Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 4
Liberdade




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—Há querida.- minha mãe disse entre lagrimas enquanto me abraçava com força.

 Não via meus pais há muito tempo, acabei me afastando deles porque os mesmos nunca foram a favor do meu casamento e isso me deixava triste, mas no final meus pais tinham razão.

Luciano não era o homem perfeito pra mim.

—Como você está?- mamãe questionou preocupada assim que nos separamos.

—Estou tentando sobrevivendo a tudo isso mãe.- disse e meu pai sorriu orgulho.

—Você vai superar tudo isso.- ele disse antes de me abraçar com força.

—Obrigada aos dois por não dizerem a temida frase “Eu te avisei”.- disse e eles riram.

—Que tipo de pais seriamos se apenas apontássemos seus erros? O importante é que você os reconheça, só assim terá algum aprendizado.- meu pai disse e concordei.

—E Lizzie? Ela não veio com vocês?- questionei e aos dois.

Não vinha a minha irmã caçula há um bom tempo.

—Não, ela não conseguiu vir, estava em semana de prova.- mamãe justificou e concordei.

—Assim que o seu processo for julgado e tenho fé em Deus que você será inocentada, gostaríamos que voltasse conosco para Coleman.- minha mãe pediu e pisquei confusa.

—Mãe, não posso decidir isso assim. Construi uma vida aqui, e além do mais Vinicius tem escola aqui e o pai dele está aqui.- expliquei seria.

Podia odiar o que Luciano fez comigo, mas ele ainda era o pai do meu filho e não podia privar os dois da companhia um do outro.

—Entendemos filha, mas não queremos que pense nisso agora, vamos esquecer isso. Estava morrendo de saudades de você.- meu pai disse e voltou a me abraçar.

—Eu também.- sussurrei antes da minha mãe nos abraçar.

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Hoje era o grande dia, após um mês presa a espera do julgamento, iria saber se seria inocentada ou acusada pelos crimes do meu marido.

—Boa sorte garota.- Ciara disse assim que passei no corredor de sua cela acompanhada por Santana.

—Obrigada.- agradeci antes de continuar o meu caminho.

Logo todas as detentas começaram a bater palmas enquanto  passava pelo corredor, e naquele momento percebi que apesar de todas as dificuldades que havia enfrentado no começo, eu realmente havia aprendido algo no Hanôver.

O respeito de alguém é conquistado e não tomado a força.

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—Todos de pé para recebermos o Juiz Santiago Hernadez.- a oficial de justiça disse e nos levantamos para receber o juiz.

—Podem se sentar, por favor.- ele pediu assim que se sentou.- Hoje estamos aqui para julgar o processo número 209.86547, o estado contra Olívia Collins Amadori. Dou a palavra ao advogado de acusação, o Dr. Scott.

Logo o advogado de acusação, começou a falar que eu sabia muito bem dos negócios escusos do meu marido, de que toda a Amadori construção era uma fachada para uma quadrilha que lavava o dinheiro do contribuinte, além de ameaçar a segurança da população ao entregar prédios prontos para cair. As palavras dele pareciam ter convencido os jurados.

—As chances não são boas não é Hunter?- questionei enquanto tomávamos um café após ele ter pedido um recesso.

—Acredite, tudo pode ser mudado.- ele disse suave antes de tomar o seu café.

A confiança de Hunter chegava a ser insuportável, não sei como Noah conseguia agüentar.

As vezes um pouco de desespero fazia bem.

Não demorou muito e logo fomos chamados pelo oficial de justiça, para retornarmos a sala de audiência. Assim que entramos e ocupamos nossos lugares o juíz concedeu a palavra ao meu advogado que me chamou para depor.

—Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade, perante Deus e o estado?- o oficial de justiça questionou enquanto minha mão direita estava repousada em cima da bíblia sagrada.

—Juro.- disse antes do oficial retirar a bíblia e indicar que eu sentasse.

—Sra. Amadori, a senhora sabe no que seu marido trabalhava?- Hunter questionou serio.

—Luciano não me falava muito sobre o seu trabalho, apesar de questioná-lo algumas vezes. Tudo que sabia, era que meu marido possuía uma construtora renomada, herdada pelo mesmo após a morte de seu pai.

—Entendo, e alguma vez a senhora chegou a participar de alguma reunião da construtora?

—Não. Jamais coloquei os pés na construtora ou em algum canteiro de obras da responsabilidade dela. Só participava dos eventos que a mesma fazia, mas eles aconteciam todos em casas de festas.- disse e Hunter concordou antes de perguntar ao advogado de acusação se ele gostaria de me fazer algumas perguntas.

— Sra. Amadori, está é a sua assinatura?- o advogado questionou me mostrando os documentos que o agente Elliot havia me mostrado antes.

Olhei para Hunter sem saber o que fazer e ele balançou a cabeça, era o sinal para que eu contasse a verdade, mesmo que sentisse que não devia contar.

—Sim.- disse e todos começaram a falar mais alto.

—Ordem no tribunal.- o juiz pediu enquanto batia o martelo, tentando silenciar a todos.

—Se está é a sua assinatura Sra. Amadori, como pode nos dizer que não tinha conhecimento dos negócios do seu marido? Afinal, esses documentos afirmam que a senhora era uma das sociais majoritárias.- ele questionou e olhei para Hunter desesperada, e ele apenas balançou a cabeça.

Se aquilo não desse certo, iria deixar o meu amigo viúvo.

—Luciano cuidava da matricula do Vinicius, o nosso filho, no futebol, e uma vez por mês tínhamos que assinar vários documentos de autorização para que nosso filho participasse de algum campeonato. Eu apenas assinava os documentos sem ao menos ler, o que mostrou ser o meu grande erro.- disse a todos e o advogado pareceu não acreditar em mim.

—Deseja fazer mais alguma pergunta Dr. Scott?- o juiz questionou.

—Não meritíssimo.- ele disse antes de se sentar.

—Sra. Amadori, pode voltar ao seu lugar.- o juiz pediu e concordei antes de voltar para o lado de Hunter.

—Eu praticamente assinei meu atestado de culpa.- sussurrei para Hunter que sorriu.

—Não Olívia, você só plantou a desconfiança neles.- ele sussurrou enquanto o juiz chamava o agente Elliot para o interrogatório.

Fiquei surpresa pelo agente ter afirmado categoricamente que confiava em minha inocência, pois durante toda a sua vigilância ele jamais encontrou provas de que eu frequentasse a construtora, e isso me deixou feliz.

—Obrigada.- sussurrei a ele que sorriu antes de deixar a sala.

—Agora, chamo a senhora Alice Sutton  para depor.- Hunter disse e fiquei sem reação, afinal não sabia que ela estaria aqui hoje.

Pois pelo que soube, após a nossa prisão, Alice sumiu do mapa.

—Sra. Sutton, a Sra. Amadori aqui presente, é a sócia majoritária da Amadori construções?- Hunter questionou enquanto eu ainda encarava a minha pseudo amiga, que estava me traindo com o meu marido.

—Não. Olívia nunca foi sócia da construtora. Luciano e eu somos culpados de tudo.- ela admitiu e pisquei confusa diante da sua confissão.- Luciano fez com que ela assinasse inúmeros documentos para assumir tal cargo, pois tínhamos que incriminar alguém e escolhemos a sua a esposa. Afinal, ela nunca desconfiaria de nada.- Alice disse sem o menor remorso o que me deixou furiosa, por ter sido tão cega.

—A senhor tem certeza do que está falando? Afinal, está admitido diante de todos que é culpada.- o juiz questionou serio.

—Tenho, não posso condenar alguém a pagar pelos nossos crimes.- Alice disse seria enquanto olhava para o juiz.

—Sra. Sutton porque veio aqui admitir a sua culpa diante deste júri?- Hunter questionou o que gostaria de perguntar a ela.

—Vim aqui porque Olívia sempre foi a minha amiga, e nunca correspondi a sua lealdade, pois estava cega de amor e desejo por Luciano, e no final ele enganou nos duas. E não posso permitir que ela seja presa.- Alice disse sincera. – É a única maneira que encontrei de pedir perdão a ela.

—A Sra. Sutton disponibilizou algumas fitas de vídeo, essas imagens foram gravadas no escritório do Sr. Amadori, pois ela as usaria como garantia contra o mesmo.- Hunter disse e logo a grande tela que havia na sala, se encheu com  imagens do meu marido e de Alice planejando como iriam me incriminar, em seguida os dois começaram a se beijar, mas logo Hunter desligou a televisão, alegando que queria me poupar de tamanha humilhação.

—Diante da reviravolta do caso, peço um recesso para que os jurados possam julgar de forma adequada o caso.- o juiz pediu antes de todos se retirarem.

Assim que sai da sala pedi licença a todos e fui em direção ao banheiro, afinal me sentia enjoada diante de tudo que ouvi e vi.

—Olívia.- minha mãe disse ao entrar no banheiro e veio me socorrer enquanto eu vomitava.

—Vai ficar tudo bem, querida. Estou do seu lado.- ela sussurrou enquanto segurava meus cabelos.

Assim que parei de vomitar nos sentamos no chão do banheiro, enquanto tentava manter alguma espécie de controle no meu estomago.

—Olívia, você por acaso...- ela começou a questionar e a olhei horrorizada.

— Não estou grávida mãe. Eu tomo pílula, e além do mais não transava com o meu marido há um bom tempo. Afinal, como você e todos viram, ele estava ocupado demais com a sua amante para me procurar na cama- disse seria e ela se desculpou.

—Com que tipo de monstro me casei, mãe? Que tipo de homem tem coragem de colocar a mulher que ele dizia amar na cadeia?- questionei desesperada por respostas.

—Há meu amor. Ás vezes achamos que algumas pessoas são a nossa felicidade, mas ai coisas ruins acontecem para nos mostrar que elas não são o nosso “felizes para sempre”.- ela disse e sorri entre lagrimas.

—Isso parece algo que o papai diria.

—É, ouvi ele dizer uma certa vez há alguém.- ela disse sem importância.- Agora, vamos, afinal precisamos ouvir a sua sentença.

—Espero que seja favorável a mim.

—Vai ser minha filha, apenas tenha fé. - mamãe disse e concordei antes de nos levantarmos.

Ela me ajudou a retocar a maquiagem antes de voltarmos para a sala de audiência.

—Diante de todas as provas apresentadas nessa manhã, o júri decidiu declarar Olívia Collins Amadori inocente das acusações de sonegação de impostos e tentativa de assassinato.- a porta voz dos jurados declarou e sorri em meio as lagrimas antes de abraçar Hunter com força.

Eu estava livre.

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Assim que saímos do tribunal, Hunter me acompanhou até o presidio onde assinaria vários papeis e pegaria as minhas coisas. Fiz questão de me despedir de todos antes de ir embora.

—Obrigada pelas maquiagens Olívia.- Ciara disse feliz assim que entreguei as minhas maquiagens as ela.

—De nada e espero que você consiga ser feliz quando sair daqui.- disse sorrindo.

—Espero o mesmo para você. Mas posso lhe perguntar algo?

—Claro.

—Porque você terminou com o seu ex? Ele parecia ser um cara legal.- ela disse e sorri lembrando do passado.

—Alejandro era um cara maravilhoso. Ele foi o primeiro em tudo na minha vida. Ele foi o primeiro garoto que beijei e com quem perdi minha virgindade. Eu odiava quando ele decidiu começar a me chamar de Liv, mas ele acabou me convencendo a aceitar.- disse me lembrando do seu sorriso e do seu  jeito carinhoso em me chamar de Liv.- Mas eu era jovem, e me deslumbrei com Nova York, além de ter conhecido Luciano. Acabei me apaixonando por ele, e terminei tudo com Alejandro por mensagem.

—Você terminou com o cara que tirou sua virgindade por mensagem? Isso foi muita sacanagem.- Ciara disse e concordei.

—Sei disso, e hoje vejo o quanto fui insensível.- disse arrependida e ela concordou.

—E o que você vai fazer agora, que está livre?

—Não sei. Só quero refazer a minha vida longe de tudo isso.- disse sincera.

—Espero que encontre esse lugar para fazer isso.- ela disse e concordei antes de nos despedirmos.

Antes de entrar no carro de Hunter me permitir fechar os olhos e apreciar o sol esquentando a minha pele por alguns instantes, e naquele momento tive a certeza que a cor da felicidade era amarelo, pois essa cor era energizante e acolhedora.

A cor da minha felicidade.

A cor do meu recomeço.


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Notas finais do capítulo

Parece que finalmente as coisas começaram a dar certo para a Liv por enquanto.
Espero que tenham gostado da fic e estou ansiosa para saber a opinião de vocês.



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