Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 8
Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Hey hey, cá estou. Mistérios no ar, perguntas precisando de respostas. Eu sei. Mas tenham calma, tudo ao seu tempo ^^ Então, pois bem, espero que gostem de mais este capítulo. Boa leitura ^^



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Feliz Natal           

 

Caído, Syaoran tentava se recompor.

— Será que isso... Vai acontecer... Todo dia?... Me larga um pouco Meiling! – Conseguiu com dificuldade dizer, enquanto era sufocado pelo forte abraço de Meiling.           

Meiling Li, uma garota de cabelos negros e olhos castanho-avermelhados, era prima de Syaoran, e assim como Eriol, cresceu junto do futuro líder da família, sempre tendo muita admiração por ele. Embora Syaoran nunca tivesse demonstrado grande apreço pela prima, possuía um forte sentimento fraterno para com a garota.

— Já faz tanto tempo... Eu tive muitas saudades! – Dizia Meiling, sem soltar o pescoço do primo.

— Eu compreendo, mas por que não conversamos ou algo assim em vez de você se jogar em mim?

— Aaaaah, mas eu te amo tanto!

— Ei, já conversamos sobre isso, não é?           

Há algum tempo, Meiling confessou seus sentimentos por Syaoran. Por mais que fossem primos, não havia leis que os impediam de se casarem. No entanto, Syaoran não correspondia aos sentimentos da prima, e após muito tempo rejeitando-a, com grande esforço, conseguiu fazê-la compreender que uma união entre os dois seria impossível.

— Eu sei, eu sei, já me conformei com o fato de que jamais poderei me casar com você. Mas mesmo convertendo meu amor para um amor de prima, não perdeu nem um pouco de intensidade – Apertou ainda mais o pescoço de Syaoran.

— Uugh, que sorte eu tenho – Lamentou.

— Haha, as interações entre vocês não mudaram nada – Eriol se pronunciava pela primeira vez após a aparição de Meiling.           

Ao ouvir suas palavras, a garota lhe encarou com um olhar de indiferença e desprezo.

— Ah, vejo que você também está aqui.

— Você certamente continua bem excêntrica.

— O que você quer dizer com isso, Quatro-olhos? – Meiling desgrudou de Syaoron e cerrou o punho.

— Creio que nada menos ou mais do que o que meus olhos e ouvidos capitam – Falou sorrindo.

— SEU...           

Assim ficou o clima da situação, de um lado, Meiling emanava uma aura medonha e seus olhos pareciam queimar, enquanto do outro lado, Eriol mantinha a mesma aura pacífica e calma, embora fosse possível sentir as verdadeiras intenções daquele sorriso terno. Aqueles dois sempre tiveram uma pequena rixa entre eles, Eriol adorava a provocar, ainda mais do que Syaoran, e as respostas e reações de Meiling quase sempre o faziam rir.

— Ora, vamos, não comecem vocês dois – Syaoran tentava impedir que aquelas faíscas aumentassem.           

Ouvindo as palavras do primo, Meiling recuou e apontou para Eriol:

— Não tenho culpa se ele sempre me enche o saco. Não sei como um ser tão desprezável consegue ser tão irritante, hmpf! – Bufou e cruzou os braços.

— Sinceramente, você é uma criança? – Eriol revidou.

— OLHA AQUI—

— Okay, okay, já chega – Syaoran se interviu no meio dos dois antes que Meiling pulasse em Eriol – Faz um tempo que não nos vemos, porque não saímos juntos? – Virou para a garota – Meiling, estávamos planejando sair para comprar umas coisas à tarde, por que não vem junto? Assim também podemos conversar mais, o que acha?

— Hummm... Tá bom, eu também vou aproveitar para fazer umas compras, hehe.

— Imaginei que seria assim – Syaora revirou os olhos e se voltou para Eriol – Tudo bem, não é Eriol?

— Por mim, não há problemas, desde que um gorila não caía em cima de mim.

— EI, POR ACASO VOCÊ TÁ SE REFERINDO A MIM, É? – Novamente Meiling assumia a posição dos olhos flamejantes.

— Bom, não estamos perto de um zoológico, então nos resta pensar no que mais se assemelha a um gorila, não acha? – Disse Eriol sorrindo enquanto recebia as faíscas de Meiling.

— Aahh... – Syaoran suspirou – Vai ser um longo dia.

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— Vamos, venha logo Xiao Lang! – Meiling chamava por Syaoran enquanto corria em meio à região comercial de Hong Kong.

— Eu realmente estou levando a sério o fato de que ela é uma criança.

— Não seja rude com minha prima, esse é apenas o jeito dela.

— Bom, seria interessante que ela encontrasse alguém similar a ela.

— Vocês realmente não pensam em se dar bem um com o outro, não é?

— Ora, eu me dou muito bem com ela, me divirto bastante em sua presença.

— Você é horrível.           

Já estavam andando há algum tempo, e pararam em algumas lojas, mas Meiling ainda não estava satisfeita, e decidiu que continuaria a dar uma olhada nas vitrines. Entretanto, na sua busca por algo, ela estava bem distante dos dois rapazes que caminhavam mais atrás, o que gerou certa preocupação da parte de Syaoran.

— Meiling, cuidado para não ir muito longe! – Exclamou para que a prima ouvisse.

— Ei – Meiling virou bruscamente – Eu não sou uma criança, não vou me perder tão facilmente!

— Não sei se posso concordar— Disse Eriol baixinho antes que Syaoran desse uma cotovelada em seu estomâgo.

— Ah, okay então – Tendo Syaoran dito isso, Meileing voltou a caminhar em seu ritmo – É, acho que a gente não precisa se preocupar tanto com ela.

— He, fale por si mesmo.

— Quer mais uma cotovelada?

— Não, estou bem.           

Aquela avenida estava bem movimentada. Era véspera de Natal, e embora a maioria das pessoas ali não ser cristã, muitos usufruíam da oportunidade para dar presentes as pessoas próximas, então havia bastante gente na correria para comprar algo para alguém querido.

— Mas Syaoran, você só vai comprar isso mesmo? São meros cartões e alguns souvenires. Não teria que dar algo especial a alguém? – Perguntou Eriol.

— Não sei do que está falando. Isso era o que eu tinha em mente desde o início, apenas umas lembrancinhas mesmo.

— Ah, entendi.

— Mas e você, pra quem são as coisas que comprou?           

Eriol havia comprado 3 items. Um pequeno vaso com o desenho de uma flor de lótus, uma caixa de incenso, e um colar com um pingente feito de ametista.

— Bom, o vaso é para minha mãe, ela adora decoração, o incenso é para meu pai, o favorito dele acabou, então ele pediu que vindo para cá, eu comprasse outro que ele também gosta e só se encontra aqui em Hong Kong. Já o colar, bem, é para uma pessoa especial.

— Hummm, especial. Pensei que ainda não tinha atribuído interesse a ninguém.

— De fato, tenho que admitir que se trata de uma mulher, mas não é desse tipo que estamos falando – Eriol arrumou os óculos – Ela é como uma tutora, meus pais estão normalmente bem ocupados, então contrataram ela para “tomar conta” de mim. Não é como se eu precisasse, mas tenho que admitir que ela é de grande ajuda. Ela é pra mim, como Wei é para você, só que sem executar as tarefas de um mordomo.

— Aah, compreendo. É, ela deve ser bem importante para você mesmo.

— Com certeza.           

Continuaram caminhando até que algo chamou a atenção de Syaoran. Ao olhar de relance para uma vitrine, estacou. Com mais calma, encarou o objeto que lhe distraiu. Tratava-se de um ursinho de pelúcia, que em seu colo segurava uma almofada onde estava bordado “Feliz Natal”. A delicadeza daquele bordado e a excelente confecção do conjunto todo tornaram impossível não pensar na garota japonesa que lhe era tão estimada.           

Eriol percebeu a forma como aquele objeto roubava a atenção do amigo, e sem hesitar, opinou:

— É um belo ursinho, por que não compra?

— O que!? – Syaoran saiu do transe assustado.

— Falo do ursinho, parece um ótimo presente para se dar à alguém especial, não acha?           

Sem querer admitir, Syaoran abaixou a cabeça e concordou:

— É...

— Então o que está esperando? Vai lá, compre.

— Eu sei, não precisa me apressar!  - Respondeu Syaoran, vermelho e irritado.           

Enquanto o rapaz, mesmo envergonhado, entrava na loja e pedia ao atendente pelo ursinho, Eriol o observava pela vitrine.

— É, com uns empurrõezinhos talvez ele chegue a algum lugar.           

Em menos de um minuto, Syaoran saía da loja com o ursinho em mãos.

— Certo, agora acho que já gastamos o suficiente, não é? – Perguntou Eriol.

— Sim, vamos chamar a Meiling.           

Nesse momento, se deram conta de que não faziam ideia de onde Meiling estava.

— Mas o que!? – Exclamou Syaoran perplexo.

— Bem, eu avisei – Eriol comentou dando de ombros.

— Aaah – Syaoran suspirou – Bom, eu vou ligar pra ela – Disse enquanto puxava o celular do bolso.           

Assim que pegou o aparelho, recebeu uma ligação, de ninguém mais ninguém menos que Meiling. Surpreso, atendeu e colocou o dispositivo próximo ao ouvido.

— Alô?

— CADE VOCÊS!? ONDE VOCÊS ESTÃO!? – Berrava Meiling do outro lado da linha fazendo Syaoran quase ficar surdo.

— Um gorila ligou para você? – Perguntou Eriol.

— EU POSSO TE OUVIR, QUATRO-OLHOS!

— Ah, é só sua prima, que susto, não sabia que ela conseguia realizar ligações.

— EU VOU TE MATAR QUANDO ACHAR VOCÊS—

— Acalme-se Meiling, depois vocês discutem. Vocês andou de mais, não pudemos te acompanhar.

— A CULPA É DE VOCÊS POR ANDAREM IGUAL DOIS MOLENGAS! EU ESTAVA ANDANDO TRANQUILA QUANDO OLHEI PARA TRÁS E VI QUE VOCÊS NÃO FORAM CAPAZES DE ME ACOMPANHAR. VOCÊS SÃO UMAS LESMAS!

— Okay, que seja. Onde você está?

— Estou no cruzamento da rua XXXXX com a avenida YYYYYY!

— Certo, não estamos longe, logo chegaremos até você, espere aí.

— Tá bom, eu vou te esperar.

— Okay, tchau – E em seguida encerrou a ligação.

— No fim, vamos ter que buscar a garotinha perdida.

— Cala a boca, vamos logo.

— Oookay.           

Seguiram sem demora ao encontro de Meiling.

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— E daqui também temos uma bela vista para a floresta – Dizia Tomoyo ao telefone, sentada na varanda do chalé que estava ocupando junto a sua mãe.

— Aaaaai que inveja, gostaria de ir a um lugar assim algum dia – Disse Sakura no outro lado da linha, enquanto preparava a massa dos biscoitos que ia assar.

— Hehe, sem problemas, eu vou pedir a mamãe para que um dia possamos vir nós 3 juntas para cá.

— Aaaaa sério!? Isso seria incrível! – Exclamou a garota dos orbes verdes.

— Sim, pode deixar. Mas e você, o que está fazendo?

— Bem, agora eu estou fazendo uns biscoitos com o Touya, ah, ele está mandando lembranças.

— Obrigada, mande para ele também.           

Assim Sakura o fez.

— Seu pai ainda não chegou da escavação?

— Não, ainda não. Mas ele disse que ainda chega essa noite.

—Ah, que bom. E quanto ao Li, tem falado com ele?

— E-err, bem...           

Sakura estava meio envergonhada para falar sobre isso na frente do irmão. Mas Touya, perspicaz como tal, percebeu a conversa em que a irmã estava entrando, e merecendo o prêmio de melhor irmão do mundo, saiu do recinto disfarçadamente:

— Eu vou pegar uma coisa lá em cima e já volto – Alegou Touya enquanto saía da cozinha.

— A-ah, tá bom – Respondeu Sakura surpresa mas também feliz.

— Hum? – Do outro lado da linha, Tomoyo estava sem saber o que se passava.

— Ah, desculpe Tomoyo – Respirou fundo – Enfim, ontem eu mandei aquela mensagem para ele. Demorou mas me respondeu.

— Entendo, e vocês continuaram a conversa depois?

— Err... Bem... Talvez?

— Hã? Como assim?

— Aaaaaaii, eu já estava sonolenta quando ele me respondeu. Eu até tentei mandar mais mensagens, mas todas estavam saindo com palavras sem sentido, já que eu não conseguia digitar direito por causa do sono.

— Hahaha, e como Syaoran reagiu?

— Pra falar a verdade ele foi muito gentil. Compreendeu minha situação e sugeriu que conversássemos de novo hoje.

— Humm, muito legal da parte dele mesmo.

— Sim – Ao concordar, a garota corou um pouco.

— E vocês já trocaram mensagens hoje?

— Ainda não.

— E por que não manda logo uma mensagem?

— B-bem, ele ficou de mandar – Respondeu assustada com a sugestão da amiga.

— Veja, tratando-se do Li, não vejo problema de você esquecer um pouco as cordialidades e tomar a iniciativa, embora fosse o dever dele.

— Certo... Eu vou pensar.

— Só não pense demais, se não pode acabar queimando os biscoitos – Disse Touya voltando para o cozinha.

— Hã?           

Olhando para o forno, Sakura viu uma leve fumaça preta saindo aos poucos. Os biscoitos que já deveriam ter sido tirados do forno estavam queimando.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH! – Após esse grito, barulhos de coisas caindo foram ouvidos por Tomoyo em seu celular, fazendo-a apenas rir discretamente.

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— Tem certeza que não quer uma carona? – Ofereceu Syaoran.

— Não, está tudo bem, não estou alocado muito longe daqui.

— Certo. Nós nos vemos amanhã?

— Só o amanhã sabe – Respondeu Eriol sorrindo.

— Entendo – Disse Syaoran após revirar os olhos.

— Então, até logo, meu amigo.

— Até.           

Despediram em frente à entrada da residência da família Li. Já era noite em Hong Kong. Havia sido uma tarde de lucros e peculiaridades. Eriol voltava andando para o apartamento que estava ocupando. De fato, ficava a poucas ruas dali. Não demorou muito para chegar. Subiu as escadas, chegou à porta, e abrindo-a, foi logo recebido.

— Chegou um pouco tarde, Eriol.

— Ora, para muitos o dia está apenas começando.

— Eu sei bem disso, mas creio que isto não se aplica a você.

— É um pouco rude da sua parte alegar tal afirmação.

— Minhas mais sinceras desculpas.

— Sem problemas, Kaho.           

Kaho Mizuki, essa era a tutora de Eriol. Embora o rapaz tivesse dito que veio sozinho a Hong Kong, não era bem verdade, tinha trazido Kaho junto a ele. Ela era uma mulher incrivelmente bonita, possuía cabelos longos e castanhos, e olhos de mesma cor.

— Quer ajuda com essas coisas? – Ofereceu Kaho.

— Não, obrigado. Vou coloca-las ali na bancada – Disse e assim o fez – Olhe – Pegou o colar – Eu sei que ainda está um pouco cedo, mas lhe comprei este colar como presente.

— Oh. Eriol, mas você não deveria... – Surpreendeu-se Kaho.

— Você pode até pensar isso, mas eu discordo – Falou enquanto colocava o colar no pescoço de Kaho – Você tem me apoiado bastante, isso é só uma forma de agradecer.

— Ah, Eriol, eu não sei nem o que falar.

— Um “obrigado” é mais do que o suficiente.

— Certo, muito obrigada – Disse Kaho, sorrindo.

— Não há de que – Retribuiu o sorriso.           

Kaho seguiu para um canto onde havia um embrulho. Pegando-o disse:

— Pra falar a verdade, também dei uma saída e comprei isto aqui para você, espero que seja de seu agrado.           

Em suas mãos, Kaho exibia um vaso detalhado com pétalas de peônia.

— Nossa, você não poderia escolher um melhor – Disse Eriol surpreso.           

Pois é, o filho havia puxado um pouco os gostos da mãe.

— Ainda bem que gostou, fico feliz que ele não seja igual ao que você comprou.

— Sim, tivemos sorte – Falou Eriol enquanto pegava o vaso para observá-lo melhor – Mas você deveria ter vindo comigo Kaho. Eu adoraria tê-la apresentado a família Li.

— Eu já fui intrometida o bastante por vir com você para cá mesmo sem você querer, não quero te atrapalhar.

— Você sabe muito bem que não me atrapalha com nada. E outra, não é como se eu não quisesse que você viesse comigo, apenas queria que você tivesse um tempo de descanso.

— Ser sua tutora é uma das atividades mais relaxantes que disponho, não necessito de descanso.

— Certo, certo. Mas você poderia aproveitar melhor sua estadia aqui em Hong Kong. Eu poderia te mostrar alguns lugares e pessoas também.           

Kaho sorriu.

— Entendo sua preocupação, mas estar aqui é uma oportunidade para você passar tempo com seu amigo, não é mesmo?

— Bem, sim.

— Do contrário, teríamos ficado na Inglaterra, certo?

— Correto novamente – Concordou agora um pouco irritado.

— Eu não quero ficar no seu caminho, então, só estar por perto para quando você precisar, já é o suficiente para mim.           

Eriol suspirou. Percebeu que não adiantava persistir.

— Pois bem, obrigado pela consideração. Realmente, ainda não consigo ser superior a você em argumentações – Disse enquanto pegava uma panela no armário.           

Rindo, Kaho disse:

— Não faria sentindo em seus pais contratarem alguém menos intelectual que você.

— Admiro sua honestidade. O que a senhorita vai querer para o jantar?

— Hummm, conhece bastante da cozinha chinesa?

— Não tanto quanto da francesa ou da italiana, mas posso me esforçar.

— Também admiro muito sua honestidade.

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Novamente, Syaoran encontrava-se em seu quarto. Havia chegado de seu passeio a tarde há pouco tempo e alegava não estar com fome para jantar. Sentou em sua cama, e observou o ursinho que comprara, em seu colo. Perdido em pensamentos, lembrou-se:

— Ah droga! Eu tinha que ter mandando uma mensagem para Sakura! – Pulou da cama e pegou o celular que estava cabeceira.           

Um pouco distante dali, uma garota enterrava seu rosto no travesseiro enquanto debatia suas pernas, deitada em sua cama. Em suas mãos estava seu celular.

— Será que ele realmente esqueceu? – Indagou-se triste enquanto encarava o aparelho – Talvez Tomoyo estivesse certa, era melhor eu ter sido mais proativa – Lamentou fechando os olhos.           

Já estava sem esperanças quando o dispositivo vibrou com o seu toque de notificação.           

MEEEEEWWWW           

Surpresa e assustada, a garota não pode evitar cair da cama. Mas recuperando-se rápido, constatou que era sua tão esperada mensagem. Olhando sorridente para o visor, disse:

— O que eu estava pensando? Ele nunca esqueceria.           

Sem demora, pôs-se a ler.           

“Boa noite, Sakura. Tudo bem?           

Desculpe a demora, eu estive meio ocupado hoje           

Como foi seu dia?”           

Feliz pela preocupação de Syaoran sobre seu dia e curiosa sobre o que se passou com ele, respondeu.           

Syaoran já estava esperando pela resposta com o celular em mãos, previu que seria algo rápido. Assim, leu:           

“Olá Syaoran, estou bem, e você?           

Para falar a verdade, meu dia foi bem corrido hoje           

Tive que correr com Touya para deixar todas as coisas prontas para amanhã, já que o papai só chegou agora noite, pois estava trabalhando.           

Mas sendo sincera, fazer biscoitos é bem divertido :D           

Mas e você? O que te deixou ocupado hoje?           

Ao ler, Syaoran riu da sinceridade da garota, mas também se preocupou com o que responder para a pergunta. Não era uma boa ideia falar da conversa com a mãe, poderia gerar mais curiosidade e seria difícil de explicar as coisas naquela situação. Optou por apenas falar sobre seu tempo com a prima e o amigo.           

A mensagem chegava e mais uma vez Sakura se assustava, envergonhada com a própria reação, leu o conteúdo:           

“Na verdade eu recebi a visita de um amigo de infância meu           

Foi uma surpresa, pois ele veio sem avisar           

Confesso que isso me irritou um pouco           

Mas bem, a nostalgia valeu a pena           

Minha prima também se juntou a nós, e juntos, saímos a tarde”

— UMA PRIMA!? – Exclamou Sakura, posteriormente tapando a boca lembrando que já estava tarde para gritar – Uma prima... Mas espera, é só uma prima, não tem porque eu ficar com... Aaaaaai, o que eu estou falando!? – Deu um leve tapa no próprio rosto – Preciso responder.           

“Ah, que legal :)           

Haha, surpresas podem ser meio inconvenientes às vezes, não é mesmo?           

Aaaaah e me desculpe se parece que estou sendo intrometida *-*”           

Syaoran riu mais uma vez. Achou engraçada a preocupação da garota.           

“Haha, não há problema algum           

Pode relaxar ;)”           

Ao ler, Sakura soltou um suspiro de alívio. Mas ao ouvir bater na sua porta, assustou-se.

— Ei, não vá dormir tarde, ainda temos coisas para fazer amanhã – Era Touya que falava do lado de fora do quarto.

— Eu sei! Não enche! Já estou indo dormir – Respondeu Sakura irritada.

— Ah, claro – Disse Touya indo para seu quarto.           

Tal como se fosse para Touya, Sakura mostrou a língua na direção da porta.

— Pelo visto é hora de dizer boa noite – Disse e pôs-se a digitar.           

“Ufa, ainda bem ^^           

Então, tenho que dormir agora           

A gente se fala amanhã?”           

Syaoran visualizou e não teve dúvida sobre o que responder.           

“Claro, com certeza           

Boa noite, Sakura”           

Sorrindo, após ler, Sakura respondeu “Boa noite, Syaoran”. Sentada abraçada as pernas, apoiou a cabeça nos joelhos.

— Aaaah, eu queria ouvir a voz dele... – Lamentou-se.           

Em Hong Kong, Syaoran estava de braços cruzados, pensativo. Mas ergueu a cabeça e disse convicto:

— É isso.

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Dia 25, Natal. O dia começou cedo na casa dos Kinomoto. Touya saiu para fazer algumas compras e Sakura preparava um bolo. Este trabalho era de seu pai, mas aconteceu um imprevisto na universidade onde trabalhava e sua presença foi requisitada.

— Desculpe, Sakura. Prometo que volto logo – Dizia Fujitaka dando nó em sua gravata.

— Não se preocupe, papai. Apenas não demore muito.

— Eu prometo. Tchau – Disse e saiu pela porta da frente.           

Sakura batia a massa para o bolo. Embora não fosse seu dever, não se importava em cobrir o pai. No entanto, foi surpreendida pelo toque de chamada de seu celular.

— Hã? Que hora estranha para uma ligação.           

Distraída com sua tarefa, pegou o aparelho na bancada mal olhando para o visor. E atendeu:

— Alô?

— Sakura, feliz natal.

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Notas finais do capítulo

Aqui estamos, mais um capitulo finalizado. Sinceramente, quando comecei a fic não esperava que fosse chegar a tal ponto. Ou seja, se estou escrevendo é porque estou muito feliz com o feedback e apoio de vocês. Realmente, obrigado. Até mais ^^



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