Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 37
Meu Pequeno Anjo.


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus amores! Voltei!
E nem acredito que esse é o último capítulo da fic, eu não tô acreditando, socorro!!!
Espero mesmo que gostem e BOA LEITURA!! :3



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  Connor

  Às vezes eu tenho que me lembrar que amanhã é o grande dia. Vou me casar com ela. Casar-me com a minha Izzie.

  Nossa caminhada foi longa, tivemos muitas coisas pelo caminho, mas fomos e somos muito felizes. Eu nem se quer imaginava que naquele dia em que acordei no meio da noite por uma ligação da delegacia seria o dia em que eu começaria a construir minha família. Naquela época, eu cogitei mesmo ficar com Angie só até Helen encontrar pais para ela, mas o que eu não sabia é que ela já tinha encontrado, um pai meio lento para perceber o que estava acontecendo e uma mãe encantadora pela qual a pequena se apaixonou no primeiro instante.

  Eu sou muito grato à Abby pela confusão com o apartamento, por que caso contrário, talvez Izzie e eu jamais tivéssemos nos visto outra vez depois do relance na rua. E se isso não tivesse acontecido, eu não teria nem a mulher da minha vida nem minha mini gatinha e Angie não teria nem a mãe nem a irmã. Aquela senhora simpática que nos colocou todos no mesmo apartamento meio sem querer mudou minha vida.

  Mas além dela, teve também minha mãe bancando o cupido, os amigos sem noção de Izzie e os meus, e é claro, Angie nosso cupido particular que fez questão de nos colocar nas mais diversas situações constrangedoras até finalmente nos assumirmos de vez. Mas nós fomos, desde que nos conhecemos, uma família, só não sabíamos disso ainda.

  - Papai! Olha como eu vou rápido! – Angie me traz de volta a realidade com sua voz animada. Ela estava mais adiante andando de bicicleta. Estávamos no mesmo parque em que fomos no dia em que vi Izzie pela primeira vez em frente a nossa casa, na época em que Angie nem mesmo falava comigo. O mesmo parque em sentamos lado a lado no banco em que estou agora a vendo pedalar animada.

  - Cuidado! – peço, mas sei que é perda de tempo, ela não vai me ouvir.

  - Tchau, Grace! – Angie acena para a irmã que está presa a mim pelo canguru que Stu havia me dado de presente, me ignorando completamente. A bebê com todos os seus três meses dormia tranquilamente, ressoando baixinho com a cabeça encostada em meu peito.

  Acariciei seus cabelos tão escuros quanto os da mãe e sorri. Dizer que eu era apaixonada pelas mulheres da minha vida era pouco, eu as amava incondicionalmente. Angie já estava vermelha pelo esforço, mas continuava a pedalar a minha frente. Eu e minhas garotinhas resolvemos dar uma volta por que o casamento era amanhã e Izzie, Gwen, nossas mães e o resto das garotas do bonde ainda tinham coisas para resolver. A minha parte era muito mais simples, conseguir um terno, as alianças e estar lá na igreja um pouco antes da hora marcada, os dois primeiros itens estavam Ok, e o último era fácil de resolver, mas elas? Ah, elas a cada minuto se lembravam de algo que tinham que fazer.

  - Sua mãe, suas avós e suas tias são assustadoras quando querem, Grace – murmuro para a bebezinha que nem se mexe. Angie mais adiante faz uma curva perigosa na grama e decido que é hora de ir. Se minha pequena aparecer com um joelho ralado amanhã, estou ferrado. – Angie, vamos pra casa!

  - Agora? – ela faz bico parando a minha frente faço que sim ficando de pé.

  - Sim. Sua mãe deve estar chegando.

  - Vamos ver a mamãe?

  - Vamos sim, então temos que voltar agora.

  - bom – e simples assim ela concorda, por que é para Izzie e isso me faz sorrir.

  O parque não é muito longe de casa, por isso vim a pé, Angie vai pedalando a minha frente enquanto tagarela sobre o vestido de princesa que usará amanhã. A pequena acelera e esbarra em um loiro que a segura com bicicleta e tudo para que não caia, eu os alcanço a tempo de ajudar
Angie a descer.

  - Você está bem, meu amor?

  - sim, papai – ela sorri e só então me lembro de agradecer ao homem que a ajudou.

  - Obrigado, você... – minhas palavras morrem quando meus olhos encontram os do idiota do ex-namorado de Izzie.

  - Eu a ajudei? – ele pergunta e faço que sim. – Tudo bem, não foi nada.

  Endireito-me, com uma mão sempre segurando Grace e finalmente Brian a nota. Nota seu punhado de cabelo escuro e os olinhos tão escuros quanto que ela começou a piscar. Ele se aproxima um passo e recuo na mesma proporção, Brian parece notar o que fez e volta a se afastar.

  - Esse é ele, o bebê de Izzie? – Brian pergunta olhando fixamente para Grace, sua presença, seu olhar sobre ela, tudo me incomoda. E se ele de repente decidir que quer ser pai?

  - Ela – digo depois de respirar fundo e decidir ser civilizado.

  - Como?

  - É ela, uma garotinha – indico o macacão cor de rosa que a bebê usa. – Diga “Oi”, Grace.

    - Grace? – ele sorri e tenho vontade de simplesmente pegar Angie com um braço e correr dali com minhas filhas. – Izzie quem escolheu?

  - Não fui eu, o pai dela.

  - Ah, claro, a filha de vocês. Essa também é sua filha, não é? – ele indica Angie e antes que eu possa responder minha garotinha já se agarrou a minha mão e olhou feio para Brian.

  - É, eu sou filha da mamãe e do papai, que nem a Grace! – Angie me olha curiosa um instante depois. – Papai, ele é seu amigo?

  - Não.

  - Então também não é meu – acho engraçado esse jeito dela de escolher as amizades, se são meus amigos ou de Izzie estão aprovados, se não, não tem nem mesmo chance de conquistá-la. - A gente pode ir embora?

  - Pode, vamos?

  - Eu posso vê-la? – Brian interrompe qualquer resposta que Angie pudesse dar e sua pergunta me pega de surpresa. Meu olhar de raiva provavelmente foi uma resposta mais explicita que qualquer coisa que eu pudesse dizer. – Não me olhe assim, cara. Não vim aqui te roubar nada, isso aí – ele indica Angie e Grace – Definitivamente não é pra mim, são suas filhas, não tenho nada com isso, acredite, só queria ver a bebezinha.

  Meio hesitante tiro Grace do canguru, ela já acordou e parece super interessada nas cores e sons a sua volta, a ajeito em meus braços e Brian a encara com curiosidade, olho para os dois e sei que vou me arrepender disso, mas procuro semelhanças entre eles, além do desenho do queixo não há mais nada realmente relevante, Grace é uma pequena cópia de Izzie e isso me faz sorrir.

  - Ela se parece com Izzie – Brian aponta o óbvio e depois me olha com um meio sorriso. – Você deu sorte, cara. Eles são muito especiais.

  - Eu sei – digo olhando de Grace para Angie.

  - Papai! A gente não ia embora? com fome – Angie reclama e sorrio, aceno para Brian com a cabeça e ele me devolve o gesto antes de seguirmos em direções opostas.

  Esse encontro foi estranho, mas no fim serviu para alguma coisa, pelo menos agora tenho certeza de que ele não quer nada com elas, com nenhuma delas. Assim como Angie, Izzie e Grace são minhas e ninguém vai tirá-las de mim.

  Depois disso não demora até chegarmos em casa, Izzie está fazendo o jantar e falando ao telefone ao mesmo tempo, minha noiva nos cumprimenta sem desligar, mostra o carrinho de bebê que está na sala e indica Grece, depois aponta para mim e Angie e mostra o andar de cima, “Banho” ela faz com os lábios e sorrio. Às vezes realmente me espanto com o quão multitarefa uma mulher pode ser, eu mal consigo comer assistindo TV e elas fazem mil coisas ao mesmo tempo. Beijo Izzie e faço exatamente o que ela me pediu, coloco Grace no carrinho e ela a leva consigo para a cozinha, então pego Angie e nos dirigimos ao segundo andar.

  Não demora até estarmos todos na mesa jantando, nós podíamos ter tido uma despedida de solteiro cada um, não foi por falta de gente para fazê-las, Stu e Gwen, por exemplo, mas temos as garotas e a verdade é que isso não se parece em nada com nenhum de nós, então resolvemos passar nossa última noite de solteiro exatamente como vamos passar todas depois de casar, juntos.

  Comemos, rimos, assistimos filmes na sala e finalmente vamos dormir, Angie apagou e Grace cujo passatempo favorito aparentemente é dormir, está dormindo tão tranquila quanto à irmã. Izzie e eu ficamos velando o sono de nossas pequenas por alguns minutos antes de finalmente seguirmos para o nosso quarto.

  - Por mim eu ficava lá as vendo dormir o resto da noite – Izzie comenta quando nos deitamos se aconchegando mais a mim. Sorrio mexendo em seus cabelos.

  - Eu também, observar vocês é de longe meu passa-tempo favorito.

  - Como você faz isso? – ela pergunta levantando os olhos para me encarar parecendo meio indignada, fico sem entender.

  - Isso o que?

  - Essas coisas fofas, você ensaia ou nasceu perfeito assim? – ela pergunta e coro. Isso só faz Izzie sorrir ainda mais e finalmente se aproximar de mim para me beijar. – É disso que eu estou falando.

  - Você sabe que isso é constrangedor, não é?

  - Não vejo por que. Meu noivo é o cara mais fofo que conheço e o amo! – ela diz e é a minha vez de puxá-la até mim e beijá-la.

  - Também amo você, Gatinha – digo e ela sorri voltando a se deitar com a cabeça em meu peito.

  - Nunca pensei que pudesse ser feliz assim depois de todo o desastre que a minha vida virou quando descobri sobre Grace e a demolição do prédio. Fiquei tão perdida que nem achava que fosse conseguir dar conta dela.

  - Mas deu – digo sinceramente. – Deu conta dela, de Angie, de mim. Cuidou de todos nós com seu coração enorme. E amo você por não ter desistido de lutar, por ser assim corajosa como é.

  - Assim não é justo, Concon! – ela reclama e sei que está chorando. Já há algum tempo descobri que isso não era coisa da gravidez e sim uma coisa de Izzie, minha noiva era, como Gwen gostava de citar, uma manteiga derretida. – Amo você – Izzie murmura com o rosto escondido em minha camiseta. – Não sei dizer essas palavras bonitas, mas amo você.

  - Eu vi Brian hoje – comento cortando o clima, mas sinto que o tenho que fazer. Izzie me encara curiosa com os olhos ainda úmidos pelas lágrimas, ela termina de limpá-los antes de falar.

  - Brian? O cara idiota que doou os espermatozóides para Grace? – ela pergunta sem acreditar e seu jeito de falar me faz sorrir.

  - Esse mesmo.

  - Quando?

  - Quando eu e as meninas voltávamos do parque.

  - O que ele queria?

  - Nada a princípio, nos encontramos por acaso, mas depois quis vê-la – comento e minha noiva apenas me olha esperando que eu continue. – Então eu apenas mostrei Grace a ele.

  - Foi tudo?

  - Felizmente sim. Acho que ele meio que aceitou que sou pai dela. Está incomodada? – pergunto depois de uns minutos de silêncio, Izzie nega com a cabeça e sorri.

  - Por que ficaria? Minhas filhas estavam com o pai delas então estavam seguras. Na verdade fico até feliz que tenha sido você e não eu, por que talvez o encontro não tivesse sido assim tão civilizado. Você realmente é o cara mais incrível que conheço, Concon.

  - Olha você aí fazendo declarações de amor lindas pra mim e ainda diz que não sabe. Na verdade, já que essa é nossa última noite de solteiros, acho que devíamos aproveitar.

  - Aproveitar, é? – minha morena sorri de um jeito que me faz querer beijá-la e não parar nunca mais. – Como?

  - Já vou te mostrar – digo bem perto do ouvido de Izzie vendo-a arrepiar e num movimento rápido minha noiva está sob mim, com os cabelos escuros espalhados pelo colchão e os olhos brilhando de desejo.

  Não preciso de mais do que essa visão para mergulhar em seus beijos e seu calor, se todas as nossas próximas noites puderem ser tão incríveis como essa, eu vou ser o homem mais feliz do mundo.

  Na manhã seguinte somos acordados por uma enxurrada de mensagens e telefonemos desesperados de nossos pais, minha mãe e Clarisse parecem perto de um aneurisma quando finalmente as atendemos. Ainda estou sonolento e não entendo muito bem a confusão, só capto algumas palavras, “Angie”, “Izzie” e “dia de noiva”, aparentemente Grace e eu teremos muito tempo livre juntos hoje.

  Não demora para todas as mulheres da família aparecerem e sequestrarem minha noiva e Angie. Estamos tomando café quando invadem nossa casa, me despeço das minhas duas garotas e fico um tanto surpreso em descobrir que só as verei outra vez na cerimônia. As mulheres todas ignoram meu choque e levam Izze e Angie sem nem deixá-las protestar.

  - Aparentemente seremos só eu e você, pequena – digo a Grace que ressoa tranquilamente no carrinho ao meu lado.

  Mas nem minha mini Gatinha escapa, por que como o bebê de três meses que é, precisa da mãe e é Debbie a vir buscá-la para ir se juntar as garotas. Pouco depois do meio-dia não sou só eu sem nada pra fazer e sozinho, não tenho certeza de como, mas minha sala virou uma espécie de reunião masculina cuja a mulher foi embora. Stu, Jace, Duncan, Raul, Tom, até o pai de Gwen se juntam mim e estamos todos vendo a reprise de um jogo que está passando na TV e falando delas, as mulheres de nossas vidas, é claro.

  Quando a hora da cerimônia vai se aproximando resolvemos nos mover, não foi nada combinado, mas acabamos por nos arrumar todos aqui em casa, são só dois banheiros, o que gera fila, discussão e algumas confusões envolvendo camisas sociais trocadas. É especial ter todos aqui, meus novos e velhos amigos e o cara que foi o único pai que conheci. Raul me sorri assim que nossos olhares se cruzam.

  - Pai, me ajuda aqui? – peço indicando a gravata. Vejo a surpresa e depois a emoção em seus olhos, seu sorriso se amplia e ele faz que sim se aproximando.

  - Isso é hora pra me fazer chorar, garoto? – ele pergunta pegando as duas pontas da gravata em meu pescoço e começando um nó elaborado. – Está nervoso?

  - Muito, só de pensar nela linda indo me encontrar eu já fico sem saber o que fazer.

  - Tem dúvidas? – ale pergunta ajeitando a gravata antes de finalmente me encarar.

  - Isso nunca. Posso não ter certeza de muitas coisas, mas a amo. Quero Izzie pra sempre em minha vida.

  - Se tem certeza não há motivos para ficar nervoso.

  - Vocês vêm ou não? A tia Vera já me ligou perguntando se já estamos na igreja – Stuart surge na porta do quarto em seu terno e é estranho vê-lo assim, não é tipo de roupa que ele usa normalmente. – Eu disse que estávamos indo, então se ela chegar lá primeiro que a gente. Estamos todos ferrados.

  - Melhor irmos, sua mãe é assustadora quando quer – Raul comenta e concordo. Prefiro não ver dona Vera brava se eu puder evitar.

  Os meninos terminam de se arrumar e não demora mais que quinze minutos para estarmos todos a caminho da igreja que felizmente não é muito longe. Não tem ninguém lá quando chegamos, minha mãe é muito desesperada. O pessoal da decoração está dando os últimos retoques e os músicos terminando de se organizar. Tenho certeza que ainda vamos esperar horrores, mas não demora e os convidados começam a chegar e eu como o noivo sou obrigado a sorrir e cumprimentar a todos.

  Os meninos me ajudam na recepção e menos de meia hora depois fico sem acreditar no carro que vira a esquina em direção a igreja.

  - Minha mãe não fez isso – comento e Stuart que está mais perto de mim ri.

  - Ela fez sim.

  - Mas uma limusine? – pergunto sem acreditar vendo o carro preto se aproximar e estacionar. – Precisava disso?

  - Provavelmente não, mas deixe-as cara, aposto que estão lindas. Hei, amor! Estava com saudades – ele diz indo em direção a namorada que acabou de descer do carro. Descem todas, menos Izzie e Angie. Mamãe vem em minha direção sorrindo e vejo Clarisse indo até o marido com Grace no colo.

  - Está lindo, Concon – minha mãe sorri ajeitando minha gravata que já está perfeitamente alinhada. – Nervoso?

  - Não – digo me lembrando da conversa com Raul. – Só ansioso para vê-la. Como ela está?

  - Linda – mamãe sorri apaixonada. – As duas estão. Você fez bem em não deixá-las irem, Concon.

  - Sei que sim.

  Depois disso não demora até dar a hora da cerimônia e termos que nos posicionar cada um seus lugares. Stu e Debbie são meus padrinhos e Gwen e Duncan os de Izzie, nossos melhores amigos não podiam de modo algum ficarem de fora do inicio dessa nova fase. Vejo minha mãe me sorrir e agora é ela quem segura Grace, minha mini gatinha está parecendo uma boneca em seu vestido lilás que combina perfeitamente com a decoração. Mas assim que a marcha nupcial começa a tocar não vejo mais nada, me concentro nas enormes portas de madeira que agora são as únicas coisas que me separam delas.

  Quando a porta se abre vejo primeiro Angie parecendo uma princesa em um vestido branco, com o cabelo loiro num penteado elaborado e um sorriso encantador sabendo que é o centro das atenções, sorrio com a plaquinha que ela tem nas mãos “Foge não, ela está linda!”, aposto que isso é ideia de Gwen ou Stu. Levanto os olhos da minha pequena até vê-la. Izzie está linda, em um vestido grande e delicado, cheiro de renda e com uma manga que vai até o pulso, seu cabelo não está todo preso e em uma mão traz o buque e com a outra está agarrada ao braço do pai como se tivesse medo de cair. Esse pensamento me faz sorrir, seus olhos brilham e seu sorriso é capaz de iluminar a terra. Angie é a primeira a me alcançar.

  - Estou linda não estou, papai? – ela pergunta quando se aproxima e não resisto ao impulso de pegá-la no colo e beijá-la. Ouço sua risada e a coloco de volta no chão.

  - Está parecendo uma princesa.

  - Eu sei, mas a mãe mais, mas lá vem ela – a pequena aponta para trás de si e é Stuart a pegar Angie no colo para tirá-la do altar.   

  Volto meu olhar para Izzie e a vejo sorrir de nossa pequena confusão, “Te amo” faço com os lábios quando ela está a poucos passos de mim e vejo seus olhos marejarem quando ela responde “Também te amo”. Ela e Tom finalmente me alcançam e estendo minha mão para pegar a dela.

  - Amo você. Seja muito feliz – ouço Tom dizer a ela e depois beijar sua testa, ele me cumprimenta e em seguida vai se juntar a esposa.

  - Está linda – sussurro assim que nos viramos para o padre.

  - Você também, Gatinho – ela sussurra de volta e só quero poder beijá-la agora.

  O padre segue com a cerimônia, fala sobre amor, respeito mutuo, sobre a felicidade pela qual lutaríamos dia a dia, e que os momentos ruins viriam, mas que deveríamos saber superá-los com diálogo e respeito.

  - Vocês vão querer fazer seus votos? – ele pergunta e assentimos. Mamãe e Clarisse já estão chorando antes mesmo de começarmos. – Isabelle, você primeiro?

  Ela faz que sim e me encara.

  - Connor, no dia em que eu te conheci achei mesmo que o universo estivesse me pregando uma peça. Eu já estava tão cansada de tentar, mas tinha que continuar insistindo, não só por mim, mas por Grace. Éramos só nós duas e estávamos perdidas. E você e Angie nos encontraram, e sem pedir licença invadiram, não só o apartamento, mas também meu coração, me trouxeram luz e me ajudaram a sorrir outra vez. Te amo, amo nosso pequeno anjo que ajudou a nos unir e amo a família que nós construímos juntos. Obrigada por não ter desistido de mim, Gatinho.

  Izzie desliza a aliança pelo meu dedo e me sorri de uma forma tão apaixonada que acho difícil superar esse sorriso e esses votos, se ela ao menos soubesse o quanto me encanta sem uma única palavra.

  - Izzie, se eu sou seu Gatinho, você definitivamente é minha Gatinha. Quando você diz, faz parecer que fomos nós que cuidamos de vocês, mas foi justamente o contrário. Você foi mãe das nossas garotas muito antes de eu ser pai, você nos acolheu, a todos nós, em seu coração enorme, nos amou sem pedir nada em troca, só sorriu e continuou sorrindo mesmo depois de tudo, não desistiu de nada e foi em frente. Eu te amo por isso, por ser essa mulher guerreira e corajosa, por ser essa mãe incrível e carinhosa e por ser simplesmente você, linda e de coração enorme. Amo você, Gatinha, para sempre.

  Minha noiva já está aos prantos, mas ainda não terminei, por isso pego a aliança e chamo Angie para se juntar a mim, ela me ajudou a pedir, então nada mais justo que me ajudar a terminar de fazê-la aceitar. A pequena corre ao meu encontro e vejo Izzie tentar conter as lágrimas, mas é inútil.

  - Me ajuda a colocar a aliança no dedo da mamãe, Angie? – pergunto e ela sorri animada.

  - Sim! Que nem daquela vez com o sapatinho da Grace!

  - É, é exatamente como daquela vez – concordo e finalmente, com a ajuda do nosso pequeno anjo, deslizo a aliança pelo dedo anelar de Izzie.

  - E então, com o poder investido a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva – o padre anuncia e faço exatamente isso, com Angie ainda a nossa volta saltitando animada. Beijo minha esposa e quero continuar a beijá-la pelo resto de nossas vidas juntos.

  Ouço palmas e assovios, mesmo que ache que não é a melhor coisa a se fazer em uma igreja.

  - Amo vocês de mais – minha esposa anuncia me sorrindo em meio as lágrimas. – Mas espera que está faltando alguém. - Ela se afasta e vai até minha mãe para lhe entregar o buquê e pegar Grace. Quando volta, beija Angie depois a mim e sorri. – Agora sim, podemos continuar, todos juntos.

  Entrelaço meus dedos nos de Izzie e com a outra mão seguro a de Angie, e assim, os quatro juntos é que deixamos a igreja em direção ao nosso futuro.

  - Vocês têm certeza? – minha mãe pergunta pela milésima vez quando saímos da igreja e faço que sim.

  - Temos mamãe, nós tínhamos concordado que não teria festa. Vamos tirar umas férias em família, depois quando Grace estiver maior talvez saiamos só eu e Izzie em uma lua de mel atrasada. Mas agora estamos felizes só em estarmos juntos.

  - Você é o meu orgulho – minha mãe diz sorrindo e me abraça. – Te amo, Concon.

  - Também te amo, mãe.

  Raul se junta a nós e me abraça também.

  - Cuidado, juízo e seja muito feliz, meu filho – ele deseja e sorrio agradecido.

  - Obrigada, pai – digo só para ver os olhos de mamãe marejarem e sem aviso ela nos esmaga em um abraço triplo.

  - Meus meninos são muito especiais.

  - São mesmo – escuto a voz de Izzie e mamãe nos solta para ir apertá-la mesmo que ela ainda tenha Grace nos braços. Pego a bebê e deixo duas das mulheres da minha vida se cumprimentarem.

  Despedimos-nos de todos na porta da igreja mesmo. Não vai ter festa, eu e Izzie preferimos viajar com as garotas e mesmo que isso não seja o convencional, ainda vai ser especial. Mesmo sem a festa sei que dona Vera e Clarisse, que aparentemente viraram melhores amigas, prepararam um jantar para o pessoal que quisesse ficar. De acordo com nossas mães era uma péssima ideia viajar a noite, mas pelo menos por hoje não iríamos longe. Só até a saída da cidade, vamos ficar num hotel e amanhã de manhã é que realmente vamos começar a realmente nos aventurar.

  Depois de todas as despedidas e choro por parte das mulheres, nós quatro finalmente entramos no carro em direção ao desconhecido.

  - Agora que estamos aqui vamos ter que decidir, praia, campo, cidade? – pergunto e Izzie ajeita o vestido de noiva no banco antes de me encarar e sorrir.

  - Pra que planos? Encontramos-nos por acaso, vamos ver o que o destino reserva pra gente a partir de agora, o que acha?

  - O plano perfeito. Com vocês eu vou a qualquer lugar.

  - Mamãe, papai! No lugar pra onde a gente vai, eu posso tomar sorvete? – Angie pergunta animada e minha esposa me olha incrédula. A pequena nunca perderia uma oportunidade de pedir sorvete.

  - Não sei. Vou pensar no seu caso.

  - Ah, só um pouquinho, o que acha, papai? – ela apela pra mim e só consigo rir.

  - Acho que você está muito espertinha, senhorita.

  - Eu sou mesmo, muito esperta. Foi minha professora que disse – a falta de modéstia dela nem me surpreende mais. – Olha papai, a Grace acordou! Fala “Oi”, Grace!

  Izzie se vira para vê-las e eu me limito a observar as duas pelo espelho. Angie está tentando fazer a irmã, que está presa ao bebê conforto, rir e minha esposa as olha apaixonada antes de voltar a se sentar no banco e sorrir pra mim.

  - Obrigada por tudo isso, Gatinho.

  - Obrigada você, por ter me permito ficar para sempre.

  - Como eu poderia dizer não a esses olhos azuis? Logos eu? – ela ri de uma piada que só ela entende e isso só me faz querer beijá-la. E é isso que faço assim que paro em um sinal vermelho.

  Se pudermos continuar assim, felizes e apaixonados, cultivando amor e felicidade, tenho certeza que seremos muito felizes.

 


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Notas finais do capítulo

E é isso, acabou, foi incrível poder compartilhar mais essa história de romance clichê com vocês, espero mesmo que tenham gostado e eu ainda não vou me despedir (nem começar a chorar) por que volto semana que vem com o epílogo.
Beijocas e até uma última vez, Lelly ♥



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