Izzie

  - Viva a Angie! - todos terminam a musiquinha dos parabéns e a minha princesa que sabe ser o centro das atenções está se sentindo um máximo posando para tantas fotos.

  Há um momento de confusão onde todos querem sair em uma foto ao lado de Angie e quando finalmente todas as fotos possíveis são tiradas, eu e Gwen finalmente servimos o bolo. Tiro a vela com o número oito de cima e sorrio. Já tem três anos que minha vida virou de pernas para cima e depois finalmente entrou nos eixos.

  Vejo Angie e Hannah correndo pelo jardim e quase posso imaginá-las adultas enfrentando a vida juntas, melhores amigas desde sempre, pelo menos é como vai parecer para elas.

  - Elas vão ser inseparáveis, não vão? - Gwen sorri as olhando também e verbalizando meus pensamentos.

  - Vão. Exatamente como nós duas.

  Vejo os olhos da minha amiga marejarem e no instante seguinte ela nega com a cabeça e sorri um pouco mais.

  - Vendo as duas eu lembrei da mascote da nossa família. Cadê a Grace?

  - Com o pai, óbvio.

  - Óbvio - ela concorda e rimos. Não sei qual dos homens era mais apaixonado pela minha pequena. Todos eles tinham um amor incondicional por ela. Mas Connor era de longe o mais apaixonado.

  Varri o jardim de casa com o olhar a procura deles e os achei perto da porta da cozinha, meu marido conversava com Stu, e Grace com todos os seus dois aninhos e uma animação de dar inveja, corria entre os dois tentando chamar sua atenção. O que conseguiu meio minuto depois por que se tinha duas pessoas que não negavam nada a Angie e Grace essas eram Stuart e Connor.

  Todos já tinham comido bolo e as coleguinhas de Angie já tinham ido embora e ficado só a família espalhada pelo jardim conversando em pequenos grupos.

  Sorri os observando. Quando descobri sobre Grace e fiquei sem teto eu pensei ser o fim. Achei que estava tão ferrada que não havia mais solução. Só que eu não era a única com uma bomba no colo. Não muito longe da minha crise, Connor enfrentava a dele, com a responsabilidade sobre Angie, a mudança e tudo o mais que vem com um filho. Nós nos encontramos por si só foi uma loucura, um milagre, não havia nem motivo nem porque, mas lá estávamos, juntos em um apartamento alugado por engano, unidos por nosso pequeno anjo e nos tornando uma família.

  - Pensando em quê? - Connor perguntou abraçando minha cintura e beijando meu pescoço. Virei-me para encará-lo e sorri.

  - Em como tive sorte de ter sido despejada do apartamento em que vivia com a Gwen.

  - Eu é que tive. Até hoje me pergunto o que seria de mim e Angie sem você.

  - Vocês teriam sobrevivido - digo sinceramente. - Eu só tentei ajudar.

  - E conseguiu. Você e mamãe são as verdadeiras responsáveis por Angie ser essa garotinha especial que é hoje.

  - Você está exagerando.

  - Estou é? Se não fosse por dona Vera talvez Angie nunca nem tivesse falado comigo. Comece daí - ele pede todo sério e rio para logo em seguida ganhar um beijo.

  Quando Connor me contou que Angie não falava quando chegou a ele, fiquei realmente surpresa. Logo ela, a garotinha mais tagarela que conheço? Ele me contou sobre Vera e o suco de maracujá e depois disso só consegui me apaixonar ainda mais por minha sogra.

  - E por falar na sua mãe, cadê ela? - perguntei e ele sorriu.

  - Está com a sua mãe começando a planejar a festa de três anos da Grace que só será ano que vem, mas acho que elas se esqueceram disso.

  Eu ri e o beijei.

  - Essas duas de melhores amigas são assustadoras. E falando em nossa mini Gatinha, onde ela está?

  - Com o tio favorito dela - Connor indicou Stuart e Debbie mais adiante com Grace no colo que estava se acabando de rir de alguma gracinha do moreno.

  - Vamos lá? – chamei e antes que meu marido pudesse responder, Stuart começou a andar em nossa direção. Gwen apareceu em meu campo de visão com um sorriso enorme enquanto arrastava Duncan consigo.

  - Tenho um anuncio a fazer! – disseram os dois ao mesmo tempo e se olharam feio. Todo mundo se reuniu para ver qual era a confusão da vez. Fui até o moreno e peguei minha filha no colo antes que ela se envolvesse em alguma briga.

  - Ah, nem vem Stuart! É a minha vez de fazer um anuncio! – Gwen o fuzilou com o olhar. – Eu e meu marido temos uma coisa importante a dizer. Pode fazer suas piadinhas outra hora! – ela cruzou os braços e sorri. Minha amiga e o namorado tinham se casado há quase um ano e não podiam estar mais felizes.

  - Eu e minha namorada também temos! Pode esperar você – Stuart retrucou arrancando sorrisos de todos, inclusive seus pares. As discussões sem sentido desses dois nunca acabariam.

  - Nada disso! Eu vou falar primeiro, tenho prioridade! – e dito isso Gwen se virou diretamente pra mim e sorriu com os olhos marejados, um instante depois eu sabia qual era a novidade. Minha melhor amiga seria mãe. – Estou grávida!

  - É o que!? Nem vem Gwen! Eu e Debbie estamos grávidos! – Stuart anunciou assim de supetão e foram várias expressões de surpresas, sorrisos e “É sério?”.

  - Até isso você quer me roubar? – minha amiga perguntou a ele e resolvi ir até ela abraçá-la antes que eles saíssem no tapa um com o outro.

  - Você vai ser mãe! – disse emocionada a prendendo em um abraço triplo com Grace entre nós.

  - Vou! Nós planejamos e achamos que já estava na hora – ela sorriu secando as lágrimas quando nos separamos.

  - Já o nosso foi uma completa surpresa – Stu disse e fui abraçá-lo sorrindo.

  - Parabéns! E vê se agora toma jeito!

  - Isso é impossível para o Stu – Debbie disse e a abracei também.

  - Vocês estão felizes? – perguntei ao casal e Stuart e Débora se olharam apaixonados.

  - Sim. Foi uma surpresa bem inesperada, mas estamos sim – foi ela quem respondeu.

  - Estamos indo morar juntos – Stuart anuncia. – Só temos que encontrar uma casa.

  - E quando você pretendia me contar que estava me abandonando? – Jace perguntou e Stu riu indo abraçá-lo.

  - Chora não, Peter Pan, você ia ser o primeiro a saber.

  - Isso significa que vou ter que ou arrumar logo um emprego ou um colega de quarto novo – o loiro comentou e rimos.

  - E o casamento do casal? Quando vai ser? – dona Vera perguntou ao Stuart e ele sorriu de um jeito divertido ao passo que Debbie fechou a cara e revirou os olhos.

  - Eu já pedi. Foi ela quem não quis aceitar.

  - Nós estávamos saindo do elevador e você me perguntou enquanto procurava as chaves no bolso para abrir a porta. Eu particularmente não chamo isso de pedido de casamento.

  - Mas eu chamo a resposta que me deu de não – ele comenta e Debbie o olha feio.

  - Você deu foi sorte de eu não o ter fechado a porta na sua cara.

  - Teria sido bem feito! – Gwen disse tomando partido.

  - Com certeza! – dona Vera concordou. – Isso é lá jeito de pedir uma garota em casamento, Stuart?

  - Isso agora é culpa minha? – Stu se fez de ofendido e as mulheres todas o olharam feio.

  - Claro – respondi por todas. Debbie suspirou parecendo cansada e fez menção em ir embora, mas Stuart a segurou pelo cotovelo.

  - Desculpe-me oficial. Eu devia ter feito do jeito certo desde o inicio – ele sorriu e a soltou para se ajoelhar a sua frente. Ambas as grávidas já estavam chorando. – Eu amo você. Amo suas crises de ciúmes, amo seu mal humor de manhã, amo seu jeito mandão, amo cada defeito seu e amo suas qualidades e amo esse bebezinho que está crescendo dentro de você. Mas não é por ele que quero te perguntar isso, é por nós, para selar nosso amor. Você quer casar comigo, minha Oficial?

  - Sim! – ela respondeu chorando e se jogou sobre ele para beijá-lo. Ouve aplausos, assovios e parabenizações antes deles se despedirem e irem embora para comemorarem a sós.

  Gwen e Duncan foram os próximos a nos deixar, minha amiga eufórica com a ideia de ser mãe e eu super feliz por ela. Meus pais e os de Connor ficaram um pouco mais, mas depois se despediram, o pai de Gwen também se foi levando suas irmãs menores e Candy e Jace a essa altura já tinham ido também. Por fim ficamos só Connor, eu e as meninas com a bagunça da festa.

  - Dá próxima vez nós aceitamos a oferta da minha mãe e fazemos a festa na casa dela – meu marido diz para a confusão de pratos e copos descartáveis espalhados pelas mesas alugadas e a grama.

  - Mamãe, papai! Eu vou abrir meus presentes, vocês vão me ajudar? – Angie apareceu com vários pacotes coloridos nas mãos.

  - Lá dentro, filha, por favor! – pedi ajeitando Grace que tinha dormido em meu colo. Angie assentiu e voltou para dentro. Eu olhei para Connor e sorri. – Vamos nos preocupar com isso mais tarde, que tal agora evitarmos um desastre envolvendo embrulhos de presente?

  - Com você eu vou a qualquer lugar.

  - Para sempre? – pergunto e ele faz que sim me beijando.

  - Para sempre.

  - Mamãe, papai, vocês vêm ou não? – Angie reaparece na porta e sorrio.

  - Já estamos indo. Seu pai que está me atrasando.

  - Eu? – Connor pergunta se fazendo de ofendido e concordo.

  - É.

  - Papai que coisa feia – Angie o repreende e seguro o riso enquanto meu marido nos olha sem acreditar.

  - Você vem? – o chamo enquanto sigo para dentro de casa e Connor vem atrás de mim ainda não parecendo acreditar em nossas palavras.

  Se pudermos continuar assim, juntos, felizes e compartilhando sorrisos e sonhos, tenho certeza de que nada nem ninguém poderá nos separar, estaremos juntos e vivendo nosso conto de fadas particular para todo o sempre.