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Naquela altura, Syaoran já calculava o movimento que iria fazer para revidar o soco que estava prestes a levar, sabia que não seria um impacto fraco, pois aquele homem tinha força suficiente para erguê-lo muitos centímetros do chão, e Syaoran, graças a sua musculatura, não era lá muito leve.         

Projetando os próximos instantes a seguir em sua cabeça, nosso jovem ouviu o barulho do descer das escadas, para seu alívio, Sakura regressava para a sala e se surpreendia com a cena que presenciava:

— UAHH MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? TOUYA! SOLTE O SYAORAN AGORA! – Disse Sakura enquanto corria e chegava até o braço do rapaz para tentar soltar Syaoran.

— Humm então o nome desse pirralho é este.

— Então, o “pirralho” aqui já havia mencionado seu nome. – Disse Syaoran ainda no ar.

— Cale a boca pirralho, relaxa aí.

— QUEM TEM QUE RELAXAR AQUI É VOCÊ TOUYA, E SOLTA LOGO ELE.           

Relutantemente, Touya foi colocando Syaoran no chão aos poucos, mas mantendo a desconfiança e a postura rígida.

— Muito obrigado – Dizia Syaoran enquanto dava leves tapas em sua camisa e arrumava sua gola.

— Tudo bem, agora me diga quem é ele e o que ele está fazendo aqui sozinho com você – Requisitou Touya.

— Pela terceira vez, o nome dele é Syaoran li, ele é meu colega de classe e está aqui porque estamos fazendo um trabalho em dupla juntos.

— Por que você está fazendo um trabalho em dupla com esse pirralho e não com a Tomoyo?

— NÃO CHAME ELE DE PIRRALHO, o professor sorteou as duplas, não havia o que fazer.

— Humm, entendo, e onde está o papai?

— Foi fazer as compras para o jantar.

— Humm... Ta certo, então, vou subir para o meu quarto, quando o jantar estiver pronto me chama – Disse Touya enquanto caminhava em direção as escadas.

— EI, NÃO ACHA QUE ESTÁ ESQUECENDO-SE DE ALGO?! – Bufou Sakura.

— O que você quer dizer? – Perguntou Touya.

— VOCÊ DEVE DESCULPAS AO SYAORAN!          

Naquele momento, Touya tornou a olhar para Syaoran, o que já não fazia desde que o colocara de volta ao chão.

— Hummm... Certo, eu preciso mesmo de uma palavrinha rápida com ele. – Concluiu Touya caminhando até Syaoran.           

Estando em frente ao rapaz chinês, Touya se inclinou de maneira que pudesse falar no ouvido de Syaoran, este que em momento algum se amedontrou:

— Ei eu não sei o que se passa entre vocês dois, mas para ela já estar te chamando pelo primeiro nome, deve ter algo estranho no meio. Espero que não tente nenhuma gracinha com a minha irmãzinha, ou eu terei que acabar com você.

— EI TOUYA, VOCÊ NÃO ESTÁ AMEAÇANDO ELE OU ALGO ASSIM NÃO É?! – Questionou Sakura.

— Claro que não monstrenga, isso é só uma conversa entre homens – Respondeu Touya virando-se na direção de Sakura, e posteriormente voltando a ficar próximo do ouvido de Syaoran – Bom, creio que assim estamos conversados então, fique esperto— Proferiu suas ultimas palavras e se afastou novamente – E é claro, foi mal por mais cedo, acho que fui rude demais – Disse enquanto caminhava novamente para as escadas – Bem, vou estar no meu quarto, acho bom vocês se concentrarem apenas no seu trabalho – Deu seu ultimo aviso antes de sumir no segundo andar.

—BLÉÉÉ – Sakura mostrava a língua.           

Após aquilo os dois retornaram para o sofá da sala de estar:

— Sério Syaoran, me desculpe mesmo, essa foi a pior forma de vocês dois se conhecerem – Lamentava Sakura.

— Tudo bem, no fim ele pediu desculpas. Apesar de ele ter me ameaçado antes...

— Bem, como você deve ter percebido, aquele é Touya, meu irmão, ele está na faculdade, sempre foi um irmão muito muito muito ciumento. Quando eu era mais nova eu sempre me estressava com ele, mas aos poucos fui percebendo que ele agia daquela forma para me proteger, e hoje pode se dizer que sou grata por ele – Afirmou Sakura com um sorriso sereno no rosto.          

 Vendo a expressão de Sakura ao falar sobre seu irmão, Syaoran percebeu o afeto que os dois sentiam um pelo outro, ao pensar sobre isso, lembrou-se de suas irmãs que estavam em Hong-Kong, não tinha lá a melhor das relações com elas, mas nutria um grande carinho por cada uma delas, e é claro, sentia saudades.

— Que bom que vocês se sentem assim, um em relação ao outro – Disse Syaoran sorrindo.

— É... Mas, ele também consegue ser bem irritante e implicante às vezes... Não... Para falar a verdade... É O TEMPO TODO! SEMPRE ME CHAMANDO DE MONSTRENGA, ROUBANDO MINHA SOBREMESA E CRITICANDO QUANDO É A MINHA VEZ DE FAZER O JANTAR! AAAAAAAH QUE DROGA! – Bufou Sakura enquanto cerrava os punhos e fazia uma cara assustadora.

  Syaoran ficou bastante surpreso e levemente assustado com aquele desabafo da garota ao seu lado, e esta quando percebeu a situação que criara, ficou totalmente sem graça:

— Q-quer d-dizer, no fim ele é um bom irmão hahaha... – Ria Sakura de maneira encabulada enquanto colocava as mãos no rosto – Desculpe... eu exagerei um pouco...          

Percebendo o jeito totalmente sem graça que a garota ficara, Syaoran não aguentou e por mais que tentasse segurar, começou a rir:

—Pff... Pfff... hahahahahaha aposto que seu irmão se diverte muito com você hahaha – Exclamou nosso jovem enquanto ria.

— EI! Não é pra você rir... Assim... – Disse Sakura pausadamente enquanto mudava seu semblante ficando sem expressão.

— Hã? Aconteceu alguma coisa? – Estranhou Syaoran.

— Não... É só que... – Dizia Sakura formando um lindo sorriso sereno em sua face – Essa foi a primeira vez que você sorriu de maneira tão sincera desde que nos tornamos parceiros de trabalho.           

Aquelas palavras juntamente com aquele sorriso, causaram um impacto estrondoso em Syaoran, que o fez ficar sem reação:

— A-aah... É que... E-eu só... – Tentava formular algo sem sucesso, apenas ficando mais vermelho a cada palavra.           

Á essa altura, Sakura percebera o que havia dito, e acabou por corar também. E por alguns segundos, persistiu um clima desconfortável e silencioso de timidez e vergonha no recinto, que só foi quebrado com a chegada repentina de Fujitaka:

— Voltei, desculpe a demora – Anunciou Fujitaka, adentrando no interior da casa.           

Tendo ouvido o anuncio de Fujitaka, o casal de jovens levou um pequeno susto que fez com que ambos pulassem no sofá, posteriormente recuperando a compostura, esperando que Fujitaka viesse de encontro a eles.

— Olá, já fiz as compras para o jantar – Disse o pai de Sakura entrando na sala de estar.

— Que bom papai, o Touya também já chegou.

— Ah muito bom, então eu acho que vou começar a preparar o jantar , você jantará conosco não é Syaoran? – Dirigiu o olhar para Syaoran esboçando um sorriso.

— A-ah, não, eu não quero dar trabalho – Tentava negar Syaoran.

— Como assim?! Não dá trabalho nenhum! – Exclamou Sakura – Papai, Syaoran irá jantar conosco – Afirmou olhando para seu pai.

— Tudo bem, então irei começar a cozinhar – Finalizou Fujitaka saindo da sala.

— M-mas eu nã—           

Tarde demais, Fujitaka já estava na cozinha dando início aos preparativos.

— Olha Sakura, eu realmente acho que não devo mais incomodar vocês – Disse Syaoran virando-se para a garota.

— Syaoran, eu já disse! Você não é incômodo algum, e outra, eu preciso te compensar de alguma forma pelo incidente com o Touya mais cedo.

— Não, aquilo realmente só—

— Syaoran! Shiu! – Ordenou Sakura colocando um dedo nos lábios.           

Vendo que não tinha outra escolha, o garoto dos cabelos bagunçados optou por desistir de resistir às ordens daquela garota.

— Okay, então... Acho que vou ficar para o jantar... – rendeu-se Syaoran.

— Haha, ótimo! – Comemorou Sakura.           

Tendo decidida a permanência de Syaoran para o jantar, eles continuaram a pesquisa até o jantar estar pronto. Após certo tempo, o jantar estava pronto, e todos foram jantar. Aquele momento correu de maneira tranquila, houve uma conversa tranquila entre Syaoran, Fujitaka e Sakura, eventualmente também se somava algum comentário irritante de Touya. Ao término da refeição, Syaoran se ofereceu para ajudar a lavar os pratos, mas Fujitaka educadamente recusou a ajuda alegando que um convidado não deveria se dar ao tabalho de fazer tal tarefa.           

Restou à Syaoran, somente a opção de ir para casa, a qual escolheu sem pestanejar:

— Bem, vou indo para casa então.

— Eu te acompanho até o portão – Disse Sakura.

— Ah obrigado, e obrigado pelo jantar Sr. Kinomoto – Agradeceu Syaoran fazendo uma reverência.

— Não há de que Syaoran, volte mais vezes.           

Tendo se despedido, Syaoran seguiu para a porta de entrada juntamente com Sakura, e após seguirem para o exterior da residência, puderam visualizar o céu daquela noite, que na verdade estava coberto de nuvens, as quais em breve viriam a derramar lágrimas sobre Tomoeda.

— Foi uma pena não conseguirmos terminar o trabalho ainda hoje, mas podemos termina-lo no decorrer da semana que vem – Alegou Syaoran.

— Sim, acho que se não fosse por meu irmão teríamos conseguido – Lamentou-se Sakura – Mais uma vez, me desculpe isso não vai acontecer novamente! – Afirmou juntando as palmas das mãos.

— É... Eu espero mesmo, já não aguento mais você pedindo desculpas – Brincou Syaoran.

— Haha foi mal... – Riu encabulada abaixando a cabeça em seguida – Mas... Apesar disso... Eu gostei bastante do dia de hoje...           

Syaoran percebendo o rosto corado da garota, lembrou-se do momento mais cedo que tiveram antes de Fujitaka retornar, e corou um pouco também.           

Após mais alguns segundos nesse mesmo tipo de situação, Syaoran retornou a realidade e focou-se em tomar seu rumo para casa:

— Ééé... Então estou indo... Até mais – Despediu-se acenando.

— A-AH SIM! Digo...  – Pigarreou – Até mais.           

Ainda acenando, Syaoran se distanciava na rua enquanto seguia para sua casa, e por mais que quisesse, não conseguia disfarçar o sorriso que se formava em seus lábios e persistia contra sua vontade.

— Ha... É bom demais para ser verdade... – Pensou enquanto caminhava sentindo os pingos que começavam a cair daquela noite nublada.

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Syaoran andava em meio às folhas e os feixes de luz que conseguiam passar pelas copas das árvores, sentia uma brisa agradável passar pelo seu corpo, de maneira que o fazia sentir totalmente relaxado. A fim de aproveitar melhor aquela sensação, abriu os braços e se entregou a liberdade que aquele ambiente passava. Riu, sentindo-se livre, e desabou de costas no chão, que por sua vez era macio graças à densa vegetação do local. Teve vontade de rolar, e assim o fez, rolara rindo por alguns metros, até se chocar com algo, que posteriormente comprovou ser um par de pernas. E ao se levantar para ter a visão de quem era o dono daquelas pernas...

TTTRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMM           

Mais uma vez, o maldito despertador soava o iniciar de mais uma manhã, desta vez Syaoran não estava no chão, mas seu cobertor e travesseiro estavam, sinal de que provavelmente havia rolado em sua própria cama. Após desativar o despertador, sentou-se em sua cama para pensar e refletir um pouco sobre o sonho que tivera.

— Esses sonhos... A cada vez tem mais detalhes... Por que eu os tenho?... Será que talvez...?... É... Talvez seja isso... Bem, não adianta pensar muito – Concluiu levantando-se.           

Aquele dia era domingo, e não havia nada programado para fazer. Decidiu então fazer alguns exercícios e estudar um pouco, o que para alguns poderia ser algo entediante, mas para ele servia como uma distração, especialmente a questão dos exercícios, para Syaoran, treinar seu corpo era algo prazeroso e também um compromisso para consigo mesmo e sua família.           

Após tomar café e se preparar, saiu para uma corrida matinal. Seu percurso passava por quase toda Tomoeda. Ao passar pelo Parque do Rei Pinguim, inevitavelmente se lembrou de Sakura, lamentando-se por não poder vê-la naquele dia, mas também se animando ao lembrar que logo a veria no dia seguinte. Passado alguns segundos, enrubesceu-se ao perceber em como estava pensando naquela garota. Se em uma tarde junto a ela, o havia deixado daquele jeito, imaginava como seria dali pra frente. Finalizando tais pensamentos, seguiu seu percurso evitando voltar a pensar naquela singular garota.           

Assim como planejara, durante o período da tarde, apenas estudara, já à noite, não demorou a cair no sono.           

Naquela noite, Syaoran não teve nenhum sonho.

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Segunda-feira, a semana começava da melhor maneira possível, chovendo. Em dias de chuva não havia muito que se fazer depois da aula. Os clubes que não necessitavam de áreas abertas para suas atividades podiam executar seus afazeres tranquilamente, já clubes que utilizavam do espaço externo não teriam muito a fazer. Syaoran fazia parte do clube de futebol, gostava daquela prática e ela servia como um bom exercício. Naquele dia, entretanto, não haveria treino devido à chuva, então não tinha nada para fazer. Até mesmo se reunir para terminar o trabalho com Sakura seria algo complicado devido a toda aquela água que caía do céu. Mas necessitava de terminar aquele trabalho, e como Sakura participava das líderes de torcida, também não teria atividades naquele dia, decidiu que iria aproveitar para falar com ela logo após a aula.           

Terminada a aula, Syaoran acabou tendo que ajudar o professor com alguns papéis e perdeu Sakura de vista. Finalizada sua tarefa, correu em disparada para tentar alcançar a garota dos orbes verdes. E de fato conseguiu, Sakura estava na entrada da escola, juntamente com sua amiga Tomoyo, ambas preparadas para partir. Eis que Syaoran teve uma indecisão do que fazer. Não sabia se poderia e/ou deveria intervir na partida delas, teria outras oportunidades para falar com Sakura a respeito do trabalho, mas sua vontade de falar com ela e o seu lado de responsabilidade para com os estudos falaram mais alto. Decidiu então, andar na direção delas, porém esqueceu-se de algo... O que iria falar? “Oi, quando vamos fazer o trabalho?” ? Humm não, seria seco de mais, “Oi, eai? Como estão?” ? Hummm não... Intimidade demais. AAH droga, como deveria agir? Quando se deu conta já estava de pé em frente a elas:

— Hã... Oi... Sakura... – Disse timidamente.

— Hã? AH, oi Syaoran! – Retribuiu Sakura com um sorriso no rosto – Você foi ajudar o professor Yoroi depois da aula né? Foi muito trabalhoso?

— O que? Ah... Sim, eu fui sim, mas não era nada muito complicado.

— Ah que bom então.           

Tomoyo até então só observava silenciosamente o diálogo entre os dois.

— AH! Desculpe Tomoyo, quase me esqueci de você. Syaoran, eu sei que vocês já conhecem há bastante tempo como colegas de classe, mas deixe-me apresenta-los de novo. Syaoran, essa é minha amiga, Tomoyo Daidouji. Tomoyo, esse é meu parceiro de trabalho, Syaoran Li.

— Bem, mesmo depois de mais de um ano, é um prazer conhecê-la novamente, Daidouji – Disse Syaoran, sorrindo e ao mesmo tempo fazendo uma leve reverência.

— Hehe, eu digo o mesmo Li, é um prazer! – Respondeu Tomoyo copiando o gesto do colega.

— Hahaha agora que estamos todos novamente apresentados, que tal irmos para casa juntos? – Sugeriu Sakura animadamente.

— O que?! Sério?! – Surpreendeu-se Syaoran.

— Eu acho uma ótima idéia, você não Li? – Indagou Tomoyo.

— Ah... Eu acho que... Se vocês não se importarem com a minha presença, tudo bem para mim.

— É claro que a gente não se importa seu bobo! – Bufou Sakura fazendo uma careta – Certo, então vamos indo.           

O que era pra ser um momento constrangedor acabou se tornando numa nova oportunidade a Syaoran. Oportunidade para conhecer Tomoyo Daidouji, melhor amiga de Sakura, e uma garota radiante, dotada de um dom musical além de ser muito atenciosa e carinhosa. Os três seguiam rumo as suas casas embaixo de seus guarda-chuvas, e quem via a situação diria que aquele trio eram amigos de infância que dispunham de muitas lembranças juntos. Eles conversavam e riam tranquilamente, mesmo com a chuva incessante que caía sobre eles. Sakura a todo o momento animada, Tomoyo contando histórias constrangedoras e engraçadas sobre Sakura , e Syaoran não ficando atrás no humor.

— Mas me contem, como anda a pesquisa de vocês? – Perguntou Tomoyo.

— Teria avançado muito mais se não fosse pelo bobo do meu irmão! Hmpf! – Reclamou Sakura.

— Nossa, o que ele fez?

— Ele simplesmente atacou Syaoran, quase deu um soco nele sem motivo algum, só porque ele estava sozinho na sala quando Touya chegou!

— Minha nossa! – Tomoyo arregolou os olhos e colocou uma das mãos nos lábios – Touya é realmente muito protetor. Você ficou bem Li?

— Sim, ele acabou me soltando, no final pediu até desculpas.

— Mas ele só fez isso depois de eu dar uma grande bronca nele! AI DELE SE ELE TENTAR FAZER ALGO PARECIDO DE NOVO! – Sakura dizia enquanto cerrava o punho e fazia uma cara assustadora.

— Hahahaha você não acha que a Sakura fica adorável quando fica brava, Li? – Perguntou Tomoyo com os olhos brilhando.

— Com certeza, ela fica bem engraçada assim haha – Divertiu-se Syaoran.

— EI! Não é pra vocês dois rirem... – Sakura olhava agora para o chão, envergonhada.           

E foi assim, brincando e rindo que aqueles jovens após caminhar mais alguns metros viram-se num cruzamento, aonde uma dos integrantes iria se despedir:

— Bem, eu fico por aqui, tenho que seguir por este caminho. Vejo vocês amanhã na escola. – Despediu-se Tomoyo.

— Tchau Tomoyo! Até amanhã! – Respondeu Sakura.

— Até amanhã Daidouji – Despediu- si Syaoran.

— Até, os dois – Finalizou Tomoyo com um aceno enquanto seguia seu caminho.           

Tendo os dois últimos integrantes da trupe retribuído aquele ultimo aceno, continuaram seu trajeto. Agora, no entanto, o silêncio persistia, mas como só havia alguns momentos antes de se separarem em caminhos opostos, Syaoran queria trocar algumas ultimas palavras com aquela garota. Motivado por isso, decidiu perguntar sobre o trabalho:

— Então Sakura, sobre o trab—

— Ei a gente tem que terminar o trabalho não é? – Cortou Sakura, mais uma vez.

— A-ah... É... Sim, nós temos... – Respondeu Syaoran sem graça.

— AH! DESCULPA! Eu te interrompi de novo não foi? Perdoe-me. O que você ia falar? – Lamentou uma Sakura ainda mais sem graça.

— Tudo bem, eu ia falar justamente do trabalho.

— Ah... Sim, entendo... AH! Lembrei! – A cada pulo repentino de Sakura, Syaoran levava um leve susto – Eu tinha realmente algo para falar sobre isso. Na verdade, era isso que eu ia fazer aquele dia na minha casa. Quando eu subi no meu quarto, fui buscar meu celular que eu havia deixado carregando. Eu acabei derrubando algumas coisas e por isso demorei mais do que deveria, me desculpe – Suplicou com a palma das mãos juntas.

— Ah, tudo bem. Mas você foi pegar seu celular por...?           

Naquele momento Sakura abaixou o rosto, o qual já ficava vermelho.

— Bem... Na verdade... Eu estava pensando... Se nós podíamos trocar nossos e-mails...? – Disse Sakura após reunir coragem.           

Syaoran demorou um pouco para entender o que ela estava dizendo, mas tendo percebido, exibiu uma reação muito parecida com a de Sakura:

— AH! Entendo... É... Eu acho que pode ser uma boa ideia... – Disse nosso jovem com o rosto também corado.

— Sério mesmo!? – Perguntou uma agora radiante Sakura.

— S-sim... – Respondeu um Syaoran ainda mais vermelho.

— A-ah... Que bom então... – Teve noção de sua reação repentinamente alegre e agora voltava a ficar vermelha.           

Os dois permaneceram ali parados por um tempo, sem dizer qualquer palavra, até que Syaoran teve a iniciativa para acabar com aquilo.

— Bom... Se vamos fazer isso, é melhor não fazer na chuva não é?

— AH! Sim... Vamos achar um lugar coberto – Disse Sakura enquanto caminhava.

— Okay – Respondeu Syaoran seguindo a garota.           

Andaram um pouco até que chegaram à frente coberta de uma loja. Sacaram seus celulares, e trocaram e-mails por meio de contato dos aparelhos. Terminada a operação, ambos não conseguiram disfarçar um leve sorriso na face, o que os deixou envergonhados quando perceberam.

— Pronto...

— É...

— Sabe, eu me esqueci de falar antes. Eu pensei que trocar nossos e-mails iria nos ajudar porque assim poderíamos nos comunicar mais facilmente sobre o trabalho... – Disse Sakura.

— Sim, faz todo o sentindo pra mim, foi uma boa ideia.

— Aaah que bom que você pensa assim! – Exclamou Sakura com um sorriso amável.

— N-não foi nada... – Respondeu Syaoran corando.

— Bem então mais tarde eu te mando uma mensagem para combinarmos como vamos continuar a pesquisa, pode ser?

— A-ah sim, pode ser.

— Certo, então eu vou indo, tenho que fazer umas coisas em casa, por isso preciso correr. Até amanhã Syaoran – Despediu-se sorrindo e acenando.

— Sim, até amanhã Sakura – Despediu-se Syaoran acenando enquanto via a garota se distanciar enquanto corria.           

Trocar o e-mail com Sakura em tão pouco tempo com certeza não estava na sua cabeça. No entanto, não havia o que reclamar, estava extremamente feliz. Agora poderia falar com ela quando quisesse, mal podia esperar para receber a primeira mensagem dela. Ainda chovia, mas Syaoran voltou aquele dia para casa de cabeça erguida e um sorriso no rosto.           

Enquanto isso, não muito longe dali, Sakura estava parada. Uma mão segurava o guarda-chuva que a protegia dos pingos da chuva, e a outra segurava o celular que pressionava contra o peito. Seu rosto estava abaixado, e não havia muita expressão, exceto por um leve sorriso que se formava em seus lábios.

— Estou cada vez mais perto... Estou sentindo... Um dia eu vou conseguir, com certeza!           

Levantou o rosto com uma expressão determinada e seguiu para sua casa.

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