Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 33
Muito prazer, sou a garota de cabelo sujo de tinta


Notas iniciais do capítulo

Com vocês mais um capitulo de Qual é a cor da felicidade?
Espero que gostem e boa leitura.



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Desde o dia em que havia encontrado a minha outra parte, a que estava perdida dentro de mim, comecei a pintar compulsivamente. Era como se quisesse recuperar doze anos perdidos.

Os doze anos em que reneguei o meu amor pela pintura.

E para isso, decide pedir demissão do meu emprego de professora, o que deixou as crianças tristes, mas expliquei a elas que estava seguindo meu sonho e que elas jamais deveriam desistir de algo que amam por causa de alguém.

Dividia meu tempo entre meus filhos e o meu ateliê, os dois adoravam me ver pintar, eles até me ajudaram a fazer alguns dos quadros que iriam compor minha exposição. A qual seria realizada uma semana antes do meu casamento.

Depois de tanta procura, finalmente consegui achar o vestido perfeito, ele era simples mais combinava perfeitamente comigo.

E o que dizer do meu noivo... Alejandro me apoiava de forma incondicional, ele até mandou trazer os quadros que estavam no seu escritório, para fazerem parte da minha coleção que se chamaria “ Qual é a cor da felicidade?”.

Todos os quadros dessa exposição eram uma mistura abstrata de cores.

 Elas retratavam cada parte da minha vida, a infância, a adolescência, meu casamento com Luciano, o nascimento de Vinicius, minha prisão, meu regresso para Coleman, e a minha volta para Alejandro.

O qual nunca reclamava ao ver meu cabelo sujo de tinta, ou por ter que me carregar para a cama, quando me encontrava dormindo no sofá que havia no ateliê, devido à exaustão.

Ele estava feliz em me ver fazendo o que amava, e era isso o que importava para ele.

—Liv?- Alejandro chamou assim que entrou em meu ateliê enquanto guardava a ultima tela em um suporte para ser transportada para Nova York, onde ocorreria a minha exposição.

—Aqui amor.- disse colocando o quadro dentro de uma caixa de transporte onde ela seria armazenada para poder chegar a exposição.

—Mamá disse que você queria me dizer algo.- ele disse assim que virei para lhe dá atenção.

—Você acabou de chegar?- questionei vendo-o com a mesma roupa que saiu pela manhã para o escritório.

—Sim, busquei as crianças e elas estão tomando banho para jantarmos.- ele disse suave e me aproximei dele.

Passei meus braços ao redor do seu pescoço puxando-o para um beijo, do qual Alejandro correspondeu da mesma maneira apaixonada e saudosa de sempre.

—Senti saudade de beijar você.- sussurrei em seus lábios e ele sorriu antes de me beijar novamente.

—Eu também, mas entendo que você está trabalhando. 

—Obrigada por entender. E prometo, que depois da exposição, vamos nos casar e na lua de mel, só irei me preocupar em amar você de todas as formas possíveis.- sussurrei e ele sorriu antes de nos beijarmos.

—Estarei aguardando ansioso por isso.- ele segredou e sorrimos.

—Mas não chamei você aqui para isso.- disse me separando do meu noivo e indo até o geladeira que havia ali e pegando a garrafa de champanhe antes de pegar duas taças.

—Vamos brindar á que?- Alejandro questionou assim que lhe entreguei a bebida para que abrisse.

—No momento em que você chegou ,estava guardando o ultimo quadro da exposição. Finalmente consegui terminar e bem a tempo.- disse e ele sorriu antes de abrir o champanhe e servir nas taças.

—E então, minha pintora, quantos quadros você fez?- ele questionou curioso, afinal não deixei que Alejandro olhasse nenhum deles.

—O ultimo foi de numero cem.- disse e ele me olhou surpreso.

—Você estava determinada.

—Eu sempre sou determinada.- brinquei e rimos.

—Ao sucesso da exposição “Qual é a cor da felicidade?”- Alejandro disse fazendo um brinde e sorri repetindo o que ele disse antes de brindarmos.

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Estava uma pilha de nervos, afinal nunca tinha feito uma exposição na vida, ainda mais na galeria de arte mais famosa de Nova York.

—Alejandro acho que vou desmaiar.- sussurrei meio tonta enquanto ainda estávamos no carro e meu noivo me olhou preocupado.

—Vai ficar tudo bem, estou do seu lado. Não precisa ficar com medo.- ele sussurrou e beijou a minha mão com carinho.

—Todos estão a sua espera, mas só vamos sair daqui quando se sentir pronta.- ele disse suave.

—Será que poderíamos caminhar um pouco. O ar frio pode me fazer bem.- pedi e ele concordou.

Descemos do carro e começamos a andar pelo quarteirão da galeria de mãos dadas, e logo comecei a sentir que o mal estar estava se dissipando.

—Melhor querida?- Alejandro questionou assim que paramos na calçada e ele me puxou para mais perto.

—Sim, acho que foi efeito da viagem.- disse e ele me olhou preocupado.

—Você trabalhou demais durante dias amor, e alguma hora o seu corpo iria cobrar o preço.- ele disse preocupado e acariciou meu rosto com a mão livre.- Assim que terminar a exposição, vamos voltar para o hotel, colocar  nossos filhos na cama e depois você vai descansar e acordar bem tarde amanhã.

—Me parece uma idéia maravilhosa. Você é o melhor noivo do mundo.- sussurrei e ele sorriu antes de nos beijarmos.

—Olívia?- ouvimos alguém me chamar e nos separamos confusos.

E para a minha surpresa a voz pertencia a Luciano.

—Olívia é você mesmo?- ele questionou confuso, era como se ele não me reconhecesse.

—Luciano?- questionei surpresa por vê-lo solto.

—Sou eu, e olhe só para você. Quase não a reconheci.- ele disse se aproximando de nós.

—Você está muito mais bonita que antes.-ele disse me olhando de cima a baixo de uma forma nada educada.

—Quando foi que você saiu da cadeia?- questionei tentando fazê-lo parar de me olhar daquela forma, afinal ele não tinha mais o direito.

—Há uns dois meses.- ele disse e fiquei sem saber o que falar.

—É por que você não foi ver o seu filho?- questionei confusa, afinal a primeira coisa que quis fazer quando sai da cadeia foi abraçar Vinicius.

— Você sabe que nunca desejei ter filhos, foi você que sempre quis tê-los.- ele me lembrou serio e sorriu de forma sedutora antes de voltar a falar.- Porque não vamos tomar um café e podemos falar sobre ele, ou quem sabe sobre outra coisa?

—Eu agradeceria muito se você parasse de dar em cima da minha mulher.- Alejandro disse furioso e Luciano só percebeu a presença dele naquele momento.

—E quem é você?- ele questionou confuso para Alejandro.

—Sou o marido dela. E você, deve ser o idiota que a traiu e ainda a pós na cadeia. Acho que deveria te agradecer, afinal você deixou escapar uma mulher maravilhosa e acabei me reencontrando com ela.- Alejandro disse sarcástico e Luciano olhou para ele confuso.

—Ele é o Alejandro? O seu namorado de adolescência?- Luciano questionou confuso, por se ver diante de um homem bem vestido e que exalava elegância, algo que outrora era ele quem possuía.

—Sim, ele é o Alejandro. O meu namorado de adolescência. E agora, ele é o meu marido.- disse olhando para Alejandro que sorriu para mim.

—Não pode ser, você disse que ele adorava mexer em motores. E alguém que vive cheio de graxa não pode comprar um terno da dolce e gabana.- ele disse chocado enquanto olhava para Alejandro.

—Para você ver como o mundo dá voltas Luciano. O namorado de adolescência da Olívia, que adorava mexer em motores e que vivia cheio de graxa, fez faculdade. E hoje, sou dono da A.C. Motors, a segunda maior empresa do país em desenvolvimento de motores. Sem precisar trair a confiança de ninguém ou sonegar impostos. - Alejandro disse serio e Luciano me olhou com raiva.

—Como você pode me trocar por esse idiota Olívia?

—Idiota é você que destruiu a mulher que amo. Você a sufocou durante oito anos de casamento, e não satisfeito em fazê-la infeliz, ainda fez infeliz o seu filho. Você não merece nenhum dos dois.- Alejandro disse furioso e fiquei no meio dos dois, pois algo me dizia que eles ainda iriam acabar brigando feito dois moleques de rua.

—Já chega vocês dois. Vocês são adultos e não dois moleques de rua.- disse empurrando os dois para lados opostos.- Se comportem como dois adultos, por Deus.

—Foi ele que começou.- Luciano disse furioso recuperando sua postura arrogante.

—Eu que comecei? Foi você que começou dando em cima da minha mulher na minha cara e ainda veio me ofender. Você queria que fizesse o que? Que ficasse calado? Não mesmo, só não quebro a sua cara porque estamos atrasados.- Alejandro disse furioso enquanto ajeitava seu casaco.

—Você tem razão, amor. Não deixe ele estragar o nosso dia, afinal esse momento é tão seu quanto meu.- implorei tocando o peito de Alejandro.

—Você tem razão.- ele sussurrou respirando fundo, tentando assim se acalmar.

—Você está atrasada para o que?- Luciano questionou curioso.

—Para a minha exposição.- disse orgulhosa e Luciano me olhou serio antes de começar a rir.

—E desde quando você tem talento Olívia? Pensei que tivesse me ouvido quando disse que você era péssima.- Luciano disse maldoso e Alejandro lhe acertou um soco em seu olho.

—Alejandro, você quer passar a noite na cadeia?- questionei nervosa afinal se algum policial visse o que tinha acontecido iríamos todos para a cadeia, e lá era um local do qual não queria visitar nunca mais.

—Nunca mais se aproxime da minha mulher para dizer que ela não tem talento. Ou que Deus me segure, porque se não vou partir você em dois.- Alejandro disse louco de raiva e tive que usar meu corpo como bloqueio ou ele avançaria em  Luciano.

—Olívia saia da minha frente agora.- ele disse determinado em bater novamente em Luciano.

— Não. Alejandro para com isso, você não é assim. Conheço o homem que divide a cama comigo, e ele não é violento.- disse olhando em seus olhos e ele pareceu se acalmar.

—Me desculpe, não sei o que houve. Eu perdi a cabeça.- ele sussurrou envergonhado  por sua atitude.

—Eu sei amor mio. Agora respire fundo.- pedi acariciando seu rosto de leve.

—Não acredito que você vai ficar do lado desse imbecil? Olívia ele me bateu.- Luciano disse chocado.

—Você mereceu. E se não for embora agora, juro que lhe dou outro soco. Um  igual ao da delegacia. Agora some da minha vida e nem se atreva a se aproximar de mim ou do meu filho.-disse furiosa e ele me olhou com raiva antes de sair dali.

—Quando foi que você deu um soco no Luciano?- Alejandro questionou confuso enquanto segurava sua mão direita que estava vermelha.

—Dei um soco nele quando estávamos presos e descobri tudo que ele aprontou pra mim.

—E você dizendo que aprender a bater em alguém não iria te ajudar em Nova York.

—Pra você ver como são as coisas. Agora vamos para a galeria, você precisa colocar gelo na sua mão.- disse preocupada e ele concordou.

Entramos pela porta dos fundos da galeria e assim que o curador me viu, pedi para que ele providenciasse gelo para a mão do noivo.

—Eu estou bem, pode ir para galeria.- Alejandro disse enquanto passava um  anti-séptico e depois enfaixava a sua mão.

—Nada disso, você é mais importante que qualquer coisa. Meu sonho pode esperar um pouco mais.- disse e ele sorriu antes de se inclinar para me beijar.

Assim que a mão de Alejandro estava devidamente enfaixada fomos em direção ao interior da galeria que estava lotada, mas antes que pudesse ficar nervosa, meu noivo segurou a minha mão me passando segurança e força.

—A escolha do seu nome artístico é algo bem incomum, Srta. Collins.- um critico de arte comentou após sermos apresentados por Alejandro, pois ele era amigo de Sylvia.

—Eu sou uma mulher bem incomum Sr. Delacorte.- disse e ele sorriu.

— Acho que A garota de cabelo sujo de tinta” combina com ela.- Alejandro disse ao meu lado e sorrimos.

—Então é um prazer conhecer “a garota de cabelo sujo de tinta” e espero que ela aceite expor em minha galeria.- o Sr. Delacorte disse apertando a minha mão.

—O prazer foi meu.- disse sorrindo feliz com a sua proposta.

Minha exposição foi um sucesso, consegui vender todos os meus quadros além de receber inúmeras propostas para expor meu trabalho em outras galerias. Os únicos que não vendi foram os quatros quadros que pertenciam ao meu noivo. Recebi inúmeras propostas por eles, mas não aceitei nenhuma delas. Aqueles quadros eram do homem que eu amava, foram por causa deles que consegui me reconectar com a minha outra parte, e seria eternamente grata a eles por me impulsionarem a encontra a cor da minha felicidade.

E naquele momento descobri que a minha felicidade não era composta apenas por cores, mas sim por um conjunto de sentimos e ações.

Foi através do amor que Alejandro sentia por mim que consegui realizar o meu sonho, e agora eu estava completa.


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Notas finais do capítulo

E se preparem porque amanhã, será o grande dia.
Não percam.



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