Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 41
Aceitando os acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo.
Como o capitulo anterior ficou muito grande, tive que dividi-lo em dois capítulos.
Com vocês a segunda parte.
Beijos e boa leitura.



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—Você nunca me contou como a policia chegou tão rápido ao galpão.- disse confusa enquanto Alejandro abria a bandeja que possuía meu jantar.

—Você quer realmente falar sobre isso agora? Podemos falar sobre isso depois, ou nem falar. -ele sugeriu pegando a colher para me dar a comida na boca.

—Só vou comer se você falar.- disse e ele suspirou resignado.

—Tudo bem, vou falar a cada colher que você comer.- ele disse e concordei antes de receber a primeira colherada da minha sopa.

—Contei a Sylvia o que estava acontecendo, e ela ligou para a policia enquanto eu levantava o dinheiro. Eles rastrearam seu celular e conseguiram montar uma emboscada, caso Luciano fizesse alguma loucura.- Alejandro disse antes de me dar outra colher.

—Ele morreu?- questionei e meu marido concordou.

—Não queria que ele acabasse dessa forma.  Afinal, ele é o pai do Vinicius. Isso tudo é culpa minha.- disse entre lagrimas e Alejandro me abraçou.

—Não, você não teve culpa de nada. Você e o Vinicius foram as vitimas, Luciano começou  isso tudo quando a incriminou de algo que não fez.- meu marido disse acariciando meu cabelo de leve.- Não se culpe de nada mi corazón, sei que se pudesse teria evitado tudo isso.

—Eu sei, mas se eu tivesse ...- comecei a dizer e Alejandro me interrompeu.

—Liv, não adianta fazer suposições querida. Você não pode voltar no tempo para mudar o que já se passou, você fez o que julgou ser o certo na época. Sei que o que houve foi horrível, mas você precisa ter em mente que o que houve com Luciano não foi culpa sua, porque ficar se culpando não irá trazê-lo de você só irá te deixar doente. E você não está mais sozinha agora, tem uma vida crescendo dentro de você que precisa da mãe.- Alejandro disse e acariciou minha barriga.

—Você tem razão.-disse colocando minha mão em cima da sua.- Preciso pensar nesse bebê que estou carregando, não posso pensar apenas em mim.

—Prometo que tudo ficará bem. Vou estar ao seu lado para tudo.- ele prometeu olhando em meus olhos.

—Eu sei amor e te amo por isso.

—Eu também te amo. Mas agora você precisa terminar de comer.- ele pediu e concordei.

—O que era aquilo que você disse para a Luna?- questionei curiosa e ele sorriu.

—Palavras de segurança.  O marido da Sylvia é do exercito, e quando a empresa começou a ficar famosa, me preocupei com a segurança da Luna, então ele me ensinou os códigos e desenvolvi significados para cada comando. Alfa significa corra, Bravo significa sem olhar para trás, Charlie significa o carro está  aberto ou se esconda, Delta significa se tranque ou não faça barulho, Eco significa não abra a porta para ninguém ou fique imóvel , já Fox significa só abra para o papai ou só apareça quando eu disser os códigos de trás pra frente.- ele explicou e pisquei confusa.

—Isso é muito complicado para uma criança de sete anos. Eu fiquei perdida no meio da explicação.- disse e ele riu antes de me oferecer outra colher.

—Eu sei amor, mas mi hija é ensinada desde os três anos. Sempre introduzi as palavras de segurança nas nossas brincadeiras de esconde -esconde. Assim que tudo isso passar, vou ensinar os códigos para o Vinicius e depois para o nosso bebê.

—Tem certeza de que isso é realmente necessário?

—Nunca pensei realmente que um dia iria usar essas palavras, mas esse dia chegou. E foram elas que impediram nossos filhos de verem o que aconteceu com o Luciano.- ele disse e estremeci de leve ao lembrar do som da bala atingindo a cabeça do meu ex-marido.

—Podemos mudar de assunto? Não gosto de lembrar disso.- pedi nervosa.

—Claro, tudo bem. Não vamos falar mais disso.-ele concordou antes de voltar a me oferecer outra colher.

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Depois do que houve passei semanas tendo pesadelos com aquela manhã, pesadelos dos quais sempre acordava gritando. E durante cada um deles, meu marido me abraçava forte e dizia que tudo iria ficar bem.

Alejandro deixou de ir a empresa apenas para ficar comigo e com nossos filhos, que estavam lidando melhor que eu com o que houve. E eu agradecia por isso, por eles não terem presenciado o que vi.

Sabia que meu marido já estava desesperado em me ver daquela forma, mas eu simplesmente não conseguia parar de me culpar pelo que houve.

—Não sei mais o que fazer Sônia e Thomas, vê-la desse jeito e não poder fazer nada está me deixando louco.-Ouvi Alejandro dizer aos meus pais do corredor, pois a porta estava aberta.- Olívia não consegui dormir e está exausta, não sei mais por quanto tempo vamos agüentar. É como se eu estivesse perdendo a minha esposa.

—Você precisa se acalmar, vá descansar um pouco, você está precisando.- ouvi meu pai dizer suave.

—Não posso, a Liv só fica calma quando estou por perto.

—Alejandro, vá descansar vamos cuidar dela. E se você ficar doente ela irá sofrer muito mais.- ouvi minha mãe dizer maternal.

—Tudo bem, mas se ela ficar nervosa, por favor, me chamem vou estar no quarto de hospedes.- ele disse e em seguida meus pais entraram em meu quarto.

—Oi querida, como você está?- mamãe questionou suave assim que se sentou ao meu  lado.

—Mamãe.- sussurrei chorando antes de abraçá-la.

—Tudo bem querida, a mamãe está aqui.- ela sussurrou enquanto eu chorava.

—O Luciano morreu por minha causa.- sussurrei em seu cabelo.

—Claro que não Olívia.- ela disse me afastando de leve, para que pudesse olhar em meus olhos.

—Você não teve culpa de nada, Luciano colheu o que plantou. Você precisa reagir filha, ficar desse jeito está deixando sua família desesperada. E ainda tem esse bebê crescendo dentro de você meu bem. Filha, você o desejou mais do que tudo no mundo. Você sempre desejou a família que tem hoje, então não deixe o fantasma do Luciano estragar isso. Se tiver que chorar e gritar faça isso agora, mas depois quero que levante dessa cama , tome um bom banho e volte a viver. Porque ele não merece que você fique desse jeito, Luciano nunca foi um bom marido e muito menos um bom pai.- mamãe disse seria enquanto me olhava.

—Eu sei mamãe, mas ele era o pai do meu filho. E não posso deixar de acreditar que foi culpa minha.

—Não foi culpa sua Olívia.- Felippa disse suave assim que entrou em meu quarto.- Podem nos deixar a sós, precisamos conversar um pouco.

—Não sei se seria uma boa idéia.- meu pai disse preocupado.

—Sou a única que pode dar o que ela precisa Thomas, acreditem em mim.- Felippa disse seria e meus pais concordaram a contra gosto.

—Olívia, o que está fazendo da sua vida?- ela questionou se sentando em minha cama.

—Me perdoe, por minha culpa seu filho morreu.- implorei desesperada.

—Não preciso te perdoar, você não fez nada. Luciano destruiu tudo que era bom ao redor dele. Ele quase destruiu você uma vez e vai deixar ele fazer isso de novo? Está sofrendo por alguém que nunca teve respeito por você, que nunca te valorizou. Olívia, como acha que seu marido deve estar se sentindo, vendo a mulher dele ficar de luto por alguém que não merece suas lagrimas?- Felippa questionou seria.

—Mas ele era o seu filho, você devia ter mais consideração.- disse e ela me deu um tapa o que me deixou confusa.

—Sim ele era meu filho, mas não sou cega. Sei o quanto ele era errado e tentei colocá-lo no caminho certo inúmeras vezes, mas não podemos forçar as pessoas a nada quando elas escolhem seu caminho. Só elas podem mudá-lo. Agora deixe de sofrer e acorde para a vida. Você já sofreu demais por meu filho. Não permita que ele destrua a sua vida novamente.- ela disse seria e naquele momento soube que ela tinha razão.

Não podia me comportar como uma viúva enlutada, afinal não sentia mais nada por Luciano.

E não podia deixar que pensamentos derivados de tudo o que passei destruíssem a família maravilhosa que eu tinha.

—Obrigada por me ajudar.- agradeci sorrindo e ela sorriu antes de me abraçar com força.

—Não precisa agradecer, eu lhe devia isso.- ela sussurrou acariciando meu cabelo de leve.

—Agora, vamos ajudá-la a tomar um bom banho e quem sabe comer alguma coisa, antes de você ir ver o seu marido. Porque tenho certeza que ele ficará muito feliz em vê-la melhor.- ela disse assim que nos separamos e concordei.

Felippa me ajudou a tomar um bom banho de banheira, e durante todo o momento ela me contava como estava sendo sua vida na Europa e o quanto estava feliz, o que me deixou alegre.

Afinal, ela havia sofrido demais no seu casamento e merecia um final feliz.

Conversar com Felippa me deu paz de espírito, afinal ela era mãe de Luciano, e como tal não me julgava de ter causado a morte de seu filho, e isso foi capaz de me fazer reagir.

Valorizando tudo o que havia conquistado.

Todos ficaram felizes quando me viram descer as escadas com um sorriso no rosto.

—Se soubesse que Felippa iria operar um milagre, teria ligado para ela.- minha mãe disse feliz ao me ver sorrindo e me puxou para um abraço forte.

—Se meus pais não ligaram para você, quem foi que ligou?- questionei confusa olhando para Fellipa assim que me separei da minha mãe.

—Foi o Alejandro. Esse homem te ama incondicionalmente Olívia, e ele sabia que você precisava conversar comigo.- ela disse e sorri suave.

—Onde ele está Guadalupe?- questionei a minha sogra que estava emocionada ao me ver recuperada.

—Ele ainda está no quarto de hospedes, deve ter pegado no sono.- ela disse e concordei antes de subir as escadas correndo.

Abri a porta do quarto de hospedes com cuidado pois se ele estivesse dormindo não queria acordá-lo de maneira alguma. Alejandro já havia passado varias noites acordado do meu lado e ele merecia um  pouco de descanso.

Com cuidado me aproximei dele e por sua respiração constatei que ele estava dormindo profundamente, e naquele momento agradeci a Deus por ter devolvido Alejandro a mim.

Por ter permitido que voltasse a viver esse grande amor de adolescência que sobreviveu a doze anos de separação.

Eu amava aquele homem de uma forma tão profunda e verdadeira que nem a distancia havia sido capaz de apagar e agora que estávamos juntos, casados e a espera do fruto do nosso amor, não iria deixar o medo nos separar.

Sem dizer nada me inclinei e comecei a beijar as costas de Alejandro enquanto subia para o seu pescoço e sorri assim que ele gemeu de prazer.

—Me desculpe, não queria te acordar, mas você estava lindo demais dormindo e não resisti.- me desculpei assim que ele virou e abriu os olhos para me ver.

—Não precisa se desculpar amor. Está precisando de alguma coisa?  Está sentindo algo?  Ou foi outro pesadelo?- ele questionou preocupado enquanto se sentava na cama.

—Não eu estou bem, só queria agradecer pelo que fez. Obrigada por sempre saber do que  preciso antes mesmo de eu saber.- disse agradecida a ele.

—Não precisa agradecer, só tento ser um bom marido para você. Afinal tudo o que mais desejo nessa vida é fazê-la feliz. E sou capaz de qualquer coisa para que isso aconteça, não importa a distancia ou o quanto custe. Eu daria a minha vida por você Liv, sem pensar duas vezes.- ele disse segurando meu rosto em suas mãos.

—Eu te amo tanto e me desculpe por te deixar preocupado.

— Eu também te amo e não precisa pedir desculpas mi corazón, o que aconteceu foi assustador demais e entendo isso. Só quero que você fique bem, é tudo o que me importa.- ele disse olhando em meus olhos e sorri antes de me inclinar para lhe beijar.

Naquele momento não havia mais necessidade de palavras, pois só queríamos amar um ao outro, matando a saudade que sentíamos.

Naquele momento jurei a mim mesma que não deixaria a morte de Luciano abalar a minha felicidade, pois eu merecia ser feliz depois de tudo que passei.

E eu iria.


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