Scorpius entrou no dormitório ainda com o cabelo molhado do banho, se ajeitou em frente ao espelho e passou a mão tentando ajeitar, eu fiquei parado intrigado com a cena. Normalmente meu amigo apenas lançava um feitiço assim que saía do banho para ficar completamente seco e alinhado, o que tinha mudado?

Podia ver porque as pessoas de repente estavam interessadas nele. Ele era realmente bonito e com o tempo parecia ter ficado mais, a pele branca, as bochechas levemente coradas deixando em evidência seu nariz fino e arrebitado. Ele também tinha postura, uma elegância e uma presença que eu jamais teria. De repente lembrei do que Andrew tinha falado sobre as garotas da lufa-lufa. Normalmente elas eram sorridentes comigo, mas eu nunca me importei muito, assumi que eram apenas simpáticas demais com todo mundo. E o que teria demais em mim para alguém se apaixonar? Além de ser o filho do grande Harry Potter e parecer muito com meu pai, eu era só um garoto comum e bem desastrado, parte do charme do meu progenitor estava em sua personalidade ou seus feitos.

— No que está pensando? — Scorpius quebrou o silêncio enquanto deitava de lado em sua cama apoiando o peso de sua cabeça no cotovelo.

— Nada demais. — tentei disfarçar, mas ele riu, provavelmente sabia que não era verdade. Havíamos ficado quase em silêncio profundo depois daquelas informações, mas agora ele parecia querer falar no assunto.

— Acha que o Andrew estava apenas nos pregando uma peça? — falou com um tom divertido como se aquilo não o tivesse afetado, mas eu sabia que era apenas um disfarce.

— Provavelmente estava me zoando quando falou das garotas estarem a fim de mim... — balancei a cabeça rindo — Mas parecia sincero quando falou de você! — falei tentando não parecer amargurado.

— Como se você nunca tivesse percebido aqueles sorrisinhos. — revirou os olhos — Até eu sei que elas são a fim de você.

— Vocês estão viajando, porque elas iriam se interessar por mim? — falei indignado. Era uma pergunta retórica, mas meu amigo resolveu responder.

— Porque apesar de você não se importar com as pessoas ao seu redor isso só se torna mais um charme. Esse seu estilo não ‘to nem aí para nada, seu cabelo que fica lindo mesmo bagunçado. — falou como se aquilo o irritasse — Você é bem bonito, Al, mesmo sem fazer esforço algum para isso. — Ele continuava me olhando, agora de um jeito que fazia meu interior se inquietar.

— Com certeza você está louco. — eu não conseguia me encaixar naquela descrição.

— Não comece com essa falsa modéstia. — falou mudando de posição irritado deitando agora de barriga para cima.

— Scorp.... — chamei depois de um tempo lembrando da parte da conversa que me deixou intrigado.

— Diga...

— Parece que você está popular agora entre os adolescentes cheios de hormônios... — tentei iniciar o assunto de forma casual.

— Obviamente isso tudo é exagero do Andrew, você sabe. — falou de forma natural, ainda olhando o teto.

— Bem... Não sei... Quero dizer, você ficou bem bonito até... — o vi sorri com o elogio e a inquietação em meu estômago ficou maior — E teve a menina da Corvinal se atirando em você...

— Ela não fez isso.

— Ela fez sim! — ri — Ou pelo menos tentou. — meu amigo gargalhou lembrando da cena.

— Você não deu chance para a coitada. — falou entre risos espontâneos.

— Deveria ter dado? — perguntei quase como um sussurro.

— Não! — deu de ombros.

— Enfim... Você já pensou sobre isso? Ficar com alguém dessa forma... — ele ficou em silêncio por alguns segundos que pareceram longos minutos para mim.

— Eu não sei exatamente... Às vezes, eu acho...

— Andrew disse que meninas e meninos estão a fim de você... — me virei na cama para prestar atenção no rosto do loiro — Você... Sabe... Er... — de repente a pergunta que eu queria fazer sumiu da minha boca. Tudo ficou bastante confuso e um medo tomou conta de mim. O que eu estava querendo saber? E por que perguntaria isso ao meu amigo?

— Você quer saber se eu escolheria meninos ou meninas? — ele perguntou me tirando daquela dificuldade em formular a pergunta. Me olhou de forma curiosa, mas eu não consegui pescar nenhuma pista de irritação em seu olhar então apenas assenti com a cabeça. — Bem... — ele suspirou, não parecia mais tão seguro — Eu nunca pensei a sério sobre isso, Al. E você?

— Eu? — assustei-me.

— É... Já teve atração por alguém?

— Não! — respondi nervoso, aquele assunto me deixava estranho.

— Você me contaria? — eu o olhei pensativo e ele completou — Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?

— Sei... É só que eu nunca quis pensar sobre isso.

— Cada um tem seu tempo — ele sorriu daquela forma que me tranquilizava em qualquer situação.

— Você sabe que também pode me contar qualquer coisa, não é?

— Desde que você me prometa que não vai fugir... — falou descontraído, mas seu rosto era sério, seu olhar profundo mirando o teto.

— Nunca vou fugir de você, Scorp. Não há nada que você diga que possa mudar isso. — Um sorriso se formou nos lábios do loiro. Virei de barriga para cima na minha cama pensando em toda aquela conversa, ficamos mais um tempo em um silêncio confortável até que pegássemos no sono.

—x-

Eu estava sentado sozinho na mesa para o café da manhã, Scorpius havia sido sequestrado por umas garotas da Sonserina que aparentemente precisavam muito falar com ele. Eu estava irritado com aquilo, ninguém nunca se importava com a gente e de repente toda aquela atenção.

— Er... Al...bus — a garota completou meu nome ao receber meu olhar assustado, mas na verdade eu só tinha realmente ficado surpreso por não ter percebido que alguém havia sentado ao meu lado. Era Mandy, uma das meninas da nossa casa, já tínhamos feito alguns trabalhos em grupo com ela, era legal, apesar de nunca ter tido muita proximidade.

— Oi, Mandy. — tentei falar em um tom amigável para que ela relaxar, não tinha culpa dos meus problemas.

— Oi... — sorriu sem graça — Er... Eu queria perguntar — a garota falava pausadamente, as vezes mexendo em seus longos e escorridos fios de cabelo preto, as vezes apertando as mãos na mesa, seu olhar fixo na xícara a sua frente – Você sabe que tem esse baile, né...?

— Sei... — revirei os olhos — Achei uma estupidez essa ideia.

— É... Tem razão — ela falou meio desanimada, imaginei que também não tivesse gostado da ideia e queria compartilhar o sofrimento.

— Não se preocupe, não deve ser obrigatório, e de qualquer forma a gente sempre pode comer e ir embora depois.

— É, você tem razão — ela repetiu a frase se remexendo na cadeira, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa Scorpius apareceu com um olhar estranho e sentou ao meu lado.

— O que elas queriam com você? — perguntei.

— Me chamar pro baile. — ele respondeu aparentemente constrangido.

— Que?? Elas estão realmente caindo em cima de você. — empurrei meu prato irritado e meu amigo me olhou assustado.

— Sei lá. — deu de ombros.

— E o que você falou?

— Falei que não tinha pensado direito sobre o baile e que falava com ela depois.

— Ela quem? Qual das três te chamou?

— Aquela loirinha com sardas no rosto, eu nem sei o nome dela. — ele falou visivelmente constrangido e se virou para mim como se implorasse para mudar de assunto — E a Mandy? O que ela queria? — Olhei para o lado onde a garota estava há alguns minutos atrás só então percebendo que já tinha ido.

— Não sei, ela estava estranha, falando do baile... — meu amigo me lançou um olhar curioso e talvez receoso — Acho que ela também não curtiu a ideia. — arqueou uma sobrancelha desconfiado, mas logo se virou para a comida a sua frente, ele dificilmente perdia o apetite, já eu não tinha mais estômago para comer depois daquilo.

Tentei não pensar no quanto eu estava odiando ver as pessoas tentando disputar a atenção do meu amigo.

—x-

— Al, se concentra, o que há com você hoje? — Scorpius chamou minha atenção pela milésima vez enquanto tentava me explicar Aritmância. Eu ia muito mal na disciplina e teríamos um teste no dia seguinte.

— Desculpe, não estou com cabeça hoje — deitei sobre o caderno o olhando na esperança que ele tivesse piedade e parasse de me torturar.

— Temos um teste amanhã, o que te deixou tão desanimado? Você tinha pedido para que eu lhe ajudasse.

— Não sei — levantei irritado, não estou tendo um dia bom, acho melhor eu ir pro quarto deitar um pouco.

— Al...

— Tá tudo bem, Scorp, você pode ficar, só preciso dormir um pouco — forcei um sorriso e segui sozinho para o dormitório, eu precisava pensar sobre o que estava acontecendo comigo sem ter que explicar nada para ninguém, mas foi só eu deitar na cama que apaguei sem pensar em nada. Acho que dormi umas cinco horas seguidas até ter mãos geladas me balançando na cama.

— Al, acorda, já está na hora do jantar — resmunguei colocando a coberta no rosto — Vamos, Al, sem pirraça, você está há dias sem comer direito. — ele continuou me sacudindo até que eu me rendesse e levantasse irritado.

— Eu prefiro dormir.

— Prefere nada, minha companhia é bem melhor — sorriu animado me puxando.

— Espera, eu vou ao banheiro me ajeitar. — meu amigo assentiu e saiu do dormitório me esperando na sala comunal. Quando eu terminei de acordar e me ajeitar fui ao seu encontro o vendo conversando com a garota de hoje mais cedo.

— Vamos      — falei sem disfarçar a irritação na voz.

— Oi, Albus. — a garota sorriu.

— Oi. — respondi sério — Vamos, Scorpius? Ou você me acordou para ficar sentado aqui? — o loiro arqueou uma sobrancelha, mas levantou sem questionar sendo seguido pela garota que carregava um sorriso sem graça.

— A gente se vê. — ela sorriu para meu amigo e se afastou indo em direção a outras duas garotas no canto da sala.

— O que deu em você? — ele perguntou assustado e eu apertei o passo.

— Nada.

— Como nada? Agora só vive irritado dando fora nas pessoas e se isolando.

— Desculpe se estou atrapalhando você de interagir, fique a vontade para ir atrás dessas pessoas irritantes.

— Albus! — ele parou me puxando pelo braço quase me fazendo cair sobre ele — Você está louco? — ele me olhou sério — Eu nunca trocaria você por nenhuma outra companhia.

— Vamos logo, Scorpius. — me desvencilhei de seus braços e sai andando em direção as mesas. Não estava no clima daquela conversa, era óbvio que mais cedo ou mais tarde ele acabaria namorando alguém.

Sentamos um ao lado do outro como de costume, mas eu não disse uma palavra. Andrew passou sorridente por nós e deu uma piscandinha para o loiro, senti o sangue ferver.

— Ele agora está íntimo assim? — Scorpius riu sem graça como se tivesse algo para contar — O que foi? — perguntei impaciente.

— Quando você foi dormir hoje ele veio falar comigo, me levou para o treino de Quadribol...

— Desde quando você liga para Quadribol? — o tom da minha voz saiu mais indignado que eu desejava transparecer.

— Não foi nada demais, ele só queria me mostrar como eram os treinos...

— Ele queria mostrar ele mesmo, isso que você quer dizer.

— Albus! — me repreendeu.

— O que? Vai dizer que você não sabe que ele está a fim de você?

— O que? Não! — ele me olhou nervoso, mas desviou o olhar rapidamente.

— Ah, Scorpius, faça o favor de não ser tão lerdo. Ele só falta se atirar em você! — falei impaciente e agitando as mãos. — Você deveria convidar ele para sair e acabar logo com isso! — aquilo saiu sem pensar por conta da irritação, mas me arrependi assim que as palavras saíram da minha boca.

— Você acha? — aquela pergunta me desarmou completamente, a raiva dando lugar a angústia.

— Se você quiser... — respondi tentando disfarçar a tristeza na minha voz e enfiei uma colher de comida na boca mesmo sem vontade, talvez assim eu parasse de falar besteira.

— Eu não sei... — ele me olhou confuso, a expressão um pouco perdida — Ele é bem mais interessante que as meninas. — eu fui incapaz de falar qualquer outra coisa, ou de comer mais alguma colherada. Por que meu amigo iria querer outra companhia? Sempre foi apenas nós dois e isso bastava. Pelo menos para mim.

—x-

Acordei mais cedo que o costume já que eu não estava tendo um sono tranquilo aquela noite. Fui tomar banho e me arrumei antes de todo mundo. Peguei meu caderno para estudar um pouco antes do teste, mas acabei me distraindo vendo meu amigo dormir na cama ao lado.

Quase não havíamos nos falado depois do jantar ontem, eu não estava no melhor humor, talvez isso acabasse afastando o Scorpius de mim, mas eu não conseguia parar de pensar que nós nos afastaríamos de qualquer jeito. Se ele arrumasse algum namorado ou namorada nada mais seria igual, e a ideia de vê-lo agarrado a outra pessoas me deixava tonto.

— Hey, já acordou? Tão cedo? — O loiro se mexeu na cama me trazendo de volta a realidade.

— Vou tentar estudar um pouco antes do teste. — ajeitei-me na cama com o livro entre as pernas.

— Devia ter estudado comigo ontem! — ele falou em tom de esporro e se levantou ainda parecendo tonto de sono.

— Já vai levantar? — perguntei o vendo quase tropeçar em tudo a sua frente.

— Sim, vou me arrumar rápido e te ajudar um pouco antes da aula.

— Não precisa se incomodar...

— Estar com você nunca é incômodo, Al, você só podia ser menos teimoso e lerdo. — girou os olhos e caminhou para o banheiro. No fundo fiquei feliz com aquilo, não por causa da ajuda, mas por ele se importar comigo.

Não demorou muito até que ele voltasse do banheiro com a camisa meio aberta e sem a gravata, sentou ao meu lado na cama e me olhou de forma gentil.

— Tá conseguindo entender algo? — perguntou ajeitando meu cabelo que caia na testa e eu tive a certeza que não conseguiria mais prestar atenção em nada a não ser nele e aquela pele branca reluzente.

—x-

Eu e Scorpius passamos o dia em paz. Apesar de ter quase certeza de ter me dado muito mal no teste, estava satisfeito por ter conseguido passar momentos normais ao lado do meu amigo, como antes, sem ninguém interromper ou meninas se atirando para cima dele.

— Amanhã tem jogo da Sonserina — ele iniciou a conversa enquanto servíamos nosso prato no jantar — Andrew chamou a gente.

— A gente? — soltei um riso debochado.

— É, ele perguntou por você, eu disse que estava tomando banho para o jantar e ele convidou, falou que é importante que os alunos estejam lá torcendo por suas casas.

— E você quer ir?

— Se você quiser — deu de ombros — pode ser divertido. — Confesso que gostei do meu amigo dar a entender que só iria se eu fosse. Talvez não fosse tão ruim fazer coisas diferentes com ele.

— Podemos ir sim — falei casualmente enquanto o olhava atacar o purê de abóbora.

— Isso está muito bom — riu percebendo que eu o observava me divertindo com sua fome.

— ‘Tô vendo — ri e ele me empurrou de leve com aquele sorriso amigável nos lábios que eu amava.

—x-

Estávamos sentados em uma parte mais afastada da arquibancada. O jogo até que estava animado, a Corvinal estava perdendo de 20x40 e eu confesso que fiquei satisfeito por ver. Lily e Rosa resolveram sentar com a gente no começo do jogo, não entendi muito bem o porquê, mas minha irmã fazia alguns comentários durante a partida que arrancava risos divertidos de Scorpius. Eu não conseguia entender nada do que falavam graças à gritaria da torcida.

— Vamos nos juntar aos nossos colegas de casa agora, o jogo parece que está perto de acabar — Rosa observou como o apanhador voava obstinado para um lado do campo, provavelmente já tinha visualizado o pomo. As duas se despediram e seguiram até o outro lado da arquibancada me deixando novamente sozinho com o loiro.

Eu pensei em perguntar o que ele tanto falava com a Lily, mas gritos ensandecidos invadiram o ambiente, o apanhador da Sonserina havia capturado o pomo e o Jogo terminou 260x40 para a Sonserina.

— Até que é animado assistir — meu amigo me olhou rindo e eu concordei. Antes que tivéssemos a chance de entender o que estava acontecendo surgiu um garoto voando em nossa direção se lançando nos braços de Scorpius em um abraço efusivo. Andrew. Por pouco não rosnei como um cão feroz. Scorpius odiava ser abraçado por estranhos, e até onde eu sei a única pessoa que tinha aquele tipo de intimidade com ele era eu.

Quando o jogador o soltou, meu amigo o olhava bem surpreso, recebendo um sorriso satisfeito do outro, eu pensei em falar algo, mas congelei ao ver o moreno passar o dedo carinhosamente na bochecha de Scorpius e o beijar de surpresa.

Um beijo. Na boca. Aquele idiota tinha beijado Scorpius sem nem se quer pedir permissão. Não durou muito e percebi que o loiro tinha ficado sem reação durante todo o tempo. O garoto sussurrou alguma coisa e voltou voando para o campo ao encontro do resto do time que comemorava.

Se eu tivesse forças para me mexer naquele momento lançaria um feitiço para incendiar aquele idiota. Percebi que meus lábios estavam abertos em choque quando meu amigo se virou em minha direção e abaixou a cabeça envergonhado. Olhei ao redor e algumas meninas cochichavam olhando em nossa direção.

— Você está bem? — perguntei enfim vendo Scorpius me olhar confuso.

— Estou... Eu acho — minha cara deveria ser de ódio porque o loiro se encolheu um pouco — foi só um beijo, Albus.

Foi. Só. Um. Beijo.

Aquela frase conseguiu me tirar do transe completamente sendo tomado novamente pela raiva.

— Não sabia que estavam ficando — não fiz questão de disfarçar a insatisfação.

— Não estamos.

— E isso é normal? Pessoas saem beijando as outras assim do nada?

— Você está perguntando para mim? Eu não esperava por isso tanto quanto você.

— Alguém deveria dar uma lição nesse idiota, onde já se viu, sair atacando as pessoas assim, isso é um absurdo. — ele me olhava ainda assustado — se ele te conhecesse, tão bem quanto eu conheço, saberia que você não gosta de ser abraçado por estranhos... — fiz questão de enfatizar — ou talvez ele não seja um estranho pra você, o que eu sei, não é mesmo? — dei de ombros debochado e sai irritado pela multidão. Percebi que ele tentou me seguir depois de alguns segundos atônito, mas era fácil perder o rastro de alguém com tantas pessoas pulando e gritando ao redor. Fui em direção a biblioteca e sentei em uma das mesas mais afastadas possíveis. Sabia que ninguém me procuraria justo ali, e precisava ficar sozinho.