Reputation escrita por Jubileep


Capítulo 1
Look what you made me do - Parte I


Notas iniciais do capítulo

JÁ ASSISTIU AO TRAILER ANTES DE COMEÇAR A LER? https://youtu.be/tVD2NQyOR3k


Olá pessoal!
Faz algum tempo desde que parei de postar fanfics, mas decidi voltar porque esse álbum da Taylor me deixou cheia de inspirações em relação à Faberry.

(qualquer música me faz derreter por faberry, tbh)

Espero que gostem, e comentem pois tudo foi feito muito amor mesmo!



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trailer

 

“I don’t like your little games. Don’t like your tilted stage. The role you made me play (of the fool).”

Quando Quinn encontrava-se ansiosa ela mordia o lábio inferior com mais descuido do que o usual, às vezes o sabor metálico do sangue se mesclava com o gloss de cereja que ela passava e retocava meticulosamente a cada troca de aula – cerca de umas cinco ou seis vezes por dia. Pequenos tiques difíceis de largar.

Esse era um daqueles momentos, onde a dignidade beirava a um colapso.

Seus dedos puxavam um fio solto na barra de sua invejável saia das Cheerios, prejudicando parte da costura, enquanto seus olhos percorriam pelo que tinha debaixo da saia de Rachel Berry – e ela estava odiando como não conseguia parar de focar em tal visão.

Havia se tornado rotina detestá-la, desenhar caricaturas na cabine dos banheiros femininos com caneta permanente apenas por diversão – ela não conseguia parar de divagar sobre como a estrela do clube do coral era esquisita, prepotente e, agora, mesmo que não viesse a admitir, como tinha belas pernas.

Rachel tinha essa bizarrice de adolescente que se esqueceu de trocar o guarda-roupa infantil faz algum tempo, andando com o cabelo preso de formas socialmente inaceitáveis por aí e com suéteres de veado que ultrapassavam o limite do bom senso, achando o máximo suas sapatilhas com meias até o joelho. Ela não tinha apenas um visual que causava náusea, ela tinha essas atitudes que apenas faziam com que Quinn a quisesse mais longe possível.

Ela gabava-se sobre um clube cujo fracasso era iminente, ficava em cima de Finn Hudson como se ele fosse um príncipe sobre um cavalo-branco encantador e, então, ficava fazendo com que a capitã das líderes de torcida sentisse as pernas estremecerem – e não necessariamente apenas de raiva.

Quinn encontrava-se sentada na arquibancada do ginásio, junto a todos os outros estudantes do colégio. O motivo da reunião geral era que o clube do coral tinha algo a dizer… Ou a cantar, tanto faz. Fabray já estava rindo de escárnio antes mesmo das cortinas se abrirem para dar lugar aos perdedores, esperando uma música que apenas os pais dela deviam conhecer – algum disco que o Sr. Shuester deveria achar grandioso.

Ela esperava tudo, menos Rachel Berry numa saia minúscula cantando Push It do Salt-N-Pepa; saltando sobre Finn Hudson numa posição inapropriada demais para o horário escolar. A Cheerio pôde ver o olhar mortal de desaprovação de Sue Sylvester e sabia que o seu próprio olhar não deveria estar muito diferente – afinal, diante de todas as circunstâncias, ela deveria odiar aquela imagem em sua frente.

Permanecia estática, no entanto; chocada. Não porque a música era boa, até porque não era. Não porque eles eram talentosos, afinal a asiática era estranha e o garoto pálido demais estava claramente apaixonado por Finn para conseguir se concentrar.

E, temia admitir, mas não estava chocada por Rachel Berry estar em cima de Finn Hudson de um jeito que quase classificava aquilo tudo como um ato de adultério por parte do rapaz. Estava furiosa por alguém tão desengonçado quanto o namorado ter colocado as mãos (provavelmente suadas e trêmulas) nas pernas de Rachel; e por isso a odiava – por lhe causar esse tipo de pensamento errado, o tipo de pensamento que garotas como ela nunca deveriam sonhar em ter: um pensamento que envolvia ter inveja do próprio namorado por poder segurar as pernas de sua nêmese daquele modo.

Ela sentia-se ansiosa com aquilo tudo, uma espécie de agonia em sua barriga e um calor crescente em suas bochechas. Havia os arrepios também, os que faziam os pelinhos de seu braço levantarem. Arrepios que só o frio do inverno americano e Matthew McConaughey no filme “Como Perder um Homem em 10 Dias” haviam lhe causado.

Era raiva que devia sentir? Ou uma auto-vergonha-alheia pelos tipos de sentimentos que estavam lhe fazendo pensar sobre as pernas de Rachel e não sobre as bizarrices intermináveis da cantora? Merda. Havia lhe detestado por tempo demais por conta do desejo ambicioso de Berry de lhe derrotar de alguma forma – como se fosse esta uma ideia humanamente possível – e agora a odiava pelo que estava lhe fazendo pensar.

— Isso é horrível. – Fabray disse com mais fúria do que conseguira conter, cruzando os braços sob o busto. Santana Lopez lhe direcionou o olhar, ela tinha em seu rosto a mesma expressão de depreciação que usava para todos os momentos de sua vida, o que impedia Q de distinguir se ela estava ou não apreciando aquilo tudo. Provavelmente não.

— Meus olhos estão prestes a explodir. – Respondeu, passando a mão pelo rabo de cavalo impecável no topo de sua cabeça.

— Digo o mesmo.

Olhou para o palco novamente. A asiática levava o menino de cadeira de rodas para todo canto, enquanto Finn e o outro magricelo faziam movimentos que, supostamente, eram para seduzir as garotas. Era tudo tão constrangedor, e ainda assim tornava-se difícil não querer olhar. E Rachel? Rachel continuava performando em sua saia curta, com uma blusa justa que mostrava o que os ousados cardigãs amarelo-ônibus escondiam e uma confiança que beirava ao irritante.

Santana lhe cutucou, puxando-a de volta de seu transe.

— Quinn? Acho melhor ir ao banheiro, seu lábio tá sangrando.

[…]

Quinn Fabray tinha esta beleza indiscutível que faria qualquer um se admirar, a forma que seu cabelo balançava e o modo como ela pousava as mãos sobre a cintura enquanto caminhava em uma reta perfeita faziam todos os adolescentes com hormônios à flor da pele suspirarem e, também, temerem a garota. Era como se cada mísero movimento que fizesse tivesse sido planejado e esculpido para fazer alguém derreter de amor e medo.

Havia apanhado tanto do Universo que aprendera a fingir essa confiança inacabável de forma majestosa, como se não houvesse nada que soubesse fazer de melhor do que intimidar todos apenas com a sua presença – e olha que ela sabia manter o equilíbrio numa pirâmide de três andares.

Quando a multidão de adolescentes se abria como o mar vermelho para ela passar pelos corredores, ela sentia-se inabalável.

— Isso acaba agora. – Decretou, assim que achou Rachel Berry se olhando no espelho de seu armário. A menor parecia assustada, como uma dessas presas que sabe que dentes afiados entre suas entranhas é seu único destino. Tal momento de susto durou somente alguns segundos, quase como se fosse uma nova pessoa a garota arrumou a postura e abriu bem os olhos (como se isso fosse capaz de poupar o nariz quebrado que ela achava que viria a ter).

— Oi? – Fechou gradativamente a porta de seu armário, sem permitir aquele usual estrondo.

— Você realmente vai se fazer de desentendida após aquele mico no ginásio? Aquilo foi inapropriado… Você é inapropriada pra esse colégio. – Respondeu ríspida como uma vilã clichê de romance adolescente. Quinn torcia para que seu discurso não tenha sido invalidado pelos curtos cinco segundos em que analisou a outra dos pés a cabeça, segurando aquela falha e otimista tentativa de anular seus pensamentos sobre o corpo da rival.

— Desenhos meus na cabine do banheiro são inapropriados, Quinn. Não estou te enchendo o saco por isso, certo?

— Quem disse que fui eu que desenhei? Digo, eles são realmente criativos, mas… Enfim, – ela deu aquela risadinha contida –, não fui eu.

— Jura? Você é a única que me odeia nesse colégio. Acho que é porque não consegue aceitar que enquanto as Cheerios apenas decaem na pirâmide social do McKinley, o clube do coral só sobe.

— Nos seus sonhos, Berry. Ninguém gosta de vocês aqui.

— Finn gosta.

A Cheerio engoliu em seco, sentiu tanta raiva e tanta excitação numa só fração de segundo. Ela adorava discutir e se sentir superior, ela só não imaginava que um ratinho amedrontado seria capaz de abalar um pouco as estruturas de seu ego.

Ao fundo, barulho de armários metálicos sendo fechados com todo tipo de força; dava pra enxergar no fundo dos olhos amargurados de quem provavelmente teria uma aula maçante de álgebra ou a repulsa no rosto de quem precisaria aguentar os cuspes do professor de Química. Vez ou outra Cheerios passavam fofocando ao lado das duas e bolas de futebol americano eram arremessadas de uma extremidade do corredor à outra – ainda que tal prática fosse estritamente proibida.

Havia tanta coisa ao redor delas, tantas portas sendo abertas e tanto tipos de sapatos diferentes indo pra lá e pra cá como numa música frenética e sem sincronia alguma, havia um colégio inteiro de rostos e pessoas diferentes e, ainda assim, tanto Quinn Fabray quanto Rachel Berry não conseguiam desgrudar o olhar uma da outra.

— Você é patética. – A maior retrucou, odiando-se logo em seguida (ela estava brigando como uma criança do primário, aquilo era uma vergonha para sua autoestima).

— Não importa mais. – Rachel disse, se recompondo da nada intimidadora fala da líder de torcida. – Não importa se me acha feia e magricela e se nunca no mundo vier a me ver como uma garota tão bonita como você. Não sou como você, Q. Não sou sexy e nem posso ficar por aí com uma saia minúscula das Cheerios. Agarrei a oportunidade que eu criei… Essa sou eu. Vou me agarrar ao que eu tenho, e não é muito, eu sei… Mas não preciso da sua aprovação.

— Você não precisa da minha aprovação, mas também não precisa da aprovação de meu namorado. – Respondeu; um grupo de geeks passou ao lado delas exclamando entusiasmados sobre algum jogo novo de RPG e a professora de História jogou a maçã que comia na lixeira próxima a elas.

— Por que não me deixa em paz? Digo, eu não sou bonita ou sexy ou intimidadora. Você me acha uma fracassada, então por que se importa tanto comigo? Se eu nunca vou ter uma chance com Finn, bom pra você. Eu sequer gosto dele! Apenas relaxe, Quinn. Você já deixou bem claro que não sou uma ameaça.

Quinn suspirou, não havia nada pior que perder uma batalha pela falsa humildade do adversário. Havia cartazes sobre o grêmio estudantil na parede no lado oposto delas, preenchendo sua visão periférica. Em frente a ela, essa garota que agora soava tão mais real parecia vulnerável e incrivelmente melhor do que ela própria. Como reagir àquilo?

Bufou de modo mais chamativo do que gostaria.

Talvez também fosse por isso que a odiasse, porque ela tinha esse lance todo de ter emoções e demonstrá-las como se o mundo dependesse disso: Quinn não tinha tal virtude – ela escondia o máximo possível seus problemas no canto mais escuro e inalcançável de seu peito e se convencia de que ela estava bem.

Odiava a piedade crescente dentro dela, odiava como mesmo que nas entrelinhas de seus pensamentos Fabray admitia achar Rachel Berry uma garota razoável. Ou mais do que razoável, tanto faz. Era esse pseudo-ódio que gritava em sua mente, era ele o culpado pelos seus métodos de defesa nada convencionais.

— Rachel, você está certa… – Suspirou, a calmaria no tom de sua voz era tão amedrontadora quanto o breve silêncio entre o clarão e o estrondo de uma trovoada. Era como se algo dentro de Quinn estivesse prestes a explodir. – O clube do coral é muito superior às Cheerios. – Sorriu, e o estrondo do trovão nunca chegava.


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Notas finais do capítulo

O que Quinn vai aprontar? É realmente frustrante quando você quer detestar uma pessoa mas a carinha é tão bonita, arrrghh. Todo mundo já foi uma QF, right?

TRAILER: https://youtu.be/tVD2NQyOR3k



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