Espion Noir escrita por carlotakuy
— Estamos dançando ou aprendendo defesa pessoal?
A pergunta de Alex fez a garota rir e lança-lo novamente no chão. A dupla se encontrava na casa de Alex, mais especificamente em seu quarto, treinando a portas fechadas técnicas para defesa pessoal.
A única condição dela para a resiliência dele em recuar.
— Enquanto isso me permitir mandar para longe meus inimigos, pode chamar do que quiser.
Alex fez uma careta, tanto pela queda quanto pelas palavras da garota, que rindo o ajudou a levantar. Ela se posicionou mais uma vez para contra atacá-lo e ele investiu, sendo repelido novamente.
O restante da tarde foi de um treino intenso, e enquanto o maquiador de IP fazia seu trabalho e o computador baixava os arquivos a dupla seguia com a luta corporal.
Arabella ensinou Alex a desviar de investidas laterais, escapar de estrangulamentos e como lançar os inimigos no chão passando-os por cima de sua costas. Outros pequenos movimentos mais básicos também foram passados e, após uma hora inteira de prática, o garoto finalmente conseguiu escapar da jovem.
Arabella, em reposta, voltou a investir e usando a técnica da mesma Alex a lançou, por cima de suas costas, na cama. A jovem caiu com tudo em cima dela e riu, batendo palmas estridentes para o garoto.
— Você realmente pegou o jeito!
Ela investiu mais uma, duas, três vezes. Alex desviou muito bem de algumas e se perdeu de outras, conseguindo manobrar Arabella de volta para a cama, desta vez a prensando com seu corpo na mesma. A garota novamente riu e observou, atenta aos detalhes, o rosto rubro do mesmo, tomado de suor.
Arabella lentamente parou de rir e com os olhos fixos no do garoto, que lhe fitava vitorioso, o beijou. Foi um beijo de momento, com Arabella extasiada com a visão a sua frente e sentindo, por todo seu corpo, as reações que Alex lhe fazia sentir.
Ela queria tocá-lo, beijá-lo, abraçá-lo e transar com ele mais e mais. Nada satisfazia essa necessidade que ele despertava nela e internamente Arabella adorava aquilo.
Lentamente eles afastaram seus lábios, com respirações desreguladas, roubando sorrisos um do outro. Alex se sentou puxando a jovem para seu colo e encaixada nele a mesma se permitiu erguer a sobrancelha, com um sorriso divertido no rosto.
— O que pensa que está fazendo?
Alex sorriu com a pergunta e sua expressão de insinuação fez todo o corpo da jovem se arrepiar em excitação.
— Se me lembro bem... – fez uma falsa atuação de reflexão – você me prometeu uma compensação, não foi?
Arabella riu baixinho, sentindo os olhos dele a queimarem por dentro.
— E foi? – se fez de desentendida.
Alex a puxou para perto de si com uma das mãos, de forma brusca, e lançou um autêntico sorriso de satisfação.
Arabella pensou que derreteria ali mesmo.
— Sim, e sei exatamente como você pode me recompensar...
O pequeno teatro dos dois acabou assim que Arabella riu, beijando-o e se agarrando ainda mais ao seu corpo. O suor a fazia se sentir quente, quase febril, e todo o tesão ali presente a deixava prestes a explodir.
Ela precisava de Alex, ali, naquele momento, dentro dela.
O garoto a agarrou com intensidade após a breve encenação e retribuindo-a os beijos e as carícias, logo se viu sem qualquer peça de roupa, apenas com Arabella em cima de si, esquentando-o e molhando em igual proporção.
O sexo foi selvagem, intenso e rápido, e como dois animais assim que os gozos se fizeram presentes, eles se lançaram, exaustos, na cama. Um banho veio logo depois para apaziguar os ânimos e o suor impregnado em seus corpos.
Sentados na cama e rindo de algum comentário bobo após tudo aquilo, Alex e Arabella se permitiram relaxar. Precisavam daquele breve momento, para reiniciarem suas forças, e ali, nos braços de Arabella, Alex se sentiu seguro.
Muito mais do que realmente estava.
— Me surpreende sua mãe ainda não ter chegado – comentou a jovem remexendo no cabelo de Alex – ela nunca volta muito tarde, não é?
Alex assentiu se acomodando ainda mais no colo da garota.
— Sim, não volta. Ela está ajudando minha tia esses dias, a doença piorou e ela precisa de repouso total.
Arabella soltou um murmúrio de concordância.
— Ela sentiu muito sua falta – disse Alex afundando rosto na barriga da jovem e lá se acomodando – não que ela tenha me dito diretamente – se explicou – depois daquele dia ela me deu um espaço quanto ao tema Arabella.
A jovem sorriu sem perceber.
— Mas é claro que eu percebi que ela sentia sua falta. Minha mãe é muito ruim em esconder os sentimentos.
Arabella assentiu.
— Ela ficaria muito feliz em te ver de novo, tenho certeza.
Os dedos da garota deslizaram dos cabelos para o rosto de Alex e ele afastou-se da barriga da mesma para fitá-la nos olhos.
— Eu também ficaria muito feliz em revê-la – disse num sussurro – mas as coisas estão complicadas demais por hora.
É melhor Arabella não aparecer por um tempo, até tudo se acertar.
Alex concordou com a cabeça, puxando a mão da jovem, que deslizava despretensiosa por seus cabelos, até sua boca, beijando a mesma.
— Eu entendo.
Silêncio se instalou no quarto e entre afagos e breves beijos, Alex adormeceu no colo de Arabella. Ela lentamente se acomodou junto a ele e adormeceu sem dificuldade. O tempo que passaram ali, recuperando o fôlego que gastaram durante o início da tarde, foi interrompido tão logo a lua surgiu no céu e o novo celular de Arabella tocou.
Ainda sonolenta ela atravessou o quarto aos tropeços até alcançar sua bolsa em cima da poltrona. Sentando no estofado ela atendeu a ligação.
— Alô?
— Arabella? Bill falando.
— Oi Bill – repetiu o nome com ênfase, afim de acordar – o que foi?
Alex se remexeu na cama, sonolento, acordando lentamente pelo barulho do celular.
— Cinco de nossos agentes foram mortos fazem duas horas próximos a Junípero Serra.
A expressão que caiu sobre o rosto de Arabella despertou o garoto em instantes.
— Desgraçados – ralhou a jovem.
Alex não precisou de muito para entender o que estava acontecendo.
— Como eles estão conseguindo? Bastardos!
— Eu avisei que o perigo triplicaria! Estamos lidando com profissionais muito bem treinados para conseguir nos livrarmos deles com facilidade.
Os olhos esverdeados cravaram-se no chão e ela xingou internamente sua mãe e a organização.
— Mas não vou deixar eles fazerem o que querem! Se eles estão vindo com tudo eu vou com tudo também! – esbravejou o velho do outro lado da linha.
Arabella sorriu de lado.
— Venha para cá o mais rápido que puder, vamos nos reorganizar.
— Entendido.
Quando a ligação foi desligada a jovem encarou o aparelho em mãos. A forma como estavam conduzindo tudo era claramente desorganizada. Mas com tantas surpresas pelo meio do caminho, como poderiam manter um único plano?
A troca de ranking.
A reconciliação com Alex.
A derrota dos agentes de Bill para os da organização.
O que mais poderia surgir no caminho deles?
— Outros agentes abatidos?
A voz do garoto fez Arabella fitá-lo. Ele parecia ter sido atingido por um balde de água fria e além dos olhos baixos, preenchidos de culpa, tudo o denunciava. Como a força com que o mesmo apertava a cama.
— Sim.
— Que droga.
Arabella levantou, cuidadosa, e caminhou até o mesmo, sentando ao seu lado. Delicadamente ela o abraçou e sendo acolhido pelo calor dela, Alex afundou no doce cheiro de ameixa que a impregnava.
— Tudo isso vai acabar logo – sussurrou apertando-o contra si – vai ficar tudo bem.
Alex assentiu e se afastando com dificuldade do calor tão receptivo da garota, elevou seu último e menor dedo, capturando os olhos da garota para si.
— Vamos acabar com isso juntos – sussurrou entrelaçando seus mindinhos – e bem. Promete?
Arabella não conseguiu conter o sorriso e reforçando seu dedo sobre o dele, assentiu.
— Prometo.
Ambos sorriram.
— Eu vou ter que me encontrar com Bill água. Vamos reorganizar o que fazer daqui pra frente.
Alex concordou com a cabeça.
— Eu vou também.
— Não, você não vai.
O garoto a encarou carrancudo, mas nenhum dos truques dele pareceu funcionar.
— Você vai ficar aqui. Sofia logo vai chegar e ela e Clara precisam de você aqui.
— Você também – resmungou.
— Eu preciso que você fique aqui e cuide delas por nós dois. Toda a segurança vai estar focada aqui, não é hora de dividir nossa defesa. Eles provavelmente já sabem onde você mora.
Alex pensou em retrucar, mas desistiu no meio do caminho. Arabella tinha razão.
— Eu vou mantê-lo informado de tudo, mas por favor, colabore comigo desta vez.
Alex riu.
— Certo, certo. Só dessa vez.
Arabella sorriu e o preencheu de beijos. O garoto a acompanhou até a porta e vendo-a sair em seu carro, voltou em passos lentos até seu quarto. Sua cabeça estava a mil e seu corpo estava pedindo socorro, precisando descansar.
Alex esperou Sofia chegar com Clara que, animada como sempre, se agarrou de imediato ao irmão mais velho. O garoto a distraiu durante boa parte do jantar e após a refeição rumou ao quarto.
Ele deitou na cama e encarou a janela fechada, pensativo. Por longos minutos ele tentou dormir e falhou miseravelmente. Desistindo se levantou e reiniciou o download dos arquivos.
Sentado de frente ao computador e com os olhos fixos na tela, Alex suspirou. Com o quarto escuro em contraste ele dedilhou a mesa do computador com todos os pensamentos agitados indo uns contra os outros num caos.
Na tela a porcentagem de conteúdo baixado aumentava gradativamente.
Ele estava tão perto.
Alex apoiou o cotovelo na mesa e as mãos no rosto, com mais um suspiro ruidoso.
Por que estava demorando tanto?
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