Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 4
Conflitos – Parte lI


Notas iniciais do capítulo

Apostas encerradas. Chegou a hora de ver no que vai dar essa treta. Aposto que estavam ansiosos hahahaha. Então sem mais delongas, eis o 4° capítulo. Boa leitura ^^



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Conflitos – Parte ll           

Ambos estavam cautelosos e não arriscavam o movimento inicial. Apesar de não gostar da ideia de lutar contra alguém desse jeito, Syaoran precisava defender sua honra, ou era assim que pensava. Após mais alguns instantes, Touya tomou a iniciativa:

— Bem, se você não quer começar, eu começo – Disse ao passo que avançou na direção de Syaoran com a guarda alta.           

Syaoran permaneceu estático aguardando o ataque. Estava numa postura de combate chinesa que Touya desconhecia, e não sabia como confrontar, mas decidiu se aproveitar de sua altura para desferir um soco por cima. Syaoran apenas recuou com um pequeno salto para trás para desviar do golpe. Aquilo irritou Touya, e o fez iniciar uma sequencia de golpes consecutivos utilizando seus punhos e suas pernas, que foram sendo facilmente desviados e evitados por Syaoran.           

Cessando aquela sessão de ataques contínuos, os dois tomaram distância mais uma vez, e Syaoran retornara á postura de combate inicial. Touya porém, manteve a guarda baixa. Não como um sinal de desistência, mas sim de decepção.

— Escuta aqui moleque, você vai me atacar ou não? – Questionou – Isso está entediante para você? Porque para mim está. Anda logo e vê se luta de verdade.           

Proferidas as palavras, Touya ergueu a guarda novamente como um sinal de desafio.

— Okay. Se é assim que você quer... – Proferiu Syaoran antes de dar uma investida tão rápida que até surpreendeu Touya.           

Apesar da surpresa, Touya conseguiu desviar do golpe que veio de baixo, porém logo foi surpreendido de novo por um chute que Syaoran emendou nas costelas de Touya, fazendo girar e cair no chão.           

Syaoran permaneceu parado perguntando se o embate havia acabado, mas num rápido pulo, Touya avançou em sua direção, obrigando-o a se esforçar para desviar de um soco que tinha como destino seu rosto, entretanto Touya não perdeu tempo, e enquanto Syaoran desviava do soco, aplicou-lhe uma bela joelhada no estômago, fazendo-o cuspir sangue pela boca.           

Todavia, Touya percebeu que aquilo não seria o suficiente para acabar com o chinês, e então partiu para uma ultima sequencia de golpes devastadora. Mas agora com certas chamas nos olhos, Syaoran além de desviar e evitar os golpes, também os rebatia, e causava sérios danos a Touya, que por sua vez diminuía cada vez mais o ritmo de seus golpes.           

O último soco que deu, Syaoran conseguiu facilmente segurar com sua mão, Touya já não tinha mais forças suficientes, e embora tentasse, não conseguia se soltar da mão de Syaoran. Este, se aproveitando disso, preparou o golpe final, um gancho de direita que iria de encontro à face de Touya com uma tremenda força. Isto é, se não fosse por—

— PAREM! – Gritou Tomoyo chegando ao local.           

E foi no momento exato, o punho de Syaoran estava a poucos centímetros do rosto de Touya.

— Mas o que vocês pensam que estão fazendo!?           

Os dois rapazes se distanciaram novamente. Syaoran estava em bom estado, não apresentava muitas sequelas do chute que levara no estômago. Já Touya, não estava tão bem assim, sangrava pelo nariz e era possível notar que ficaria com alguns roxos no corpo e no rosto.           

Embora Tomoyo ter abordado os dois, nenhum se pronunciou, então esta decidiu a questão um de cada vez. Primeiramente virou-se para Syaoran.

— Li. Você esqueceu que tem um jogo importante amanhã? Você se esforçou a semana inteira para aquele jogo, não foi? O que aconteceria com todo aquele esforço se você se machucasse agora? E mais, e quanto a Sakura? Ela ensaiou para encorajar todos vocês amanhã. Será que ela ficaria feliz sabendo que trabalhou duro para no fim você se machucar e não poder dar tudo de si, ou ainda pior, não poder jogar? Ainda por cima, enquanto brigava com seu irmão?           

Com muito pesar Syaoran conseguiu falar bem baixinho as palavras “Me desculpe...”           

Tomoyo então se virou para Touya.

— E a quanto a você Touya? Um universitário brigando com um colegial? É sério isso? O que Sakura pensaria disso heim? Seu irmão brigando com seu colega de classe. Não acho que ela gostaria. Você foi muito irresponsável. Vocês dois foram!           

Novamente, nenhum dos dois se pronunciou. Tomoyo estava ficando com raiva daquilo.

— Olhem aqui, eu não sei como as coisas chegaram a esse nível, e pelo visto ninguém quer me contar, sendo assim tenho uma proposta – Disse com o indicador levantado – Os dois vão pra casa agora e nunca mais voltam a fazer algo assim, e então eu não conto à Sakura sobre o que presenciei. Parece bom para vocês? – Propôs.           

Ainda nenhuma palavra, os dois pareciam envergonhados demais para falar qualquer coisa.

— Eu disse: Parece bom para vocês!? – Repetiu irritada.

— S-sim... – Respondeu Syaoran com dificuldade.

— É. Pode ser – Concordou Touya.

— Ótimo – Sorriu Tomoyo – Touya, você não consegue andar direito não é?

— É claro que consigo... Aahh... – Tentou caminhar, mas desabou.

— Está óbvio que não – Disse Tomoyo sacando o celular – Eu vou te dar uma carona.

— Ei, não envolva a tia Sonomi nisso.

— Eu não vou, falarei com a motorista para fazer sigilo – Fez uma ligação e disse algumas poucas palavras – Li, você precisa de carona também?

— Não, obrigado. Eu não moro muito longe. Consigo ir andando sem problemas.

— Ótimo – Falou mais alguma coisa no telefone e encerrou a ligação – É só aguardarmos um pouco Touya.           

Touya já não proferia nenhuma palavra, e Tomoyo havia entrado em modo de espera. Sendo assim, Syaoran decidiu ir na frente.

— Bom, eu acho que já vou indo. Desculpe-me mais uma vez Tomoyo. Prometo ser mais responsável – Disse Syaoran.

— Tudo bem Li. Vê se você se cuida.           

Syaoran se retirava, quando Touya o impediu:

— Ei pirralho, espere um pouco.           

O rapaz chinês parou de caminhar e se virou para encarar Touya.

— Acho que você sabe que ainda não resolvemos nada, não é? – Questionou Touya.

— Touya, no que você está pensando em fazer—

— Relaxa Tomoyo, não envolve violência, eu só quero arrumar as coisas com esse cara – Argumentou.

— E o que vai ser dessa vez? Um jogo de cartas? – Zombou Syaoran.

— Cheio de gracinha. Não, pirralho. Apenas fique esperto que uma hora eu aparecerei – Avisou Touya.

— Okay. Pode ser. Agora se não se importa, estou indo embora. Até mais Daidouji – Por fim se retirou.

— Tsc... – Após resmungar, Touya voltou ao silêncio.           

Em menos de um minuto, a carona chegou, e com o auxílio da motorista, Touya foi guiado para o interior do carro,  uma vez que todos estavam dentro, partiram para a residência dos Kinomoto.           

Estava um pouco longe, mas Syaoran conseguiu ver no interior de um carro preto, Tomoyo e Touya. Concluiu que a carona já havia chegado. Altamente perspicaz. Um arrependimento ainda maior o preencheu naquele momento.

— Droga! – Socou uma árvore – Juvenil. Juvenil demais...           

Seguiu para casa arrependido.

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O carro estacionou em frente ao sobrado amarelo, Touya conseguiu descer dele sem muita dificuldade.

— Tem certeza que consegue andar agora? – Perguntou Tomoyo pela janela.

— Sim. Eu já estou melhor. Você foi de muita ajuda – Respondeu Touya.

— Eu só fiz alguns curativos. Você precisa agora tomar um banho e descansar – Falou Tomoyo em tom de ordem.

— Pode deixar. É isso o que vou fazer agora mesmo.           

Tomoyo baixou o olhar por um momento, ficando com o semblante um pouco triste.

— Sabe Touya, você e Sakura são meus únicos primos. Eu me preocupo muito com vocês. Não quero que se machuquem ou que se sintam tristes – Disse agora olhando nos olhos de Touya – Então, por favor, não volte a fazer isso tudo bem?           

Após um longo suspiro e uma coçada no cabelo, Touya respondeu:

— Tudo bem. Você tem minha palavra. Obrigado pela preocupação.           

Após ouvir isso, Tomoyo abriu um sorriso.

— Obrigada por compreender. Estou indo. Vê se descansa um pouco. Até mais.

— Eu que agradeço – Se inclinou para a janela do motorista – Senhora Motorista, obrigado pela ajuda também. Tchau, Tomoyo.           

Com um sorriso e um aceno de cabeça da motorista, seguiram rumo à casa de Tomoyo. A esta altura, já estava escuro, Touya não demorou a entrar em casa. Logo que adentrou na residência, ouviu o barulho do descer de escadas, e prontamente foi abordado por Sakura.

— Ei, aquele era um dos carros da família de Tomoyo? – Perguntou uma curiosa Sakura.           

Touya a encarou, e pensou no que dizer. Certamente ela não poderia saber do que aconteceu naquela tarde.

— Não sei, deve ter sido apenas impressão sua – Tentou uma evasiva, enquanto se direcionava às escadas.

— Mas... Espera. Por que você está todo machucado!? O que aconteceu!? – Sakura perguntou, percebendo a situação de seu irmão, ficando aflita.

— Eu só... Tive um pequeno contratempo depois do trabalho – Disse Touya ao pé das escadas.           

Sakura até então aflita, parou de falar, e pensando, começou a compreender a situação. Por mais que não quisesse, a hipótese em sua cabeça fazia cada vez mais sentido para ela.

— Contratempo é...? – Comentou agora calma, porém, num tom triste.

— Sim... – Respondeu Touya desconfortável com aquilo – Vou tomar um banho agora para descansar um pouco.           

Dito isso, Touya seguiu escada acima, pegou roupas e depois retornou com destino ao banho.           

Sakura estava cabisbaixa ainda no hall principal. Incrédula do que acreditava ter acontecido, deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Era bem possível que uma briga entre seu irmão e Syaoran houvesse acontecido. Normalmente daria uma grande bronca em Touya, e é claro, em Syaoran também. Mas vendo o jeito que Touya estava, cheio de roxos e curativos. Sentiu-se impotente para fazer qualquer coisa. A magnitude do que havia acontecido só a fazia se sentir triste e preocupada. Imaginava como estava Syaoran. Desejou do fundo do coração que ele estivesse bem.           

Naquela noite, Fujitaka não voltaria para casa, pois estava muito ocupado com seu trabalho. Tratava-se de uma escavação muito importante, então não poderia passar a noite em sua casa com seus filhos. No jantar, Sakura e Touya não trocaram nenhuma palavra. Após a refeição, Touya agradeceu e seguiu para seu quarto e não saiu de lá pelo restante da noite. Sakura demorou um pouco mais, porém também subiu para seu quarto.           

Em seu leito, deparou-se com um dilema. Queira mandar uma mensagem para Syaoran perguntando se estava bem, entretanto não sabia como o fazer. Não sabia o que falar. Irritada com essa situação, jogou o corpo para trás, deitando-se em sua cama. Com o celular na mão, virou-se e contemplou o visor do dispositivo. De repente, o aparelho vibrou indicando o recebimento de uma ligação e também causando a queda de Sakura de sua cama devido ao susto.           

Quem ligava era Tomoyo, e ao se levantar do chão, atendeu:

— Alô?

— Boa noite Sakura – Respondia Tomoyo do outro lado da linha, tomando uma xícara de chá – Tudo bem com você?

— Ah, boa noite Tomoyo – Disse Sakura com um tom um pouco deprimido – Está tudo bem comigo, e com você?

— Comigo tudo certo, mas, discordo do que você diz.

— Hã?

— Você não parece estar bem – Disse Tomoyo com um tom sério.

— É mesmo?... Acho que não consigo disfarçar muito bem né?

— Não, nem um pouco, hehe – Debochou Tomoyo.

— Ei, isso não é pra rir.

— Me desculpe – Voltou a ficar séria – Você deve ter percebido não é?           

Não demorou muito para Sakura entender as palavras da prima.

— Sim, eu percebi...           

O silêncio reinou por um momento.

— Sabe Tomoyo, eu sempre soube que o Touya era desse jeito. Tão protetor. Mas eu nunca esperaria que ele pudesse se machucar tanto agindo assim. E pior, machucando outra pessoa, que nem tem culpa. Eu fiquei sem reação perante a isso...           

Silêncio mais uma vez.

— Sakura, eu talvez esteja mentindo se falar que te entendo, afinal, o Touya é seu irmão, é com você que ele se preocupa. E com certa razão, você é uma garota linda, e ele não quer que alguém te tire dele. Mas confesso que o que aconteceu hoje foi desnecessário. Mas também asseguro que ele se arrependeu bastante e não tornará a repetir esse feito. O mesmo vale para Li, eu dei uma bronca nos dois hehe – Tomoyo tentou melhorar o clima – As coisas já estão certas entre aqueles dois, prometo que não vão fazer mais isso.

— Ah Tomoyo! Você sempre faz tudo por mim – Sakura alegrou-se e sorriu – Muito obrigada. Eu queria tanto que eles se dessem bem. Touya poderia ser um pouco mais flexível, não acha?           

Sakura esperou uma resposta, porém ela não chegou.

— Tomoyo? Alô?           

Passados mais alguns segundos, Tomoyo respondeu:

— Ei, Sakura. Quando você vai me contar?

— Hã? Contar? Contar o que?

— Sabe. Por mais que eu veja, não parece que a sua relação com Li é algo normal. Quero dizer, você age com ele diferente de qualquer outro garoto que já se aproximou de você. Mas não parece que você se apaixonou por ele repentinamente. Eu posso dizer isso. Tem algo a mais não é?           

Dessa vez, foi Sakura quem ficou em silêncio e não soube o que responder.

— Entenda. Touya tem sua forma de enxergar as coisas, e eu também tenho a minha. Pode até parecer que estou agindo estranhamente, mas eu só quero entender o que acontece com você.           

Sakura ainda hesitou por alguns instantes, mas acabou por responder:

— Eu entendo, Tomoyo. Você é desse jeito afinal – Fez uma pausa – Eu só peço... Só peço que espere mais um pouco. Logo eu poderei te contar. No momento eu tenho que me concentrar, não posso me dar ao luxo de cometer algum erro. Eu não quero...           

Naquela frase inacabada, Tomoyo pôde compreender o peso das palavras e determinação de Sakura. Por fim, relaxou e sorriu.

— Certo Sakura, eu vou esperar para quando estiver pronta para me contar.           

Sakura sorriu aliviada.

— Obrigada Tomoyo, eu devo muito a você.

— Pare com isso, você sabe o quanto eu gosto de você. Posso ser paciente.

— Obrigada, de verdade.

— Fique tranquila, agora é melhor você ir dormir, amanhã vai ser o grande dia.

— Simmm, verdade. Vou dormir mesmo, tenho que estar cheia de energia amanhã.

— É isso aí.

— Então boa noite, mais uma vez, obrigada por tudo Tomoyo.

— Não há de que, boa noite Sakura.

— Tchau.

— Tchau.           

E assim as duas encerraram a ligação. Não demorou muito e Sakura já dormia, estava de certa forma cansada daquele dia, mais emocionalmente do que fisicamente é claro. No entanto, o sono veio rápido mesmo assim, e sem demora estava dormindo.           

Longe dali, sentada em sua poltrona, estava Tomoyo, ainda tomando chá. Erguia a xícara até a boca sem pressa, agindo sempre suavemente.

— É. Pelo visto, terei mesmo de esperar. Só espero que ela fique bem...           

Terminando aquela xícara de chá, seguiu de prontidão para sua cama, onde teve o repouso que também lhe era digno. Afinal, também estaria presente na ocasião do dia seguinte. Seu papel? Filmar os melhores ângulos de Sakura. Para Tomoyo, o melhor ofício possível.           

Sonhou com as gravações que faria.

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O local da partida era o próprio Colégio Tomoeda, os times chegavam para fazerem as suas preparações. Os jogadores do Tomoeda e do colégio Miyazono iniciavam seu aquecimento. O céu tinha algumas nuvens, mas havia um belo Sol por detrás delas para iluminar aquela manhã. Um pouco distante, as líderes de torcida também se aqueciam. Ambos, Sakura e Syaoran estavam ocupados demais com suas preparações para poderem conversar, mas cruzaram olhares por um momento. A reação de Sakura foi sorrir e acenar. Syaoran fez o mesmo. Apesar disso, era notável o desconforto pelo fato do dia anterior. Porém, era inegável que ver Syaoran bem e com energia, trouxe um grande alívio a Sakura.           

Alguns moradores da região se aproximavam para assistir a partida, fora alunos de ambas as escolas. Já em campo, pronto para o início da partida, Syaoran olhou mais uma vez para Sakura que já estava posicionada junto a seu grupo. Esta, percebendo o olhar do rapaz, disse algo num tom quase inaudível, devido ao barulho do local. Mas Syaoran muito perspicaz conseguiu fazer leitura labial. Ela disse “Boa sorte”. Isso trouxe ânimo a Syaoran e o fez se sentir ainda mais preparado. 

Depois de algum tempo, soava o apito inicial. Ao mesmo tempo, as líderes de torcida começavam sua performance, animando os jogadores do Tomoeda.           

Syaoran atuava como meio-campista, onde tinha Yamazaki como dupla.  Ryougo e Satoru faziam o papel do ponta-direita e do ponta-esquerda, respectivamente. Takeru comandava a zaga. Nessa formação, com o restante do time, o Colégio Tomoeda foi pra frente logo no começo do jogo. E numa jogada bem armada por Syaoran, Satoru balançou a rede, abrindo o placar, e levando ânimo para seus colegas, para a torcida e para todos a volta.           

O primeiro tempo se encerrou sem mais novidades, o jogo havia ficado morno. Na volta ao segundo tempo, Tomoeda manteve sua estratégia, diferente de Miyazono, que alterou não só alguns jogadores como também a tática. E de fato funcionou, Tomoeda foi pressionado sem dó ou piedade e em poucos minutos Miyazono decretava o empate numa falha da zaga. Takeru se frustou com aquilo, e Syaoran percebendo, aproximou-se.

— Ei, relaxa, nós ainda vamos retomar a vantagem. Não se deixe abalar – E com um fraco soco no peito de Takeru, retornou a sua posição.           

O jogo estava acirrado, ninguém querendo dar o braço a torcer, ambos atacando e defendendo. Sakura observava de onde estava, completamente aflita. Aliás, não só ela, mas também todas as líderes de torcida. Tomoyo que até então só acompanhava quietinha filmando, percebeu que era necessária para dar cabo daquela situação. Aproximou-se de Sakura.

— Sakura, não acha que agora é uma ótima hora para fazerem a torre? – Sugeriu.

— Oiii?? – Sakura assustou-se – A torre você diz? Mas por que logo agora?

— Uma grande tensão está no ar. Os garotos precisam se sentir motivados, e essa é uma missão para vocês.           

Todas se olharam e confirmaram acenando.

— Certo Tomoyo, muito obrigado.

— Não há de que, boa sorte – E se afastou novamente.

— Muito bem meninas, vamos-lá.           

Iniciaram então a torre, posição na qual erguiam-se e subiam uma em cima das outras e Sakura ficava no topo.           

No momento, Miyazono atacava. O time inteiro praticamente no ataque. Tomoeda recuava e se acuava na tentativa de se defender. Takeru estava preocupado e mantinha sua atenção fixa na bola, exceto quando notou o grupo de garotas subindo em si mesmas.

— Wow, elas estão se esforçando mesmo, é melhor eu não ficar para trás – Pensou.           

Naquele instante, a bola era alçada na área de Tomoeda, mas Takeru subiu mais alto que qualquer jogador do time adversário.

— Essa bola não passa daqui! – Gritou ao cabecear com força a bola para longe.           

A bola voou em direção ao campo de Miyazono. Ninguém estava lá pra receber a bola. Isto é, antes de Syaoran disparar do campo de defesa para dominar a bola no peito ainda no ar. Trazendo-a ao chão, observou ao seu redor para passar a bola, mas constatou que estava sozinho, sem nenhum companheiro em posição favorável para o passe. De repente, ouviu um grito:

— VAAAAAAIII SYAAOOORAAAAAAAAAANNNNNNNN!!           

Era Sakura que gritava do alto da torre, já formada, enquanto balançava seus ompons. Motivado pelo grito da garota. Correu rumo ao gol de Miyazono. Da zaga do Tomoeda, alguém também correu seguindo-o. Não demorou para que invadisse a área, fazendo com que o goleiro saísse e fosse de encontro a ele com seu corpo enorme. Tão grande era, que Syaoran se viu sem opções, exceto por dar um leve toque em diagonal para trás, entregando a bola para Takeru, que havia deixado a área de seu time em grande velocidade atrás de Syaoran. Em boa e legal posição, Takeru empurrou a bola para dentro, trazendo de novo a liderança para Tomoeda.           

Aquele gol foi comemorado com muito mais animação do que o primeiro. Seja graças a toda a jogada, a retomada da vantagem, ou a torre da torcida. Syaoran e Takeru tocaram as mãos fazendo um estalo que demonstrava toda a química envolvida na jogada.           

De cima da torre, Sakura vibrava de emoção. Estava tudo perfeito até que num deslize, Sakura escorregou. Acima de muitos metros do chão, ela estava em queda livre, e não havia muito tempo até que se chocasse com o solo. Teria tempo de pensar?

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Notas finais do capítulo

iih rapaz, e agora? Pois é, azedou. Ou talvez não né hahaha. Vocês só vão saber mesmo no próximo capítulo. Nesse já aconteceram algumas coisas bem loucas, e diálogos ainda mais loucos. Mas vamos ver o que o futuro nos reserva. Até o próximo capítulo ^^



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