They got nothing on you. Scorbus escrita por Lola Way


Capítulo 3
Parte III


Notas iniciais do capítulo

Era pra ter postado ontem, mas a tecnologia está contra mim e tudo resolveu dar problema, além do computador, agora o celular também.

A fanfic está acabando, esse é o penúltimo capítulo, mas o próximo é mais curto que esses porque é como se fosse um epílogo. Esse será postado quinta a noite ou no máximo sexta de manhã. Espero que gostem ♥



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Esperei até o último minuto para voltar ao dormitório, no limite do toque de recolher. Como eu queria ir pra casa agora, seria covardia demais para um sonserino? A verdade é que odiaria olhar a cara do Andrew e não estava preparado para falar com Scorpius, não com tudo aquilo que estava me sufocando. Quando cheguei ao dormitório algumas pessoas já estavam deitadas, outras jogavam alguma coisa em grupos, com alivio, percebi que ninguém do time estava por ali, provavelmente estavam comemorando escondido pela escola.

Scorpius estava deitado com a cortina da cama fechada, agradeci mentalmente por aquilo, mas foi cedo demais, assim que sentei na minha cama o loiro abriu a cortina me olhando indignado.

— Onde você estava? — bradou — eu te procurei por todos os cantos dessa escola.

— Estava estudando. – respondi sem olhar pra ele.

— Você? Estudando? Sozinho? — A cada palavra ele me olhava mais irritado — eu fiquei preocupado!

— É, por quê? — Deitei sem olhar para ele.

— Porque você sumiu, porque não costuma fazer isso... — respondeu em um tom irônico e irritado.

— Estou muito bem, como você pode ver — respondi secamente.

— Você quer conversar? — perguntou agora com um tom de voz meio inseguro.

— Sobre o que? — o olhei finalmente, mas me arrependi na mesma hora, aqueles olhos preocupados me fitando faziam meu coração reagir estranhamente, eu não estava pronto para perder meu amigo, mas estava menos ainda a fim de vê-lo se agarrar com pessoas.

— Sobre o que aconteceu hoje... Sobre você estar assim comigo... – seu tom de voz era angustiado, eu não conseguiria lidar com tudo aquilo naquele momento.

— Foi só um beijo, Scorpius — repeti suas palavras de mais cedo fechando as cortinas em seguida — boa noite.

Eu não conseguiria agir normalmente com tudo aquilo que estava acontecendo, parte de mim achava que eu estava sendo bobo, Scorpius era meu amigo, eu não podia me afastar só porque ele resolveu namorar. Outra parte de mim tinha certeza que não aguentaria olhar ele com outras pessoas. As coisas estavam ficando mais claras na minha cabeça, não era apenas o fato de dividir a atenção, era ter a certeza que não conseguiria assistir outra pessoa tocando ele, beijando ele... Outra pessoa que não fosse eu.

Desde aquele momento que insistia em se repetir na minha cabeça como uma memória ruim, eu não conseguia parar de pensar como seria tocar os lábios de Scorpius, mas aquilo era um problema ainda maior. Éramos amigos, ele nunca pensaria justamente em mim daquela forma, e mesmo se pudesse vir a pensar, agora era tarde, Andrew foi mais rápido que eu e embora eu tivesse vontade de matá-lo, se o loiro o quisesse eu não poderia fazer nada para impedir. Tentei em vão pegar no sono, mais uma noite perdida.

—x-

— Pulou da cama cedo outra vez? — Scorpius observou um pouco irritado sentando ao meu lado no café da manhã — nem me esperou...

— Eu acordei cedo e vim logo — respondi simplesmente. Eu havia levantado da cama antes de todos e assim que me arrumei sai do dormitório para não ter que falar com ninguém.

— Vai continuar assim comigo ou vamos conversar sobre isso? — ele me olhava fixamente ignorando toda a comida da mesa, fato que eu nunca tinha visto acontecer. Tentei não olhar para ele, meu olhar se perdeu pelas pessoas comendo até perceber umas meninas de risinho em nossa direção, aparentemente o fato de Scorpius ter sido beijado por um jogador não fez o interesse delas diminuir. Uma abriu um sorriso maior quando nossos olhares se cruzaram e ouvi o loiro bufar do meu lado chamando novamente minha atenção.

— Bom dia, Scorp — Andrew apareceu antes que eu pudesse responder ao meu garoto chateado ao meu lado — Albus — sorriu simpático para mim e seguiu até seus amigos.

— Não tem nada de errado, impressão sua — respondi, enfim, entre os dentes e empurrei o prato levantando em seguida — já terminei — anunciei sem olhar para trás ou esperar por resposta. Eu não estava com humor para ver Andrew se aproximar novamente.

Eu não tinha para onde ir, estava cedo para a aula, mas resolvi esperar dentro da sala de Herbologia mesmo assim, havia umas longas bancadas com cadeiras desconfortáveis e me sentei em uma. O professor Longbottom já estava mexendo nas plantas distraidamente e nem me viu chegar. Apoiei a cabeça na mochila, o sono estava tomando conta de mim já que eu não havia dormido a noite. Cochilei um pouco, mas logo fui despertado com o arrastar de cadeiras e a agitação dos alunos invadindo a sala.

— Ainda posso me sentar ao seu lado? — o loiro perguntou com o tom de voz magoado parado em frente à cadeira ao meu lado.

— Por que não poderia?

— Me diz você — falou áspero se jogando na cadeira sem gentileza — me deixou sozinho no café da manhã, não me esperou, parece claramente que está me evitando.

— Não estou, já tinha terminado — falei com os olhos voltados para o material que eu retirava da mochila — não achei que ficaria sozinho, Andrew estava lá, não? — ele não respondeu, entendi como um sim. Sabia que a partir de agora o garoto aproveitaria todas as oportunidades para se sentar conosco.

Um longo e doloroso silêncio se instalou entre nós durante todas as aulas. Nós andávamos lado a lado, sentávamos juntos, mas em silêncio total. Ele não me perguntou nenhuma vez se eu precisava de ajuda, também não perguntei nada, nem quando não entendia os exercícios. Quando esbarrei no pote de tinta ele segurou rapidamente e o ajeitou em minha mesa sem que sujasse nada, mas fez isso sem nem me olhar. Eu havia começado aquilo, era tudo culpa minha e estava doendo demais toda aquela situação. Depois da última aula, eu saí rapidamente antes que ele pudesse me seguir, procurei a Rosa pela escola que me recebeu animada.

— Posso estudar com você hoje? — perguntei enquanto ela se encaminhava para o almoço.

— Claro, vou para a biblioteca depois do almoço.

— Te espero lá então — falei seguindo o caminho oposto.

— Albus — minha prima me gritou — não vai almoçar?

— Não estou com fome — dei de ombros continuando meu caminho até a biblioteca.

—x-

Os dias se seguiram iguais durante o resto da semana, eu acordava cedo, ia tomar café da manhã sozinho e seguia para a aula. Scorpius ainda sentava ao meu lado, mas falava muito pouco, talvez porque eu também não continuasse os assuntos. Depois do almoço eu ia estudar com a Rosa que estava aproveitando para cumprir sua tarefa de socializar com alguém de outra casa, até me pediu ajuda para uns panfletos com nossas fotos incentivando os alunos a deixarem de lado a raiva entre a Grifinória e a Sonserina.

Eu ia dormir cedo todos os dias, mas não dormia exatamente, percebi que o Scorpius estava evitando ficar nos mesmos ambientes que eu, em algumas aulas que fizemos juntos com a Grifinória ele até foi se sentar com a Lily. Àquela altura eu já não sabia mais se era pior estar longe dele ou ficar perto e vê-lo nos braços de outro.

Eu o evitava por estar sendo muito doloroso ficar no mesmo ambiente sem poder falar ou interagir com ele, mas não sabia mais me comportar, era horrível sempre que eu o via sorrir com alguém, mesmo que fosse o sorriso sem graça que dava a todas as meninas que se aproximavam dele. Eu nunca mais o vi com o Andrew, já que praticamente só estávamos juntos nas aulas, e aquilo era um alívio se é que eu podia chamar assim. Às vezes eu sentia vontade de ir embora daquela escola, talvez Hogwarts nunca tenha sido para mim mesmo, entretanto apesar de não conseguir lidar com Scorpius agora, eu também não me sentia pronto para abrir mão dele de vez.

—x-

Era sexta-feira, véspera do baile. Eu já não sabia mais se iria, só teria graça se fosse com o Scorpius e nós não estávamos nos falando, além de que ele provavelmente levaria o Andrew, ou algumas das garotas que ficaram dançando ao seu redor durante a semana. Estava recolhendo meu material da biblioteca, não estava com paciência para tentar estudar naquele dia. Eu tinha que dar um jeito na minha situação, ficava cada dia mais insuportável.

— Já vai? — Rosa perguntou estranhando já que eu passei a semana toda estudando até tarde para evitar encontrar meu ex melhor amigo.

— Já, não ‘tô a fim de estudar hoje.

— É bom que você poderá se apressar em arrumar um par pro baile — me olhou como se estivesse me sondando ou algo assim.

— Eu não vou, Rosa.

— Não sei porque você brigou com o Scorpius, mas deveriam resolver logo isso e irem juntos.

— Não brigamos — respondi fechando a mochila e a jogando sobre os ombros.

— Al... — me chamou — Vocês sempre foram tão grudados, não vai me contar mesmo o que houve? — perguntou pela centésima vez aquela semana — Eu tinha certeza que iriam juntos.

— Ele deve levar o Andrew.

— Duvido muito. A Lily falou que ele...

— ‘Tô indo — interrompi a fofoca sobre a vida sentimental do Scorpius — bom estudo.

Antes que eu pudesse sair da biblioteca ouvi algumas meninas da Corvinal resmungando, e alguns nomes chamaram muito a minha atenção.

— Eu não acredito que ele vai com a Lilian Potter — a primeira rolou os olhos com os braços cruzados.

— Nem me fale, pensei que os sonserinos odiassem os grifinórios — a outra respondeu.

— Ela é do terceiro ano. Terceiro ano. — falou com uma mistura de indignação e desdém — Nem vai poder ficar até o final da festa. O Scorpius é maluco?

— Ela nem é tão bonita — a garota de braços cruzados bufou — eles estão namorando?

Tentei pensar direito sobre isso. Scorpius ia com a minha irmã para o baile? E... De todas as pessoas daquele lugar ele decidiu que seria legal namorar a minha irmã? Aquilo era demais para mim. Saí da biblioteca com um sentimento de raiva que logo foi se transformando em dor e agonia. Fui direto para a sala comunal da Sonserina para perguntar se alguém sabia onde o loiro estava.

— Alguém viu o Scorpius? — perguntei alto chamando a atenção de todos no local.

— Está no dormitório desde que voltou do almoço com a sua irmã — uma voz me respondeu, mas nem prestei atenção em quem falou, entrei para o dormitório cheio de raiva logo encontrando o garoto deitado na cama com um livro nos braços.

— Sério, Scorpius? — gritei jogando minha mochila de qualquer jeito ao lado da cama — de todas as pessoas do mundo você escolheu a Lily? — o loiro pulou na cama com o susto — qual é o seu problema? — eu estava parado em frente a sua cama gritando insanamente.

— Do que você está falando? — Ele me olhou confuso. Ou pelo menos fingindo não entender do que eu estava falando.

— Eu não acredito que você fez isso comigo — minha voz estava saindo com mais dificuldade fazendo meu tom de voz abaixar.

— Al, eu juro que não estou entendendo — ele se levantou, mas recuei alguns passos para que ele não se aproximasse.

— Para de ser sonso, você chamou a minha irmã para o baile? Justo ela? Tanta menina sem graça se atirando em você. E o que aconteceu com o Andrew? Terminou com ele e resolveu que seria legal pegar a Lily? — as perguntas eram cuspidas da minha boca uma após a outra sem pausa para que ele respondesse.

— Al, se acalma, você está meio equivocado, eu não chamei sua irmã para o baile. — ele falou calmamente e não parecia estar mentindo.

— Não? — tentei respirar, mas todo o meu interior queimava se uma forma dolorosa.

— Não. — falou de forma incisiva — eu nem vou ao baile, de onde você tirou isso?

— Eu ouvi umas garotas comentando e fiquei sabendo que vocês agora andam juntos.

— Você me abandonou, não fala mais comigo, me ignora a maior parte do tempo — acusou levantando um pouco o tom de voz — eu sou amigo da sua irmã, ela é legal comigo e não me deixa ficar sozinho pela escola o tempo inteiro.

— Ah, ótimo, então a culpa é minha do envolvimento de vocês?

— Não existe envolvimento nenhum — ele gritou.

— E o Andrew, por que não fica com ele?

— Agora você está interessado? Porque todas as vezes que eu tentei conversar você me cortou.

— Não preciso saber da sua vida amorosa, só tenha um pouco de consideração por mim e fique longe da minha irmã. — ele respirou pesadamente e se aproximou devagar.

— Albus, não existe nenhum envolvimento amoroso entre eu e sua irmã, nem com o Andrew. Eu falei para ele que não queria aquilo e ele se desculpou. Só fala comigo cordialmente, coisa que você, que é meu melhor amigo não faz mais. Ou pelo menos era — a dor em suas palavras fizeram com que a minha própria dor se intensificasse. Sentei na cama antes que eu caísse — eu não sei o que deu em você, mas a sua irmã percebeu o quanto eu ficava triste e sozinho pela escola e veio falar comigo, me deu conselhos sobre você, pediu para que eu respeitasse seu tempo. Ela também me dava notícias suas porque ficava sabendo através da Rosa.

— Por que estão falando que vocês vão juntos, então? — falei já sem forças e ele sentou ao meu lado de forma receosa.

— Eu já estava cansado de dispensar aquelas meninas que ficavam insistindo sempre, uma delas queria que eu convencesse você a ir com ela para que tivéssemos um encontro duplo — falou com um tom de indignação — a Lily me ajudou dizendo que ia ao baile comigo e você iria com a Rosa para que elas me deixassem em paz, mas ela só fez isso pra me ajudar, não faz muita diferença pra ela já que ela nem vai poder ficar por ser do terceiro ano.

— Eu com a Rosa? — perguntei indignado.

— Desculpe... — ele pareceu envergonhado — eu não aguentava ficar ouvindo aquela garota chata me pedindo para ajuda-la com você — sua expressão era de dor — de qualquer forma foi ideia da Lily, ela dizia que nós acabaríamos nos entendendo até o baile — sorriu sem graça.

— Melhor assim — sorri meio sem força — me poupou de dispensar ela. — Comecei a pensar em tudo aquilo que ele tinha me falado e em tudo que eu o tinha acusado — Foi só isso mesmo? — perguntei infantilmente — entre você e a Lily?

— Claro. — ele riu — Eu nunca teria nada com a sua irmã.

— Seria um absurdo — enfatizei — ela é bem mais nova.

— E é sua irmã — ele colocou a mão no meu rosto devagar virando levemente para que eu pudesse o olhar — eu nunca tentaria nada com a irmã da pessoa que eu gostaria de levar ao baile.

— O que? — comecei a respirar meio ofegante tentando juntar as informações na minha cabeça.

— Eu não iria ao baile com a Lily, nem com o Andrew, ou qualquer outra garota dessa escola, porque nenhum deles é você, Al... Nenhum deles se compara a você — ele sorriu, mas havia uma dor em seus olhos, talvez um medo.

— Você queria ir comigo? Mas eu achei que você quisesse ter experiências normais de adolescente e ficar com pessoas que te interessem.

— E eu quero. Mas com você. — ele parecia preocupado com a minha reação, mas eu fiquei quieto sem ação, sem conseguir pensar direito. Ele voltou a falar apressadamente — Al, eu só quero que você saiba que independente de qualquer coisa eu aceito só sua amizade, ter você ao meu lado sempre foi o suficiente, eu não gostaria de perder isso, por que você está se afastando de mim assim? Eu nunca faria nada que você não quisesse...

— Eu me afastei porque não ia aguentar perder você para o Andrew, ou ver você beijando ele de novo, nem ter que conviver com você escolhendo qual das meninas atiradas levaria para o baile, eu vi como você estava feliz com toda essa nova atenção.

— Você percebeu que tudo isso é uma grande idiotice? — seu tom de voz era calmo apesar de levemente indignado — Eu nunca quis ficar com o Andrew, e estava visivelmente constrangido com todas aquelas garotas em cima de mim, eu só não estava acostumado com aquilo, não sabia como responder ou como dispensar sem ser grosseiro — ele suspirou — não acredito que você se afastou de mim porque interpretou tudo errado, por que simplesmente não conversou comigo?

— Eu... Não sabia o que dizer... Talvez tivesse medo da resposta — confessei.

— Eu falei desde o começo que seria legal nós dois juntos no baile — ele abaixou os olhos triste e eu percebi o quanto tinha sido burro. O quanto tinha nos feito sofrer à toa.

— Scorpius — toquei seu rosto levemente e ele fechou os olhos por um segundo, não parecia incomodado, senti a textura macia de sua pele e virei seu rosto devagar o olhando — você quer ir comigo ao baile amanhã ou eu fui tão idiota que perdi a chance?

— Não existe nada que eu gostaria mais — ele respondeu sem perder o contato visual, devo ter corado levemente porque senti meu rosto esquentar, meus olhos desceram até seus lábios e eu imaginei como seria beijá-lo — ninguém nunca tomaria o seu lugar na minha vida, Al, ninguém nunca poderia — sorriu daquela forma doce que me causava sensações boas e aproximou devagar seu rosto do meu, meus olhos estavam fixos em seus lábios finos se aproximando cada vez mais devagar como se esperasse permissão, coloquei a mão em seu rosto e acabei com a pouca distância que restava.

Senti seus lábios macios nos meus e meu estômago parecia abrigar todas as borboletas do universo, ou talvez diabretes, a julgar pelas batidas aceleradas do meu coração. Scorpius abriu levemente os lábios e passou a língua pelos meus devagar, senti uma sensação maravilhosa percorrer meu corpo, um arrepio quente me tomava enquanto o loiro ia intensificando o beijo devagar para que a gente pudesse descobrir, juntos, o que fazer. Era como se mais nada além de nós dois existisse, todo o sofrimento daquela semana parecia muito distante agora.

— Nunca mais se afaste de mim, Albus Potter — ele falou assim desgrudamos nossos lábios, mas sem afastar um milímetro. Seus dedos faziam um carinho gostoso no meu rosto e eu sorri passando a mão por seu pescoço e me agarrando em seus cabelos.

— Você nunca mais vai se livrar de mim, Scorpius Malfoy — voltei a grudar nossos lábios querendo aproveitar ao máximo aquele momento. Tudo estava ficando mais claro, o quanto eu desejava aqueles momentos mesmo sem nunca ter me permitido pensar muito sobre aquilo. Ficamos algum tempo assim, entre beijos carinhosos e sorrisos até que algumas pessoas fizeram barulho se aproximando do quarto. Paramos o beijo, mas não me afastei, não me importava muito com o que as pessoas iam ver ou falar, era bom mesmo que todos soubessem que estávamos juntos, assim ninguém mais tentaria se atirar em cima dele.

— Será que podemos jantar juntos hoje de novo? — ele riu vendo que eu não afastaria nossos corpos.

— Vamos, e é bom que todos saibam que você está acompanhado agora, eu não aguento ter que ficar dando fora nas suas admiradoras.

— Poxa, eu achei até bonitinho você rosnando para a menina da Corvinal na aula de poções — riu divertindo-se.

— Cala a boca — tentei fazer cara de irritado com a zoação, mas só conseguia sorrir depois de tudo aquilo. Levantei, mas ele me puxou pelo braço me fazendo quase cair em seu colo. Abraçou-me forte depositando um beijo em meu cabelo e ficamos um tempo assim, apenas sentindo novamente a presença um do outro. Quando finalmente nos largamos, caminhamos de mãos dadas para o jantar.

— Eu espero que você coma direito hoje, Al, percebi que não anda comendo.

— Eu como sim — sorri sem graça.

— Vou passar a ficar de olho nisso, não quero você doente — não consegui controlar o sorriso bobo por ter de novo essa proximidade, a preocupação, os cuidados. Eu tentaria comer agora, não tinha mais toda aquela agonia, mas as diabretes continuavam agitando meu interior. Talvez um dia eu me acostumasse com aquela sensação gostosa, eu com certeza me acostumaria fácil com a sensação agradável de andar segurando sua mão, eu já até conseguia ignorar facilmente os olhares e cochichos das garotas em nossa direção.

Eu o tinha de volta, meu Scorpius, e agora de uma forma mais completa que antes. Não me importava mais ninguém, éramos só nós dois, e isso bastava.


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