Complexo 01 escrita por Melissa Salvatore


Capítulo 3
Resposta Ambulante


Notas iniciais do capítulo

*Mais um capitulo espero que gostem...
*Nesse capitulo a trama vai começando a revelar enigmas
*Comentem, eu não mordo!



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“Mudar não e dificil, o dificil e permanecer na mudança e aceita-la como sua. Tem que partir de dentro pra fora, não adiante ser só exterior, porque o que vale e o interior.”

“Ethan, Ethan, acorda, anda temos que conversar!”

“Hã, conversar?! Liv são três horas da manhã!”

“Shiuu, entoa ta vou embora, mas não conto nada também.”

Olivia estava no quarto de Ethan, dentro complexo, fazia já quase muito tempo que tinha sido sequestrada, mas naquele dia, as coisas mudaram.

“Calma Liv, senta aqui vai” disse o menino dando levas batidas na cama pra ela sentar ao seu lado e assim ela o fez, sentada como uma criança nem parecia que tinha 15 anos, ou melhor que ia fazer quinze anos, mas os seus olhos mostravam uma determinação que não poderia ser encontrada em pessoa que vivessem milênios, se possível.

“Ethan antes de tudo tem que prometer que o que vou lhe contar não sairá daqui, não contara pra ninguém, promete?”

“Prometo”

“Ouvi conversas Ethan, conversas entre a doutora e a Clara, não era sobre coisas boas. MENTIRAM. Ethan não vão nos levar pra casa, eles vão nos matar, quer dizer vão me matar, não vou embora, não vou ver meus irmãos, não vou fazer nada do que planejei esse tempo todo. Eu não quero morrer, não quero, não posso, eu nem sequer amei!”

A garota dizia tudo com medo, sem pausas, os olhos focados na parede a sua frente, era como se escutasse tudo de novo, e de novo, mas mesmo com o medo de morrer, o seu discurso era como se procura-se por respostas, para as mais simples perguntas, uma delas: o que fazer?.

Então Ethan segurou-a pelos ombros a olhando olho no olho, preto no verde. Ele tinha ouvido tudo no silêncio, e mesmo que não quisesse acreditar já tinha visto outros sumirem, e sentia que o que Olivia fala era verdade. Afinal ela não tinha motivos pra mentir, não pra ele.

“Tem certeza disso, Olivia? E serio que você esta dizendo, tem que ter certeza!”

“Tenho Ethan jamais mentiria pra você, sabe disso!”

Ele a largou, apenas pra abraçá-la, forte, cuidadoso e protetor, o tipo de abraço que gera segurança e conforto. Mas isso também mudou.

 

Olivia acordou, suada, com o corpo quente e em um rompante, não queria acreditar que depois de dois dias de fuga tinha sonhado com o dia que contara a Ethan sobre oque ouvira. Queria de todo modo apagar aquilo. Na verdade apagar o passado.

Estava em um quarto de hotel, junto com Marcos, um dos melhores hotéis de Malibu, tinha ido pra lá apenas pra se divertir, era oque ela queria que Marcos pensasse, na verdade tinha negócios a tratar na cidade. Mas naquele momento o que ela queria era apenas um banho, e esquecer o que acabara de sonhar.

Tomado o banho, trocado de roupa, e voltado pra cama, Olivia percebeu que já eram quase cinco horas da manhã, “malditas lembranças”, deitou e com muito esforço voltou a dormir. Porém mais cedo do que desejava ouvira alguém lhe chamar, não alguém, Marcos.

“Olivia acorda, vamos”

“Marcos, tenha santa paciência, viemos para divertir relaxar, se eu quiser hibernar eu posso!”

“O estressadinha, só te acordei porque você ontem me pediu”

Em menos de segundos, Olivia se lembrou realmente tinha pedido pra ele a acordar, porém com os acontecimentos da noite tinha esquecido. É a realidade tinha batido a sua porta.

“Ok ok Marcos, se você quiser pode sair, aproveitar o hotel e a cidade. Eu vou andar por ai, porem sozinha, preciso pensar”

E sem esperar repostas ela seguiu rumo ao banheiro, levando consigo sua bolsa. Feito suas higiene e tomado banho, se trocou, colocou um vestido, e suas botinhas, precisava parecer como uma adolescente normal. Ao sair do banheiro, encontrou o quarto do hotel vazio, e suspirou, teria paz, sem Marcos pra lhe perguntar de cinco em cinco minutos se estava bem. Trancou a porta do quarto e foi rumo ao elevador, desceu ate o estacionamento, e em menos de minutos já estava em uma das avenidas principais. Estava em busca de respostas, e as teria.

Uma casa branca, com cerca de madeira igualmente branca, uma balanço na arvore que tinha no jardim, e algumas flores plantadas, essa era a atual visão que Olivia tinha. Estava em frente a casa de Rute,  sua tia, irmã de deu pai. E após tocar a companhia, ser recebida e já ter tomada duas xícaras de chá, decidiu enfim fazer as perguntas que precisava.

“Tia, você sabe como estava meu pai nesses últimos dias?”

“Ah meu bem, seu pai, era um homem bem reservado, não gostava de conversar muito, mas pelo que a familia em geral sabe, ele estava bem. Porque a pergunta querida?”

“Nada não tia, só curiosidade. Outra pergunta ele comentou de alguem que pudesse ter conhecido, alguem novo na vida dele, ou da mamãe?”

“A minha Olívia, ele comentou sim,  sobre uma moça, jovem por sinal”

“Quem era?”

“Cintia, o nome da moça era Cíntia Macedo. Não entendo querida porque tantas perguntas estranhas assim. Aconteceu algo?”

Era claro que Olivia sabia que tantas perguntas causariam um tipo de suspeita na tia, e oque menos queria era que alguém começasse a procurar por sua família, afinal acharia apenas um lugar fazio onde antes era sua casa. Decida que não conseguiria mais nenhuma informação, e que não queria suspeitas sobre si, resolveu apagar aquele breve momento da memoria de sua tia. “Oblitus” pronto, sua tia jamais lembraria de sua visita.

Assim que entrou no carro dirigiu de volta para o hotel, precisava pensar e antes de tudo precisava de privacidade. Ao chegar no quarto e tranca-lo, decidiu que a primeira coisa a ser feita seria o feitiço, necessitava encontrar a tal Cintia e tinha que ser logo, algo lhe dizia que a morte de sua família era só o começo, um tipo de aviso.

E sussurrando repetidas vezes o feitiço:  “Perditam invenerit, dirige me latet, ne abscondas.” Sempre com o nome de Cintia na mente, ela viu. Era uma imagem de uma garota de cabelos lisos castanhos, sentada na escadaria de um prédio, usava roupas simples, e estava sozinha. De algum modo Olivia sabia que aquilo acontecia naquele exato momento, e sem nem pensar se materializou pra lá, deixando pequenas borboletas roxas no quarto.

Assim que abriu os olhos, estava na escadaria, a apenas alguns metros da menina que era Cíntia, e sem medo alguns se aproximou, conversou com a moça e assim que esta se distraiu ela a imobilizou e em questão de segundos estavam de volta no quarto do hotel, deixando apenas borboletas para tras, só que dessa vez o quarto tinha mais alguém. Marcos estava lá, e estava visivelmente espantado.

“Olivia oque pensa que esta fazendo?”

“Cale-se Marcos, estou procurando respostas, não e obvio?!”

“Respostas?! E essa garota e o que? Sua resposta ambulante?”

Silencio, Olivia percebeu que não valia a pena discutir, apenas pegou a garota colocou-a em uma cadeira que estava no quarto, e com outro feitiço prendeu-a. Olhando sugestivamente pra Marcos pediu que ele saísse, porem ele recusou, andou ate a cama e se sentou nela, no fundo estava curioso pra ver o que a menina iria fazer.

“Já que estamos todos prontos, vamos começar. Primeiro regras: Eu faço as perguntas e você Cintia responde, lembre-se quero respostas sinceras e verdadeiras, um erro, mesmo que mínimo sairá caro, me entendeu?”

A outra garota não respondeu, apenas acenou que sim. Já Marcos estava surpreso nunca vira ninguém falar naquele tom, um tanto obscuro, e muito menos imaginava que Olivia poderia fazer algo do tipo. Sempre imaginava ela como uma doce menina, e não vingativa.

 “Ótimo, primeira pergunta você tem poderes não tem?” um aceno dizendo sim.

“Conheceu minha familia?”

“Sim conheci, e antes que pergunte, sim eu matei eles. Entenda Olivia, a forças nesse mundo que você não vai entender, e que são mais fortes que você. Fiz o que fiz por que ele mandou. E se não fizesse quem ia morrer seria eu, e ele mandaria outro no meu lugar. Admito que não matei eles sozinha, porem só executei ordens.”

“E quem e ELE?” Olivia continuou impassível, não se abateu.

“Não sei, ele só aparece, e manda você fazer as coisas, algo nele te atrai. Mas lhe aviso Olivia, ele quer você, a morte da sua família foi pra chamar sua atenção, mas ele te observa já a muito tempo, antes mesmo de você ir pro complexo. Na verdade ele tinha pessoas dentro do complexo, pra varias coisas, dentre elas te observar. Ele sabe que você e uma das melhores, que sua capacidade vai muito alem. Mas que fique claro: se ele não puder tê-la, ele ira mata-la, acredite não será a primeira vez que ele faz isso. Se eu fosse você tomaria cuidado.”

”Mas você não é, que pena não?! Uro”  

E simples assim a garota queimou, apesar do discurso de Cíntia ser perturbador, Olivia continuava calma, pelo menos aparentava, pois por dentro as engrenagens de seu cérebro trabalhavam pra descobrir quem era Ele, não conseguia imaginar nem sequer uma hipótese, e para si isso era inaceitável. Enquanto Marcos olhava pasmo para a cadeira onde a garota estava, agora vazia. Não conseguia acreditar que a Olivia que conhecia, sua Olivia, tinha feito àquilo, ou que tinha alguém atrás dela, era muita informação pra pouco tempo, não sabia quanto ia demorar pra poder digerir aquela historia, ou pra poder começar a pensar em fazer algo em relação aquilo, mas sabia que seria muito tempo.


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