Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 10
Retorno


Notas iniciais do capítulo

10° capítulo... Quem diria... Há 9 capítulos atrás eu iniciei uma jornada que hoje posso dizer que não me arrependo nem um pouco. Sou muito grato por todo o apoio que recebi ao longo desse tempo e espero continuar dispondo um conteúdo interessante para vocês. Então, sem mais delongas, eis o décimo capítulo. Boa leitura ^^



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Retorno           

 

Surpreso, Syaoran simplesmente deixou a mala cair no chão.

— Sa-Sakura? Por quê?

— Ahahaha... – Sakura riu envergonhada colocando as mãos atrás do corpo – Eu... Eu estava passando por perto... Daí pensei “Por que não?”, hahahaha...           

A encenação da garota não conseguiu convencer Syaoran, que a encarava incrédulo.

— Bem, na verdade, eu estava um pouco ansiosa, então, com o apoio de Touya, decidi fazer uma surpresa – Admitiu, brincando com as mãos.

— Touya?

— Sim, ele disse que eu estava o incomodando, hahhahahahah – Riu novamente envergonhada – Será que foi uma má ideia? Hahahaha...           

Sakura tentava disfarçar a apreensão de ter feito algo que Syaoran não gostou. Mas, para sua salvação, o rapaz tomou a melhor postura possível.

— Não, não foi uma má ideia – Falou em tom sério e convicto, surpreendendo Sakura – Isso... Isso me deixou bem feliz... – Disse olhando para baixo.

— A-Ah... B-bom saber... – Sakura teve a mesma postura de Syaoran.           

Desta vez, fora a chance da garota fazer uma surpresa, que para sorte dela, também foi bem sucedida.

— B-bom, eu estou com um pouco de fome. Quer ir comer alguma coisa em algum lugar?  - Sugeriu Syaoran.

— Hã? – Nessa hora, Sakura teve um estalo, que a fez se lembrar de algo importante, desabando de joelhos no chão – O bolo... Eu esqueci o bolo... – Disse desolada com as mãos sobre o rosto.

— Sakura! – Syaoran se aproximou rapidamente para consola-la – O que aconteceu?

— O bolo – Encarou o rapaz também ajoelhado ao seu lado – Eu esqueci o seu bolo, Syaoran. Como eu pude ser tão descuidada?...  – Dizia colocando as mãos sobre a cabeça.                       

A essa altura, muitas pessoas ali presentes pararam para observar aquela cena peculiar. Rapidamente, Syaoran percebeu a situação.

— Sakura, a gente tá chamando atenção demais. Depois você me dá o bolo, não há problema . Por hora, vamos apenas sair daqui.           

Ouvindo aquelas palavras, a garota parou com o drama e pôde ver as pessoas lhe encarando ao seu redor.

— HOE!? – Levantou-se assustada .           

Pensando rápido, Syaoran pegou sua mala, agarrou a mão de Sakura, e a arrastou para fora do aeroporto enquanto a garota se desculpava com todas as pessoas que via pela frente.

— Uff, estamos fora – Disse Syaoran assim que saíram do aeroporto – Você está bem?

— Estou, desculpe pelo transtorno – Respondeu Sakura cabisbaixa.

— Sem problemas.           

Nesse momento, os dois perceberam que ainda estavam de mãos dadas. Mais especificamente, Syaoran ainda agarrava a mão de Sakura, e de imediato, a largou.

— D-desculpe – Falou vermelho, olhando para o lado oposto de Sakura.

— N-não, tudo bem... – Respondeu ainda cabisbaixa.           

Ainda que totalmente sem querer, aquela cena também chamava a atenção daqueles que ali passavam, arrancando risinhos de alguns e comentários de outros, deixando aqueles dois ainda mais vermelhos.

— D-de qualquer forma, vamos indo. Eu conheço um lugar interessante aqui perto – Disse Syaoran, recompondo a postura.

— A-ah, sim – Seguiu o rapaz.           

Não muito longe, chegaram a um pequeno restaurante familiar, simpático e aconchegante. Sem demora, foram atendidos e fizeram seu pedido.

— Eu vou querer um hambúrguer e um suco de laranja  – Syaoran disse a garçonete – E você, o que vai querer, Sakura?

— Ah, não, obrigada, eu não vou querer nada – Recusava envergonhada.

— Não diga isso, é por minha conta. Vamos.

— Não... Eu realmente não...           

Syaoran a encarava arqueando as sobrancelhas, de tal forma que Sakura não pôde resistir.

— Então, eu vou querer o mesmo que você...

— Certo, são dois hambúrgueres e dois sucos de laranja – Syaoran disse novamente a garçonete.

— Mais alguma coisa? – Perguntou a garçonete após anotar o pedido.

— Apenas isso.

— Ok, aguardem um pouco, por favor – E saiu.

— Desculpe por pedir algo tão infantil, ainda não perdi algumas manias – Disse Syaoran coçando a cabeça.

— Ah, não há problema algum, eu ainda não perdi o hábito de deixar as salsichas por último no meu bentô, hahahaha.

— Hahahaha.             

Assim iniciaram um conversa tranquila e saudável. O estabelecimento não estava muito movimentado, e isso contribuía para que ficassem mais a vontade. Logo, foram servidos.

— Nossa, seu amigo parece ser mesmo misterioso.

— Sim, às vezes é complicado compreende-lo. Porém, quando quer, consegue ser bem irritante.

— Vocês devem se dar muito bem – Dizia Sakura sorrindo.

— Bom, nos conhecemos desde criança, com o tempo aprendi a aturá-lo.

— Hahaha, que malvado.

— E quanto a Daidouji, como anda?

— Ah sim, ela foi viajar com sua mãe, como disse. Parecem ter se divertido bastante. Ela me disse que volta amanhã mesmo.

— Entendo, que bom para ela.

— Sim, fico feliz por ela, momentos assim são raros para aquelas duas.

— É. Família pode ser algo complicado de lidar – Disse Syaoran lembrando da sua.

— Hã? – Sakura ficou sem entender.

— A-Ah, não é nada, hahaha – Tentando disfarçar, bebeu um longo gole de seu suco. Assim que terminou, seu olhar pousou sobre sua mala que estava do seu lado, e lembrou-se do conteúdo que nela continha. Embora fosse mais cedo do que esperava, era hora de fazer aquilo – Hã... Sabe Sakura, você se importa de ir comigo a mais um lugar? – Perguntou sem olhar direto nos olhos da garota.

— Ah, não... – Mesmo sem saber do que se tratava, Sakura não via razões para negar.

— Certo – Disse Syaoran triunfante.

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De volta a casa dos Kinomoto, era vez de Touya ficar nervoso e ansioso pela volta da irmã. Havia chamado Yukito para ajudar com o almoço, aproveitando que o mesmo estaria sozinho em casa naquele dia.

— O que foi, Touya? – Perguntava Yukito, mexendo com algumas panelas – Não foi você que a encorajou a ir?

— Sim, mas eu não esperava que ela fosse demorar tanto assim.

— Ora, não faz tanto tempo assim que ela saiu – Se aproximou de Touya e colocou a mão sobre o ombro do amigo – Vamos lá, dê um momento a eles.

— Não sei. Talvez tenha sido uma má ideia.

— Por que você diz isso? Você mesmo disse para Syaoran que o apoiava.

— Eu nunca disse isso. Eu apenas disse que não iria barrar tanto o caminho dele.

— Pois bem, se você fizer alguma coisa agora, vai estar barrando o caminho dele.                    

Touya era teimoso demais para aceitar o conselho do amigo.

— Isso e aquilo são coisas diferentes Yuki, eu vou no mínimo ligar para Sakura – Disse puxando o celular do bolso.

— Escuta, Touya – Yukito impediu o amigo quando estava prestes a fazer a ligação – Eu entendo sua preocupação, mas se você não der a devida liberdade para aqueles dois, eles nunca vão sair do lugar, e a sua dor de cabeça com relação à proteção de Sakura vai continuar. Então, é melhor confiar nos dois por hora.           

Ainda que relutante, Touya cedeu.

— Tá certo, vou fazer assim – E guardou o celular no bolso.

— Muito bom – Yukito sorriu e voltou a mexer com as panelas – Além do mais, não acho que seria muito útil ligar para o celular de Sakura.

— Hã? Como assim?

— Ele está na mesa da sala, eu reparei assim que cheguei.

— Mas o quê? – Touya correu para a sala de estar, e constou que lá estava o aparelho da irmã – Aquela monstrenga... Ela vai levar uma bela bronca... – Disse baixinho cerrando os punhos.

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— Wow, o Rei Pinguim está coberto de neve – Exclamava Sakura. O casal agora estava no Parque do Rei Pinguim, que estava praticamente deserto – Eu tinha esquecido como ele ficava quando nevava bastante.

— É, realmente tem nevado muito por aqui ultimamente. Em Hong Kong não costumamos ter neve, então é uma situação bem incomum pra mim.

— Sério? Como foi para você no ano passado?

— Eu fiquei bastante surpreso – Sorriu – Se não fosse pelos conselhos e recomendações da minha mãe, com certeza teria passado bastante frio.

— Entendo. Que bom que a sua mãe te aconselhou, não é? Afinal temos muita neve aqui, haha – Dizia Sakura enquanto brincava com a neve do chão.           

Enquanto observava Sakura, Syaoran sorria. Era impossível não admirar a beleza e felicidade que a garota emanava.

— Ei, você não acha que o Rei Pinguim está feliz também? Afinal, agora este lugar se parece muito com o seu habitat natural.

— Hã? Ah – Syaoran voltava do seu transe – De fato. Mas isso, se ele tiver uma boa camada de gordura para se proteger do frio.

— Hummm – Sakura esprimia os olhos enquanto encarava o Rei Pinguim – Ele parece bem gordinho pra mim. Acho que ele vai ficar bem, hahahahaha.

— É, torçamos para que ele fique, hahaha.           

Após rirem, ficaram em silêncio olhando para o grande escorregador em sua frente. Syaoran então se tocou de que aquele era o momento, e tratou de ir tirando o urso de sua mala.

— Então... Sakura... Eu fiquei com um pouco de vergonha de fazer isso lá no restaurante, mas eu queria lhe dar isso – Estendeu o urso em suas mãos na direção de Sakura.           

A garota ainda distraída com o Rei Pinguim, lentamente se virou na direção de Syaoran, e levou um susto ao ver o conteúdo nas mãos do rapaz.

— F-Feliz natal, denovo – Syaoran conseguiu dizer olhando nos olhos de Sakura.

— H-Hoe? – Sakura simplesmente não entendeu aquele evento.

— E-Eu vi isso numa vitrine de uma loja em Hong Kong, e na hora eu me lembrei de você          . Achei que... Talvez pudesse gostar... – Desviou o olhar – Mas tudo bem se não gostar, não há—

— Obrigada – Sakura disse lentamente cortando Syaoran enquanto estendia as mãos para pegar o ursinho – Eu gostei muito... Obrigada – Repetiu baixinho enquanto apertava o urso em seus braços.

— F-Fico feliz, então – Disse o rapaz coçando a cabeça.           

O coração de ambos batia mais forte, era um momento de grande emoção. Até que se ouviu a uma voz infantil por trás dos dois.

— Hã? Esse aí não é o Syao-bo? – Perguntava um garotinho de mais ou menos 10 anos, apontando para Syaoran.

— Ah, é ele mesmo – Respondeu outro garoto de mesma idade com uma bola embaixo dos braços.

— Syao-bo!                 

Várias crianças então se aproximaram e cercaram Syaoran.

— Uah! Pessoal! – Exclamava Syaoran, surpreso – O que fazem aqui?

— Ora, viemos jogar – Respondeu um deles.           

Aquelas crianças eram aquele grupo que costumava jogar bola com Syaoran em alguns dias quando voltava para casa.

— Jogar? Mas está cheio de neve aqui.

— E quem liga? Não vemos nenhum problema – Disse aquele com a bola.

— Vocês...

— Vai me apresentar, Syaoran? – Perguntou Sakura, que estava sobrando.

— A-Ah, desculpe. Estas são algumas crianças com as quais jogo bola às vezes. Pessoal, esta é minha amiga.

— Meu nome é Sakura Kinomoto, é um prazer conhecê-los – Disse Sakura sorrindo e fazendo uma pequena reverência.

— Ooh... – A reação de admiração das crianças foi mútua.

— Ei, Onee-san, você é a namorada do Syao-bo? – Perguntou uma garotinha.

— E-Ei, Hiromi! É mal educado dizer coisas como essa! – Exclamou Syaoran envergonhado.

— Mas vocês parecem um casal – Hiromi insistiu.

— Hiromi-chan, certo? – Sakura disse se agachando para se igualar a altura da garotinha – Nem sempre as coisas são o que parecem. Eu e o... – Olhou para Syaoran e sorriu – “Syao-bo”, somos apenas bons amigos.

— Mas ele te deu esse urso, não foi? – Outro garoto se intrometia.

— Isso é uma coisa que bons amigos fazem – Syaoran se defendia – Tenho certeza que você ainda vai dar algo assim para a Hiromi, Koizumi – Provocou.

— Ei! Não fique falando esse tipo de coisa! – Koizumi bufou, para o prazer de Syaoran.

— Tá, tá. Chega desse papo sem graça – Disse Shinichi, o garoto da bola – Bola, vamos jogar bola – Falou, erguendo a mesma.

— Ah... Eu vou ter que passar dessa vez, pessoal, nós—

— Por que não? – Interveio Sakura – Parece divertido pra mim. Eu topo! – Exclama erguendo a mão.

— Oba! Se a Onee-san vai, então não tem como Syao-bo recusar.           

Os olhares pousaram sobre Syaoran, que se viu sem escolhas.

— T-tudo bem então...

— Isso! Vamos procurar um lugar com menos neve!

— É!           

Assim, as crianças puseram-se a correr em busca de um local mais apropriado.

— Nossa, eles realmente tem muita energia – Comentou Sakura.

— Você não faz ideia... – Disse Syaoran.

— A propósito, porque “Syao-bo”?

— Eu não sei. Acho que eles não queriam me chamar por “Onii-san”, então acharam esse apelido.

— Hahahaha, eles são muito espertos.

— Eu não vejo tanta graça...

— Ei! Venham logo! Achamos um lugar legal – Gritava Koizumi ao longe.

— Tá bom! Já estamos indo! – Respondeu Sakura – É melhor irmos.

— Certo.           

Foram de encontro às crianças. De fato, acharam uma área que tinha menos neve. Não era o melhor terreno para jogar futebol, mas dava pro gasto. Syaoran colocou sua mala juntamente com o urso de Sakura num canto mais seguro.

— Certo, certo – Disse o chinês alongando o corpo – Já que me dei o trabalho de participar disso, nada mais justo do que dar um show.

— Aposto que só está dizendo isso para impressionar a Onee-san – Provocou Koizumi.

— Vou me lembrar disso em campo – Syaoran ameaçou Koizumi, fazendo-o tremer – Agora... – Num movimento rápido, tirou a bola dos pés de Shinichi, que estava próximo – Quero ver quem consegue pegar a bola de mim – E saiu guiando a mesma.

— Ei! Isso não é justo! Peguem o Syao-bo! – Ordenou Shinichi, fazendo todos correrem atrás de Syaoran.           

Sakura ainda estava meio perdida, mas estava achando aquilo bem engraçado.

— Onee-san, Onee-san – Dizia Hiromi pegando a mão de Sakura – Vamos lá também – Falou sorrindo.

— Tá bom! – Respondeu Sakura retribuindo o sorriso.           

As duas, de mãos dadas, puseram-se a fazer parte daquela perseguição. Quem visse aquela cena, iria pensar que se tratava de um pai e uma mãe brincando com os seus muitos filhos, algo bem peculiar de se ver, com certeza.           

A diversão durou algo tempo, claro, com alguns intervalos, para que todos pudessem descansar. Ao fim da tarde, todos estavam bem cansados, especialmente as crianças, que por mais que quisessem continuar a farra, estavam esgotados e precisavam voltar para casa.

— Da próxima vez... A gente vai ganhar... Syao-bo... – Falava Shinichi, ofegante.

— É isso aí – Reforçou Koizumi.

— Haha, vou estar esperando – Respondeu Syaoran.

— Onee-san, você vai brincar com a gente novamente, não é? – Perguntou Hiromi para Sakura.

— Sim – Agachou-se mais uma vez para ficar na altura da menina – Com certeza, voltarei para brincar com vocês.           

Os olhinhos de Hiromi brilharam ao ouvir as palavras de Sakura.

— Tá! – Respondeu.           

O grupo de crianças então, foi se afastando enquanto acenavam se despedindo de Sakura e Syaoran.

— Foi muito divertido – Dizia Sakura enquanto acenava de volta.

— Passar um tempo assim com crianças pode ser muito proveitoso.

— Sim... Você tem muita sorte por ter esse convívio com eles.

— Bem, você também não fica muito para trás, eles gostaram mesmo de você.

— Bom, não tinha o que fazer, afinal, eu sou amiga do grande “Syao-bo”, hahahaha – Zombou.

— Ah, cale a boca...

— Hahaha, desculpe.           

Tendo Sakura parado de rir, Syaoran pegou sua mala.

— Certo, hora de irmos para casa também – Disse estendendo mais uma vez o urso para Sakura.

— Sim – Concordou a garota pegando o ursinho.           

Então, o jovem casal seguiu rumo as suas respectivas casas. Uma parte do caminho ainda andariam juntos, porém nenhum dos dois se atrevia a falar nada. No entanto, não era um clima de tensão ou nervosismo, pelo contrário, ambos estavam em sintonia um com o outro, de maneira que não era necessário o uso de palavras para criar um clima mais agradável. Estavam bem apenas com o silêncio, apenas com suas presenças. De tal forma, que embora não percebessem, estavam sorrindo. Andavam lado a lado, mas não se atreviam a olhar no rosto um do outro. Aquilo era o suficiente para eles.           

Mas como nem tudo era um mar de rosas, logo chegaram à bifurcação que os faria se separarem. Tomada pela coragem, Sakura virou bruscamente na direção de Syaoran, surpreendendo-o.

— Syaoran, o que você vai fazer no Ano Novo?

— H-Hã? Eu não sei... Ano passado eu só fiquei em casa mesmo. Acho que vou fazer a mesma coisa.

— T-Todo ano, eu vou com Tomoyo no Templo Tsukimine passar o Ano Novo – Tomou fôlego – Você gostaria de ir conosco neste ano? – Perguntou olhando direto nos olhos do rapaz.     

  Aquela pergunta surpreendeu ainda mais Syaoran, arregalou os olhos e buscou compreender aquele convite, mas o olhar de Sakura necessitava de uma resposta rápida, então não pensou muito.

— Sim. Eu gostaria – Respondeu calmo e terno.           

A resposta de Syaoran arrancou um grande sorriso de Sakura, seguido de um longo suspiro.

— E-Entendo... Bem, então depois eu mando uma mensagem para a gente acertar os detalhes.

— Okay.

— Então... Até logo – Disse Sakura sorrindo.

— Até logo, Sakura – Retribuiu Syaoran.           

A garota pôs-se a correr na direção de sua casa, abraçada ao urso de pelúcia. Entretanto, rapidamente parou e se virou novamente na direção de Syaoran.

— Ah, mais uma vez, muito obrigada pelo ursinho!  - Exclamou com aquele belo sorriso.           

Levemente chocado com aquele beleza, Syaoran apenas sorriu e respondeu:

— Não há de que!           

A garota então retomou a corrida e não se virou novamente. Syaoran ficou ali, observando-a se distanciar. Em seu rosto, um sorriso. O mesmo sorriso que estava estampado na face de Sakura, que seguia correndo.           

Embora quisesse ficar ali para sempre, começava a nevar, fazendo-o lembrar de que havia uma casa para onde retornar. E assim o fez.

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Sentado no sofá, Touya estava impaciente. Uma veia saltava na testa, e o pé não parava de bater no chão.

— Fique calmo, sei que ela já está chegando – Yukito que ainda estava lá, tentava o acalmar.

— JÁ CHEGA – Levantou-se bruscamente do sofá – Eu vou atrás dela agora!

— Cheguei! – Anunciava Sakura entrando pela porta da frente – Brrrrr, está muito frio lá fora.

— Sakura! – Touya correu de encontro à irmã.

— Foi como eu disse – Yukito o seguiu.

— Sakura— Espera, que urso é esse?

— A-Ah, isso... – Reparou em Yukito – Ah, oi, Yukito – Cumprimentou sorrindo.

— Olá – Retribuiu.

— Não tente fugir, de onde veio esse urso?

— F-Foi um presente... Do Syaoran...

— Mas o que!?

— Nossa, é mesmo um ursinho muito bem feito e bonito – Disse Yukito, tentando deixar o clima mais leve.

— Hehehe, não é? – Sakura ria meio envergonhada.

— Olha... Não me interessa o urso. Eu quero saber por que você demorou tanto. E ainda por cima, esqueceu o celular! – Bufou.

— Hoe?  - Sakura ficou confusa, mas assim que viu o aparelho na mão do irmão compreendeu que o havia esquecido – HOEEEEEE!? COMO EU ESQUECI ELE!? – Exclamava enquanto pegava o celular nas mãos.           

Vendo a reação da irmã, Touya constatou que não havia muito o que fazer. Brigar com a irmã não iria concertar a falta de atenção dela. Assim sendo, apenas repousou a mão sobre o rosto, soltando um longo suspiro.

— Escuta. Você deve estar cansada. Vá tomar um banho para descansar e se esquentar – Disse Touya.           

A calmaria do irmão surpreendeu Sakura, mas preferiu simplesmente aceitar ao invés de contesta-la.

A-ah... Tá bom então... – Seguiu para seu quarto.

— No fim, você é um ótimo irmão  - Disse Yukito, sorrindo.

— Cale a boca. Depois eu vou querer um relatório detalhado sobre o que aconteceu hoje.

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Após chegar em casa, primeiramente Syaoran foi comer alguma coisa. Aquelas crianças conseguiram cansa-lo mesmo. Depois, desfez sua mala e organizou suas coisas, colocando tudo em seu devido lugar, algo muito importante para ele. Então, mais tranquilo, finalmente foi tomar seu merecido banho. Aproveitando-se do fato de havia voltado de viagem, e de que ficou a tarde inteira correndo, abusou um pouco mais do tempo na banheira, mas nada que o fosse fazer passar mal.           

Após aquele merecido banho, ainda meio molhado, sem camisa e com a toalha sobre o pescoço, jogou-se de costas em sua cama. Estava perdido em seus pensamentos. Os quais obviamente envolviam Sakura Kinomoto. Embora tivesse ficado poucos dias fora do Japão, sentiu com força a falta da presença da doce garota de olhos verdes. Aquele reencontro, os momentos que passou com ela naquele dia, não tinha como ser melhor.

— Ah... Então, é assim que é estar apaixonado...?...

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Notas finais do capítulo

Bom, acho que o pessoal que tava afim de ver mais momentos entre Sakura e Syaoran deve ter ficado no minimo satisfeito, não é? Hahahaha, mas que reencontro! Porém, esperem que ainda tem mais. E me atrevo a dizer, muito mais. Por hora, é isso. Espero que tenham gostado. Até mais ^^



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