Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 36
Olá, mini Gatinha!


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas pelo sumiço! Tá uma correria na faculdade e está cada vez mais complicado trabalhar, estudar, escrever e tentar ter vida social (se bem que essa última eu não tenho então deixa pra lá kkkkk), de qualquer forma, mil desculpas!
Eu disse, não disse? Que podia até sumir, só que não desistiria do livro? Pois então, posso até pular alguns finais de semana, mas eu volto, sempre volto, disso podem ter certeza!!
E por último, mas não menos importante, esse é o penúltimo capítulo da história, é meio repentino, mas isso mesmo, o próximo é o último aí talvez tenha um epílogo e fim. Acabou!
#NãoAcreditoQueEstouTerminandoOutraFic ahhhhhhh ♥



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   Izzie

  - Quando chamei Stu, eu achei que ele não viesse - comentei verificando as panelas. Eu estava preparado o almoço para o nosso amigo cara de pau.

  - Já eu não tinha dúvidas de que ele ia aparecer. O Stuart dispensando comida de graça? Principalmente a sua? Ele nunca faria isso – Connor comenta e sou obrigada a concordar. - Vou dar uma olhada em Angie.

  - Ok, vou terminar aqui - indico as panelas. Meu noivo me dá um beijo de despedida e se abaixa para beijar minha barriga.

  - Se comporte, Grace. Papai já volta.

  Ele segue até o jardim e continuo minha tarefa de cozinhar na enorme cozinha da casa nova que agora posso chamar de minha. Eu ainda não conseguia acreditar tínhamos conseguido a casa. Era um presente coletivo de todo mundo e eu não podia ser menos grata a eles. Todos eles, meus pais, os pais de Connor, nossos amigos, eles eram nossos anjos da guarda que nos proporcionaram um presente como esse.

  Olhei pela janela e vi Connor correr atrás de Angie que estava na bicicleta e sorri. Eu consegui, eu havia conseguido o que desejei há muito tempo atrás quando estava ferrada e sem teto, eu consegui essa casa enorme com paredes vermelhas e o marido lindo para correr atrás do meu bebê no jardim. E em meio a isso consegui uma filha encantadora e alguns amigos sem os quais não consigo mais me imaginar sem.

  - Nós tiramos a sorte grande, Grace – digo sorrindo e tocando minha barriga. – Um papai e uma irmã de uma vez? Você é muito sortuda.

  A pequena em minha barriga se mexeu e eu acariciei o ponto exato onde ela havia chutado. Grace fez de novo e eu fiz uma careta de dor, estava prestes a repreendê-la quando o grito de Angie me interrompeu.

  - Tio Stu! – ela exclamou animada e eu olhei pela janela a tempo de ver ele e Débora passando pelo portão em direção à Angie e Connor.

  - Oi pequena – ele a pegou no colo e ela se agarrou ao seu pescoço.

  - Você veio!

  - Sua mãe me convidou então eu vim.

  - Que bom. E trouxe a tia Debbie. Oi tia – ela se virou para a mulher que olhava a cena sorrindo.

  - Oi, Angie. Como está?

  - Com fome – minha pequena comentou e eu sorri me virando outra vez para minhas panelas, esse diálogo deles ainda renderia muito.

  Verifiquei meu risoto e o frango e desliguei o fogo. Estava começando a fazer o suco quando os quatro surgiram na porta da cozinha. Stu e Debbie me cumprimentaram e meio minuto depois Stuart estava abaixado a minha frente para falar com Grace.

  - Oi meu amor, como está? Sentiu saudades do seu tio favorito? – ele perguntou e eu sorri.

  - Tia o tio Stu fazendo aquela voz engraçada – Angie disse para Débora e Connor me olhou divertido.

  - Tia?

  - Não me olhe assim, quando as encontrei ontem já eram tia e sobrinha.

  - Isso mesmo, a tia Debbie é minha tia e ela também é namorada do tio Stu.

  - Angie ela não é minha namorada – Stuart disse ficando de pé e olhando diretamente para Débora. Seu sorriso desmentia suas palavras. Se eles não eram namorados estavam caminhando pra isso.

  - Mas vocês estavam se beijando lá no shopping. Eu, a mamãe e a Hannah vimos – Angie disse e Stu a olhou surpresa ao passo que Débora corou. Eu me limitei a segurar o riso, essa minha filha desconhecia a palavra discrição.

  - Quando foi que nos viram? – Stuart perguntou olhando diretamente para mim. Dei de ombros.

  - A gente voltou para buscar o casaco da Hannah que ficou na cadeira e vocês nem nos notaram. Não queríamos atrapalhar – comentei e o moreno riu.

  - Bem, nos pegaram. Mas e esse almoço, sai ou não?

  - Você vem comer na casa dos outros e ainda fica fazendo exigências? – Connor olha para o amigo e Stu dá de ombros.

  - Claro, a Gatinha me chamou foi pra comer, não pra ficar ouvindo suas reclamações.

  - A comida da mamãe é a melhor! – Angie comenta e Stuart a pega no colo a beijando.

  - Com certeza! E você é a garotinha mais fofa de todas – a pequena o abraça e sorrio os olhando. Débora ao meu lado parece encantada.

  - Me ajuda com a mesa e o suco, Debbie? – a chamo e ela sorri me olhando. – Posso te chamar assim?

  - Claro. E eu ajudo, com certeza.

  - Se é assim, me chame de Izzie. Vem, vamos. Por que aparentemente é unanimidade que está todo mundo com fome aqui.

  - Muita fome – Stuart diz colocando Angie no chão e depois olhando para a pequena com um sorriso divertido. – Por isso vou devorar a Angie! – anuncia e ela solta um gritinho antes de começar a correr e Stu vai atrás dela.

  - Vou lá vigiar as crianças – Connor diz divertido e sorrio. Ele me dá um leve beijo e segue atrás da dupla dinâmica.

  - Eles são sempre assim? – Debbie pergunta e dou de ombros.

  - Sempre. Espero que isso não te assuste – comento me virando para minhas laranjas outra vez. - E bem-vinda ao clube.

  Nosso almoço foi regado a comentários sem filtro de Angie, trocas de olhares do casal que jura não ser um casal e muitas implicâncias dos melhores amigos que às vezes parecem ter menos idade que minha pequena. Depois de enrolarmos um monte na mesa eles finalmente resolvem ir embora, foram namorar e não são um casal? Nem eles acreditam mais nessa desculpa.

  Num piscar de olhos os dias se tornaram semanas e depois meses, era fácil se perder no tempo estando tão feliz. Um mês e meio depois e eu já não via à hora de Grace nascer e eu me livrar dessa dor nas costas que não parecia disposta a me abandonar. Meus últimos dias só não foram melhores por que mamãe e dona Vera resolveram que eram as melhores amigas do mundo e isso não seria um problema, é claro, se as duas não tivessem se juntado tentando me convencer a me casar o quanto antes, mas como eu me recusei terminantemente a me casar com essa barriga enorme isso gerou uma série de discussões e por incrível que pareça as duas que pareciam se odiar no início, terminaram do mesmo lado, o oposto ao meu.

  Mas como era eu quem iria se casar e com o cara mais incrível do mundo eu não precisei de muito para dizer simplesmente que só me casaria depois que Grace nascesse. E o pior não era nem a pressa e sim o exagero das duas. Elas queriam uma banda de violinos, pombas e esculturas de gelo. Nós não tínhamos nem onde colocar isso, muito menos dinheiro para pagar, mas isso pra elas aparentemente não significava nada.

  Nesse meio tempo Stuart e Debbie finalmente assumiram o namoro, depois de muita briga, ela ameaçar mandá-lo para a cadeia outra vez e ele quase ter morrido de ciúme de um amigo que trabalha com ela, eles finalmente decidiram que era melhor dizer logo de uma vez que eram um casal. Eu estava feliz por vê-los felizes, meus amigos que eram tão incríveis mereciam todos, tudo de bom.

  Há duas semanas eu estava no mais completo tédio, eu tinha sido praticamente expulsa da lanchonete e estava de licença. Era chato e entediante ficar em casa sem nada para fazer. Eu ainda tinha a companhia de Angie, mas era só meio período e às vezes ela saia com dona Vera e eu só continuava ali no sofá colocando as séries em dia, na verdade, não era de todo ruim.

  Fiz uma careta e apertei a barriga quando uma contração me atingiu.

  - Mamãe, a Grace vai sair agora? Ou dessa vez também não é verdade? – Angie perguntou ansiosa e tentei sorrir. Eu estava sentindo dores há quase uma semana e há dois dias acordei no meio da noite com dor e Connor se desesperou e me levou ao hospital achando que eu estava em trabalho de parto, mas era alarme falso. Só que isso não impediu meu noivo de acordar todo mundo às quatro da manhã à toa.

  - Ela não vai sair agora, não. Pode ficar tranquila – disse depois de respirar fundo. Estava sentada no sofá de casa decidindo que filme iria assistir e Angie estava deitada de bruços no tapete enquanto desenhava.

  Connor não demoraria a chegar do trabalho e provavelmente alguém iria aparecer para me ver também. Deixar-me sozinha era algo que ele e nossos amigos não pareciam dispostos a fazer. Uma hora depois eu já estava na metade de Os Miseráveis quando a campainha tocou e como eu não estava nenhum pouco a fim de me levantar para tender a porta, só gritei um “Pode entrar!”.

  Gwen apareceu sorrindo e depois de cumprimentar Angie com beijo se jogou no sofá ao meu lado.

  - Onde estão suas irmãs? – perguntei e ela sorriu.

  - Candy está em um encontro com Jace e Hannah e Agatha ficaram com meu pai, eles vão fazer uma noite do pijama, comer besteiras e dormir todos na sala.

  - E o Duncan?

  - Foi ver a avó doente. Por que está vendo esse filme triste? – perguntou depois de olhar para TV.

  - É um clássico – argumentei e ela me olhou arqueando uma sobrancelha. – Ok, eu estava sem ideia e ele apareceu nos meus recomendados. Tem alguma sugestão melhor?

  - Que tal algum terror?

  - Não mesmo – vetei. Sempre morri de medo de filme de terror e Gwen sabia disso.

  - Ok então, que tal um romance melhor?

  - O que você tem contra toda a sofrência desse filme? - perguntei magoada e ela riu.

  - Por que é deprimente e quando você acha que vai melhorar, piora.

  - Mas essa é a ideia, não é? O nome é Os Miseráveis afinal de contas. Não tem como ser feliz.

  - Faz sentido, mas isso não quer dizer que eu goste – ela cedeu roubando minha vasilha de pipocas e se concentrando no filme.

  Cosette tinha acabado de se casar quando Connor apareceu acompanhado de Stu. O moreno veio direto me abraçar e beijar minha barriga.

  - Oi, Gatinha, oi mini Gatinha – ele tocou minha barriga. – Diz Oi para o seu tio favorito, meu amor.

  - Vai sonhando que você é o tio favorito. Eu sou a tia favorita – Gwen comentou.

  - Só que não – ele debochou e colou sua boca à minha barriga. – Não escute nada disso, Grace, eu sou seu tio favorito.

  Eu ri vendo-os começar uma discussão inútil sobre isso e Connor se aproximou de mim para me beijar.

  - Esses seus amigos são todos doidos.

  - Meus? – pergunto me fazendo de ofendida vendo Gwen e Stu levantarem os prós e contras de serem os tios favoritos.

  - Seus, eu não tenho nada a ver com isso – ele sorri também e me beija outra vez se sentando ao meu lado. – Mas e vocês, estão bem? Teve mais alguma dor?

  - Estamos ótimas, e o Dr. Jones disse que as dores são normais então pode ficar tranquilo.

  - É mais fácil falar que fazer – ele comenta e reviro os olhos. De todas as pessoas presentes eu sou a mais tranquila com a ideia de entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Connor e Stuart são de longe os mais desesperados com a ideia e isso chega a ser engraçado.

  Outra dor me atinge e agarro o braço de Connor, ele me olha com os olhos arregalados e apenas nego com a cabeça respirando fundo. Meu noivo começar a surtar agora não vai ajudar em nada. Angie que já guardou seus cadernos e lápis e agora está arrumando o cabelo de sua boneca Barbie me olha curiosa.

  - A Grace se mexendo muito na sua barriga, mamãe?

  - Está sim, meu amor – digo ficando pé tentando aliviar o desconforto. Toco minha barriga e respiro fundo outra vez. – Se acalme aí, Grace.

  - Você está bem? – Gwen me olha curiosa desistindo de sua discussão e faço que sim com a cabeça. Ela vem até mim e segura meu braço me ajudando a andar. – Quer alguma coisa? Uma água? Um travesseiro? Se sentar outra vez?

  - Andar – digo tranquilamente. – Isso me acalma e diminui a dor. Mas aceito a água.

  - Você ouviu, Stuart! Vai buscar a água pra ela! – minha amiga grita como se ele estivesse muito longe e sorrio. Esses dois vivem uma relação de amor e ódio bem divertida.

  Stu volta com o copo de água e todo mundo está me olhando beber como se eu fosse uma bomba prestes a explodir. Connor ainda está no sofá e Angie no tapete com a boneca nas mãos.

  - Stu, cadê a Debbie? Eu me esqueci de perguntar – digo recomeçando a andar depois de lhe devolver o copo.

  - Está trabalhando numa blitz, vai ficar lá a noite toda, o que é uma pena já que tinha muitos planos que envolviam ela.

  - Eca! Eu não preciso ouvir sobre sua vida sexual – Gwen reclama ainda me ajudando e sorrio, mas meu sorriso morre nos instante em que sinto uma pontada muito mais forte que as anteriores. Aperto tanto o braço da morena que a ouço gemer.

  - Izzie, você está começando a me assustar, está bem mesmo? – minha amiga me olha ansiosa e abro a boca para dizer que sim, mas paro no meio do caminho quando sinto a bolsa estourar. O liquido escorre pelas minhas pernas e só consigo sorrir, talvez de nervoso ou medo, mas estou sorrindo.

  - A bolsa estourou – anuncio para choque geral. Gwen arregala os olhos, Stu engasga com a própria saliva e Connor abre e fecha a boca sem emitir som algum. Angie é a única que não se altera, ela na verdade me olha sem entender.

  - Que bolsa, mamãe?

  - Nenhuma, meu amor – sorrio pra ela. Agora não é melhor momento para explicar do que eu estou falando. – É que agora a Grace vai nascer e eu vou ter que ir lá ao hospital para o médico me ajudar a tirá-la da minha barriga, Ok?

  - Vai doer? – Angie pergunta e nego com a cabeça sorrindo quando outra contração me atinge.

  - Não vai doer nada. Você cuida do tio Stu pra mim? Ele parece que vai chorar – comento achando graça do moreno que me encara como se não pudesse acreditar que eu estava fazendo piada.

  - Cuido! Cuido sim – minha pequena exclama animada e Gwen ainda me encara com seus olhos verdes arregalados.

  - Você não devia estar morrendo ou sei lá? Tipo gritando de dor que nem nos filmes? – ela pergunta indignada e dou de ombros.

  - As contrações ainda têm grandes intervalos e me sinto muito bem. Você me leva ao hospital?

  - Eu?

  - Stu, acho que não se recupera a tempo e Connor está parado ali no sofá já tem mais de dez minutos e acho que vai precisar ser examinado também – comento indicando os homens petrificados a minha frente.

  - Eu bem... Só... Você está bem, Izzie? – Connor finalmente consegue formar uma frase e sorrio indo até ele e beijo seus lábios.

  - Estou ótima, nossa garotinha vai nascer – toco minha barriga quando a dor fica forte de mais. – Você vai estar lá comigo?

  - Sempre – ele sorri mesmo que pareça em pânico. Meu Gatinho é o homem mais incrível do mundo só por ter ficado ao meu lado e o amo por isso. – Vamos? Quer dizer você quer ir?

  Rio assentindo.

  - Quero, quero muito ir logo ao hospital. Stu, você fica com a Angie? – pergunto ao moreno que ainda está chocado de mais com notícia da bolsa para esboçar qualquer reação.

  - A-Aqui? – ele finalmente reage. – Tipo, eu e ela sozinhos? Não acho uma boa ideia. Que tal ficarmos esperando lá no hospital? Na entrada, na sala de espera ou sei lá em qualquer lugar que tenha um adulto para tomar as decisões importantes?

  - É melhor mesmo – Gwen comenta e depois me olha. – Vou lá em cima buscar suas coisas e as de Grace, você quer mais alguma coisa?

  - Não. Muito obrigada por estar aqui.

  - Onde mais eu estaria? – ela sorri e me abraça antes de correr escada acima. Continuo andando pela sala para aliviar a dor, mas agora com a ajuda de Connor.

  Não demora para Gwen voltar e finalmente sairmos. Como ninguém além da minha amiga parece ter condições de dirigir, resolvemos ir todos no mesmo carro. Connor e Angie vão comigo no banco de trás e Stu vai no do carona repetindo que tudo isso é uma péssima ideia e devíamos ter chamado uma ambulância. Apesar da dor estou calma, sorrio para Angie e vou conversando com ela afim de não assustá-la, mas minha pequena não está assustada, está é ansiosa para conhecer a irmã. Os dois homens conosco estão perdendo para uma garotinha e isso é vergonhoso.

  Não sei bem como, mas quando chegamos ao hospital todo mundo já está lá a nossa espera. Meus pais, os pais de Connor, Candy, Jace, Ryan e até mesmo Holly veio. A sala de espera está lotada e a enfermeira rabugenta que cuidou de mim quando acordei está nos olhando com verdadeiro ódio.

  Ganho abraços, beijos, vários “Boa sorte” e finalmente sigo para a sala de parto. Como tive várias complicações durante a gravidez, como quase perder Grace e sofrer o acidente, o Dr. Jones achou melhor fazermos uma cesariana, era um jeito de não colocarmos em risco nem a minha vida nem a da minha pequena. Eu no inicio não gostei da ideia, mas se era o melhor e mais seguro, não vi por que não aceitar. Eu seria anestesiada, ele tiraria minha garotinha e logo mais eu poderia vê-la.

  Quando me deitei na maca e as enfermeiras começaram a me preparar pude ver os olhos marejados de Connor ao meu lado. Ele segurava minha mão e não conseguia desviar os olhos dos meus.

  - Te amo, obrigado por me deixar fazer parte disso. Obrigado por me deixar ser o pai de Grace – ele disse e foi a minha vez de desabar em lágrimas.

  - Também amo você. E você sempre foi pai dela desde o primeiro instante. Desde que ouviu seu coraçãozinho pela primeira vez – digo e ele se inclina em minha direção e beija minha testa.

  - Está pronta, Izzie? – o Dr. Jones pergunta me despertando de nosso pequeno momento e faço que sim. Estou extremamente ansiosa em conhecer minha garotinha.

  Connor segura minha mão durante todo o tempo, não tem gritos de dor nem ele desmaiando ou qualquer coisa daquelas de filmes, só nós dois a espera do pequeno ser que veio para mudar nossas vidas. Quando ouço o chorinho da pequena meu coração se aquece do mesmo jeito que aconteceu quando Angie me chamou de mãe pela primeira vez. É o amor por esse pequeno serzinho transbordando em meu peito. Nem a vi ainda e já a amo.

  Quando o Dr. Jones me estende o pequeno pacotinho contendo o que sei ser uma parte do meu coração já estou chorando. Grace tem um punhado de cabelo escuro e a pela rosada manchada de sangue. Não consigo desviar os olhos.

  - Ela é perfeita. Linda como você – Connor diz tocando a mãozinha da pequena. – Oi meu amor, eu sou seu papai. Aquele babão que conversava com você quando estava na barriga da sua mãe, bem-vinda a família, pequena. Amo você.

  - Nós amamos – digo sem conseguir conter as lágrimas. – Nossa filha.

  - Nossa filha – Connor repete e beija minha testa.

  O as enfermeiras a levam e peço ao meu noivo para acompanhá-la. O Dr. Jones termina de me examinar e algum tempo depois estou no quarto esperando para ver minha garotinha outra vez. Não demora para ela voltar com o pai babão logo atrás. Sorrio ao vê-los e antes que eu peça, Grace já está em meus braços.

  - Oi meu amor, está com fome? – pergunto dando o seio para ela sugar. Estou admirando seus pequenos e delicados traços e quando levanto os olhos Connor nos encara como se fossemos algum tipo de paisagem incrível, seu sorriso é só amor e devoção.

  - Será que algum dia vocês vão deixar de ser a melhor vista que eu poderia ter? – ele pergunta sorrindo e seu sorriso é contagiante, por que estou sorrindo em meio às lágrimas que ainda insistem em cair.

  - Para de me fazer chorar, Gatinho! – reclamo e ele sorri ainda mais.

  - Adivinha quem está louca para entrar aqui?

  - Angie, claro. Por que ainda não a trouxe? Eu sei que todo mundo quer entrar, mas ela merece ser a primeira a ver a irmã, ela quis tanto Grace que tem esse direito.

  - Já volto então – ele diz ainda sorrindo e segue pelo corredor.

  Olho para a bebezinha em meu colo e não consigo deixar de sorrir. Ela finalmente pisca seus olhos escuros para mim.

  - Espero que goste dessa família que arrumei para você, Grace. É a melhor de todas.

  - É Grace mesmo papai! – escuto a voz de Angie antes mesmo de vê-la. A pequena corre em minha direção e quando para ao meu lado parece encantada com a irmã. – Ela é tão pequenininha, mamãe, parece uma boneca! E tem cabelo preto que nem o seu, é muito linda. E posso pegar ela?

  Eu devia dizer não, mas Grace já acabou de mamar e a cena em minha cabeça é tão linda que não consigo negar.

  - Só um pouquinho, Ok? Sente aqui perto de mim – mostro o espaço na cama e ela mais que depressa se acomoda ali. Coloco a bebê em seu colo e continuo a segurando com uma das mãos, Connor se junta a nós e também tem uma mão auxiliando Angie que se sente muito adulta com a irmã no colo.

  - Oi Grace. Você é muito linda que nem a mamãe sabia? A gente já conversou um monte de vezes antes, lembra? Você tava na barriga da mamãe, mas agora não mais e agente vai poder brincar muito juntas. Agora que a gente dividiu o papai e a mamãe vamos ser irmãs pra sempre, não tem como mudar de ideia eu já perguntei pra mamãe e ela disse que não dá. A gente tem um monte de tios e eles todos vieram ver você, os vovôs e as vovós também. Você vai gostar muito de todo mundo. Olha mamãe, ela dormiu e mexendo a mão – Angie ri do pequeno movimento da irmã e não sei quem está mais apaixonado pelo momento das duas, eu ou Connor.

  - Certo, você já pegou a sua irmã, mas agora é a minha vez – meu noivo pega nossa filha e Angie faz bico.

  - Mas era minha vez, papai!

  - Era só um pouquinho lembra?

  - Ah, mas eu queria mais. Pode mamãe? – ela se vira para mim e beijo suas bochechas.

  - Pode sim, depois quando sua irmã estiver maior e sempre com algum adulto perto, Ok?

  - bom! – ela sorri e a aperto em um abraço. Connor nos olha sorrindo e tenho certeza de que não tem ninguém mais feliz que eu nesse momento. Cercada do amor da minha família e vivendo um verdadeiro conto de fadas na vida real.


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Notas finais do capítulo

E é isso, espero que tenham gostado do capítulo e comentem!
Beijocas, Lelly ♥



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