Espion Noir escrita por carlotakuy


Capítulo 35
XXXV.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo de brinde, porque sei o quão difícil foram os últimos pra nossa dupla...



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Alex beijou Arabella com tudo que tinha. Seu amor, sua dor, sua saudade e sua alegria em vê-la. Ela o aceitou e o retribuiu com intensidade, sentindo cada poro do seu corpo arder pedindo por mais.

Ao longe, num chiado de fundo, era possível ouvir gritinhos animados de adolescentes que ocasionalmente ouviram a confissão da dupla e comemoravam em êxtase. Com Brad e Henry fielmente envolvidos na algazarra.

Quando os corpos e lábios se separaram nenhum dos dois soube o que dizer. Arabella pôde finalmente encarar os olhos amendoados do garoto, frente a frente, e sentiu toda a sua força ceder.

Antes que a garota caíssem Alex a apoiou e com o rosto encaixado em seu pescoço Arabella se debulhou em lágrimas, apertando-o contra si.

Não conseguia acreditar que estavam ali, que Alex estava ali.

— Desculpa, eu não queria te magoar, eu não...

Ele a abraçou com força fazendo-a soluçar.

Arabella, ao sentir o calor de Alex, sentiu algo dentro dela se estilhaçar e as lágrimas correram ainda mais livremente.

— Eu não sei, eu não sei o que fazer, sei que dói, eu sei, eu...

Alex sabia do que ela estava falando, e com um toque gentil encaixou sua mão por entre as madeixas da garota, afagando-a e novamente sentindo a maciez que as envolvia. Há quanto tempo estava longe dela?

Naquele momento parecia uma vida inteira.

Lentamente ela foi deixando de chorar enquanto era envolvida pelo garoto. No momento em que respirou fundo e buscou aprumar sua postura, Alex a puxou para si. Ele a beijou novamente, e desta vez, mais sedento, a deixou sem ar.

Quando as bocas se afastaram, milímetros, ele pousou os olhos sobre os dela. Viu-os vermelhos, viu as maçãs do rosto coradas pelo frio, viu as olheiras e viu o quão linda ela parecia mesmo naquele estado.

— Eu perdoo você, perdoo tudo – lhe sussurrou com os lábios a centímetros um do outro – mas por favor, não minta mais para mim.

Os olhos esverdeados abriram-se surpresos e dentro de Arabella, o vazio que ela instalou no momento que desistiu do garoto, voltou a ser preenchido. Era calor, era necessidade, era perdão. Sua consciência ainda não havia processado as palavras dele, mas seu peito já revirava em alegria.

— Por favor.

Arabella lentamente assentiu.

— Lhe contarei tudo – disse com a voz rouca pelo choro – mas antes eu preciso de outro beijo.

Quando Arabella o beijou Alex não conseguiu controlar o sorriso. Ela o puxou pelos cabelos e ele a agarrou pela cintura, encostando-a a parede atrás de si. Foi um beijo profundo e tão logo iniciou, as mãos de ambos já passeavam pelo corpo um do outro.

Sentiam tanta falta daquele calor, daquele toque, daquele sentimento. Arabella puxou Alex para si pela gola da camisa e ele lhe prensou contra a parede, segurando com força na coxa da mesma que descarada lhe envolveu a cintura.

— Eu senti tanta saudade – sussurrou Alex entre o beijo, com uma das mãos envolvendo o rosto da jovem.

Arabella sorriu e o retribuiu.

— Eu também Alex, tanta...

Ela deslizou a mão de sua roupa para sua pele, debaixo do pano, e a apertou, fixando-o ainda mais contra si. Alex a apertou na coxa, na bunda, na cintura, e ao ouvir suas respostas ronronadas a esses estímulos se sentiu esquentar e endurecer ainda mais.

Arabella o sentiu deslizar por sobre o tecido fino de sua virilha e gemeu baixo, fazendo-o arfar entre seus lábios. Eram os poucos segundos que eles desejaram, ardentemente, por todo aquele período de distância. 

E se não fosse pelo sinal estridente de início das provas, os interrompendo, quem saberia no que aquilo iria dar?

Eles se separaram ofegantes, com os olhos fixos um no outro, e riram.

Alex não queria se afastar, não queria ir, não queria deixá-la ir. Mas ao ver o sorriso no rosto da jovem, aquele que ela sempre lhe lançava, soube que não importava a distância, ela sempre estaria lá, como disse que o faria.

Mas ele não pretendia cometer o mesmo erro duas vezes.

— Você precisa ir para a aula – Arabella murmurou ainda recheando o fôlego – é prova, não pode se atrasar.

Alex balançou negativamente a cabeça segurando com firmeza a cintura da mesma.

— Não quero deixar você ir assim. O que está acontecendo com você? Quem são aqueles homens?

Arabella sabia que o garoto em algum momento teria consciência dos agentes e sabia também que agora já não podia lhe esconder nada. Não precisava e nem queria.

Ela envolveu o rosto dele com as mãos, fazendo os olhos amendoados, ainda se recuperando da onda de prazer, lhe fitarem intensamente.

— Vou lhe dizer tudo o que quiser, mas não agora. Na saída me encontre na frente da escola, ok?

Ele assentiu, ainda preso no olhar da garota. Como pôde olhar naqueles olhos e lhe dizer coisas tão duras?

As mãos dele enlaçaram as finas da garota.

— Eu também quero me desculpar – disse olhando-a profundamente – por tudo que lhe disse naquele dia. Eu sequer lhe dei a oportunidade de falar... Eu sou um...

Arabella puxou suas mãos juntas e as beijou, com um sorriso tímido lhe tomando a face.

— Desculpas aceitas.

Alex sorriu.

— Agora já pra sala! É prova de biologia e se não me chegar com um dez, terei que tomar medidas drásticas!

O garoto riu e a puxou para si pela cintura, parando numa cruel distância de sua boca.

— Vou adorar ser punido por você – lhe lançou um sorriso divertido.

Em seguida lhe roubou um beijo rápido e após receber uma leve tapa da mesma, correu até a entrada traseira ao som dos risos de Arabella.

Nada pareceu fora do normal.

— Sou profissional, não se esqueça!

Alex fez uma careta ao virar-se para ela, parado no portal.

— Nos vemos depois?

Arabella sorriu, sentindo o peito pequeno demais para tanta emoção.

— Sim, nos vemos sim – disse quase que para si mesma, numa confirmação.

O sorriso no rosto do garoto saiu deliciosamente satisfeito e em passos rápidos, acompanhados de mais um anúncio estridente do sinal, ele voltou para dentro da instituição.

Pela primeira vez tudo parecia real e, além da dor da distância e da separação, havia uma chama diferente. Algo que o animava e o inquietava, e essa parte da realidade, ele estava adorando.

Arabella observou Alex sumir com um largo sorriso no rosto. Novamente tudo estava indo pelo avesso. Ela havia ido se despedir, num último adeus, e acabou se reconciliando com o garoto.

Nada poderia dar mais errado, mas ela tão pouco iria se queixar.

Seus pés inquietos acertaram o aparelho que usara para invadir o sistema de rádio da escola num chute e com uma careta ela constatou que com a queda o mesmo havia quebrado.

— Bill vai me matar – murmurou se agachando e pegando o equipamento.

Ela fechou-o em mãos e deixou seu olhar cair uma última vez sobre a entrada pela qual Alex sumira.

Sabia mais do que todos que seria extremamente perigoso envolvê-lo naquilo tudo, ainda mais quando o ranking da missão de elimina-lo havia aumentado. Mas Arabella já não iria mentir para Alex. O contaria tudo e, com um pouco de sorte, o faria entender o perigo que o cercava.

Um novo sorriso surgiu em seu rosto. Além de toda essa confusão que os rodeava nada naquele momento mexia mais com a jovem do que a lembrança do beijo e do toque do garoto. 

Mais uma vez Alex a fazia desviar de tudo ao seu redor.

 

•••

 

Assim que Alex entrou na sala e notou que ainda não havia professor, foi recebido por uma comemoração ruidosa que o deixou aturdido por breves segundos. 

Seus olhos percorreram toda a sala, que pulava em uma estranha alegria, e quando pousaram sobre Thomas, ele soube o que estava acontecendo.

O castanho, com gestos, imitou a cena entre ele e Arabella.

Alex enrubesceu fortemente e o amigo riu, seguido de Brad e Henry que chamaram-no para sentar ao seu lado. O percurso foi extremamente longo para Alex, que foi parabenizado por todos no caminho.

Sentando em sua banca ele respirou fundo tentando afastar a vergonha.

— E então? Reconciliação?

— Algo assim – respondeu baixinho com um sorriso de lado.

O castanho comemorou e logo Henry e Brad estavam ao lado dos dois.

— Foi fantástico! Timming perfeito! – comentou Henry, animado, sentando na banca de Thomas.

— Felicidades ao casal! – cantarolou Brad ao lado de Alex.

O amigo riu e agradeceu com a cabeça, erguendo lentamente as sobrancelhas em seguida.

— Até onde vocês escutaram?

O trio se entreolhou e com sorrisos maliciosos se voltaram a Alex que se xingou pela pergunta, já rindo de antecipação. Os três o atacaram em seguida.

— O que quer dizer com isso? Não parou na declaração?

— Parou quando vocês se declararam, teve algo a mais?

— Meu garoto!

Com essa última, sendo claramente de Brad.

Alex riu dos amigos e antes que pudesse responder, ou dar sua melhor desculpa, William entrou na sala. Henry e Brad voltaram as suas bancas, fazendo muxoxo, enquanto Thomas cutucou o amigo e, depositando em cima da banca os livros e bolsa esquecidos por ele, disse:

— Fico feliz por você, espero que dê tudo certo.

Alex assentiu, sorrindo em agradecimento. Não sabia se daria certo ou não, ainda havia tanta coisa entre eles... Mas de uma coisa tinha certeza. Se dependesse dele nunca mais se afastaria de Arabella.

Logo a prova foi iniciada e no primeiro olhar sobre ela o garoto sorriu. Sabia praticamente tudo ali presente e sem pressa começou a responder as questões, lembrando-se das explicações de Arabella, agora já não mais acompanhadas de tristeza.

Na saída, depois de se despedir de seus amigos, Alex sem dificuldade encontrou o Fox branco de Arabella do outro lado da rua. Ela lhe sorriu, encostada ao veículo, ainda com suas vestes negras. O garoto retribuiu-a e iniciou uma caminhada até ela.

Ela estava tão linda como sempre, em suas roupas coladas, o olhar afiado e os cabelos deliciosamente bagunçados. Se não fosse por sua palidez e o cansaço presente em seu semblante Alex se quer se preocuparia com algo além da excitação que lhe enchia as calças.

Mas ele estava preocupado.

E ainda que Thomas tivesse dito, após o término das provas, que agora eles podiam ter uma boa oportunidade para conversarem, Alex sabia que seria muito mais do que uma simples conversa. 

Aconteceram tantas coisas que além de uma conversa casual ele estava indo em busca, principalmente, de respostas.


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Notas finais do capítulo

O combo acaba aqui! Mas já dá pra ter um gostinho do tá por vir né?! Hehe, até mais!



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