Nova Iorque, 13/14 de Setembro de 2011

—Isabella. - Chamou a voz de Alec.

Bella voltou a abrir os olhos, continuava sonolenta e mesmo não querendo depois de Alec sair ela voltou a cair na inconsciência só acordando com a voz do seu raptor a chamá-la.

—Vamos... o chefe quer falar contigo. -disse ele agarrando-a pelos braços e obrigando-a a levantar.

A morena foi-se a arrastar pelo caminho, os seus olhos estranharam a claridade quando ela saiu do sítio escuro onde estava. E só aí ela pôde notar que estava numa casa.

—Anda...despacha-te. - dizia Alec.

Eles percorreram um pequeno corredor até uma porta larga. Alec bateu à porta e entrou levando Bella com ele.

Isabella encarou a divisão onde entrara. Era um escritório em tons muitos escuros. Nas paredes havia vários animais embalsamados e quadros que pareciam antigos. Na secretária, que se localizava no meio da divisão, estava sentada um homem. Aparentava ter cinquenta e poucos anos e, tal como Alec, também tinha uma camisa vestida, mas por cima desta encontrava-se um blazer.

—Isabella. - disse o homem com um sotaque italiano. - Senta-te, minha querida.

Alec empurrou Bella até à cadeira que se localizava em frente à secretária, e fez com que a morena se sentasse.

—Alec, podes desamarrar-lhe as mãos? Não quero a minha convidada incomodada.

Alec assentiu e tirou a corda que prendia aos mãos de Isabella.

—Tens de desculpar o meu filho, pelos seus modos, um pai até que tenta, mas os filhos são teimosos...- comentou o homem.

—O que é que querem de mim? Eu já disse que não sei quem é o Masen ou o que raio é! - disse a morena.

—Tens a certeza? - Bella assentiu com a cabeça. O homem lançou-lhe um sorriso e mexeu-se, abrindo uma gaveta e tirando de lá uma foto que mostrou à morena. - Tens a certeza?

A fotografia mostrava Edward e Bella a passearem de mãos dadas. A foto não tinha mais de uma semana, Isabella lembrava-se bem daquele dia.

—Esse é o Edward, o meu namorado! Mas ele chama-se Cullen, não Masen!

—Menina, pensas que estás a enganar quem?

—Eu não estou a enganar ninguém... esse é o Edward CULLEN! - choramingou Bella gritando bem alto o apelido do namorado.

Ela nunca foi boa mentirosa, mas devido à situação os tremores na sua voz passavam por medo quando normalmente eram por estar a mentir.

—Parece que o teu namorado te anda a mentir, minha querida. -Disse o homem.- Ou será que és tu que nos estás a mentir...

—Pare... por favor... deixe-me ir... eu não sei de que é que está a falar...- suplicou Bella.

—Então se não sabes nada vou-te contar uma pequena história. -Retorquiu o homem com um sorriso perverso nos lábios. Ver as lágrimas a caírem pelo rosto de Bella estava a fazê-lo aproveitar ainda mais o momento. O homem voltou a esticar-se para a gaveta e de lá retirou um pequeno monte de fotografias. - Aqui estás tu a passear com o teu querido namorado em agosto. - disse ele e Bella viu que aquelas fotos tinham sido tiradas quando ela estava em Forks.

—Mas..., mas...

—Sim. Isso é em Forks... diz-me onde é que o teu namorado estava antes de ir ter contigo a Forks?

—Ele... ele foi viajar com a família pela Europa!

—Oh! Aquele Masen sempre a surpreender-me com as suas respostas... belo mentiroso. Mas não te preocupes querida, não é por ti.... É assim que somos educados sabes?

Bella não disse nada e encarou o homem.

—Quem és tu? - perguntou ela.

—Isso agora não interessa.... eu vou-te mostrar o que é que o teu namorado esteve a fazer enquanto viajava pela Europa.

O homem expôs cinco fotos. Bella reconheceu Edward e Carlisle em dias delas, e nas outras três estavam os dois acompanhados por Emmett e Jasper.

Na primeira foto Edward e Carlisle falavam com três homens todos vestidos de escuro, óculos escuros e barba por fazer, pareciam verdadeiros homens da máfia como aqueles que se viam nos filmes, Carlisle passava um envelope para o homem mais alto.

Na segunda foto, talvez a menos chocante tendo em conta as circunstâncias, Edward e o seu pai entravam num clube de strip que ao lado da porta tinha o símbolo que Bella tinha visto nos carros dos Cullen. O ruivo nunca lhe tinha referido que os seus negócios também passavam por espaços de diversão noturna.

A últimas três fotos, já com todos os elementos da família que Bella conhecia fizeram com que a morena se arrepiasse. Não por ser uma ação que Bella desconhecesse que o namorado fazia, mas porque nunca o tinha visto assim. Numa Edward apontava uma arma a um homem, enquanto Jasper e Emmett o agarravam. Carlisle estava do lado direito do filho e parecia estar a ser uma espécie de negociador ou então só estava a observar se o trabalho estava a ser bem feito. Na foto a seguir dava para ver que o homem agarrado tinha levado porrada, a sua cara estava ensanguentada e ele parecia zonzo. E embora, para Bella, ele continuasse com um aspeto duvidoso ela sentiu pena por aquele homem quando viu a foto em que ele estava deitado no chão a deitar sangue da cabeça enquanto estava em posição fetal e os homens da família Cullen se afastavam. Todas as fotos eram em sítios duvidosos, as últimas três pareciam ser num beco qualquer da cidade de nova Iorque.

Bella virou a cara não querendo encarar aquela realidade. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, sentiu as mãos de Alec a agarrar na sua cabeça. Numa última tentativa Bella desviou os olhar, mas sentiu algo frio e pontiagudo encostar-se ao seu pescoço.

—É para olhar. - disse ele e arrastou a faca no pescoço da morena. Isabella sentiu o pequeno corte a ser feito.

— Deixem-me ir... eu não sei nada ... por favor ... - suplicou Bella mais uma vez.

Tanto Alec como o homem desconhecido se riram.

—Isabella, tu agora és nossa. Não me importa se sabes ou não alguma coisa, estás aqui porque o pequeno Masen se meteu comigo e é para ele aprender a não fazer isso.

Bella chorou. Os soluços presos no seu peito, as lágrimas que se acumularam nos seus olhos... tudo isso se libertou. Ela ia morrer.

—Sabes... eu sei que não tomei a atitude mais correta em arranjar um informador dentro da família Masen. Mas a atitude deles... tst tst... Não se faz. A vida daquele pequeno rato pouco ou nada me interessava, mas o facto de eles terem ameaçado a minha família. Isabella querida, isso não se faz.... e ele vai aprender.

Bella encarou o homem e lembrou-se das palavras de Edward ao que lhe parecia ter sido há tanto tempo. "Ele traiu a família... ainda por cima o meu pai acolheu-o quando ele veio da Europa! Deu-lhe uma casa, comida, dinheiro... deu-lhe uma vida em troca do seu trabalho e, claro, da sua gratidão. E ele vende informações importantes por uns míseros trocos? E ainda é capaz de dizer na minha cara que fez isso porque nós não lhe dávamos a importância que ele merecia? Eu... eu torturei-o tanto... ".

O homem mais uma vez foi à gaveta de lá retirou mais umas fotos. Eram três e a ânsia de vômito tomou conta de Isabella assim que elas as viu.

Ela não sabia de quem era o corpo deitado em cima de uma cama de casal, e talvez mesmo se soubesse nunca iria chegar à resposta pelo modo como este estava ferido. Marcado. Irreconhecível. A cabeça decapitada pousada em cima da cama, ao lado do braço era uma imagem de tirar da cabeça.

—Sabes quem fez isto, princesinha? Foi o teu namorado... tens a certeza que queres que te libertemos para ires para ao pé dele?

Isabella não respondeu, e por mais que quisesse não podia desviar os olhos daquelas três fotografias por causa da faca que ainda estava na sua garganta.

—O erro do teu namorado foi atiçar-me ao pôr o corpo do traidor na cama que eu partilho com a minha mulher todos as noites! Na casa onde os meus filhos vivem e foram criados... Já imaginaste o que era, quando ele chegar aqui para te salvar, encontrar a mesma imagem? Mas desta vez com a sua amada sem cabeça... Os Masen deviam saber melhor que não se devem meter na vida das outras pessoas, quanto mais fazer uma ofensa destas... E quem vai pagar és tu docinho. - disse o homem e mais uma vez lançou um sorriso perverso. - Alec leva-a para o quarto e toma conta dela até eu chegar.

—Sim, pai.

—Eles vão aprender a não se meterem com os Volturi. - disse o homem antes de Bella ser arrastada para fora daquela divisão.

Ela voltou para o quarto escuro onde estava, mas desta vez Alec não saiu de ao pé dela, e isso não lhe causava mais descanso, pelo contrário o medo só aumentava.

O homem aproximou-se de Bella alguns minutos depois, pôs-se em frente dela e começou a sorrir de forma assustadora.

—Sabes princesa, desde que te trouxemos que tenho vontade de experimentar algo.

Isabella engoliu em seco ao ouvir aquelas palavras. Alec aproximou-se ainda mais dela, e colocou a faca que antes estava apontada ao pescoço da morena bem à frente da sua cara.

—Tu és muito...sensual...- dizia ele e encostou a faca à cara da morena. – Eu consigo perceber porque é que o Masen te escolheu. – dizia e a faca percorreu o rosto de Bella parando debaixo do seu olho direito. - Com uns olhos tão bonitos, alguns podem achar banais ou simples, mas um vejo algo neles que me chama a atenção. Ele também te diz isso? - perguntou Alec, mas não esperou que Bella respondesse, a faca deslizou até aos lábios da morena, contornando-os enquanto ele falava. - Os teus lábios chamam por mim... são tão delicados, mas parecem deliciosos. - Bella engoliu em seco ao ouvir aquilo, os seus olhos fecharam e ela só queria fugir dali, afastar-se dele, mas sabia que não podia. A faca deslizou até ao decote da morena, e o sorriso assustador de Alec aumentou. – Toda tu és deliciosa...

A faca aproximou-se do seio esquerdo de Bella, e mesmo por cima da blusa que ela trazia a morena sentiu os pequenos cortes que Alec ia fazendo. Não eram cortes profundas que libertassem muito sangue, nem cortes que iam deixar a sua marca. Após alguns dias eram capazes de desaparecer... e foi aí que Bella se apercebeu que eles talvez não tivessem hipótese de desaparecer porque o plano dos tais Volturi era de matá-la.

Com a mão esquerda, a que não tinha a faca, Alec baixou a blusa de Bella expondo o seu sutiã rendado preto, o homem lambeu os lábios e a ânsia de vómito voltou à morena.

—O que eu queria poder chupá-los...- sussurrou ele bem perto dos seios de Isabella. -Dava tudo por isso...

— Por favor...- suplicou Bella, suplicar era a única coisa que ela podia fazer.

— Não te preocupes eu não vou fazer nada. – disse Alec sem demostrar nenhum sentimento. – Mas posso sempre ver... e deixar as minhas pequenas marcas... estou ansioso por ver o que é que o teu Edward vai fazer e achar quando te vir com marcas pelo corpo todo. Morta.

E foi aí que começou a tortura, a faca afiada que Alec tinha na mão, deixou marcas nos macios e brancos seios de Bella, mínimos cortes que doíam mais pelo momento em que estavam a ser feitos do que por eles mesmos. A certa altura e sem a morena se aperceber devido ao choque em que estava, a sua blusa foi tirada e os cortes continuaram pela sua lisa barriga, estes já eram mais profundos e dolorosos.

—Já chega Alec. – Soou a voz do chefe. -Leva-a para o quarto, os nossos convidados devem estar quase a decifrar as pistas que deixámos.

Isabella foi mais uma vez arrastada até outra divisão. O quarto que tinha visto nas fotos do homem decapitado. Alec prendeu-a à cama, com cordas nas mãos e nos pés, e foi-se embora deixando-a sozinha. Bella não soube quanto tempo ficou ali deitada sem a sua blusa, mas algum tempo depois começou a ouvir gritos e disparados. Os seus olhos arregalaram-se, a adrenalina subiu a pique. O medo tomou conta dela e desta vez ela não conteve a ânsia de vómito, vomitando tudo o que tinha e não tinha comido no último dia para o seu lado direito na cama.

A morena ouviu passou, mais gritos e tiros, todos eles cada vez mais próximos. Ela não entendia o que é que os gritos diziam, não percebia para que lado e direção é que os passos iam, ela estava ali em corpo, mas a sua mente estava a refugiar-se daquilo tudo.

De repente ela sentiu a porta do quarto a abrir-se, a morena retraiu-se toda, o seu corpo congelou assim que viu a porta abrir-se. Fugir,ela só queia fugir e não conseguia.

— Bella- soou a voz de Edward e a morena não ouviu mais nada, apagando logo de seguida. A sua mente apagou, ela precisava daquilo depois daquela descarga de adrenalina.

Ela só queria acordar e ver que aquilo tudo tinha sido um pesadelo. Um pesadelo demasiado obscuro para alguma vez ser verdade.