Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 9
Casos e acasos de Natal


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas. Peço desculpas pela demora, nesse meio me veio a inspiração para uma one-shot e eu não pude evitar escrevê-la e posta-lá. Mas bem, cá estou novamente. Bem fofo da parte de Syaoran, não é? O que será que aconteceu depois? Para isso que estou trazendo mais esse capítulo a vocês. Então sem mais enrolar, eis o nono capítulo. Boa leitura^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756048/chapter/9

Casos e acasos de Natal

— Hoe? – A garota não compreendeu o que ouviu de imediato – S-Syaoran?! É você!?

— S-sim, sou eu. Eu te assustei? – Do outro lado da linha, Syaoran ficava nervoso.

— Não! Quer dizer, sim— Quer dizer – Pigarreou envergonhada – Eu só não olhei o numero antes de atender... AH! Muito obrigada... Feliz natal para você também...

— Sim, obrigado...               

Ambos ficaram em silêncio. Um rubor cobria as faces de ambos.

— Eu quis fazer uma surpresa, mas acho que não foi uma boa ideia... – Disse Syaoran.

— Não! Não é nada disso... E-eu... Eu fiquei feliz! – Exclamou Sakura, ficando ainda mais corada.

— Ah, é mesmo...? – Perguntou Syaoran, sorrindo.

— Sim...               

Ainda estavam corados, porém, sorriam.

— E-e então, quais são os seus planos para hoje? – Sakura teve a iniciativa.

— Ainda não tenho certeza, provavelmente vou ficar em casa com minha família, mas preciso ver com meu amigo se há algo que ele queira fazer. E você?

— Bem, eu estou fazendo um bolo agora, e Touya foi ao mercado comprar algumas coisas. Papai teve que sair para ir ao trabalho infelizmente, mas logo estará de volta, e quando estivermos todos juntos ,vamos ter nossa festa de Natal!

— Entendo, parece ser bem divertido. Adoraria comer uma fatia desse bolo.

— N-não é como se ele fosse tão bom assim... – Disse Sakura com vergonha.

— Haha,aposto que é sim, você se sai muito bem nas aulas de economia doméstica.

— N-não diga isso... – A essa altura, Sakura estava que nem um pimentão.

— Hahahahaha, desculpe.               

Após alguns segundos, Sakura se recuperou.

— Mas... Talvez eu possa guardar um pouco do bolo para você...               

Ao ouvir, Syaoran levou um pequeno choque.

— ISTO É, se você não demorar muito para voltar... MAS NÃO É COMO SE EU ESTIVESSE TE APRESSANDO OU ALGO ASSIM, é só que o bolo pode estragar... – Falou Sakura alternando o volume entre alto e baixo.               

Syaoran ficou surpreso com a proposta da garota. Mas logo sorriu e disse:

— Não se preocupe, amanhã mesmo eu já estarei voltando. Ficaria muito feliz se você guardasse um pouco para mim...

— Ah, tudo bem então... – Disse Sakura também sorrindo – Mas, você não vai passar o ano novo com sua família?

— Na China nosso ano novo é numa data diferente.

— AH! É mesmo, tinha esquecido.

— Eu já terminei as coisas que precisava fazer, e sinceramente, não aguento ficar perto das minhas irmãs por muito tempo.

— Hahahaha, que horrível. Aposto que elas vão ficar muito tristes com você indo embora tão cedo.

— Provavelmente, mas sempre tem o ano que vem.

— Hahahahaha, você é mesmo horrível.

— Com quem está falando? – Disse Touya por trás de Sakura.

— UWWWWWAAAAAAAAAAAHHHHH               

No telefone, Syaoran ouviu um grito alto e barulho de coisas caindo.

— Sakura!? Alô!? Está tudo bem!?

— Alô?... Syaoran?... Desculpe... Foi culpa do meu irmão, ele chegou sem avisar e me assustou – Dizia Sakura recuperando o fôlego.

— Na verdade, eu avisei sim, assim que eu cheguei – Disse Touya de cara fechada – Então está falando com o garoto?

— A-ah, sim, estou falando com o Syaoran.

— Hum, faz sentido não ter me ouvido então.  Ei garoto, pode me ouvir, não é? Peço desculpas pelo berro da minha irmã, mas a culpa é sua por distrair tanto ela – Falou Touya alto o suficiente para Syaoran ouvir.

— TOOOOOUYA!! CALE A BOCA OU EU VOU TE MATAR! – Sakura ameaçava Touya cerrando os punhos, bufando de raiva.

— Hum, fazer o que? – Deu de ombros – Feliz natal, garoto. Vou subir para o meu quarto pra fugir da ira dessa monstrenga.

— AAAAAAAAAAAAAAAAII, É BOM MESMO QUE VOCÊ SAIA DAQUI ANTES QUE EU ACABE COM VOCÊ.               

Enquanto isso, Syaoran ouvia tudo num misto de irritação, pena e desconforto.

— AH! – Exclamou Sakura lembrando-se que Syaoran ouvia tudo, e posicionou o celular novamente próximo ao ouvido – Alo? Syaoran? Me desculpe, realmente.

— Hehe... Tudo bem, tudo bem. Depois, fale para o engraçadão que eu também lhe desejo um feliz natal.

— Hahahaha, okay. Fico feliz por ver que vocês estão se dando bem.

— “Dando bem” não é exatamente o termo. A gente está se aturando  bem, é mais isso.

— Tsc, garotos. Hahahahaha – Sakura se divertia.

— Haha, bem engraçado – Ironizou Syaoran – De qualquer forma, é melhor eu deixar você continuar a fazer o bolo. Tenho certeza que estou atrapalhando.

— Não, não é nada disso!

— Mas você vai ter que arrumar a bagunça que fez quando levou aquele susto, não é?

— Hoe?               

Só agora a garota se deu conta da zona que a cozinha havia ficado. Muitas coisas que estavam encima da bancada haviam caído graças ao alvoroço gerado pelo susto dela.

— UWWWWAAAAAAAAAAAAAAAA.               

E mais uma vez a garota gritava. Dessa vez se espantando pelos seus próprios feitos. De seu quarto, Touya soltava um risinho.

— EU JURO, EU VOU MATAR O TOUYA!

— Acalme-se, matar Touya não vai concertar as coisas. Por hora, preocupe-se em arrumar ou limpar o que for necessário. Depois, volte ao bolo.

— Ai, certo, vou fazer o que você diz – Suspirou.

— Isso. Bem, depois a gente se fala então.

— Isso... Vai ser ainda hoje? – Perguntou hesitante.

— S-sim. Vai sim, eu dou um jeito – Respondeu Syaoran.

— Okay... Bom, vou me esforçar!

— Assim que se fala. Boa sorte. Até mais, Sakura.

— Tchau, Syaoran.               

Desligaram.               

Antes mesmo de fazer qualquer coisa sobre a bagunça, Sakura abraçou o celular junto ao corpo, e dando pulinhos na ponta dos pés, dizia baixinho:

— Ele ligou, ele realmente ligou para mim, hehehehe.               

A garota radiava uma felicidade inigualável.

— Certo! – Parou de pular e girar – Vou me esforçar para fazer o bolo mais gostoso que já fiz! – Exclamou enquanto fazia uma pose com o indicador apontado para cima.

— Talvez nem tenha que se esforçar tanto. Se fizer algo gostoso já está bom, o último que fez estava no máximo comestível – Falou Touya enquanto entrava na cozinha para pegar um copo d’agua.

— Seeeeeeuuuuuuu.... – Enquanto cerrava o punho, uma veia crescia em sua testa – CALE A BOCAAA!

—-----------------------------------------x-----------------------------------------               

Assim que encerrou a ligação, Syaoran soltou um longo suspiro.

— Consegui... – Disse jogando o corpo para trás na cama.               

Naquela manhã, após tomar o café, ser mimado pelas irmãs, e alguns exercícios matinais, voltara para o quarto onde colocou em ação seu plano. Havia decidido na noite anterior que ligaria para Sakura. Sentiu que precisava fazer isso. E apesar de estar bem nervoso, sua convicção falou mais alto.

— Certo – Falou e seguiu para a porta de seu quarto.               

Mal havia saído quando se deparou com Wei.

— Oh, jovem mestre. Jovem Eriol já chegou e o aguarda no jardim, como sempre – Disse o mordomo.

— Ele nunca muda esse hábito idiota – Resmungou – Obrigado, Wei.

— Ao seu dispor, jovem mestre.               

Syaoran então caminhou para o jardim. Chegando lá, deparou-se com a mesma cena do dia anterior.

— Você não tem criatividade? – Perguntou Syaoran.

— Não exatamente, eu apenas gosto bastante desse jardim.

— Entendo.               

Dessa vez, Syaoran sentou-se ao lado de Eriol no banco.

— E então, o que pretende fazer hoje? – Perguntou Eriol.

— Eu pretendia lhe fazer essa pergunta – Respondeu Syaoran.

— Hummm. Bem, tem um jatinho particular no aeroporto de Hong-Kong só me esperando embarcar, e estou com certa vontade de visitar o Japão. E veja só, você tem assuntos para resolver por lá. O que me diz?

— O que!? – Espantou-se Syaoran – Você está sugerindo que viajemos agora para o Japão?

— Bom - Eriol olhou no relógio em seu pulso – Se sairmos agora, podemos passar um bom tempo lá, e voltar no fim da tarde. Não me parece uma proposta ruim.

— Você...               

Syaoran não sabia o que dizer. Aquela era uma proposta ousada. De fato, gostaria muito de falar com Sakura pessoalmente naquele dia. Mas ir até lá assim, subitamente, seria uma manobra muito radical. Fazendo uso de sua racionalidade, Syaoran pensou bem nas suas palavras, e as disse: 

— Olha Eriol, é realmente tentador, porém, eu vim a Hong Kong para resolver os assuntos da minha estadia no Japão com minha mãe, e também para passar alguns dias com minha família. Apesar de tudo eu sei o quanto eles sentam saudade de mim, e o quanto eu sinto deles. Então, não seria justo eu simplesmente ficar esse dia inteiro fora por egoísmo meu. Por isso, eu recuso.               

Eriol olhou Syaoran de cima a baixo. Havia até levantado para recusar a proposta de Eriol.

— Por que está sendo tão formal? Não estamos numa bancada de negociação. Relaxe – Eriol disse dando um tapinha nas costas de Syaoran – Essa recusa faz sentido pra mim. Você sempre teve um grande coração – Falou e sorriu.

— Hã!? Do que você tá falando!? – Syaoran espantou-se e ficou vermelho.

— Hahaha, aposto que suas irmãs adorariam ouvir suas palavras.

— Nem sonhe com isso – Syaoran se recompôs – Mas então, vai mesmo para o Japão?

— Não, mudei de ideia.

— Hã? Ah, que seja, então vai ficar por aqui?

— Também não.

— Mas o que!?

— Tenho outros planos para hoje. Só passei para dar um “oi”.

— Espera, então a história sobre ir ao Japão era uma mentira?

— Não. Eu apenas sabia de antemão que você iria recusar.

— O que!? Como!?

— Eu já disse, você tem um grande coração.

— Você—

— XYAO LAAAAAAAAAANGGGG.               

Do corredor que dava acesso ao jardim, Meiling gritava e acenava para Syaoran.

— Veja, sua atenção está sendo requisitada. Acho que já vou indo – Eriol disse enquanto se distanciava.

— Hã? Ah... Tudo bem.

— Ah – Eriol parou de andar - Eu ainda vou passar por aqui no fim da tarde para me despedir, volto para a Inglaterra ainda hoje.

— Mas já?

— Não há muito mais para eu fazer por aqui – Eriol disse enquanto arrumava os óculos – Bem, agora vou indo, até mais tarde – Voltou a caminhar enquanto acenava de costas.

— Nunca vou entender esse cara... – Refletiu Syaoran.

— XIAAOO LAAAAAAAAAAANNNGGG! Anda, venha logo! – O chamado de Meiling não cessava.

— Já estou indo – Syaoran disse vendo que não havia muito o que se fazer, caminhando na direção de Meiling.               

No decorrer daquele dia, Syaoran viria a ser mimado e importunado por sua prima e suas irmãs. Sua mãe tentaria o máximo lhe ajudar, mas não teria jeito. Mas de qualquer forma, seria um natal feliz em família.               

Enquanto isso, Eriol caminhava e saía da mansão Li, entrando num carro estacionado próximo. No volante, estava Kaho.

— Nossa, você foi mesmo rápido – Disse a mulher.

— Foi como eu falei. Conheço Syaoran.

— Mesmo assim, não acha que seria melhor passar mais tempo com ele?

— Não é necessário, já confirmei o que precisava. Além do mais, se ele precisar de ajuda, eu saberei – Disse Eriol convicto.

— Você realmente confia em sua habilidade, não é?

— Ainda estou descobrindo-a, mas estou convicto de que quando eu precisar, ela se ativará.               

Kaho sorriu.

— É bom ser capaz de ajudar os outros, não é mesmo?

— Confesso que não compreendi por completo o significado da sua pergunta, mas admito, é interessante prover ajuda a quem precisa.

— Pois é... – Kaho olhou para o nada com um semblante meio sério, mas logo retomou o sorriso terno – Então, o que iremos fazer?

— Como prometi, eu vou lhe mostrar os lugares mais famosos de Hong Kong.

— É muito gentil da sua parte.

— Como hoje é Natal, deve haver menos pessoas fora de casa, assim será mais tranquilo.

— Você realmente pensa em tudo.

— Precisão e convicção – Arrumou os óculos – Bem, podemos ir, siga reto e vire na segunda à esquerda.

— Sim, senhor.               

E assim, Eriol e Kaho seguiram para um passeio pelos pontos turísticos de Hong Kong.

—---------------------------------------x--------------------------------------------

— E ai, quando eu atendi, era ele ligando e desejando “Feliz natal” para mim! – Sakura exclamava, falando no telefone com Tomoyo novamente.

— Nossa... Eu não esperava que Li fosse tão proativo assim – Disse Tomoyo.

— Hã? Como assim?

— Não, nada. Que bom para você, deve ter ficado muito feliz, não é?

— Muito, foi uma grande surpresa para mim.

— Imagino – Pausou – Então, quando vai admitir que está apaixonada por ele?

— Hoe? – Sakura não captou o que a amiga disse.

— É isso mesmo, quando irá admitir?               

A garota de orbes respirou e engoliu saliva para responder a pergunta.

— Não... Não é tão simples assim...

— Explique.

— Eu gosto do Syaoran, não posso negar isso. Mas é mais complicado do que parece...

— Então vou mudar minha pergunta. Quando você vai me explicar o que há entre vocês?

— E-eu não sei...

— Tem algo que te impede de fazer isso?

— Não exatamente...               

Após alguns instantes, Tomoyo suspirou e desistiu:

— Me desculpe, não é justo da minha parte ficar te pressionando assim. Ser curiosa não vai te ajudar em nada.               

Ainda que silenciosamente, Sakura soltou um suspiro de alívio.

— Fique tranquila, conte a mim quando achar necessário. Tudo ao seu tempo.

— Obrigada Tomoyo, você é mesmo a melhor amiga que eu poderia ter.

— Ou pelo menos, a mais paciente.               

Com essa ultima fala, ambas riram por muitos segundos.

—----------------------------------------x----------------------------------------------               

Ao fim da tarde, Syaoran aguardava na frente de sua casa pela chegada de Eriol para que se despedissem. Logo, um carro preto parou a sua frente, e dele desceram Eriol e Kaho.

— Oh... – Reagiu Syaoran meio boquiaberto.

— Syaoran, esta é Kaho. Bonita, não? – Ao mesmo tempo em que Eriol fazia as apresentações, também aproveitava para brincar com o amigo.

— Kaho Mizuki, é um prazer conhecê-lo – Cumprimentou Kaho.

— S-Syaoran Li, o prazer é meu – Retribuiu meio envergonhado – Pensei que estava sozinho – Disse virando-se para Eriol.

— Kaho não queria se expor muito, alegava que iria “me atrapalhar”. A propósito, ela é a tutora de quem lhe falei.

— Ah, entendo.

— Eriol fala muito de você – Falou Kaho sorrindo.

— A-ah, ele também disse coisas boas sobre você - Syaoran disse ainda envergonhado.               

Antes que ficasse um clima desconfortável para Syaoran, Eriol interveio, desta vez para ajudar o amigo.

— Nesta tarde, levei Kaho para conhecer um pouco de Hong Kong. Entretanto, tivemos que nos apressar para não perder nosso voo para casa.

— Achei que tivesse um jatinho particular – Disse Syaoran.

— Ora, mas eu tenho.

— Então por que horário seria um problema para você?

— Veja, eu não acho interessante fazer pessoas trabalharem desnecessariamente num dia como esse. Já há voos para a Inglaterra hoje eu querendo ou não. Não há porque eu solicitar um especialmente para mim.

— Wow, às vezes você é mesmo um bom samaritano.

— Eu tenho meus momentos. Então...  – Estendeu a mão para cumprimentar o amigo.

— Nos vemos ano que vem? – Perguntou Syaoran apertando a mão de Eriol.

— Talvez até mais cedo – Em seguida soltou rapidamente a mão de Syaoran antes que viessem mais perguntas – Vamos, Kaho. A gente se vê, meu amigo.               

Ambos, entraram no carro, e após um breve aceno de Eriol, aceleraram e sumiram virando a rua. Mais uma vez, Syaoran ficou sem entender as palavras do amigo. Mas como já estava acostumado, nem gastou tempo tentando decifra-las. Precisava se arrumar, no dia seguinte voltaria para o Japão.

—------------------------------------------x-------------------------------------------

— Você precisa mesmo ir agora? – Meiling perguntava com as mãos unidas.

— Sim, Meiling, se eu continuar mais tempo aqui vou deixar de amar vocês – Ironizava Syaoran.

— Seu grosso! – Bufou               

Todos, suas irmãs, sua mãe, Wei e Meiling, estavam reunidos no saguão para se despedir de Syaoran.

— Tome cuidado, Xiao Lang.

— Continue estudando bastante.

— Veja se da próxima vez volta acompanhado.

— E que seja uma moça linda – Diziam suas irmãs.

— Também vou sentir saudade de vocês... – Syaoran disse revirando os olhos.

— Xiao Lang – Yelan se aproximou – Embora tenha sido curta, sua estadia aqui nos trouxe grande felicidade. Espero que retorne em segurança – Disse e abriu os braços.               

Ainda que hesitante, Syaoran lentamente se aninhou nos braços da mãe, para a surpresa de todos ao redor.

— Boa sorte em sua missão – Sussurrou Yelan no ouvido do filho.

— Obrigado – Respondeu Syaoran.               

Assim que se separaram, foi a vez de Wei se pronunciar.

— Eu irei acompanha-lo até o aeroporto, madame.

— Deixo ele em suas mãos, Wei.

— Certamente – Fez uma reverência.

— Certo – Syaoran falou e pegou a pequena mala que voltava consigo. Na sua vinda havia mais bagagens pois eram coisas que tinha comprado como presente para sua família, agora além de suas coisas pessoais, havia apenas o urso de pelúcia que comprara  – Estamos indo.

— Até mais... Xiao Lang... – Falou Meiling, que agora segurava o choro.

— Volte em breve, querido.               

Acenando, Syaoran deixava mais uma vez sua casa com destino ao Japão. O taxi já esperava do lado de fora, e logo Syaoran e Wei embarcavam nele.               

Durante a ida até o aeroporto, Syaoran divagava olhando pela janela, mas Wei interveio em seus pensamentos.

— Jovem mestre, eu—

— Quandos estivermos sozinhos pode me chamar por “Xiao Lang”, Wei.

— Certamente – Pigarreou – Jovem Xiao Lang, se me permite dizer, eu estou muito orgulhoso de você.               

As palavras de Wei chamaram a atenção de Syaoran.

— Eu o vi crescer e se tornar um homem capaz de correr atrás de seus sonhos e ambições. Certamente mestre Xiao Long ficaria muito orgulho e feliz por ter um filho como você.

— Obrigado, Wei – Foi o que Syaoran conseguiu dizer. Por mais que quisesse negar, ouvir aquilo o emocionou.               

Em pouco tempo, chegaram ao aeroporto, e na área de embarque se despediram. Primeiramente com um aperto de mãos, que logo se tornou um abraço. Havia um forte sentimento de afeto e gratidão entre aqueles dois homens. Após a despedida, Syaoran seguiu para o embarque. No avião, até tentou ler um livro, mas assim como na ida, acabou por cochilar. De fato, viagens aéreas deixavam Syaoran com sono.

—-----------------------------------------x----------------------------------------------               

Na casa dos Kinomoto, Sakura caminhava de um lado para o outro enquanto Touya assistia televisão. Fato era que a angustia da irmã estava irritando Touya.

— Essa agitação toda é pelo fato do garoto voltar hoje? – Perguntou o rapaz.

— Hã? Ah, sim...

— Hum, por mim ele podia ficar por mais tempo lá.

— Nâo fale isso.

— Se está com tanta ansiedade, por que não vai esperar por ele no aeroporto? Aproveite para levar junto essa atmosfera de garota apaixonada – Provocou.

— Eu até gostaria de o fazer – Ignorou a brincadeira do irmão – Syaoran até me disse ontem a noite o horário previsto que chegaria. Me ofereci pra ir recebê-lo no aeroporto mas ele disse que não era necessário. E além do mais, hoje é meu dia de fazer o almoço – Caiu de joelhos – Ai ai ai, eu não estou com sorte.               

Vendo o sofrimento da irmã, Touya resmungou coçando a cabeça.

— Olha, deixa que eu me viro com o almoço. Vá logo ver esse pirralho.

— O que? Isso é sério!? – Uma luz se acendeu no rosto de Sakura.

— É sim, se apresse antes que eu mude de ideia.

— Mas... Mas será que ele não vai ficar irritado?

— Até parece que ele ficaria irritado.

— Mas será que ele está mesmo chegando? Talvez o voo tenha atrasado...

— Aaaah mas que diabos!? Mande uma mensagem!

— AH! Você tem razão, vou fazer isso – Sakura disse e subiu correndo para o quarto rumo ao seu celular.               

Syaoran, que estava cochilando, acordou com o vibrar do dispositivo em seu bolso. Segurando-o em maõs, viu que se tratava de uma mensagem de Sakura.               

“Oi, Syaoran               

Por acaso já está chegando?”               

Se já estava chegando? Antes mesmo que desse uma olhada pela janela, ouviu o aviso:               

Passageiros, aterrissagem prevista para 15 minutos.               

Ainda confuso pela pergunta, mas agradecido pela conveniência, respondeu:               

“Olá               

Pelo visto vou aterrissar em 15 minutos               

Por que a pergunta?”

— AAAAAAAAH 15 MINUTOS!? TENHO QUE ME APRESSAR! – Exclamou Sakura.               

Embora corresse para se arrumar, conseguiu responder:               

“Por nada               

Obrigada”               

Syaoran ficou totalmente sem entender.

— Ela não...? Não, ela não faria – Pensou.               

Agora que acordara, já que faltavam apenas alguns minutos para aterrissar, resolveu manter-se acordado, em estado de “alerta”.               

Depois de alguns minutos, Sakura descia as escadas novamente correndo.

— Pela sua pressa, ele já deve estar chegando, não é? – Perguntou Touya.

— Sim, ele já esta quase aterrissando. – Sakura respondeu enquanto colocava seus sapatos – Muito obrigado por me cobrir, Touya. E também por me motivar – Disse sorrido para o irmão.

— Hum, apenas vá logo – Respondeu Touya tentando ignorar aquele sorriso.

— Pode deixar! – E saiu pela porta da frente em disparada.               

Lentamente, Touya voltou para a sala, e sentou-se no sofá. Colocando a mão sobre o rosto, indagou-se:

— Desde quando eu me tornei esse tipo de irmão?

—-----------------------------------------x--------------------------------------------               

Syaoran finalmente chegava à área de desembarque. Há alguns metros dali, uma figura feminina corria apressada. Ainda meio sonolento, bocejava.

— Talvez seja melhor comprar um café antes de ir para casa.               

Então, ouviu:

— SYYAAOOORAAAANNNNN!               

Virando-se para ver do que se tratava aquele chamado, deparou-se com uma garota linda de cabelos castanhos curtos e olhos verdes enfeitiçantes. Vinha correndo e parou a menos de 4 metros de distância dele. Estava ofegante, parecia bem cansada. Mas puxando e soltando o ar com força numa única vez, conseguiu moldar o sorriso mais radiante que Syaoran já havia visto em toda sua vida.

— Seja bem vindo, Syaoran – Disse Sakura.

—-------------------------------------------x-----------------------------------------------


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, assim Syaoran diz tchau a Hong Kong mais uma vez. Será que ele enfim vai conseguir o que quer? Quem sabe? Só nos resta esperar para ver. Enfim, chegamos ao fim de mais um capitulo, espero que tenham gostado, muito obrigado pelo apoio. Até a próxima ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho das Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.