Shadowhunters: Cidade das sombras escrita por Vickysmeow


Capítulo 12
Capítulo 10: Destinada




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Julieta correu. Entrou na casa assim que suas pernas voltaram a obedece-la. Correu até encontrar o corpo de Jam caído e inerte no chão da sala, sobre o tapete persa de sua "mãe".
Os passos de Agramon eram audíveis a poucos metros. As mãos tremiam ao enrolar os fios do cabelo de James em seu dedos enquanto tentava acordá-lo. Mas nada.
E então, a voz maléfica disse enquanto sorria:
— Não adianta correr, Julieta. Mas se quiser deixar minha caçada mais interessante... Pode começar.
Julieta podia sentir o demônio na entrada da porta. Ergueu-se do chão e subiu as escadas para o segundo andar, o mais rápido que pode. Sabia que não deveria fugir, ele a acharia.
Passou pelo pequeno corredor as pressas e entrou em seu antigo quarto. A cama destruída, as coisas quebras e as roupas reviradas e jogadas no chão.
A dor a apertou o peito ao ver o retrato de seus pais, com ela e Jordan no meio deles em um dos aniversários dela.
Abaixou-se e pegou o objeto de vidro quebrado. As pernas amolecerem e caiu de joelhos enquanto as lágrimas rolavam. Como queria que aquilo tudo fosse mentira. Como ela queria poder voltar a ser uma mundana normal e somente se preocupar com provas e um par para o baile.
— Sabe - A voz de Agramon invadiu o ambiente silencioso. Julieta deu um pulo no lugar e sentiu os pelos da nuca se arrepiarem. Porém, virou-se para encará-lo. - Sempre disse a mim mesmo e aos outros: Amar é destruir e ser amado é ser destruído. Onde acha que Valentim Morgenstern aprendeu isso?
— Valentim quem? - Julieta perguntou tentando se levantar e ganhar tempo para pensar em alguma coisa.
— Ops! Esqueci que não está a muito tempo nesse mundo, não é mesmo criança?
— Eu não sou criança! Tenho dezessete anos!
A serpente já se deslizava pelo braço dela em direção ao chão. Agramon levantou a mão aberta no ar e o quadro que antes ela segurava, agora estava nas mãos dele.
— Lindos. Você é a cara de sua mãe!
— Ela não é minha mãe.
Ele a olhou e sorriu ironicamente ao se aproximar dela e notar o chicote já preparado. Ele a olhou novamente e a avaliou de cima a baixo. Julieta tremeu ao perceber que ele estava um passo à frente dela em tudo. Como era possível?!
— Não me referia a mulher na foto. Sua verdadeira mãe, bobinha.
— Você sabe quem...
Um bolo de lágrimas parou na garganta dela e a garota o engoliu. Não choraria na frente de um demônio que tentava matá-la.
— Mas é claro que eu sei! - O demônio soltou um som de exclamação indignado. - Eu sou Agramon! Eu sei de tudo o que se passa lá embaixo!
— Lá... Embaixo? - Julie perguntou e torceu para que ele não estivesse referindo-se ao inferno:
— É garotinha boba, lá embaixo. É onde sua mãe está. E a espera.
Julieta afastou-se dele negando com a cabeça. Não era verdade. Demônios soa traiçoeiros e mentirosos. Não acreditava nele. Nunca!
— Não. Ela não está lá! Seja quem for aposto que está em um lugar bem melhor do que seu mundo!
E então a serpente se curvou e esticou-se na direção de Agramon, disparando sua corrente elétrica. Ele desviou-se e riu da brincadeira.
— Nem tente, querida. Eu sou mais poderoso e mais experiente com a magia. Você pode até possuí-lá, mas não sabe como controlá-la. Pode ter as armas, mas são inúteis contra mim. E isso docinho... - O demônio desapareceu de onde estava e reapareceu as costas da menina, agarrando-a pela jaqueta preta. - Me proporciona uma grande vantagem!
Julieta foi arremessada para trás. As portas da varanda estavam fechadas e quando a garota atravessou o vidro empoeirado, o vento invadiu o quarto,  balançando as cortinas de seda branca.

****

Julie sentiu-se flutuar. E depois, tudo acabou. Sentia dor em todo o canto do corpo, onde havia pedaços do vidro presos na pele das mãos e os hematomas  começaram a surgir assim que ela atingiu o chão duro de grama e terra com toda a força presente em Agramon.
As costas doíam, e conforme rolava pela terra, a cabeça latejava e o ar faltava em seus pulmões.
Quando a queda finalmente acabou, a garota estava de olhos fechados e o último raio de sol deixava o horizonte.
Julieta sentia a consciência gritando dentro dela. Acorde! Acorde! Jam precisa de você! Você precisa de você! Foram só oito metros de altura! Não pode morrer por isso!
A caçadora de sombras piscou para abrir os olhos e em cima dela, viu o rosto do amigo. Jordan a encarava.
E então ela gritou, na esperança que alguém a ajudasse. Mas, as mãos fortes de Agramon a prendiam no chão.
— Você é mais forte do que eu pensava.
— Forte o bastante pra matar você!
Julieta se sentou ignorando a dor que vinha de todos os lados e pegou a adaga na bota, fincando-a no ombro do corpo de Jordan.
O demônio gritou e a soltou, tempo suficiente para Julie correr de volta para a casa.
— Ah não, não, não, não! - O demônio a barrou na entrada e  agora ele estava Jam. Desacordado e sangrando na sobrancelha direita. A faca em seu pescoço fez a garota parar no lugar. - Obrigada pela diversão. Sua mãe ficará orgulhosa de você!
Julieta o encarou. As mãos temendo e adaga pronta para atacar. Porém, a mesma caiu no chão e a serpente voltou a se enrolar no pulso dela.
Cansada e derrotada, pensou que se render seria melhor. Mas ainda não. Ele tinha Jam.
— Solte-o. Me leve com você, mas solte-o. Por favor! - Ela pediu enquanto as lágrimas escorriam bochecha abaixo. - Você venceu!
— Não é o momento, querida. Mas, espero vê-la em breve, pois presumo que vá querer salvá-lo.
E as últimas palavras de Agramon deixaram Julie em puro choque, medo e ódio por ter levado Jam e Jordan com ele.
— Então, até logo. Filha de Lilith.

 

 


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