Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 32
Um passo mais perto da felicidade


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a mais um capitulo de Qual é a cor da felicidade?
Espero que gostem do capitulo de hoje, pois ele é um dos meus favoritos.
Beijos e boa leitura.



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Alejandro e eu finalmente havíamos decidido a data do nosso casamento, iríamos nos casar em janeiro, pois esperaríamos as festas de fim de ano para realizarmos a cerimônia.

Enquanto o casamento não chegava, me ocupava com os preparativos e Alejandro fez questão de escolher o local da nossa lua de mel, algo que ele estava guardando a sete chaves.

Dessa vez eu iria fazer o casamento do jeito que sempre sonhei.

Algo intimo e discreto, que celebraria o nosso amor.

A cerimônia e a festa seriam realizadas no Hotel central de Coleman, pois achava o local lindo para um casamento ao ar livre.

Todos os preparativos da cerimônia já estavam prontos, a única exigência que Alejandro fez foi em questão das alianças, ele não queria mudar, pois ele gostava de olhar para a sua aliança e lembrar que eu o havia pedido em casamento, então decidimos continuar com os mesmos anéis, mudando somente da mão direita para a esquerda no dia da cerimônia.

A única coisa que faltava era só escolher o meu vestido, e isso estava me deixando nervosa, pois nenhum conseguia me agradar.

—Ainda não conseguiu escolher o vestido?- Lizzie questionou assim que entrou na cozinha e me viu rodeada de revistas de noiva.

—Ainda não, não tenho ideia do que escolher. Mas e você, como foi a sessão de fotos do anuário?- questionei desviando do assunto vestido de noiva.

—Foi legal, e ao em vez de eu ficar conhecida na escola como “a garota que foi chutada na noite do baile”, fiquei conhecida como “a garota que dançou com os coroas mais quentes de Coleman”. -ela brincou e rimos.

— Tudo graças ao Alejandro.

—É, ele é o cara certo Liv. E estou feliz que vocês estejam juntos de novo.

—Eu também.  E o David?- questionei e ela sorriu.

David era o garoto que havia dançado com a minha irmã no baile de formatura, os dois faziam aula de espanhol juntos.

—Estamos nós conhecendo, e ele é legal. Não consegui acreditar que perdi tanto tempo com alguém que não gostava de mim. Poderia estar com o David a mais tempo.

—Tudo nessa vida tem a hora certa de acontecer Lizzie, talvez a hora de vocês ainda não tinha chegado.- disse e ela concordou.-E você já escolheu que faculdade irá fazer?

—Vou fazer psicologia. E o melhor é que David vai para a mesma faculdade que eu.- ela disse animada.

—Tem certeza que é o que você quer? Ou só está fazendo qualquer curso para ficar perto da sua paquera?- questionei e ela me olhou ofendida.

—Claro que não, eu gosto da área.- ela disse segura e concordei.

— Então tudo bem. Estou feliz por você, tenho certeza que será uma excelente profissional.- disse e ela sorriu feliz.

—Que foi?- ela questionou preocupada assim que fiquei em silêncio.

—Você já sentiu que está feliz mais falta algo a mais? Algo a mais que você não tem ideia do que seja?- sussurrei para a minha irmã.

—Você tem certeza que quer se casar com o Alejandro?

—É tudo que mais quero Lizzie. Não desistiria dele por nada.

—Então, porque você não pergunta a ele sobre esse algo a mais? O Alejandro te conhece melhor do que você mesma.- ela disse e suspirei.

—Acho melhor não, ou ele vai começar a fantasiar que não quero casar com ele, mas eu quero. Acho que vou tentar descobrir isso sozinha.

—Talvez resolver essa questão te ajude com o vestido.- ela disse e concordei antes de pegar a chave do meu carro.

—Vou dar uma volta, avise aos nossos pais.- pedi e ela concordou.

Dirigi pela cidade totalmente sem rumo, sem perceber acabei parando no estacionamento da A.C. Motors e decide que seguiria o conselho de Lizzie, afinal meu noivo me conhecia melhor do que ninguém.

Passei pela segurança utilizando meu crachá, o qual havia ganhado de Alejandro, ele me dava acesso apenas ao andar em que ficava a sala do meu noivo.

—Olívia, que surpresa vê-la por aqui.- Sylvia disse assim que me viu, enquanto ela falava com a secretaria de Alejandro.

—É bom vê-la Sylvia. O Alejandro está na sala dele?- questionei desesperada para conversar com ele.

—Não, ele está na sala de reuniões. É a reunião mensal dos acionistas.- ela disse e me lembrei que seria hoje, pois Alejandro estava usando terno essa manhã.

—Entendo, será que poderia esperá-lo?

—Mas é claro Olívia, vou levá-la até a sala dele.- ela disse me acompanhando até o escritório de Alejandro.

—Sente-se e fique a vontade. Deseja alguma coisa?- ela questionou assim que me sentei no sofá.

—Não estou bem.

—Adoraria lhe fazer companhia, mas tenho que estar ao lado do Alejandro, qualquer coisa é só pegar o telefone e pedir a Felícia, e ela providenciará.- ela disse solicita.

—Não se preocupe, e diga para o Alejandro não ter pressa.- disse e ela concordou antes de sair da sala.

Assim que me vi sozinha, levantei do sofá e fui em direção aos quadros que ocupavam a parede que ficava em frente a mesa de Alejandro.

Eram quatro quadros, os quais lhe dei em cada um dos seus aniversários, a partir dos quinze anos.  Olhei para aqueles quadros durante o que se pareceu horas, era como se tentasse me reconectar com a garota que os havia feito, mas ela estava tão perdida dentro de mim que acabei caindo de joelhos no chão devido a raiva que sentia por não ser mais essa garota.

A garota que acreditava que a vida era repleta de cores invisíveis, onde cada pessoa possuía a cor da sua felicidade.

Eu havia deixado de ser essa garota e isso me matava por dentro.

—Sylvia, peça para mandarem para a minha sala almoço para dois, por favor.  Olívia deve estar morrendo de fome a uma hora dessas.- ouvi Alejandro dizer ao longe.

—Já providenciei isso.- ouvi Sylvia dizer prestativa.

Mas em seguida ouvi o som de pastas caindo no chão antes de sentir Alejandro me segurar em seus braços.

—Amor, o que houve? -ele questionou aflito e não consegui dizer nada, apenas o abracei forte enquanto chorava em seu pescoço.

—Meu bem, por favor, me diga o que está havendo?- ele questionou aflito enquanto acariciava meus cabelos tentando em vão me acalmar.

—Vou ligar para o setor médico e pedir que o plantonista venha aqui.- Sylvia disse nervosa antes de pegar o telefone que havia na mesa de Alejandro.

—Amor mio, só me diga o que houve? Porque está chorando tanto?- ele questionou preocupado tentando me afastar para olhar em meus olhos, mas o impedi.

—Liv, mi vida, me deixe olhar para você. Se você não consegui dizer em palavras o que senti, seus olhos irão me dizer.- Alejandro implorou angustiado.

—Não sou mais aquela garota Alejandro.- sussurrei assim que consegui controlar meus soluços de dor.

—Que garota meu bem?- ele questionou preocupado.

—A garota que pintou os quadros para você.- sussurrei me afastando do seu peito para olhar em seus olhos.- Agora consigo entender o que você tanto dizia sobre fazer algo que se ama. E não estou fazendo isso, e isso me deixa frustrada comigo mesma.

—Meu amor, você é sim a mesma garota que pintou aqueles quadros. Ela só está perdida dentro de você, mas se quiser posso ajudá-la a se encontrar.- ele sugeriu carinhoso.

—Como?- questionei confusa.

—Eu ainda não sei, mas vou pensar em algo. Afinal, sou o garoto para quem a sua garota perdida pintou os quadros. Agora vamos sair do chão.- ele disse me pegando no colo e me levando para o sofá que ficava ali.

Alejandro ficou ao meu lado no sofá tentando me acalmar até que a medica chegasse e me examinasse.

—Ela está bem Chloe?- Alejandro questionou a medica após ela ter terminado de aferir minha pressão.

—Ela está visivelmente bem, talvez tenha sido só uma crise nervosa. Mas a glicemia dela está baixa. Você já almoçou hoje, Olívia?- ela questionou se dirigindo a mim.

—Ainda não. Estava resolvendo algumas coisas do casamento e acabei esquecendo.- disse envergonhada por meu descuido.

—Olívia, você precisa se cuidar. Não quero que fique doente.- Alejandro disse preocupado comigo.

—O que recomendo agora é que ela almoce e tire o dia de folga para descansar. E comece a delegar as tarefas do casamento ou você vai acabar ficando de cama no grande dia.- a medica disse e concordei antes dela sair.

—Sylvia, chame a Felícia aqui, por favor.- Alejandro disse ajeitando as almofadas que estavam em minha cabeça, pois ele havia insistindo que eu ficasse deitada após a medica me examinar.

—Claro.- ela disse indo em direção ao telefone e falando com Felícia.

—E quanto a você, mi amor. Nós vamos almoçar algo bem leve, e depois vou levá-la para casa, onde vamos passar o resto do dia agarrados na cama.- Alejandro sussurrou para mim antes de beijar a ponta do meu nariz com carinho.- E vamos pensar em como traremos de volta a minha garota com tinta no cabelo.

—Você faria isso por mim? Deixaria o seu trabalho no meio do expediente para ficar comigo? Para me ajudar a me encontrar?- questionei comovida.

—Eu faria qualquer coisa por você. E de vez em quando é bom usar os privilégios do dono da empresa. E juro que vou ajudá-la a se encontrar meu bem, nem que tenha que mergulhar com você para trazê-la de volta.- ele jurou me olhando nos olhos e sorri agradecida.

—Eu te amo. Mais do que qualquer coisa.- sussurrei e ele sorriu amoroso.

—Eu também te amo. Não importa a distancia, do céu até a lua.- ele sussurrou amoroso enquanto acariciava meu rosto.

—Dá terra até o mar, eu sempre vou te amar.- sussurrei e Alejandro me beijou com carinho antes de sermos interrompidos.

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—Mais calma?- Alejandro questionou suave assim que entrou em seu quarto com uma xícara na mão.

Depois que a medica havia me examinado, almoçamos na empresa e ele pediu para Diogo nos levar para a casa de Alejandro. Assim que chegamos em sua casa, meu noivo me pegou no colo e me levou para cima, ele fez questão de me colocar na cama e preparar um bom banho de banheira para que pudesse relaxar.

Depois do banho, fomos para cama onde ficamos agarrados até eu pegar no sono.

—Acho que sim, me desculpe por aquilo tudo.- disse envergonhada e Alejandro revirou os olhos antes de me entregar a xícara e se sentar ao meu lado na cama.

—Não quero que se desculpe, sempre soube que esse dia chegaria, só não sabia que ficaria tão assustado por vê-la daquela forma.

—Eu só te dou preocupações.- disse envergonhada.

—Claro que não. Você é a felicidade da minha vida, e sempre vou ajudá-la no que for. Agora, tome seu chá porque tenho algo para lhe mostrar.- ele disse suave e concordei antes de tomar um pouco do meu chá.

Assim que terminei de tomar meu chá, Alejandro me levou para fora da sua casa, em direção ao anexo que ele mandou construir meses atrás. Quando lhe questionei sobre o porque do anexo, ele me disse que seria o novo escritório dele, pois lá ele poderia trabalhar produzindo alguns modelos de motor.

—Finalmente vou poder ver o que você fez no anexo. Estava achando que seria alguma sede para o seu clube secreto.- brinquei e ele sorriu negando.

—Eu queria lhe dar isso como um presente de casamento, mas você precisa desse lugar agora.- ele disse suave antes de me entregar uma chave.

—Você construiu o anexo para mim?-questionei confusa.

—Sim, vá em frente, abra.- ele me incentivou a abrir e respirei fundo antes de colocar a chave na fechadura e girá-la.

Antes de entramos Alejandro tateou a parede que ficava perto da porta, iluminado o local e assim que vi o que era senti as lagrimas molharem minha face.

—Você construiu um ateliê pra mim.- sussurrei emocionada enquanto olhava o local.

Ele era grande e espaçoso e possuía os melhores utensílios para pintura, mas o que chamou mais a minha atenção, foi a grande parede decorada por inúmeros quadros, e os reconheci como sendo meus.

Eram todos os quadros que havia feito em minha vida desde os sete anos de idade.

—Pedi a sua mãe todos os quadros que você já havia feito para decorar o ateliê, achei que assim se sentiria conectada de novo a sua arte.- Alejandro explicou enquanto me viu olhando fascinada para os meus quadros, muitos dos quais nem lembrava que tinha pintado.

—Porque construiu isso para mim?- questionei emocionada virando para ver Alejandro.

—Porque sabia que precisava disso.- ele disse e indicou ao redor.- A pintura sempre foi parte de você, Olívia. E renegar essa parte durante tanto tempo te deixou infeliz. Era como se você tivesse perdido a alegria de viver, e não quero que continue renegando essa parte, não precisa mais disso. Quero que seja você mesma. Quero que volte a ser aquela garota que não ligava para as outras meninas da escola. Quero que volte a ser aquela garota que usava jeans e all star. Quero que volte a ser aquela garota que vivia com o cabelo curto sujo de tinta. Eu aprendi a amar a mulher que está na minha frente, mas sei o quanto ela senti falta da outra parte dela assim como eu.

E antes que pudesse dizer alguma coisa, Alejandro me puxou para seus braços e encostou sua testa na minha.

—Feche o os olhos amor, e siga a minha voz. - ele sussurrou suave e fiz o que ele pediu. - Quero que se lembre da primeira vez que nos beijamos, e de como eu disse que você era autentica. Quero que se lembre da primeira vez que fizemos amor, e como foi difícil mantê-la na cama comigo, porque você queria expressar nas telas o prazer e o amor que havia lhe dado. Quero se lembre de quando saímos pela primeira vez, depois que nos reencontramos, e a levei para aquele restaurante em que se podia pintar. Quero que se lembre da sensação de prazer e felicidade que sentiu ao preencher uma tela em branco comigo. Minha Liv, aquela que vivia com o cabelo sujo de tinta, você não precisa mais se esconder por não se adequar. Sei que está ai perdida em algum lugar, apenas volte pra mim, minha pintora. Sinto sua falta.

Sem programar nada, abrimos os olhos juntos e assim que olhei em seus olhos castanhos, tive certeza de uma coisa.

Alejandro havia mergulhando dentro de mim a procura da parte da mulher que ele amava, e ele a havia encontrado.

A garota do cabelo sujo de tinta havia voltado para o garoto que ela amava.

—Seja bem vinda de volta meu amor.- ele sussurrou entre lagrimas antes de me beijar apaixonadamente.- Senti tanto a sua falta, minha pintora.

—Eu também senti. Deus, você conseguiu me encontrar.- sussurrei abraçada a ele enquanto chorávamos.

E naquele momento entendi que a felicidade não era apenas estar ao lado de alguém que se ama, ela era formada também de realizações pessoais.

As quais começaria a fazer de hoje em diante.


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