Shadowhunters: Cidade das sombras escrita por Vickysmeow


Capítulo 13
Capítulo 11: A serpente




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— Após seduzir Eva no paraíso, Lilith foi jogada para o inferno e proibida de ter filhos. Agramon mentiu, seja lá qual for o motivo dele para isso.

Julieta voltou correndo para o instituto assim que o demônio sumira com Jam. Não achara Anne e Melissa deveria estar na enfermaria, assim como Charlotte. Então, a caminho de lá, esbarrou com Gabriel, que logo notou o estado da garota.

Eles andavam rapidamente - quase correndo - pelos corredores do terceiro andar, Julie tendo que se apressar para acompanhar as pernas longas dele. A noite caíra em Seattle e parecia que ia cair o mundo em água. As nuvens pretas, visíveis através das janelas do instituto, deixavam bem claro, que quem saísse ou tivesse planos para aquela noite, deveria desistir.

— Como pode estar tão calmo?! - A garota perguntou quando eles adentraram a sala de armas.

O caçador de sombras procurou por adagas e lâminas serafim para escondê-las no uniforme preto e de luta.

— Pega isso. - Ele disse ignorando-a e lhe estendendo uma pedra com um simbolo esculpido nela.

— Ah que ótimo! Estou te dizendo que seu melhor amigo e o meu melhor amigo foram levados para o inferno e você me dá um pedra e espera que eu faça o que com ela?! - Agora, Julie irritou-se. Como ele podia agir com tanta calma nessa situação, sem surtar, ela não sabia. Gabriel a encarou confuso.

O garoto se aproximou e fechou a boca após pensar em falar algo.

— Não é só uma pedra. - Ele disse calmamente e pegou a mão dela, que segurava a pedra, e a ergueu para que ambos conseguissem ver. Uma luz brilhante e azul saiu da mesma. - Viu? Vai te trazer luz. E eu não estou calmo. Só sei que ficar do jeito que você está agora não vai adiantar em nada. E vai por mim, ou senão pelo Jam ou pelo Jordan... Para onde vamos, vai precisar dela.

A garota o encarou com certo medo de perguntar o que queria saber. O calor da mão dele ainda esquentava a sua e a luz continuava a brilhar.

— Para onde vamos?

— Para o inferno.

O caçador de sombras soltou a mão de Julieta e pegou mais uma adaga, encaixando-a no cinto. Mas, ao virar-se, assustou ao ver a vampira de braços cruzados no batente da porta de entrada.

— Não vão não. - Ela disse e saiu da pose que estava para se aproximar deles.

— Lotte! Como a Melissa está? Ela está bem? - Julie se apressou com as perguntas. - Bem, isso não importa agora. Jam e eu fomos atacados por Agramon e ele o levou e a Jordan também... Ai esquece! É uma longa história que não temos tempo pra contar...

— Julie eu escutei vocês pelos corredores. Lembra? Audição de vampiro. - A loira disse e forçou um sorriso pequeno. - Mas, como você disse, não importa. Vocês não podem ir!

— Podemos sim, agora sai da frente.

Gabriel deu um passo, com Julieta atrás dele. Sinceramente, se aquela loira o interrompesse mais uma vez, não era só um demônio que ia perder a cabeça hoje.

— Não podem! Isso é insano! Já pensou nas consequências, Gabriel Crossland? Você quer mesmo sair a procura de Lilith? Primeiro, nem sabe onde ela está, segundo, suas armas não são o bastante para ela. Vai morrer e vai matar Julieta, James e o mundano. E terceiro...

— Não pode me impedir! Se quiser tentar, garanto que será interessante, mas se quiser poupar o tempo que não temos seria melhor! Então se você não vai fazer nada eu vou e não vou deixar que Jam morra se posso salvá-lo. Agora saia da minha frente!

— Ela tem razão, Gabe.

A voz de Melissa surgiu na entrada. Todos voltaram seus olhares para ela. Estava vestida como se fosse sair para caçar, porém, estava pálida e com bolsas rochas debaixo dos olhos. A mão direita sobre o abdômen, onde a magia de Julieta a havia acertado horas antes e andava com dificuldade. Certamente não conseguiria correr.

— Que ótimo! - Gabriel murmurou para si mesmo cheio de irritação. - Você deveria estar deitada!

— E você não deveria ir! - Melissa retrucou e respirou mais ar para encher os pulmões. - Sem mim.

— Não. Você fica! Não vai sair desse instituto até se curar, entendeu?

— Olha ele aí! O irmão protetor que só surge em horas que não preciso dele! - A garota disse e caminhou até Julieta, que encarava a cena chocada e sem palavras. - A propósito, eu te perdoo.

— Ah... eu... - Julie começou mas foi interrompida.

— Péssima hora para agir como criança, Mel! - Gabriel retrucou e recebeu um olhar indignado da irmã. - Você não vai e ponto final!

Um barulho ecoou pelo instituto fazendo todos se calarem. A porta da sala fora aberta bruscamente e Anne entrou por ela com um homem de meia idade atrás de si. A chuva havia começado, pois ambos estavam encharcados da cabeça aos pés.

— Nenhum de vocês vai! Ninguém sai desse instituto sem a minha autorização! Não sei para onde querem ir desta vez ou em que confusão vocês se meteram... Está caindo um dilúvio lá fora! Além disso, esse é o inquisidor Armand Grayfox.

— Olá caçadores de sombras. Trago notícias boas de Idris e do mundo. Nenhum ataque ocorreu nos últimos dias. Acreditamos que quem quer que estivesse fazendo isso, conseguiu o que queria ou simplesmente parou.

— Simplesmente parou? - Gabriel perguntou e Anne lhe lançou um olhar sério. - Ninguém simplesmente para! Vocês queriam a resposta? Nós sabemos onde acha-la, só precisamos chegar até lá.

— Como assim, garoto? - O inquisidor perguntou com a voz tensa e preocupada.

— A história é longa e o tempo é curto. Por favor inquisidor, se nos deixar sair.... - Julieta começou,mas foi interrompida novamente.

— Vão.
Após Armand dizer isso, todos se votaram para ele com os olhares confusos e agitados. Anne, estava diferente, parecia incrédula.
— Não pode deixar! Inquisidor se pensar direito...
O homem se virou para a diretora do instituto e lançou um olhar para os garotos embasbacados com a ordem.
— Não posso arriscar perder mais caçadores de sombras, Anne. Se eles sabem onde encontrar as respostas, se eles sabem como parar isso não posso deixar que fiquem aqui esperando minhas cartas sobre mais mortes do nosso povo. E não se esqueça que eles têm uma vampira como aliada. - Armand olhou novamente para o grupo de jovens ali e confirmou com a cabeça. - Vão.
Gabriel agradeceu com um aceno de cabeça e entregou armas para a irmã, mesmo sabendo que Mel não seria muito útil na luta, seria útil em outras coisas. Charlotte recusou as armas, pois elas a queimavam devido a serem sagradas.
Todos saíram da sala e Anne parou Julieta por um segundo. Os lhos da mulher tinham um gostinho de maternidade e Julie se sentiu bem e uma pequena onda de conforto a invadiu durante o abraço quente. Ela sorriu para Anne, que retribuiu o sorriso.
— Tenha cuidado! Todos vocês!
— Teremos! - Gabriel respondeu enquanto segurava a porta pesada da sala para que Julieta pudesse sair.
— Vou trazer o Jam de volta. Eu prometo.
— Eu sei. Boa sorte!
Julie deixou a sala e o corredor estava escuro; as nuvens tampavam o sol e bloqueavam seus raios luminosos.
Melissa e Charlotte já deviam estar esperando ambos lá embaixo. O silêncio que manteriam durante a descida, foi o pior de todos. Ela sabia que o garoto queria lhe dizer algo, mas toda vez que tentou, ele fechava a boca novamente.
— Acha que conseguiremos? - Julie perguntou no último lance de escadas até a porta do instituto.
— Não. - Gabriel respondeu e segurou a porta para a vampira e Mel passarem.
— Sua confiança me impressiona! - A garota comentou e sorriu, para não chorar de desespero. Ele retribuiu o sorriso e deixou que as portas se fechassem sozinhas enquanto eles corriam pela noite chuvosa e escura.


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