Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 22
Abrindo o coração


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo de hoje.
Beijos e boa leitura.



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—Hei calma, a pipoqueira não te fez nada para agredi-la desse jeito.- Noah disse assim que perdi a paciência com a pipoqueira elétrica.

Já havia se passado quatro dias desde que pedi um tempo para Alejandro, tal atitude foi tomada depois que descobri a mentira que ele havia contado para todo mundo. E desde então, tudo que conseguia sentir em relação ao meu namorado era insegurança.

E para me distrair decidir chamar Noah para assistir um filme comigo, enquanto meus pais levavam Lizzie e Vinicius para dar uma volta no shopping que ficava na saída da cidade, o mesmo que Alejandro me levou para o nosso encontro.

—Não consigo entender como ele foi capaz de mentir desse jeito. Que tipo de pai mente assim?- questionei com raiva e meu amigo suspirou.

—Olívia, acho que vocês dois deviam conversar.

—Não vou conversar com o Alejandro. Noah, ele foi capaz de mentir para a filha dele, a menina que ele mais ama nesse mundo, imagina o que Alejandro não esconderia de mim? Já fui enganada antes e não vou agüentar uma segunda vez.- disse seria enquanto meu amigo me olhava nos olhos.

—Entendo seu ponto de vista. Mas apenas, se coloque no lugar do Alejandro uma única vez.- ele começou a dizer e me interrompeu quando viu que eu ia falar algo.- Imagine saber que você irá ser pai, mas a mulher que está carregando seu filho quer tirá-lo? Não consigo nem imaginar o desespero que ele deve ter passado, e se estivesse no lugar dele faria também tudo que estivesse ao meu alcance para proteger minha filha não nascida. E se me lembro bem, você fez de tudo para proteger o Vinicius quando ele ainda estava dentro de você.

—Aquilo foi diferente Noah.- disse tentando não considerar as explicações do meu amigo.- E além do mais de que lado você está? Do meu ou do Alejandro?

—Eu sou a Suíça amiga. Não vou  tomar partido de nenhum dos dois.- ele disse se desculpando e revirei os olhos antes de ir atender a porta, pois a campainha havia tocado.

—Alejandro.- disse surpresa por vê-lo em minha porta em plena chuva.

—Sei que você não quer me ver, mas eu preciso de você.- ele soluçou angustiado enquanto me olhava com os olhos vermelhos.

—Tudo bem, entra.- disse confusa enquanto ele entrava.-Você está ensopado, o que deu na sua cabeça para vir na chuva? Porque não veio de carro?

—Porque prometi a mi mamá que quando tirasse a minha carteira de motorista, jamais dirigiria cansado ou nervoso. Porque sabia que ela não iria agüentar perder outro homem que ela amava para um acidente de carro.-Alejandro disse tremendo de frio.

 -Noah, você pode pegar uma toalha para o Alejandro, por favor.-pedi enquanto o ajudava a tirar seu casaco molhando.

—Acho melhor ele tomar um banho quente, antes que pegue um resfriado.- Noah disse me entregando uma toalha.

—Estou bem, só preciso conversa com alguém ou vou enlouquecer.- ele sussurrou desesperado.

—Nós vamos conversar, assim que você tiver tomado um banho quente e colocado roupas secas, e nem adianta me contrariar.- disse seria e ele concordou resignado antes de me seguir para o meu quarto.

Enquanto Alejandro tomava banho em meu quarto, fui até o quarto dos meus pais e peguei uma roupa do meu pai para ele, em seguida coloquei as roupas de Alejandro na maquina para lavar.

—Você está gelado.- sussurrei preocupada assim que lhe dei uma xícara de chá enquanto Alejandro estava sentado no sofá da sala enrolado em uma manta.

—Vou pegar mais uma manta para ele.- Noah disse e concordei.

—Obrigado por não bater a porta na minha cara.- Alejandro disse cansado.

E só naquele momento percebi que ele aparentava não ter dormido por dias, além de parecer esgotado.

—Não podia fazer isso, você parece desesperado. O que está havendo?

—Depois de tudo que você me disse, resolvi contar a verdade para a Luna, e ela ficou furiosa comigo. Olívia, mi hija disse que me odeia. Ela nem fala mais comigo.- Alejandro sussurrou entre lagrimas. - E pra completar ela ligou para a Nicole, e agora ela está aqui envenenando a mi hija contra mim.

—A sua ex está aqui?- questionei surpresa, afinal achei que Nicole nunca iria querer saber de Luna, depois do que ela fez.

—A Nicole não é a minha ex, nós dois não tivemos nada sério. E sim, ela está aqui, e disse que queria conhecer a filha, pois se arrependeu de tudo.

—Você não contou sobre o contrato a Luna, não foi?

—Eu não podia. A minha filha iria se sentir como uma coisa ou um bem, que recebemos em troca de um bom dinheiro.- ele disse e gemi frustrada.

—Alejandro, sei que é difícil, mas você devia ter contado tudo para a Luna. Agora a sua filha está sendo manipulada por uma mulher ardilosa e aproveitadora. Não duvido nada, que ela peça dinheiro de novo para você, para que ela suma da vida de vocês.

—E eu pagaria com prazer.

—E ela voltaria de novo. Por mais que doa em você e principalmente na Luna, você precisa mostrar a sua filha quem é a mãe dela de verdade.- disse e Noah voltou com a outra manta.

—Vou deixar vocês conversando enquanto vou dormir, porque não tem como eu voltar para casa nessa chuva, e amanhã tenho plantão.-Noah disse suave e nos despedimos dele.

—Onde esta a sua família?- Alejandro questionou antes de tomar um gole do seu chá enquanto eu colocava a manta por cima da outra.

—Meus pais decidiram levar o Vinicius e a Lizzie para passearem no shopping que você me levou no nosso encontro, mas com essa chuva, acho que eles vão acabar ficando em algum hotel.- disse e ele concordou.

—Alejandro.- sussurrei e ele desviou sua atenção do chá para olhar em meus olhos.

—Sim.

—Não consigo entender o fato de você ter mentindo quando podia ter contado a verdade para a Luna, mas entendo porque mentiu. Sei como é ficar desesperado com medo de perder seu filho. Um filho, que apesar de não conhecê-lo você já o ama tanto.- disse me lembrando do passado e ele me olhou confuso.

—Luciano nunca quis ter filhos e passei um ano tentando convencê-lo , mas assim que consegui engravidar fiquei tão feliz. Afinal sempre quis ter filhos. Mas quando estava grávida de dois meses tive um principio de aborto espontâneo, que graças a Deus foi controlado a tempo, mas tive que passar três meses deitada em repouso absoluto, evitando movimentos bruços, pois ainda corria o risco de abortar.- disse me lembrando do passado e sorri triste.- Acho que foi nesse momento que meu casamento ruiu de vez, porque deixei de ser esposa para ser mãe, e Luciano não entendia a minha dedicação exclusiva a um bebê que ainda nem tinha nascido.

—Você não teve culpa do que seu marido fez, e nem tente encontrar o momento em que seu casamento começou a ruir. Você estava sendo mãe, e nem todos nascem com o instinto paterno ou materno. E obrigado por me entender, por me ouvir e por sempre estar ao meu lado.- ele disse suave enquanto segurava a sua mão.

—Vou ajudar você com a Luna. Afinal, um pai nunca deve ficar separado da sua filha.

—Você faria isso por mim?- ele questionou emocionado.

—Claro que faria, amo vocês dois e não vou deixar ninguém separá-los.- confidenciei e ele sorriu doce antes de beijar a minha mão.

—Obrigado.

—Não precisa agradecer. Você quer comer alguma coisa?- questionei preocupada.

—Não, acho melhor ir para casa.

—Não vou deixar você sair nessa chuva. E além do mais, parece que você não está dormindo muito bem na sua casa.

—Minha aparecia está tão horrível assim?- ele questionou brincando.

—Você está péssimo. É melhor ficar por aqui, considere a minha casa como a Suíça.- disse e logo tive uma excelente idéia, mas não contei a Alejandro pois ele parecia prestes a desmaiar de cansaço.- Vem, vamos subir  para o meu quarto, você precisa descansar.

—Tem certeza? Afinal, você disse que queria um tempo e respeito isso.- ele disse e suspirei.

—E ainda estamos dando um tempo, mas confio em você e sei que não vai tentar nada.- brinquei e ele sorriu, em seguida segurei a sua mão e o levei  para cima.

Assim que chegamos ao meu quarto deitamos na cama , no começo Alejandro ficou meio desconfortável, mas assim que me aproximei dele e o puxei para o meu peito, comecei a fazer carinho em seu cabelo e ele relaxou automaticamente dormindo em seguida.

E isso me deixou feliz, pois apesar de ainda não conseguir perdoá-lo por sua mentira, gostava de saber que ainda era o porto seguro dele, a pessoa para quem ele confiava seus medos e inseguranças.

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—Vocês dois ficaram tão silenciosos ontem a noite.- Noah disse assim que desci para preparar o café da manhã no dia seguinte.- Sei que estava aqui, mas vocês poderiam ser mais barulhentos.

—Noah não aconteceu nada, nós dois só dormíamos- disse ligando a cafeteira e meu amigo me olhou desconfiado.

—Estou falando a verdade. Alejandro está com problemas demais na vida dele para pensar em ter uma noite de amor comigo, e além do mais estamos dando um tempo.

—Olívia, vocês estão nesse “namoro de colegial” há dois meses, por acaso você quer esperar três anos para dormir com ele?

—Ainda não é a hora certa, acredite em mim. Ele está vivendo um  inferno e só quero ajudá-lo.

—Você é quem sabe, só não reclame depois.- ele disse antes de sair da minha casa.


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