - Não terei condições de fazer um bom trabalho se tiver que confeccionar o figurino completo. - Justificou, esticando a fita métrica para medir a gola do rapaz.

O loiro pareceu pensar, por alguns segundos.

— Calças e botas de montaria servem? - Sugeriu.

Marinette sorriu, vendo que ele realmente levava jeito para a coisa. Talvez, muito mais que ela. Afinal, ele atuava profissionalmente no mundo da moda.

— Servem muito bem. - Respondeu.

A mestiça não demorou muito para colher o restante das medidas que precisava e, quanto terminou, apanhou suas coisas e saiu tão rápido que Adrien mal escutara sua despedida.

E o restante daquela tarde passou de forma tão perturbadora quanto ele previra, com toda a história do “jardim secreto”, da verdadeira identidade de “Lótus” e da suposta paixão de Marinette em relação a si voltando a sua mente a cada momento. Fora as lembranças das mãos da mestiça lhe tocando, enquanto tirava as suas medidas. O frio no estômago que lhe acompanhava, cada vez que ele se recordava da sensação, era um bônus realmente inesperado e desagradável, por assim dizer.

De tão imerso nos próprios pensamentos, o garoto seguiu para casa no modo automático, quando o Gorila foi buscá-lo. Da mesma forma, fez os seus deveres e apanhou o Camembert de Plagg, sequer dando-se o trabalho de resmungar quanto ao mau cheiro, como sempre fazia.

Por fim, jogou-se contra o colchão de sua cama e passou a encarar, o teto, enquanto as mesmas questões repetiam-se de forma ininterrupta em sua mente, sem saber dizer, ao certo, quanto tempo permaneceu ali.

— Você está estranho garoto. Mais que o normal. - Quando finalmente cansou-se do estado catatônico do portador, Plagg observou, voando em direção ao leito e posando no travesseiro desocupado.

— Eu preciso vê-la, Plagg. - Sem mover um músculo, que não fosse aqueles necessários para falar, o jovem comentou, de forma apática.

— Ladybug? - O felino indagou, em um tom dúbio que o outro não notou.

— Marinette. - Respondeu.

Por ainda estar fitando o forro, Adrien não reparou na forma que o gato arqueou as sobrancelhas.

— Esses adolescentes. - Por fim, censurou o Kwami. - Mal podem ser tocados e já ficam confusos e sentimentais. - Acrescentou, com certa repulsa.

Só então, o modelo torceu o pescoço para encarar a criaturinha mística.

— Não é nada disso. - Sua voz assumiu certa irritação. - Eu só que eu me sinto mal de pensar que talvez ela tenha um sentimento por mim que eu não possa retribuir. - Justificou.

Plagg revirou os olhos fluorescentes.

— Claro. - Concordou, com ironia. - Da mesma forma que fica com a Chloé. - Pontuou.

Irritando-se de vez, o loiro ergueu-se num impulso e sentou-se contra o colchão.

— São situações diferentes! - Exclamou.

— Você nem imagina o quanto. - O kwami asseverou, ainda com ironia.

Adrien nem se deu o trabalho de perguntar o que ele queria dizer com aquilo. Sabia que, o felino não responderia e, na melhor das hipóteses, acabaria lhe zoando. Por isso, levantou-se decidido.

— Vamos. Preciso descobrir se a Marinette é mesmo a “Lótus”. - Chamou.

— E então o quê? - Plagg flutuou até parar a centímetros da face do portador e cruzou as patinhas, de forma desafiadora.

— Direi a ela que gosto de outra pessoa. - Respondeu simplesmente.

Adrien não fez questão de esperar o kwami terminar de dizer o quanto aquilo era besteira e que era estupidez tentar descobrir tudo como Chat Noir, pois a garota não lhe diria mesmo. Pelo contrário, interrompeu o discurso, sem a menor cerimônia, ao transformar-se.

Logo, estava pulando de telhado em telhado, sob o céu noturno da cidade luz, traçando o caminho que fizera algumas vezes, desde que salvara a mestiça da versão akumatizada do sorveteiro.

Após desabafar com Marinette, sob o manto do super-heroi, acabou por perceber que ela poderia ser uma boa amiga de suas duas personalidades. E ele apreciava a forma diferente com se relacionava com a garota, em cada uma delas.

Era bem verdade que haviam tido poucos encontros, talvez, não o suficiente para que a mestiça também se abrisse consigo. Mas ele o fizera, não? Admitira para ela que era apaixonado por Ladybug, por que ela não poderia fazer o mesmo?

Assim, ignorando a voz que ecoava em sua mente, dizendo que aquilo era uma péssima ideia, o jovem herói seguiu seu caminho, parando, apenas quando alcançou o telhado vizinho à construção em que Marinette morava. E ele não ficou realmente surpreso por encontrá-la, sentada no chão da varanda.

Mas sim, pelo modo como estava.

Os cabelos negros, inesperadamente, soltos e úmidos, ondulando com o vento noturno.

O pijama branco e rosa, que já conhecia, lhe marcando as curvas modestas.

As mãos posicionadas sobre os joelhos, polegares e indicadores se tocando, e as pernas cruzadas.

Estava em posição de lótus.


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Notas finais do capítulo

Posição de Lótus: A posição de lótus é uma postura em que o indivíduo permanece sentado com as pernas cruzadas e os pés em oposição às coxas com o fim de meditar seguindo práticas indianas. Foi estabelecida na tradição da ioga hindu. A posição lembra uma flor de lótus, melhorando a respiração e promovendo a estabilidade física (Wikipédia).

Espero que tenham gostado. Beijinhos e até o próximo!



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