Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 3
Uma nova moradia e uma amizade improvável


Notas iniciais do capítulo

Com vocês mais um capitulo da história de Olívia Collins.
E deixem comentários gente, a opinião de você é muito importante.
Beijos e boa leitura.



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Foi preciso três agentes para evitar que voltasse a socar Luciano, afinal se me deixassem continuar mataria aquele mentiroso. Assim que estava mais calma, o agente Elliot me informou que seria transferida para o presídio feminino daqui há algumas horas, e comecei a arrumar os poucos pertences que Noah havia trago para mim em meio as lagrimas.

—Você consegui Olívia.- sussurrei para mim mesma tentando me passar coragem.

 Enquanto aguardava pelo transporte Hunter conversava com a diretora do presídio, tentando assegurar que eu ficaria bem. Meu amigo não estava feliz por me ver indo para o presídio, mas sabia que ele estava fazendo o possível para me libertar.

—Está pronta Olívia?- Hunter questionou e respirei fundo antes de concordar.

Hunter ficou ao meu  lado durante todo o processo de transferência e me garantiu que tudo iria ficar bem. Mas assim que me encontrei sozinha em minha cela usando o conhecido macacão laranja do presídio comecei a chorar, enquanto tentava entender como a minha vida composta por tons frios de azuis havia virado uma paleta de cores escuras.

E dentro daquela cela me lembrei das palavras do meu pai e me odiei por não ter lhe dado  ouvidos, pois estava apaixonada.

Durante oito anos da minha vida me dediquei ao meu marido, me anulando durante o processo. Reneguei a minha futura carreira, apenas porque não seria bem visto se a Sra. Amadori trabalhasse. Deixei minha carreira de pintora de lado, pois Luciano não queria que eu trabalhasse fora, comecei a usar roupas formais e de grife, deixando de lado as roupas simples e confortáveis que tanto gostava.

E naquele momento percebi que havia me tornado uma pessoa completamente diferente, quase não conseguia me reconhecer no espelho.

—Não vou mais fazer nada que agrade alguém, e sim o que me agrada. Vou sair daqui e descobrir a pessoa que quero ser.- sussurrei enquanto me olhava no espelho.

E sorri, pois talvez tudo que estivesse passando fosse uma lição da vida.

Enquanto olhava para a minha roupa laranja, percebi que aquela seria à cor do meu recomeço.

 A cor do começo da busca da minha felicidade.

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—Amadori, a diretora quer vê-la.- a guarda disse assim que entrou na sala de artes.

Desde que cheguei aqui há três semanas, tratei de aproveitar o tempo com algo produtivo, então me matriculei na aula de artes plásticas, pois sentia necessidade de expressar a minha raiva em algo, já que não podia bater em Luciano, o alvo de toda essa raiva.

—É Collins, Santana.- disse a guarda assim que me aproximei dela.

Assim que cheguei ao presídio todos pareciam ter pena de mim, principalmente Santana, pois segundo ela, a mesma quase foi presa por culpa do ex, que estava envolvido em empréstimos fraudulentos e a usava como laranja, sem a mesma saber. Por sorte, ela conseguiu provar a sua inocência e colocar o ex na cadeia.

—Você vai mesmo se separar daquele idiota?- ela questionou curiosa enquanto andávamos pelos corredores.

—Sim, por culpa dele estou longe do meu filho.- disse e ela me olhou seria.- Tudo bem,  fui burra em assinar algo sem ler, e estou pagando por isso.

—Ótimo. Jamais jogue a culpa em alguém antes de assumir a sua própria. Não se esqueça disso garota.-ela me aconselhou enquanto parávamos em frente a sala da diretora.

—Pode entrar, vou esperar você aqui.- ela disse e concordei antes de entrar na sala da diretora Bonasera.

— Collins.- a diretora Bonasera disse assim que entrei em sua sala.

A diretora era a única que me chamava pelo meu sobrenome de solteira, um pedido que havia lhe feito no momento em que fui admitida no presídio.

—Diretora Bonasera.- a cumprimentei antes de sentar em uma das cadeiras vagas a minha frente.

—Soube que você não quer receber o seu filho.- ela disse seria e suspirei.- Por acaso não sente falta dele Collins?

—Sim.- sussurrei com a voz embargada ao lembrar do meu filho.- Sinto muito a falta do meu filho, mas não quero que ele me veja dessa forma.

—Que forma?

—Como uma presidiária.- disse e a diretora revirou os olhos.

—Tudo que vejo é uma mulher injustiçada. Uma mulher que está pagando por ter cometido o erro de confiar demais na pessoa errada.- ela disse seria enquanto me olhava nos olhos.- Não condene o seu filho a solidão Collins, ele precisa saber a sua versão da história. E além do mais, sempre autorizo que as detentas que possuem filhos os recebam no pátio, é uma forma de evitar algum desconforto.

—Obrigada por tudo diretora Bonasera.

—Não precisa agradecer, só quero vê-la fora daqui. Você não pertence a esse lugar.- ela disse e agradeci antes de deixar a sua sala.

Assim que cheguei ao presídio feminino Alexia Hanôver, fui hostilizado de todas as formas possíveis  pelas outras detentas, algumas deixaram de implicar comigo depois de alguns dias, menos Ciara e suas amigas.

—Olha só se não é a madame.- Ciara disse enquanto andávamos na fila em direção ao Self service da prisão.

—Olhe para mim quando falo com você madame.- Ciara disse segurando meu braço.

—Qual é a sua Ciara? Me deixa em paz.- disse furiosa me soltando dela, pois já estava cansada das suas implicâncias.

—Olha só a madame tem garras.- ela disse sorrindo por eu ter reagido.

—Será que não podemos fingir que a outra não existe? Você não me incomoda e eu desapareço da sua frente.- propus e ela gargalhou.

—Nunca madame, e se prepare por que essa sua afronta vai ter troco.- ela prometeu e se afastou de mim.

Ótimo, agora havia arrumado mais um problema para mim.

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—Mamãe.- meu filho disse assim que me viu e correu para me abraçar.

Enquanto abraçava Vinicius não pode evitar chorar, afinal sentia muito a falta do meu filho.

—Mamãe, porque a senhora não queria me ver? Por acaso a senhora não me ama mais?- ele questionou com medo assim que nos separamos e me ajoelhei em sua frente.

—Nunca pense uma coisas dessas, meu bem. Eu amo você. Amo mais do que tudo, só não estava pronta para que me visse dessa forma.

—Está tudo bem mãe, a vovó me explicou tudo.- ele disse e olhei para Felippa que nos observava de longe.

—E o que a sua avó disse?

—Ela disse que você está aqui por um engano, mas que logo o tio Hunter vai tirá-la daqui.- ele disse suave e concordei antes de abraçá-lo.

 Peguei meu filho no colo e o levei para uma das varias mesas que havia na área reservada para o banho de sol, havia varias detentas ali brincando com seus filhos e isso me fez sorrir, por meu filho não ter que entrar em uma daquelas salas de visita cinza da prisão.

—Obrigada por trazê-lo Felippa, e por cuidar dele.- agradeci e ela sorriu suave.

—Vinicius, porque você não faz um desenho bem bonito para a sua mãe enquanto conversamos um pouco.- ela sugeriu e ele concordou pegando algumas folhas de papel e lápis de cor  da bolsa da avó antes de ir se sentar na ponta da mesa.

—E como está tudo?- ela questionou e fiquei receosa, afinal Felippa jamais se preocupou comigo.

—E desde quando você gosta de mim?

—Impliquei com você durante todos esses anos, porque queria que você desistisse do meu filho.- ela disse e pisquei confusa.

—Por quê?

—Luciano foi criado pelo pai. Giancarlo jamais permitiu que ele ficasse perto de mim, meu marido era um homem horrível capaz das piores crueldades, e só não fui embora porque acreditei que meu filho poderia ser salvo, mas não podemos salvar quem não quer ser salvo.- ela disse perdida no passado.- E quando Luciano apresentou você a nós, era como se estivesse me vendo, a garota cheia de sonhos que foram matados pouco a pouco  por um homem cruel. E fiz de tudo para lhe salvar, mas você estava cega de amor.

—Não era o seu dever me salvar. Fiz minhas próprias escolhas Felippa, e muitas delas não foram as melhores, mas elas me ensinaram muito. E obrigada por estar ao meu lado.

—Você é inocente. Luciano tem que assumir as conseqüências dos seus erros e não colocá-los em outra pessoa.- ela disse e concordei antes de voltarmos nossa atenção a Vinicius.

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—Soube que Vinicius veio visitar você.- Noah disse suave assim que começou a tirar algumas vasilhas plásticas de dentro da sacola que trouxe.

Depois que meu filho havia ido embora, me senti horrível por dentro e só aceitei receber a visita de mais alguém porque se tratava do meu  melhor amigo.

—Como você está?- ele questionou preocupado e sorri triste.

—Horrível. Não sei se vou conseguir agüentar isso tudo por muito tempo.

—Você vai sim. Olívia, você não precisa passar por isso sozinha, temos um ao outro.- ele disse segurando a minha mão e sorri agradecida.

—Obrigada, por nunca me abandonar.

—Os amigos são para isso.- ele disse dando de ombros.

—Hunter me contou que você quebrou o nariz do Luciano.- Noah comentou enquanto me entregava uma vasilha que continha um belo bife a parmegiana.

—Ele mereceu.- disse antes de começar a comer.

—Não estou dizendo nada contra. Mas me pergunto com quem você aprendeu isso?- ele questionou me estudando, como se já soubesse a resposta.

—Longa historia.

—Isso é algum castigo porque não lhe contei como conheci o Hunter?

—Talvez.- disse antes de voltar a comer.

—Em minha defesa, ainda não é o momento certo pra isso.- ele disse se defendendo e revirei os olhos antes de voltarmos a comer.

—Tenho algo para lhe contar. Algo que você não vai gostar nem um pouco.- Noah sussurrou assim que terminamos de almoçar.

—Olhe ao redor meu amigo, nada pode ser pior que isso.

—Tive que contar aos seus pais o que houve.- ele disse e o olhei chocada.

—Como pode fazer isso? Eu implorei para você.

—Eu sei, mas escondi o quanto pode. Mas é bem difícil manter um segredo desses quando sua mãe é uma jornalista. E quando ela me colocou contra a parede não consegui negar.- ele se desculpou e suspirei.

Conhecia muito bem a técnica intimidadora da minha mãe.

—Tudo bem. Só não queria que eles me vissem aqui, afinal não nos vemos a um bom tempo.

—Eu sei, mas agora você precisa de todo apoio que estiver disponível.- Noah disse e concordei.

Passamos mais alguns minutos conversando amenidades até meu amigo partir, mas antes Noah me presenteou com uma caixa de chocolates da minha marca favorita, além de inúmeras fotos nossas e outras do meu filho.

Passei alguns minutos colocando as fotos na parede em que minha cama estava encostada, todas aquelas imagens pareciam de uma outra vida.

—Você realmente é privilegiada. Afinal, sempre recebi a visita daquele loiro lindo e do advogado sexy.-Ciara disse encostada na grade da minha cela.- Aposto que você está tendo um caso com o loiro. Afinal, vocês têm muita intimidade. Ele é bom de cama?

—Claro que não.- disse horrorizada diante da idéia.- O Noah é como um irmão para mim, e além do mais ele é gay.

—Você está me zoando?- ela questionou seria.

—Claro que não, ele é casado com o meu advogado há nove anos.

—Puxa, achei que talvez você pudesse me arrumar o numero do advogato, mas pelo visto não vai rolar.- Ciara disse e concordei desconfiada afinal, jamais havíamos tido uma conversa civilizada com ela.

—O que você quer Ciara?- questionei e ela suspirou antes de se sentar  na minha cama.

—As meninas falam que você eram uma madame e tal, que sabia se arrumar toda, e bem...Eu queria aprender essas coisas.- ela explicou envergonhada e a olhei desconfiada.

—Por quê?

—Porque vou sair daqui á alguns dias, e preciso ser alguém diferente. Alguém mais educada, pois preciso conseguir um emprego e também quero que meus filhos me vejam de outra forma.

—E o que ganho em troca?

—Te ensino a ser durona para poder sobreviver aqui no Hanôver. Temos um acordo?- ela questionou oferecendo sua mão e concordei enquanto a apertava.

—Soube que você deu um belo soco no seu marido cretino.- ela disse de repente assim que decidimos fazer uma pausa nas aulas de etiqueta.

—As noticias voam por aqui.- disse enquanto lhe ofereciam um dos bombons que havia ganhado de Noah.

—Não sei se percebeu, mas não temos muito o que fazer por aqui.- ela disse dando de ombros antes de comer um bombom e concordei.

—Agora fiquei curiosa, quem ensinou a dondoca a bater como um moleque de rua?- ela questionou e sorri.

—Foi o meu ex-namorado. Ele achou que eu deveria saber me defender, pois estava vindo estudar em Nova York, nunca precisei bater em alguém até aquele momento- disse e me lembrei de quando Alejandro me ensinou.

“-Nova York não é nenhuma faixa de gaza Alejandro.- disse cansada de tanto bater em suas mãos.

— Sei disso, mas você não sabe o que se passa na cabeça das pessoas, e quero ter certeza que a minha Liv vai estar segura, mesmo que não esteja presente.- ele disse carinhoso e sorri antes de puxá-lo para um beijo.

—Eu te amo Liv, nunca se esqueça disso.- Alejandro sussurrou assim que nos separamos com falta de ar.

—Eu também te amo. Não importa a distância, do céu até a lua...- sussurrei e ele sorriu amoroso antes de me beijar novamente.

—Dá terra até o mar, eu sempre vou te amar.- ele sussurrou em meus lábios antes de voltarmos a nos beijar.”

—Olívia?- ouvi Ciara me chamar e pisquei confusa tentando me localizar.

—Você viajou mesmo.- ela disse enquanto me olhava.

—Não foi nada. Podemos voltar de onde paramos na lição?- questionei e ela concordou.

Não podia acreditar que depois de tantos anos Alejandro ainda tinha o poder de mexer comigo.


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