Operação Jardim Secreto escrita por Lura


Capítulo 8
Malícia Teatral


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Primeiramente, gostaria de informar que estamos naqueles capítulos preparatórios para um grande desastre, digo, para uma parte mais tensa da história. Eu achei que fosse conseguir fazer isso apenas com este capítulo, mas acabei percebendo que queria desenvolver melhor os sentimentos dos personagens.

Enfim, é isso. Espero que gostem.

P.S.: Lembrando que a fic está adiantada no Spirit.



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Marinette Lutava contra o impulso de se encolher, ante os olhares que recebia de seus colegas de classe. Afinal, nenhum deles conseguia - ou fazia questão - de disfarçar os sentimentos que transmitiam pelo simples ato de encarar a representante de classe, parada, em pé, diante da mesa da professora. E a mestiça podia identificar cada um deles: dúvida, incredulidade, deboche, sarcasmo, desânimo, até mesmo pena. Nenhum sentimento positivo. Sequer suas amigas conseguiram compactuar, de imediato, com a ideia que passara os últimos minutos expondo.

Intimidada, desviou os olhos para o canto a sua esquerda, onde Srta. Bustier encontrava-se parada, de braços cruzados, e não se surpreendeu quando a educadora, com um aceno positivo, incentivou que prosseguisse. Afinal, a própria havia lhe ligado, na noite anterior, a fim de discutir novas possibilidades para o festival cultural, um tanto arrependida de, no auge de sua irritação, ter submetido a classe a um tema tão esdrúxulo. Claro que  isso apenas serviu para impulsionar as ideias que Marinette havia tido com a visita ao “Jardin D’eau”, ocorrida dois dias antes.

Infelizmente, não havia possibilidade de mudar o tema, por ser contra as rígidas regras do Festival Cultural. Fora o que Caline lembrara à mestiça  por telefone, e o que esta repetiu para seus colegas, na tentativa de dissolver a inicial rejeição quanto à ideia apresentada.

— Mas amiga! - Surpreendendo-a, fora Alya a primeira a questionar-lhe, em voz alta. - Entendo que não há como mudar um tema, mas transformá-lo em um teatro… - Comentou, reticente.

— Teatro interativo. - Corrigiu a asiática.

— O que é ainda mais difícil. - Afirmou a Blogueira.

— Mas aumenta as chances de vocês ganharem pelo melhor projeto, devido a originariedade da ideia. - Srta. Bustier, pela primeira vez, manifestou-se verbalmente em favor de Marinette.

— Da mesma forma que arruinará nossas notas, caso dê errado. - É claro que a contestação em tom debochado, viria de ninguém menos que Chloé Bourgeois.

— Tem de dar muito, muito errado para que nossas notas sejam arruinadas. - Marinette retrucou. - Se ao menos conseguirmos executar parte do projeto, a média de participação estará garantida. - Explicou.

— Não era mais fácil fazer um “Café Jardim Secreto”, ou algo assim? - A sugestão partiu de Ivan.

— Mas claro que tinha que ser o gordo o primeiro a falar de comida. - Kim troçou, rolando os olhos para cima.

Enfurecido, o roqueiro levantou-se e caminhou em direção ao atleta.De imediato,

— Eu preciso lembrar quem deu a ideia idiota para o festival cultural e nos colocou nessa situação? - Perguntou, de punhos cerrados.

— Meninos, contenham-se! - A professora exclamou, subindo os degraus até o corredor que dividia as duas alas de carteiras. - Ivan, volte para o seu lugar. - Pediu. - Kim, desculpe-se com Ivan, a menos que queira dar uma volta na sala do diretor. Sabe que Bullying é inadmissível em qualquer circunstância. - Ordenou, estreitando os olhos em direção ao dito aluno.

Em tom arredio, o atleta murmurou um pedido de desculpas que, todos sabiam, não continha muita sinceridade.

— Bom Ivan, respondendo a sua pergunta - Marinette retomou a palavra, enquanto Srta. Bustier retornava ao seu posto -, certamente seria melhor fazer um café temático. Acontece que não podemos repetir a escolha de outras classes, portanto, estamos impossibilitados de trabalhar qualquer escolha simples no ramo alimentício.

— Aliás, o número de salas que podem trabalhar com vendas de alimentos é limitado a vinte e cinco por cento, a fim de equilibrar o lucro e as visitas de cada projeto. - Reforçou a professora. - Uma vez que essa quantidade já foi atingida, fazer qualquer coisa na área não é uma opção para vocês. - Atestou.

— Isso está ficando cada vez mais difícil. - Nino observou.

— Não poderia ao menos ser um teatro normal? - Rose tentou.

— Já temos uma turma responsável pela apresentação de um teatro no final da programação. - A professora respondeu. - A ideia de Marinette apenas foi aceita pois os professores entenderam que a interatividade do projeto dela o diferencia da escolha da outra turma. - Explanou.

— Eu entendo a rejeição de vocês e aprecio, de verdade, cada opinião. - A representante de classe discursou. - Mas quero que entendam que Srta. Bustier e eu levamos um bom tempo discutindo nossas melhores opções. Por isso, estou certa que passamos por todas as alternativas mais simples. - Garantiu.

— Eu sei que você não iria sugerir algo tão arriscado antes de pensar em outras coisas. - Alya declarou, em tom ameno. - É só que… Eu não vejo muitas possibilidades de dar certo. - Desabafou.

— Honestamente? - A mestiça indagou de forma retórica, apoiando o quadril de forma descontraída na mesa da professora. - Também não estou segura quanto ao sucesso do projeto. - Confessou. - mas sei que nossa sala, mais que qualquer outra, está repleta de alunos talentosos. - Gabou-se. - E eu pretendo utilizar as habilidades de cada um para lutar contra as probabilidades. - Arrematou, abrindo um sorriso tão confiante que, de imediato, contagiou a maioria de seus colegas de classe.

Especialmente um certo loiro de olhos verdes, que mal conseguiu desviar os olhos de sua figura, desde que começara a discursar.



• • •

 

Quando Marinette afirmou que pretendia utilizar a habilidade de cada um de seus amigos no festival cultural, ela não estava, de maneira alguma, falando por falar.

E seus colegas de classe, mesmo sabendo da pretensão da mestiça, não conseguiram deixar de se surpreender quando, como se os conhecesse como a si própria, dividiu os trabalhos entre eles,  considerando o talento de cada um e tomando extremo cuidado na área em que deveriam atuar.

Assim, Nathanael ficou responsável pelo roteiro e criação de personagens, sendo que o ruivo, ainda, se ofereceu a criar uma breve história em quadrinhos, para ser disponibilizada na internet, que serviria como introdução para a peça que deveriam interpretar. A ideia havia sido recebida com tanto entusiasmo por Marinette, que ela mal conseguiu conter o jorro de elogios que direcionou ao colega de sala, os quais ressaltavam o quanto ele era incrível, parando, apenas, quando o viu extremamente constrangido, fato que rendeu péssimas piadas de duplo sentido por parte de Chloé, que não perdia a oportunidade de sugerir um romance entre os dois.

Mylène ficaria responsável por tomar algumas lições com seu pai - que embora atuasse em área diferente, não deixava de ser ator - e repassá-las a turma, ficando, portanto, com a direção da peça e a escolha dos atores.

Assim que fosse definido quais estudantes iriam atuar,  Marinette começaria a trabalhar com a confecção dos figurinos e da parte têxtil do cenário, enquanto Max ficaria a cargo das partes mecânicas e elétricas, se possível fazê-las.

E falando em cenário, uma vez que haviam estabelecido que a peça seria interativa, decidiram moldá-lo em forma de um pequeno labirinto, para que os espectadores pudessem explorar o suposto jardim, enquanto a história se desenrolava. Decidiram também, que o melhor local para a montagem, seria o jardim traseiro do colégio, o qual, com um tanto de relutância, fora cedido pelo diretor.

Entretanto, o maior desafio ainda seria erguer, do nada, o famigerado jardim, questão que havia desafiado a inteligência da turma por ao menos meia hora de discussão, até que, uma sugestão um tanto tímida, partida de de Kagami - a qual ainda não se sentia completamente confortável e acolhida com a nova turma escolar - os iluminou.

Origami.

Fariam o cenário completamente baseado em origami.

Portanto, não foi realmente estranho que o desenvolvimento de tal parte, ficasse a cargo da japonesa. Não por sua nacionalidade em si, mas porque ela passara boa parte do tempo livre de sua infância, aprendendo a arte da dobradura com sua avó e tias, conforme revelou para a classe.

Por fim, Alya se encarregaria da divulgação do espetáculo, enquanto Nino e Adrien ficariam responsáveis pela trilha sonora.

Os demais alunos, sob a administração de Marinette, serviriam de mão de obra para todas as áreas que dividira inicialmente, visto que ninguém conseguiria trabalhar sozinho.

Assim, a primeira parte da organização do projeto “Jardim Secreto”, que executariam no festival cultural, estava concluída, sendo que, todos aqueles elegidos pela representante de classe, deveriam, impreterivelmente, no dia seguinte, apresentar um plano de ação, para que pudessem dividir corretamente os trabalhos e administrar o tempo que ainda lhes restava até o grande dia.

 

• • •

 

— Não acham que ficou muito clichê? - Alix perguntou, lendo sua cópia do roteiro escrita por Nathanael. - Sem ofensas! - Acrescentou, olhando para o ruivo, que encolheu os ombros.

Assim como a patinadora, seus colegas de classe estavam espalhados pela parte dianteira da sala de aula, cada qual com a sua cópia da história que seria interpretada no festival cultural.

— Realmente, a história de príncipe e princesas e um reino em perigo é batida. - Começou Srta. Bustier. - Mas isso não necessariamente é algo ruim. Na verdade, eu acredito que é até mais seguro para atrair o público. - Observou. - Aliás, achei fantástica a ideia de fazer três princesas. - Elogiou.

— E quando a gente pensa que criar histórias com princesinhas é coisa de mulher… - Kim debochou, passando os olhos por sua cópia.

— Dá pra parar de ser idiota? - Alya ralhou.

— Eu… Eu só… - Nathanael tentou justificar-se - Não pensei em nada mais que combinasse com o ambiente lúdico de um jardim secreto e a interatividade do projeto. - Emendou.

— Então talvez você não seja tão bom assim, no fim das contas. - Kim retomou a palavra.

— Olha quem fala! - Ivan exclamou, novamente, tomando a frente para enfrentar o colega de classe. - Qual o seu talento mesmo? - Ironizou.

Revirando os olhos, o atleta levantou-se do tampo da mesa, onde estivera sentado até então.

— Você sabe que eu sou o melhor atleta. - Vangloriou-se, armando uma pose soberba.

— É fácil dizer isso quando não se tem concorrência para provar o contrário. - O roqueiro retrucou, cruzando os braços.

— E não é que o brutamontes tem cérebro? - De forma ofensiva, Chloé acabou por apoiar Ivan.

— Ivan, Kim e Chloé! - A professora gritou. - Eu não pretendo avisar novamente então, por favor, não testem a minha paciência. - Avisou.

Os três estudantes, apenas desviaram os olhares, como se a advertência não lhes dissesse respeito.

— Eu achei a história incrível! - Rose retomou o assunto. - Eu adoro conto de fadas! - lembrou, de forma sonhadora, erguendo o calhamaço de papel como se se tratasse de um verdadeiro tesouro.

— Eu achei machista! - Alya reclamou, sem preocupar-se em ser delicada. - Como assim, o príncipe pode escolher entre três princesas? Não poderia ser o contrário? - Sugeriu.

— Assim perderia o encanto de um conto de fadas. - Rose defendeu.

— Então vamos abandonar os clichês! - Insistiu a blogueira, cerrando os punhos no ar.

— Seria interessante, mas a peça teria menos chance de dar certo também. - Nino ponderou. - E já que estamos em um projeto difícil, devemos apostar no mais seguro. - Emendou.

Um tanto indignada por ter sido contestada pelo próprio namorado, Alya entortou o tronco em direção a ele, colocando uma das mãos na cintura e erguendo uma das sobrancelhas.

— Isso! Vamos continuar vivendo conforme as regras de uma sociedade machista então, sem fazer nada para mudar! - Exclamou, com ironia.

— Alya, é só uma peça de teatro escolar! - O DJ argumentou. - Existem outras maneiras de lutar pelo feminismo, mas estamos em uma situação complicada aqui.

— Vocês dois, também: basta! - Ordenou Srta. Bustier, agitando as mãos no ar. - Alya, eu entendo seus ideais e, particularmente, compartilho deles, mas tenho que concordar que se seguirmos por sua lógica, teremos um trabalho de adaptação muito mais difícil. - Explicou, vendo a morena cruzar os braços, revoltada por sua derrota. - Mas podemos tentar uma outra história, em outro estilo, talvez. - Sugeriu.

— E perder mais um dia esperando outro roteiro? - Perguntou Myléne. - Não acho que estejamos com tempo de sobra. Outras classes, com projetos mais simples, já estão trabalhando. - Informou.

— Nesse caso… - A professora começou reticente. - Estamos de acordo em relação ao roteiro? - Inquiriu.

De forma automática, todos os estudantes reunidos, assim como a educadora, direcionaram o olhar para a segunda carteira do lado esquerdo, onde Marinette, que ocupava seu lugar de costume, relia o roteiro de forma compenetrada, um vinco enrugando sua testa.

A mestiça engoliu a seco, ao perceber que todos os olhares estavam concentrados em si.

Uma coisa ela tinha que admitir: também compartilhava, fortemente, da opinião de Alya.

Por outro lado, sabia que desperdiçar o tempo era um luxo que não podiam desfrutar, o que inevitavelmente aconteceria, caso tivessem que forçar Nathanael escrever outro roteiro. Ela, mais que ninguém, sabia que não se pode forçar o surgimento de ideias. Elas deveriam vir naturalmente, sob pena de não serem boas o suficiente.

Entretanto, aquele roteiro…

Não lhe agradava de modo algum. Não apenas pelos pontos machistas aventados por Alya, mas por motivos que ela sequer sabia apontar. Provavelmente, estava tendo um mau pressentimento, que só se   intensificava a medida que Chloé e Sabrina cochichavam, lançando-lhe olhares furtivos de deboche. Mas isso não poderia ser usado como argumento, de modo algum.

Assim, respirou fundo, antes de formular a resposta que todos aguardavam:

— Acho que devemos ficar com esse roteiro. - Afirmou, por fim. - Com algumas adaptações, pode render uma história legal. Não que já não esteja! - Acrescentou a última parte, agitando as mãos em direção a Nathanael, que pareceu murchar ainda mais.

— Se é assim… - A última voz que a maioria dos alunos desejavam ouvir, tornou a se pronunciar, aguda e afetada. - Por que não adaptamos a história para que o jardim realmente tenha a ver com o enredo, deixando de ser apenas parte do cenário? - A filha do prefeito perguntou, forçando um tom despretensioso.

E embora sua declaração parecesse inteligente a princípio, todos tiveram medo de perguntar o que ela queria dizer com aquilo. Por que Chloé Bourgeois, mais do que qualquer outra pessoa, não despendia qualquer esforço, se não tivesse um grande interesse por trás.

Contudo, Caline Bustier, que ainda parecia esperar sempre o melhor de seus alunos, não tinha esse receio. Tanto que incentivou-a a prosseguir.

— Qual a sua ideia Chloé? - Indagou, não recuando mesmo quando o sorriso levemente malicioso riscou a face bronzeada da garota.

 

• • •

 

— Ela transformou meu plano em um teatro! - Marinette exclamou, meio atordoada, os dedos de ambas as mãos entranhados nos cabelos negro-azulados. - Chloé Bourgeois transformou a “Operação Jardim Secreto” em um teatro. - Acrescentou, dobrando-se até encaixar a própria testa entre os joelhos, ficando a famosa “posição de impacto”, tão ensinada nas aeronaves de todo o mundo.

Um tanto compadecidas e, talvez, tão atordoadas quanto, Alya, Rose, Juleka, Myléne e Alix, que estavam acomodadas no chão, em torno do divã, onde  a mestiça se encontrava, observaram a figura deplorável que ela formava.

— Como diabos ela descobriu o plano… - Continuou, a voz abafada pelo tecido de sua calça. - Eu não quero acreditar que o Adrien foi baixo ao ponto de contar a ela. - Acrescentou, choramingando.

— Amiga, não acho que tenha sido o Adrien. - Alya, em tom cauteloso, defendeu o modelo, enquanto alisava os pés da asiática, de forma carinhosa.

— Provavelmente foi o Kim. - Alix acrescentou, cruzando os braços. - Aquele mané faz de tudo para conquistar a atenção da filhinha do prefeito. - lembrou, o semblante torcido em desagrado.

— E como o Kim descobriu, para início de conversa? - Marinette indagou, levantando a fronte, sem preocupar-se em esconder as lágrimas insistentes que escorriam de seus olhos azulados. - venho me perguntando isso desde a escolha do tema deste maldito festival. - Esbravejou.

— Nino disse que ele tomou a nossa conversa das mãos do Adrien quando ele estava lendo. - Revelou a blogueira. - Ou seja, o modelinho adolescente não tem culpa de tudo.

Marinette piscou algumas vezes, sequer permitindo que o alívio daquela informação, se espalhasse pelo seu corpo, antes que outra constatação pipocasse em sua mente. Indignada, estreitou os olhos em direção a amiga.

— Você contou para o Nino! - Exclamou, levantando-se, indignada.

— Eu não forneci nomes. - Alya justificou-se, também colocando-se de pé.

— Nem precisaria! - Continuou a mestiça, a irritação subindo-lhe a cabeça. - É claro que ele vai deduzir que, se você está envolvida, eu também estou! - Explicou, exasperada.

— Ainda que seja assim, ninguém pode afirmar que a Lótus é você, amiga! - Insistiu a blogueira. - Olha, eu sei que posso ter agido mal, mas eu precisava saber como a história tinha chegado nas mãos do Kim, para entender com o que estávamos lidando. - Explanou.

— Por quê? - Indagou, entre soluços. - Agora todos sabemos com o quê estamos lidando: Com Chloé Bourgeois, que está disposta a exibir a minha história humilhante em um palco! - Praticamente gritou.

— Tecnicamente, nãos será um palco. - Alix lembrou, atraindo os olhares furiosos de suas colegas. - O quê? Não vai ser mesmo um palco. - Repetiu, sem entender a reação das meninas.

— De todas as coisas, isso é o que menos vem ao caso agora, Alix. - Alya respondeu, retirando os óculos e apertando a ponte do nariz, de forma nervosa. - Olha Mari, vamos esperar a segunda adaptação do roteiro. Daqui a pouco o Nathanael vai enviar para a turma, então saberemos o quanto estamos comprometidas. - Sugeriu. - Em último caso, podemos explicar pelo menos parte da situação a Srta. Bustier. Sei que ela não vai querer que nenhum aluno seu seja exposto.

A mestiça engoliu em seco, sentindo o coração pesar. Ainda tinha a Srta Bustier para lidar. Afinal, após ser akumatizada, a professora percebeu que não havia sido razoável com a turma, ao impor que desenvolvessem um tema tão difícil, de modo que que se esforçou, tanto quando seu psicológico abalado pelo término do noivado permitiu, para encontrar uma alternativa que permitisse que obtivessem sucesso no projeto. Quando a ideia do teatro interativo surgiu, ela se empolgara de tal maneira, que Marinette não teve coragem de jogar areia em sua animação. Da mesma forma que não gostaria de ter que fazer isso agora.

— Em todo caso, você também não precisa interpretar, se não quiser. - Mylène tomou a palavra, tirando a mestiça de seu devaneio. - Afinal, eu fiquei responsável pela escolha dos atores. Então, podemos dar um jeito de te deixar em uma situação confortável na peça. - Declarou, sorrindo confiante.

— Lembre-se: - Dessa vez, Rose chamou sua atenção. - Você só não pode se entregar. Qualquer coisa além da sua palavra, é apenas boato. - Afirmou, convicta.

Marinette levou ambas as mãos ao rosto, secando-os sem delicadeza. Embora não estivesse muito confiante disso, talvez suas amigas estivessem certas. Em vez de arrancar os próprios cabelos em antecipação, deveria se acalmar e analisar a situação, a fim de encontrar uma solução decente. Por mais ruim que estivesse, sabia que, com lágrimas, só conseguiria aumentar a própria humilhação.

Assim, com o coração menos pesado, tornou a erguer a fronte, abrindo um sorriso mínimo, antes de declarar:

— Não sei o que eu faria sem vocês!


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Espero que tenham gostado.

No próximo capítulo, teremos mais informações quanto aos personagens da peça. Será que alguém consegue adivinhar quem será o príncipe???

Beijinhos!



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