Abri os olhos lentamente ao som dos latidos de Alasca, os raios de sol começavam a entrar pela janela do apartamento, parecia fresco lá fora, as folhas das árvores ondulavam delicadamente e o canto dos pássaros eram bem vívidos, dando vida a manhã. Alasca estava em cima da cama, pelo visto, tentava me acordar. Assim que abri os olhos, o alarme despertou, era hora de trabalhar.
— Sempre pontual. - Falei passando a mão sobre o peito de Alasca, que mostrava-se mais ansioso que eu para cumprir a tarefa. Levantei, cada músculo de meu corpo implorava por mais cinco minutos, mas dessa vez, tive que lhes deixar na vontade. Fui em direção a cozinha, como o esperado, lá estava um carrinho com um café da manhã atraentemente delicioso, com um bilhete que dizia: "Obrigado pela preferência, volte sempre.". Ao lado, um potinho prateado com biscoitos chamava a atenção de Alasca, que soltava pequenos ruídos ao observar. - Parece que lembraram de você - Peguei o pote e depositei aos pés de Alasca, que comeu com vontade. O tempo passava rápido, eu já estava quase pronto para sair, peguei meu celular e abri as mensagens, Dylan falava comigo:
"John, daqui 5 minutos estou ai em baixo."
— Alasca? - Chamei, preparando-me para sair, Alasca veio assim que o chamei, e juntos entramos no elevador, tomando rumo a garagem. Como prometido, Dylan nos esperava, ligou o carro assim que nos viu. Alasca alojou-se no assento de trás, e eu ocupei-me no da frente, ao lado de Dylan.
— Onde estão Steve e Bob? - Perguntei, meio que já adivinhando a resposta.
— Foram na frente, vamos passar primeiro na delegacia, pagar coletes, armas e o blá blá blá todo que você já está acostumado - Disse ele, me olhando de canto. - A missão será bem complexa, teremos de agir com muita cautela se quisermos pegá-los - Terminou ele. O sol já estava no seu auge quando chegamos na delegacia, o clima lá estava tenso, parecia que todos lá esperavam ansiosamente para mais tarde. Bob e Steve nos esperava na sala do Delegado.
— Chegamos, chegamos. - Disse ao entrar.
— Ótimo, só faltava vocês. - Disse Thomas, se aproximando de nós. - Como vocês sabem, começa hoje a missão de vocês para pegar o traficante mais procurado nos últimos tempos. E chamei-os aqui para dar-lhes os equipamentos que vão precisar para esta busca implacável. - Deu um pequeno sorriso forçado, em quanto pegava uma caixa em baixo da mesa. - Esses, serão seus reforços daqui para frente. - Falou ele, depositando a caixa média na mesa. Curioso, levantei-me para abrir. Nela, tinha tudo que iríamos precisar, armas, munições, coletes à prova de balas, escutas, roupas de simples civis, etc.
— Ótimo. - Disse Dylan, começando a separar sua parte. - É melhor irmos logo, então. -
— Sim - Reforçou o delegado - Se precisarem de alguma coisa, reforços, por exemplo, já sabem. - .. - E John, venha aqui um minuto. - Chamou ele, dando uma piscadela para os outros e dirigindo-se para fora da sala, deixando-os sozinhos.
— Sim, delegado? -
— Não é nada demais, só queria dizer que é uma honra para nós termos você e Alasca na equipe, você, mas do que ninguém, sabe como Alasca é especial para a polícia civil. - Ele, sem esperar respostas, deu um tapinha no meu ombro e afastou-se lentamente.
— Obrigado - Falei por sobre o ombro, orgulhoso, era bem conveniente para mim quando elogiavam Alasca, não havia nada melhor que isso, um cachorro que se tornara mais do que um simples animal de estimação para mim, que se esforçara tanto por um longo período, mostrar tanto empenho, inteligência e principalmente determinação a seguir a vida arriscada de um policial junto a mim era simplesmente incrível. Já estava quase pronto, havia colocado a roupa simples separada para mim, uma calça jeans desbotada com um jaco azul, uma bota, um relógio e um boné. Coloquei a escuta no ouvido de um modo que não chamasse muita atenção e escondi as armas na cintura e nos pés. Estava pronto. Quando saí do banheiro Dylan e Bob já estavam no meu aguarde, Steve ainda se trocava. Alasca estava quieto ao lado de Bob, parecia esperar pelo pior. Quando Steve finalmente saiu do banheiro trocamos todos olhares inquietos, e com um cumprimento leal de mão, demos um possível "adeus" uns aos outros. Entramos no carro, Eu, Dylan e Alasca fomos em um, Bob e Steve em outro, bem atrás de nós. O caminho todo fora silencioso e perturbante, como se a qualquer momento esperássemos a morte. Finalmente chegamos, já eram aproximadamente 12:50 quando começamos a nos colocar em nossos postos, Alasca sempre ao meu lado. Coloquei-me ao lado de um restaurante, sentado num banquinho de esquina. Comprei um café e fingi ler um jornal, Alasca posando ao meu lado. Dylan estava um pouco atrás de mim, falava convencionalmente ao telefone. Bob e Steve ficara dentro do carro, fingindo trocarem papo. Soltando um longo suspiro, apertei a escuta, falando com pesar.
— Boa sorte. - Falei a todos, que, de longe, lançavam um olhar agradecido. Como o esperado, uma movimentação esquisita começou, alguns carros pretos começavam a passar na calma rua, patrulhando de perto o carro forte, ingenuinamente. Finalmente o carro forte chegou, logo atrás vinham mais dois carros pretos. Meus dedos começavam a soar, Alasca olhava atentamente cada movimento, e a cada instante, farejava o ar.
— Acho que estou vendo alguma coisa - Disse Bob pela escuta. - A sua direita, Dylan. - Como se não quisesse nada, olhei para trás, onde estava Dylan. Um carro cinza seguia em alta velocidade, passando por nós e fechando a passagem do carro forte. Logo atrás, vinham mais outros sete carros, tapando todas as passagens do carro forte. Dos carros saíam homens mascarados por todos os lados, com coletes aprovas de balas e uma metralhadora no pescoço. Oh meu Deus, estava começando!
— Pro chão! vamos, pro chão! - Alguns dos assaltantes rendia as pessoas na rua, fazendo-as deitar no chão com as mãos na cabeça. Deu tempo suficiente para eu e Alasca escondermos atrás de um automóvel preto, onde olhávamos discretamente. Um homem alto, de cabelos brancos e olhos castanhos saia de dentro do carro forte, parecia ter matado o acompanhante que dirigia. Com um sorriso no rosto, ele caminhou até os assaltantes, fazendo um cumprimento de mão com um deles.
— Acho que achei... achei o Jimm! - Falei pela escuta. O cara que saia do carro forte não parecia muito o Jimm, tinha os cabelos pintados, e o rosto liso. Não contia mais aqueles cabelos e barbas marrões que eu vira na pasta. Mas sim, eu tinha certeza, aquele era Jimm Morykiller. Os assaltantes já haviam rendido os policiais que escoltavam o carro forte, e agora, colocavam uma bomba para arrombar a porta, e, enfim, fugir com os milhões. Jimm aproximou-se lentamente, chegando perto dos reféns, e de mim. Ele olhou um a um no chão, sorrindo, quando estava prestes a virar as costas, Alasca latiu.
— Droga! - O barulho da bomba eclodiu, liberando os bolões de dinheiro que lá estavam. Jimm caminhou até onde estávamos, avistando-nos. Com a arma na mão, ele mirou em nós, também havia sacado a minha, na altura do campeonato, já era tarde de mais fingir ser um cidadão comum.
— Se soltar esse cachorro, eu te mato! - falou ele - Largue a arma, vamos! - Ele falou, olhando em volta. Com os olhos arregalados, Jimm gritou. - Policiais, são policiais! - Já era tarde de mais, Bob, Dylan e Steve começavam a trocar tiro com os demais assaltantes, o plano todo tinha ido pro ar, graças à Alasca. Soltei Alasca, que atacou o braço do criminoso, sem dar-lhe tempo para pensar. Agilmente, peguei a arma da mão de Jimm, que visto rendido, começou a correr. Alasca correu atrás, mas logo o chamei para que voltasse. Os bandidos já estavam em seus carros, com os milhões, só esperando Jimm.
— Droga, Alasca! você tinha que estragar tudo?! - O olhei por sobre o ombro, Alasca me olhava - Você não serve pra nada! - Gritei, voltando rapidamente para o carro. Alasca veio junto a Dylan, Bob e Steve já estavam no outro, e então, sem esperar muito tempo, começamos a perseguição aos assaltantes.