Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 3
Conflitos – Parte l


Notas iniciais do capítulo

Da série "Não esperava postar tão rápido" aqui estou com mais um capitulo. Por favor nn se enganem, eu também faço outras coisas na vida, não sou vagabundo kkkkk o motivo de postar rápido assim é simplesmente porque estou animado com essa história. Quanto mais avanço na história mais emocionante fica para vocês e também para mim. Portanto, espero que gostem desse capitulo. Boa leitura ^^



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Conflitos – Parte l           

Antes de ir dormir, Syaoran ficou esperando pela chegada da primeira mensagem de Sakura. Estava sentado em sua cama com as pernas e os braços cruzados. Em seu rosto, uma expressão séria, que olhava atentamente para o aparelho eletrônico posto a sua frente. Já estava assim havia algum tempo, a ansiedade que sentia o impedia de sequer piscar um olho.           

Num lapso de concentração, soltou um longo bocejo, que simbolizava o sono e a decepção para consigo mesmo. Por que estava tão ansioso? Era só uma mensagem, não era nada de mais. E ainda por cima, tratava sobre o trabalho que estavam por terminar, não seria o início de uma conversa entre amigos ou algo assim. Era o que ele pensava.           

Já praticamente desistindo e indo dormir, o celular tocou fazendo-o dar um pulo em sua cama. Sim, era sua tão esperada mensagem. Nunca receber um e-mail o fizera tão feliz e principalmente, aliviado, como naquele momento. Não demorou e pôs-se a ler a mensagem:           

“ Boa noite Syaoran, tudo bem com você?           

Sobre o trabalho, quando você acha que é um dia bom para terminarmos?            

Ou melhor, quando você estaria disponível? ’’           

Hummm... Como pensava, um e-mail normal.

— Justo – Pensou.           

Quando estaria disponível? Certamente qualquer dia, exceto que, naquela semana excepcionalmente, teria treino todas as tardes, pois um amistoso importantíssimo se aproximava. Ao lembrar-se disso, encheu-se de um misto de raiva e tristeza.

— AAAAH DROGA!! POR QUE EU TINHA QUE FAZER PARTE DO CLUBE DE FUTEBOL!? – Exclamou.

Respirando depois da exaltação, ficou mais calmo e voltou a pensar claramente.

— Bem, eu faço parte do clube de futebol porque eu escolhi isso, não há o que fazer. Sendo assim, minha única opção é sábado – Aconselhou a si mesmo.           

Tratou então de responder a mensagem.           

“ Boa noite Sakura, tudo bem e você?           

Infelizmente essa semana inteira eu ficarei ocupado à tarde, graças ao amistoso com o Colégio Miyazono.           

Então, minha disponibilidade é só no sábado. Estaria tudo bem pra você se for assim? ”

— Acho que assim está bom – Pensou ao passo que enviou a mensagem.           

Desta vez, no entanto, não ficaria louco de ansiedade. Resolveu ler um pouco, pegou de sua estante um livro que estava lendo. “Quebra de confiança” de Harlan Coben. Syaoran tinha certa admiração pela literatura ocidental, e as obras de investigação policial de Coben certamente o cativavam.           

Enquanto isso, no segundo andar de um sobrado amarelo, havia uma garota abraçada a um travesseiro em cima de sua cama. Na face, uma expressão aflita.

— Ai ai ai, será que eu fui muito seca na mensagem? Ele vai responder ainda hoje não é? Ai ai ai...           

Sakura resmungava para si mesma, enquanto aguardava a resposta de Syaoran. Se nosso jovem chinês estava ansioso mais cedo, a garota de olhos verdes estava ainda mais preocupada. Mesmo sendo pequeno o intervalo de tempo entre o envio da mensagem e a chegada da resposta, ela não parava quieta, até que após pouco tempo recebeu a resposta. Ao vibrar do celular, teve uma reação parecida com a de Syaoran:           

Meeeewww (Toque de notificação de Sakura)

— AAAAHHHH – Pulou na cama.           

Tendo se recuperado, pegou o aparelho e sorriu ao ver a resposta de Syaoran.

— Hummm sábado hã...? Por mim, tudo bem! – Acenou com a cabeça – Certo, vou responder.           

Mal havia pegado o livro, e o celular tornava a tocar. Visualizando a tela, conferiu que era Sakura.

— Wow ela é rápida.           

Leu então a mensagem.           

“ Sim Syaoran, estou bem também hehe.          

Sábado para mim está ótimo.            

E que tal irmos fazer na biblioteca? Lá não teremos problemas como o meu irmão *-* e também teremos acesso a mais recursos para usarmos como referencia.           

O que acha? ”

— Biblioteca hã...? É, parece bom para mim. – Decidiu já digitando a nova resposta.           

Meeeewww           

Novamente a mensagem chegava a Sakura, e mais uma vez ela levava um susto.           

“ Acho um boa ideia.           

Estamos decididos então. Sábado na biblioteca.           

Que horas? ”

— Hummm acho que o mesmo horário de antes está bom – Definiu e digitou.           

Syaoran lia a resposta:

— Mesmo horário então, okay.           

Sakura olhou o visor e viu a confirmação.

— Certo. Haha que bom. Bem, hora de encerrar.           

Já com o celular na mão, Syaoran leu a ultima mensagem que receberia aquela noite:           

“ Certo, término do trabalho definido.           

Vou me despedindo então, estou ficando com sono hehe           

Nos falamos amanhã na escola. Boa noite ”                      

Sakura havia ponderado um pouco colocar um “S2” no fim da mensagem, mas concluiu que seria muito atrevimento.           

Ao passo que Syaoran leu, não tardou a dar a última resposta.           

“ Okay Sakura.           

Amanhã nos falamos, tenha uma boa noite ”           

Tendo lido, por mais que fosse bobo, Sakura soltou um leve riso. Estava feliz por aquelas mensagens, e por ter controlado a sua ansiedade.           

Finalizadas as mensagens, ambos deitaram-se e caminharam para o mundo dos sonhos.

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Não sabia por que, mas estava correndo atrás de alguém. Na sua visão, tudo aquilo acontecia em câmera lenta, passavam pelas árvores, desviavam dos raios de sol, tudo em velocidade reduzida. A pessoa a sua frente ria alegremente. Não sabia o motivo, mas sentia que precisava segui-la. Ela ria e o chamava pelo nome:

— Venha, venha Syaoran... – Dizia enquanto ria.           

Syaoran tentava entender quem era aquele ser, e por que não conseguia parar de persegui-lo. De repente, a pessoa se virou, o suficiente para estender sua mão para Syaoran, que esticou a sua na tentativa alcançar a pessoa. E à medida que seus dedos de aproximavam...           

Acordou. Desta vez sem a necessidade do despertador.           

Estava ofegante, e com a mão erguida para cima, como se estivesse tentando agarrar algo. Olhou no relógio. Ainda faltava uma hora para dar o horário que deveria acordar. Mas certamente não conseguiria tornar a dormir. Sentou-se em sua cama, as mãos nos joelhos, enquanto tentava recuperar o fôlego.           

Sonhos estranhos como aquele, já tivera anteriormente. Mas nunca algo que o afetasse daquele jeito. Cair da cama era uma coisa, mas se sentir cansado era outra completamente diferente. Até onde sabia, as pessoas dormiam para descansar, e não para se cansar.           

Incrédulo com a própria situação, decidiu tomar um banho para revigorar seu corpo. Aquilo não podia ficar assim, tinha treino todos os dias daquela semana, um jogo importante se aproximava, de forma alguma poderia estar fora de forma ou cansado por um motivo como aquele. Porém sua confiança era alta, preferiu acreditar que ficaria tudo bem, e que estaria bem para os treinos e para o jogo.           

E foi com essa determinação que seguiu para a escola naquele dia.

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Como já haviam combinado o dia para fazer o trabalho, não havia muito papo para trocar com Sakura, na teoria. Mas aqueles dois estavam ficando cada vez mais próximos, faziam comentários um com o outro no intervalo entre as aulas e chegaram até a almoçar juntos algumas vezes. E é claro, no meio disso tudo estava Tomoyo, cuja companhia agradava ambos, Sakura e Syaoran. Para falar a verdade, a presença de Tomoyo era benéfica e às vezes necessária, pois ela servia como meio de quebrar momentos constrangedores que ocasionalmente ocorriam entre o casal. Isso quando não era ela que gerava a situação ou quando ela dava mais corda tornando a vida de Sakura e Syaoran mais complicadas.           

No mais, não havia muito que reclamar. Syaoran cativou-se com a constante presença de Tomoyo, e esta gostava igualmente da companhia do jovem de olhos cor de âmbar. E juntamente com Sakura, formavam um trio que num futuro próximo viriam a se tornar inseparáveis, mas que por hora curtiam as pequenos momentos que tinham juntos.           

Como dito, Syaoran estaria treinando durante todas as tardes daquela semana. O amistoso aconteceria no domingo, e os jogadores teriam o sábado como dia de descanso e preparo mental. Por isso, no decorrer daquela semana deveriam se esforçar ao máximo. Syaoran sentia isso mais do que qualquer um. Não queria decepcionar seus companheiros ou atrapalhar sua equipe, Decidiu então que daria 101% de si na preparação para a partida. Esforço que foi prontamente reconhecido por seus companheiros, que ficaram admirados pela determinação do rapaz.           

Estava treinando quando resolveram fazer uma pausa mais do que merecida. Nisso, alguns rapazes se aproximaram de Syaoran exaltando a performance que estava tendo:

— Hey Li! O que está acontecendo cara? Você parece uma máquina! – Exclamou Satoru.

— Pois é cara, estávamos nos perguntando. De onde você está tirando tanta energia? – Reforçou Yamazaki, que além de colega de classe também era colega de clube.           

Ouvir aquilo deixava Syaoran meio envergonhado, não sabia como responder.

— Érrr... Quem sabe? Só estou me sentindo motivado, nada de mais.

— E de onde sai essa motivação? – Perguntou Takeru.

Droga, não façam perguntas que não posso responder.           

Syaoran estava prestes a responder a pergunta feita, porém, teve de se conter para observar uma cena com a qual já deveria estar habituado, mas dessa vez era diferente. As líderes de torcida passavam próximo ao campo enquanto faziam também uma pausa em suas atividades.           

O que chamava a atenção de Syaoran era sem mistérios Sakura, que fazia parte daquele grupo. Apesar do cansaço, ela mantinha aquele sorriso e aquela animação de sempre. Conversava com suas colegas animadamente, até que seus olhos se voltaram na direção do campo, e coincidentemente se encontraram com os de Syaoran, surpreendendo ambos.           

De maneira um pouco hesitante, Sakura ergueu sua mão e acenou para Syaoran, exibindo um sorriso um pouco sem graça. E exibindo o mesmo sorriso em sua face, Syaoran retribuiu o aceno. Lentamente, Sakura trouxe sua mão novamente junto ao corpo, e saiu acelerada para alcançar as colegas que ficaram um pouco distantes. Enquanto no campo de futebol, todos os presentes iam recuperando o folego após tal situação. Ter Sakura Kinomoto acenando em sua direção era algo para poucos.

— Wooow, vocês viram isso? Kinomoto estava acenando para nós! – Exclamou Ryougo.

— Idiota, ela estava acenando para o Li – Explicou Yamazaki.

— QUE!? ISSO É SÉRIO!? LI, EXPLIQUE-SE!           

E mais uma vez nosso jovem se viu numa sinuca de bico.

— Cara, não é nada de mais, a gente só ficou um pouco próximo, somos uma dupla de pesquisa de história, não fomos nós que decidimos, só aconteceu – Tentava arrumar as coisas.

— Hummm sei, ainda me parece estranho... – Questionava Ryougo desconfiado.

— Mas é isso cara, não há nada a mais.

— Será mesmo Li? Porque para mim essa sua “aproximação” com Kinomoto parece uma boa explicação para seu desempenho estranhamente alto nos treinos ultimamente. – Constatou Takeru.

— Ei, agora que você disse, parece fazer sentido para mim – Comentava Yamazaki.           

A situação não melhorava para Syaoran, muito pelo contrário. Porém, não estaria totalmente errado se negasse aquela afirmação. Quer dizer, o motivo de seu esforço eram aqueles sonhos intrigantes que estavam começando a desgasta-lo. Não tinha nada a ver com Sakura. Não tinha... Ou... Será que tinha? Será que sem saber estava se esforçando mais do que o normal também por causa dela? Talvez fizesse sentido, afinal, ela sendo líder de torcida, estaria no jogo torcendo por eles. Mas esse pensamento só passara por sua cabeça esta vez. Poderia estar agindo de tal jeito inconscientemente? Não sabia. E por hora, não tinha muito tempo para pensar. Precisava argumentar de algum jeito em sua defesa.

— Olha, eu acho que vocês já est—

— AAAAAH ENTÃO ERA ISSO LI! Você está dando seus primeiros passos na estrada do amor heim – Interrompeu Satoru passando seu braço por trás do pescoço de Syaoran aplicando-lhe um leve “cascudo”.

— Ei para com isso cara— QUE!? O que você quer dizer com isso? – Questionou enquanto cessava o cascudo de Satoru.

— Ora, justamente o que parece ser. Você está apaixonado Li – Explicou Yamazaki, fazendo sua tradicional pose com o indicador pra cima.           

Syaoran simplesmente não acreditava no que ouvia. Estavam o denunciando estar apaixonado. Apaixonado? Ele? Pensar naquilo o constrangeu e o fez ficar vermelho.

— Hahahaha vejam, ele está envergonhado. Parece que estamos certos – Denunciou Satoru.

— É... No fim, todo mundo vai acabar se apaixonando. Mas confesso que estou surpreso Li, não esperava que fosse tão rápido com você – Disse Takeru.

— Sim, é uma grande surpresa – Comentou Yamazaki.           

Na medida em que os comentários eram feitos, a vermelhidão no rosto de Syaoran ia mudando de motivo. Saindo de constrangimento para raiva. Irritado, desvencilhou-se do braço de Satoru com uma expressão brava.

— Olha, sinto em dizer que vocês estão se precipitando pra caramba, eu não estou apaixonado, e meu esforço não tem nada a ver com isso. Eu só estou dando tudo de mim para estar preparado para o jogo de domingo, coisa que vocês também deveriam estar fazendo – Exclamou com seriedade – Agora, estou voltando ao treino, vocês deveriam fazer o mesmo – Disse já correndo para o campo.           

Os colegas receberam aquele aviso/sermão ficando um pouco sem graça e incrédulos pela força das palavras de Syaoran.

— Bem... Vamos voltar então? – Perguntou Ryougo.

— Sim, vamos. – Respondeu Satoru, enquanto todos retornavam para dar continuidade às atividades.

— É. Acho que no fim estávamos precipitados – Comentou Yamazaki.

— É... Talvez. – Respondeu Takeru incrédulo.           

Depois daquilo, continuaram o treino. Ambos se esforçando e dando tudo de si. Procurando superar a si mesmos. De certa forma, pode-se dizer que o sermão de Syaoran serviu como motivação para os colegas, que seguiu pelo decorrer do restante daquela semana.

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Chegava sábado, tempo bom, ensolarado. Aquela havia sido uma semana bem corrida. Tanto Syaoran quanto Sakura estavam se preparando para domingo. Claro que Syaoran teve que se empenhar muito mais, pois o resultado daquela partida dependia dele e de seus colegas. Mas Sakura e as outras líderes de torcida não ficavam para trás se tratando de esforço. Haviam ensaiado e se preparado muito para aquele dia. Tinham o dever de animar seus jogadores e faze-los darem tudo de si.           

Porém naquele sábado, não haveria treinos nem ensaios. Era um dia de descanso e concentração. Muitos aproveitavam para relaxar e curtir um pouco. Mas não era esse o caso para Sakura e Syaoran. Naquele dia terminariam o trabalho de história, não se tratava de algo muito trabalhoso, mas os faria gastar certo tempo. Como haviam decidido no início da semana, se encontrariam na biblioteca no início da tarde, para fazerem lá mesmo o trabalho.           

Syaoran estava no ponto de encontro e esperava sua parceria chegar. Olhou no relógio, cinco minutos haviam se passado desde o horário combinado. Nesse momento, ouviu de longe a voz de Sakura chamando. Ela chegava correndo exausta.

— Ah...ah.... Cheguei... Desculpe o atraso.

— Você até que chegou rápido, eu vim preparado para esperar por mais uns 20 minutos – Debochou Syaoran.

— Ha ha ha, muito engraçado – Riu sarcasticamente Sakura – Bem, vamos entrar?

— Vamos – Concordou Syaoran, e assim entraram na biblioteca.           

A Biblioteca de Tomoeda. Um grande acervo das mais diversas obras orientais, e também algumas obras ocidentais. Caso você tivesse uma pesquisa para fazer, que necessitasse de dados históricos, certamente aquele era o lugar ideal para isso. Não foi à toa que rapidamente a dupla encontrou os recursos necessários para conclusão de seu trabalho, e em poucas horas, estava finalizado. Foi com muita satisfação que aqueles dois iam saindo da biblioteca sob o sol alegre daquela tarde.

— Aaaaaaaaah finalmente! – Exclamou Sakura alegre – Finalmente terminamos.

— Sim, foi até mais rápido do que pensei – Comentou Syaoran.

— É... Foi bem rápido... – Disse Sakura agora com um semblante um pouco triste.           

Syaoran não disse nada, mas entendia e sentia o mesmo que Sakura. Tendo o trabalho terminado, não haveria mais motivo para saírem juntos. Quer dizer, de certa forma haviam se tornado amigos, mas até que ponto aquela intimidade ia? O pilar que sustentava a conexão entre eles era aquele trabalho, que agora finalizado perdia sua função.           

Mas Sakura por algum motivo não parecia gostar disso, e então deu uma sugestão:

— Ei, quer saber? Por que não vamos tomar sorvete agora? – Sugeriu Sakura.

— Hã? Sorvete? – Syaoran pego de surpresa em seus pensamentos.

— Sim, sorvete. Eu conheço um lugar ótimo, e como terminamos o trabalho rápido não está muito tarde, o que acha?           

Pensar muito para aquela pergunta seria algo tolo a se fazer, a resposta era certa.

— Claro, podemos ir.

— Yeey, então vamos – Comemorou Sakura.           

Sakura então os guiou para um local próximo ao Parque do Rei Pinguim. Tratava-se de uma sorveteria postada numa pracinha de posição privilegiada, graças à proximidade com o parque. Haviam algumas mesas com guarda-sol, onde famílias e casais podiam dispor de um agradável fim de tarde.           

Trataram então de sentar-se em uma das mesas. Não demorou muito e alguém veio atendê-los:

— Boa tarde, já sabem o que vão pedir? – Perguntou uma voz familiar.

— Ah sim nós— AAAAHH Touya! O que você está fazendo aqui? – Assustou-se Sakura.

— Boa tarde monstrenga, eu estou fazendo um bico aqui hoje – Olhou para Syaoran – E vocês, o que fazem aqui?

— EU NÃO SOU MONSTRENGA!           

Esse grito chamou a atenção de muitas pessoas ali próximas, deixando Sakura envergonhada e fazendo-a se desculpar pelo ato.

— Ha, que monstrenga – Debochou Touya.

— Já disse que eu não sou monstrenga! Agora a pouco, terminamos o trabalho de história que estávamos fazendo na biblioteca, e como ainda era cedo e era pertinho, decidimos vir aqui para tomar sorvete. Mas é claro, não imaginei que teríamos sua desagradável presença aqui – Disse Sakura com um sorriso irônico na face.

— Ora ora, você e sua boca grande – Encarou Syaoran novamente – Tem certeza que você simplesmente não arrastou esse pirralho para cá?

— Ele não é pirralho! E não, não arrastei, concordamos em virmos juntos.

— É... Tá certo. Quando vocês decidirem o que querem pedir, é só chamar – Disse Touya se retirando.           

Syaoran só observou a cena toda em silêncio, mas a cada encarada de Touya não se deixava amedontrar, encarava de volta na mesma intensidade.

— Syaoran, me desculpe, eu não sabia que meu irmão estaria trabalhando aqui hoje. Se quiser podemos ir embora.

— Está tudo bem Sakura, não há necessidade disso. Tivemos o trabalho de vir até aqui. Agora eu quero tomar sorvete.

— Haha, tá certo, o que gostaria de pedir então? – Disse Sakura exibindo o cardápio.

— Hummm acho que um sundae de maracujá.

— Certo, eu vou de sundae de chocolate. Com licença, já decidimos o que queremos – Disse acenando para Touya que estava um pouco distante esperando pedidos.

— O que vocês vão querer? – Disse com papel e caneta em mãos.

— Um sundae de maracujá e outro de chocolate, poooorrr favor – Pediu Sakura debochada.

— Okay. Um sundae de maracujá e um sundae de chocolate para a monstrenga – Confirmou Touya.

— AAAAAHH seu.... – Sakura cerrou os punhos.

— Aguardem um pouco, por favor – Disse Touya se retirando.

— Eu ainda acabo com ele... – Afirmou Sakura ainda com os punhos cerrados.

— Haha, fique calma, ele faz de propósito só para te provocar – Aconselhou Syaoran.

— Hmpf! – Resmungou Sakura de braços cruzados.           

Passado certo tempo, Touya trouxe os pedidos, e puderam desfrutar de uma refrescante recompensa pós trabalho e Touya. Também conversaram um pouco sobre assuntos triviais, sendo o tempo todo observados por Touya, o que deixava Syaoran desconfortável, pois sentia que a atenção estava toda voltada para ele.           

Ao término dos sundaes, sem que chamassem, Touya se aproximou dos dois, e apoiou a mão sobre a mesa.

— Tá certo pirralho, qual é a sua heim? – Perguntou para Syaoran.

— TOUYA! NÃO COMEÇA. VOCÊ—

— Sakura. Não se preocupe, eu me viro – Interrompeu Syaoran – O que você quer dizer? – Direcionou-se a Touya.

— Você não fala nada, está sempre quieto, mas no fundo é cheio de si, não é? – Confrontou Touya.

— Eu não entendo o que quer dizer com isso, mas se quiser, podemos resolver a questão em si rapidamente – Rebateu Syaoran.           

A essa altura, os rostos dos dois estavam bem próximos, e a discussão havia novamente chamado a atenção das pessoas ali perto. Percebendo isso, Touya decidiu recompor a postura para evitar uma situação ainda pior.

— Mas o que vocês estão fazendo!? Pretendem começar uma briga aqui!? – Interveu Sakura.           

Ninguém se pronunciou, mas continuavam se encarando. Até que Touya cedeu pegando seu bloco de notas e a sua caneta.

— É você que vai pagar garoto?

— Sim.

— Não Syaoran, eu—

— Tá tudo bem Sakura, eu pago.           

Anotando em seu bloco de notas, Touya entregou a Syaoran a conta.

— Está aqui – Estendendo a mão e entregando o papel.           

Recebendo o papel, Syaoran o leu rápido e atentamente, e de imediato compreendeu o que estava para acontecer.

— Okay – Disse pegando o dinheiro e colocando sobre a mesa – Está pago. Vamos indo Sakura?

— Hã? Ah... Sim. Vamos – Respondeu confusa.           

Touya não pronunciou mais nenhuma palavra e os dois jovens tomaram distância enquanto retornavam as suas casas.           

Chegando próximo de onde iriam se separar, Sakura parou de caminhar.

— Ei. Vocês não iam começar a brigar ali mesmo né? – Perguntou aflita.

— Não, não há como isso acontecer assim.

— Eu não queria que vocês brigassem assim – Disse com um semblante triste – Eu sei que meu irmão é super protetor, mas não quero que isso machuque outras pessoas e nem ele.

— Sakura, fique tranquila. Aquilo foi só um desentendimento. Sendo ele do jeito que é, situações assim são compreensíveis – Argumentou Syaoran.

— É, acho que você está certo – Recobrou o sorriso no rosto.           

Vendo que tinha arrumado as coisas, ficou mais tranquilo.

— Certo, não é melhor você ir agora? – Perguntou Syaoran.

— AH! Tem razão, é minha vez de fazer o jantar hoje! Tinha esquecido.

— Pois é, você comentou isso mais cedo.

— Sério? Obrigada por me lembrar, haha – Sorriu envergonhada – Bem, vou indo então, nos vemos amanhã Syaoran, prometo que vou torcer com todas as minhas forças!

— Vai ser de grande ajuda, pode apostar, até amanhã. – Disse fazendo positivo com o polegar.

— Haha, tchaaauu – Acenou enquanto corria sorrindo.           

Syaoran acenava de volta também sorrindo, mas posteriormente adquirindo um semblante sério. Pegou no bolso o papel que Touya lhe entregara, e o leu mais uma vez. Deu meia volta e seguiu para o parque.

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Além do valor a ser pago, naquele papel também continha uma mensagem que dizia: “Após se separar de Sakura, venha até o Parque do Rei Pinguim, estarei esperando para resolvermos nossa questão”. Sentia-se mal por Sakura, afinal, ela não queria que houvesse violência entre o irmão e ele, mas não poderia simplesmente ignorar aquele chamado.           

O Parque do Rei Pinguim não era exatamente o menor lugar do mundo, por isso demorou um pouco até encontrar aquele quem o havia chamado. Após andar consideravelmente, encontrou Touya sentado ao pé de uma árvore com os braços atrás da cabeça, tal como se estivesse tirando um cochilo. Ao perceber a presença de Syaoran, Touya se levantou e seguiu em sua direção.

— Ei, você demorou. Achei que havia ficado com medo – Provocou Touya.

— Você não especificou sua posição. Tive que me virar te procurando – Disse Syaoran com as mãos atadas – Cheguei a pensar que estava se escondendo – Atacou.

— Ha... Você também tem uma boca grande. Antes de tudo, me diga. Como você vê Sakura? – Perguntou com o semblante sério.           

Não foi de imediato, mas Syaoran compreendeu aquelas palavras. E pôs-se a pensar. Como se sentia sobre Sakura? Era inegável que ela mexia com sua cabeça, mas da mesma forma que negara para seus colegas, não poderia dizer que estava apaixonado por ela. Porém, dizer que não sentia nada? Ha... Estaria apenas tentando se enganar. As poucas vezes que esteve com ela desde o início daquele trabalho, o fez criar toda uma imagem daquela garota. E a admiração que nutria por ela apenas aumentou. A pergunta era: Até quanto iria aumentar? Não sabia. Mas queria saber. E estava disposto a enfrentar o que quer que fosse necessário.

— Olha, tal como já disse uma vez, não estou apaixonado por ela. Mas, dizer que eu só a vejo como uma simples amiga seria um grande erro – Respondeu determinado e confiante.

— Hum... Como pensei. Certo. Vamos resolver isso então pirralho – Falou Touya ao ponto em que assumia uma postura de combate.

— Preferiria não fazer isso, mas já que é necessário... – Disse Syaoran imitando o gesto de Touya.           

E assim, sob o sol daquele fim de tarde, os dois rapazes se preparavam para um combate que serviria como medida para resolver de vez os problemas entre os dois.

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Notas finais do capítulo

Rapaz... O pau vai cume.... kkkkkkk pois é, façam suas apostas. Quem será que vai levar a melhor? Nem eu sei :P Fiquem ansiosos para o próximo capitulo. Até mais ^^



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