Caminho das Memórias escrita por Ainsworth


Capítulo 13
Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Ora pois, cá estou eu! Então, a pedidos eu tentei dar uma acelerada na postagem desse capítulo, então eu meio que tive que dividir ele, logo ele será um pouco menor. Mas creio que vocês vão se satisfazer do mesmo jeito *-* Então, sem mais demora, o que será que aconteceu? Eis o 13° capítulo. Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756048/chapter/13

Tempestade

            

Choque. Receber um soco na cara pode machucar, mas aquelas palavras fizeram muito mais do que um simples soco. Syaoran ficou em ruínas. Além de não ama-lo, também estava apaixonada por outro? Foi um baque muito forte. No entanto, não tinha muito tempo para refletir sobre isso naquela hora. Precisava calcular o momento perfeito para voltar à mesa, onde a situação não era das melhores.           

Touya não soube como responder a irmã. Era de longe, o mais surpreso diante daquela afirmação. Como podia estar errado? Estava convicto de que Sakura amava Syaoran.           

A garota por outro lado, também se surpreendera com as próprias palavras. Fez aquela afirmação com uma face determinada, mas que com o tempo perdeu a rigidez, na medida em que refletia sobre o que falou. Mas antes que pudesse complementar, mudar ou negar o que havia dito, Syaoran retornou, aproveitando-se do silêncio continuo que se instaurou entre os irmãos.

— Voltei. Desculpe pela demora. Não era nada importante – Disse calmamente enquanto se sentava a mesa – Aconteceu alguma coisa? – Perguntou em prol do clima estranho.

— N-Não, não é nada... – Disse Sakura hesitante.

— Certo...

— E então, garoto, já decidiu o que vai querer? – Touya perguntou, tentando agir normalmente.

— Ah... – Deu uma olhada no cardápio – Sim, já decidi. E você, Sakura?

— A-Ah! – Pegou o cardápio assustada – T-Também decidi...           

Touya então anotou os pedidos e após algum tempo os trouxe. Syaoran mantinha sua expressão calma e terna, tal como não se houvesse nada de errado. Não queria deixar evidente que havia ouvido a conversa anterior, então procurou agir normalmente. Sakura por sua vez, mostrava um pouco como ela estava meio desconfortável pelo que disse, mas se esforçava para não deixar nítido seu comportamento. Entretanto, era inevitável que Syaoran percebesse a postura da garota, porém, compreendeu sua situação.           

Após a refeição, cada um pagou o que consumiu, a pedido de Sakura, já que Syaoran pretendia pagar por ambos. Despediram-se de Touya, e seguiram para ver o resto das atrações. Touya os observava enquanto se distanciavam. Sua feição estava séria. Não era o tradicional Touya sério, mas sim um sério e preocupado Touya. Pois tinha notado o comportamento de Syaoran. Por melhor que a atuação dele tenha sido, Touya conseguiu perceber que aquele não era o seu normal, e que alguma coisa estava errada. A razão daquilo parecia quase certa.

—----------------------------------------------x----------------------------------------------           

Aquele encontro continuou como estava anteriormente. Sakura liderava Syaoran pelas atrações, lhe mostrando tudo o que havia, além de sorrir bastante. Aos poucos foi esquecendo a discussão com o irmão, e retomou aquela alegre e energética Sakura que era. Syaoran acompanhava o ritmo dela. Sorria quando era hora de sorrir, ria quando era hora de rir. Mas a verdade era que em seu coração sentia uma dor muito forte por ter que agir daquela maneira. Vendo aquele sorriso, e sabendo que não pertencia a ele. Muitas coisas passavam pela sua cabeça, mas se concentrava em passar a impressão de que não havia nada de errado.           

Após rodarem e rodarem pelo aquário inteiro várias vezes, chegava a hora de irem embora. E por mais que estivesse naquela situação, Syaoran se ofereceu para levar a garota até sua casa. Sakura não resistiu muito à oferta, e logo estavam a caminho da residência dos Kinomoto. Durante o trajeto, diferente da ida até o aquário, não trocara nenhuma palavra. Syaoran tentava colocar a cabeça no lugar, e Sakura por mais que pensasse, não conseguia achar nada para falar. Foi assim que após algum tempo, chegaram ao seu destino.

— Não quer entrar um pouco? – Sakura ofereceu.

— Não, obrigado. Acho que você deva precisar descansar um pouco depois do dia de hoje.

— Hahahaha, é verdade... Você também deve estar bem cansado, Syaoran. Não dei moleza para você – Disse sorrindo.

— Bom, eu me esforcei ao máximo – Deu de ombros.           

O vento frio daquele fim de tarde soprava em seus rostos. Syaoran refletiu sobre sua confissão, estava pronta para fazê-la naquele momento, mas fora surpreendido por um fato que jamais esperava.

— M-Muito obrigada por hoje, Syaoran. Eu me diverti muito – Disse Sakura com aquele sorriso encantador.           

Syaoran a fitou. Mil coisas passaram por sua cabeça naquela hora. Todos os momentos com Sakura, todos os sorriso que recebeu, toda a alegria que lhe fora transmitida. Todo o conjunto de coisas que o fez decidir se confessar para ela. Ainda dava tempo. Poderia ignorar o fato de que ela já tinha alguém especial, poderia ignorar o fato de que ela jamais lhe pertenceria. Queria apenas dizer tudo o que sentia, colocar para fora todos os seus sentimentos. Dizê-la, dizê-la o quanto lhe amava.           

Mas não teve coragem para isso.

— Sim... Eu também me diverti bastante – Respondeu com um triste sorriso.           

Dessa vez, Sakura não pôde deixar de perceber aquela estranha alteração no humor de Syaoran. Por mais que tenha sido apenas uma única expressão, percebeu que havia algo de errado.

— Então, até amanhã, Sakura – Disse Syaoran, acenando, e virando as costas para ir embora.

— A-Até amanhã... – Respondeu Sakura.           

Olhando para baixo, Syaoran caminhava com seu coração partido, entregado a tristeza de não ter sido capaz de expressar seus sentimentos. Mais uma vez, tal como na perda do pai, lhe faltou força.           

Atrás de si, deixava uma Sakura confusa, incerta e triste. Ficou sem entender o que havia de errado com Syaoran, e também sem a possível confissão que receberia.

—-----------------------------------------------x---------------------------------------------           

Já em sua casa, após um banho quente, Syaoran sentava em sua cama. Os cabelos ainda molhados, e a toalha ao redor do pescoço. Cabisbaixo, suspirou.

— Era bom demais pra ser verdade.

—----------------------------------------------x---------------------------------------------           

Na manhã do dia seguinte, poucas palavras foram trocadas entre Sakura e Syaoran. O rapaz mostrou uma postura diferente da habitual. Continuava calmo e gentil, mas parecia evasivo, tal como se evitasse Sakura.           

Na hora do almoço, deu um breve aviso de que almoçaria com os colegas do clube de futebol, e saiu rapidamente da sala de aula, deixando Sakura e Tomoyo almoçando sozinhas.

— Okay, não tivemos tempo antes, mas agora é a hora! – Exclamou Tomoyo – O que aconteceu ontem? Li está muito estranho hoje.

— Eu...Eu não sei... Não aconteceu nada de mais. Fomos no aquário... E ele parecia bem normal pra mim. Até disse que se divertiu... – Disse Sakura com uma triste feição.

— Hummm, estranho, muito estranho – Tomoyo questionava com a mão no queixo – Então, ele não se confessou para você?

— Não...

— Aaaaaaaaahh... Por quê?? Parecia tão certo para mim... – Lamentou-se Tomoyo.           

Sakura se mantinha cabisbaixa. Queria entender o motivo daquele estranho comportamento. Mas não sabia como. Não tinha coragem para perguntar diretamente para Syaoran. Mas aquilo a incomodava.           

Tomoyo observava a aflição interna da amiga, e procurou consola-la.

— Mas bem, no fim pode ser tudo coisa da nossa cabeça. Quanto à confissão, talvez eu estivesse mesmo equivocada. De qualquer forma, vamos esperar para ver o decorrer das coisas, mas se essa situação persistir, talvez seja melhor você falar com ele...           

As palavras de Tomoyo confortaram Sakura, e fizeram um mínimo, porém triste sorriso se formar nos lábios de Sakura.

— Sim... – Concordou.

—--------------------------------------------------x-----------------------------------------------

— E então, e então? Novidades? – Perguntou Takeru.           

Syaoran almoçava juntamente a Yamazaki e Takeru no telhado da escola.

— Hum? Sobre o que? – Devolveu Syaoran.           

Os dois colegas se entreolharam.

— Ora, sobre Kinomoto – Disse Yamazaki com o indicador para cima.

— Você tinha planos para se confessar, o fim de semana acabou de passar... Algo deve ter acontecido – Explicou Takeru.           

Syaoran terminou de mastigar e disse calmamente:

— Bem, ela me recusou.

— O QUE!? COMO ASSIM!? – Takeru exclamou levantando bruscamente.

— É serio, Li? – Perguntou Yamazaki, mais calmo do que o colega.

— Sim.

— Mas espera! Como que aconteceu? – Takeru ainda inconformado perguntava.

— Eu convidei ela para um encontro, me confessei, e ela recusou.

— Aaah cara... – Takeru sentou-se novamente, colocando a mão sobre o rosto enquanto lamentava – Por essa eu não esperava.

— Bom, acontece – Disse Syaoran voltando a comer.

— Você para bem calmo, Li – Comentou Yamazaki.

— Não é como se eu não estivesse triste, mas não adianta muito ficar lamentando.

— Hum... É verdade, você tem razão – Concordou Yamazaki.

— Você merece um prêmio por essa maturidade, não sei se conseguiria manter essa postura – Disse Takeru.

— Haha, não é nada de mais.           

Syaoran olhou para o céu. Estava nublado. Sem sinal do Sol.

Maturidade, é?

—----------------------------------------------x-------------------------------------------------           

O restante dos dias daquela semana não foram diferentes. Syaoran manteve aquele comportamento evasivo e distante que incomodava Sakura. Sentia mais a cada dia que passava  a necessidade de falar com ele. Mas ainda lhe faltava coragem. Não sabia como abordá-lo, pois não fazia ideia do que poderia ser o motivo daquele comportamento. E enquanto isso, a distancia entre eles aumentava.           

Quanto a Syaoran, sua tempestade ia se acalmando com tempo. A distância que criava entre ele e a garota servia para arejar a cabeça e se distrair um pouco. Passava mais tempo com Takeru e Yamazaki, que procuravam, embora parecesse desnecessário, confortar o amigo. Aos poucos, ia deixando de lado aquele sentimento de tristeza. Sakura seria sua primeira desilusão amorosa, e apenas isso. Aprender com aquilo era algo essencial e decidiu por seguir nessa linha de raciocínio.           

Naquela tarde, saía de uma loja de conveniência com algumas compras para o jantar.

— Hum?

— Ah...           

Acabou por trombar com Touya.

— Olá, garoto – Saudou Touya.

— O que faz por aqui?           

Touya fez uma careta em prol da falta de cordialidade de Syaoran, mas optou por ignorar.

— Acho que o mesmo que você, não é? – Disse olhando para a sacola nas mãos de Syaoran.

— Ah, é?... Então, até mais – Despediu-se e passou andando por Touya.

— Sabe – Touya disse fazendo Syaoran parar – As coisas entre você e Sakura estiveram estranhas nesses dias, não é?

— O que te faz dizer isso?

— Posso dizer apenas por observar Sakura em casa. Ela esteve triste ultimamente.           

Syaoran se mantinha de costas.

— É mesmo?...

— Diga – Touya se aproximou de Syaoran – Você ouviu o que ela disse no aquário, não foi?           

Tendo acertado na mosca, Syaoran se virou.

— Você é realmente perspicaz – Debochou.

— Sem brincadeiras, eu sei o que ela falou, mas—

— Mas? Mas o que? Não há nada a adicionar.

— Talvez ela tenha se expressado mal...

— Não seja ridículo! Você ouviu ela. Ela estava determinada no que disse. Ela já ama alguém, e esse alguém não sou eu.           

As palavras de Syaoran eram fortes, mas também era possível sentir a frustação dele nelas.

— Mesmo sendo irmão dela, não posso decidir seus sentimentos, por mais que eu quisesse. Porém, e quanto a você? Vai desistir sem mais nem menos? O que você sente por ela é tão fraco assim?

— Não é sobre ser fraco ou não. Eu não vou insistir contra os sentimentos de alguém. Se Sakura se sente daquele jeito, eu irei respeita-la. Não é justo eu querer me impor sobre ela – Syaoran disse calmamente.           

Touya não conseguiu engolir aquelas palavras.

— Hmpf... E pensar que eu acreditei que você fosse o cara certo... – Fez pouco de Syaoran.           

Em vez de revidar, Syaoran sorriu.

— Bem, nem era mesmo para eu estar aqui. Ao menos agora posso me concentrar na minha missão. Um coração partido não é nada de mais – Virou de costas novamente – Agora tenho que ir. Adeus – E saiu andando.           

Touya ficou observando Syaoran ir embora.

 - Até parece que não é nada de mais – Disse.           

Mais a frente, o grupo de Shinichi retornava após uma jogatina de futebol.

— Pode falar, aquele meu chute não foi o ma—

— Ei, aquele não é o Syao-bo? – Hiromi disse interrompendo Koizumi, enquanto apontava para Syaoran ao longe.

— Ei, Hiromi! Não me interrom—

— É, você está certa, é mesmo o Syao-bo – Agora fora a vez de Shinichi interromper o amigo.

— Você também não, Shinichi! – Esbravejou Koizumi.

— Ah, deixa disso, vamos chama-lo – Disse Shinichi.

— SYAAAOOO-BOOOO! – Hiromi o chamou.           

Entretanto, Syaoran não teve reação, e continuou apenas andando.

— Que estranho, será que ele não ouviu? – Questionou Shinichi.

— Ha, isso é porque a Hiromi não fez direito. Deixe comigo – Koizumi tomou fôlego – EEEEEIIII!!! SYYAAAAAAOOOOOO-BBBOOOOOOOOOOOOOOOO – Gritou tão alto como pôde.           

Mas ainda assim, Syaoran apenas seguiu andando.

— O que!? Como assim!? Por que você não escuta!? Syao-bo idiota! – Koizumi bateu o pé reclamando.

— Ele... Parece estar triste – Disse Hiromi.           

Com o que Hiromi disse, todos direcionaram sua atenção a Syaoran.

— Bom, não há muito o que fazer – Shinichi cortou o silêncio – Vamos embora.             

Num clima de curiosidade, e ouvindo as reclamações de Koizumi, o grupo de crianças partiu.           

Já quase em seu apartamento, Syaoran parou de andar. Levantou a cabeça e observou o céu ainda bastante nublado. Alguns flocos de neve ainda caiam, gelando a quente face do rapaz.           

Repentinamente, uma única lágrima se formou em seu olho esquerdo, e rolou por rosto.

— É... Não tem mesmo como não ser nada de mais...

—------------------------------------------------x--------------------------------------------           

Em seu quarto, Sakura observava o visor do celular. Estava aberto na conversa entre ela e Syaoran. Balançou a cabeça e depositou o aparelho sobre a escrivaninha.

— Não. Eu vou resolver isso pessoalmente – Disse para si mesma.

—----------------------------------------------x-------------------------------------------------           

No dia seguinte, Touya descia as escadas de sua casa bocejando.

— Bom dia... – Disse para seu pai.

— Bom dia, Touya – Respondeu Fujitaka.           

Antes de ir para a cozinha, Touya reparou que os sapatos de Sakura não estavam na entrada.

— Sakura já saiu? – Perguntou Touya.

— Ah, sim. Ela acordou bem cedo hoje, fiquei bastante surpreso. Ela disse que ia visitar um amigo.           

Prontamente Touya compreendeu do que se tratava.

— Ah... – Suspirou colocando a mão sobre o rosto.

— O que foi? – Perguntou Fujitaka.

— Nada, é só que... Provavelmente alguém vai precisar de consolo depois disso.

— Ora, então porque você não se habilita para fazer o papel do consolador? – Passou pelo filho colocando a mão em seu ombro – Você já faz o papel de irmão protetor mesmo.

— Hum... É, talvez seja uma boa ideia...

— Ah, mas não se esqueça de comer alguma coisa antes de ir! – Fujitaka exclamou já na cozinha.

— Pode deixar – E assim Touya o fez.

—-----------------------------------------------x---------------------------------------------           

Syaoran estava correndo naquela manhã. Tentava fazer de tudo para tirar a garota de olhos verdes de sua cabeça. Após algumas voltas por Tomoeda, retornava a seu apartamento. Assim que subiu as escadas para chegar até seu andar, deparou-se com quem menos gostaria de encontrar naquela manhã. Em frente à porta de seu apartamento, estava Sakura. Tocava a campanhia e aguardava com uma face apreensiva.           

Por mais que não quisesse falar com ela, não podia apenas ignora-la plantada em frente a seu apartamento. Então, embora a contra gosto, se aproximou.

— Posso ajudar? – Disse Syaoran.

— AH! – Sakura se espantou – O-oi... Syaoran...           

Apenas ouvir aquela voz já fazia o coração de Syaoran apertar.

— Precisa de algo? – Insistiu Syaoran.

— E-e-e-eu.... – Gaguejou.           

Aquilo não estava levando a nada, e Syaoran já começava a ficar impaciente. Mas percebendo isso, Sakura tomou fôlego e disse.

— Eu... Eu preciso te perguntar uma coisa.

— E o que seria?

— Essa semana... Você esteve se comportando de maneira estranha. Estava distante e parecia fugir de mim. Qual o motivo disso?           

Syaoran suspirou.

— Ah, é isso? Bom, eu estive ocupado com algumas coisas do Clã. Tive que me manter focado nas minhas obrigações e por isso não pude interagir tanto – Disse calmamente.             

Sakura ficou cabisbaixa.

— Mentira... – Falou baixo.

— O que?

— É mentira. Eu posso dizer quando você está mentindo, Syaoran – Disse levantando a cabeça.

— O que!? O que você sabe sobre mim pra dizer isso!? – Perguntou irritado.

— E-eu... Eu... – Sakura não soube como responder.

— Hmpf. Se era só isso, me desculpe, mas vou voltar a correr – Virou-se e seguiu para as escadas a passos rápidos.

— Syaoran!? Espera!           

Sakura correu para alcança-lo, porém foi abordada pela D. Furukawa que saía de seu apartamento naquele exato momento.

— Ora ora se não é aquela linda garotinha daquela vez. O que faz por aqui? Veio visitar Syaoran de novo?

— Desculpa vovó, estou com pressa – Passou por ela – Depois eu volto para falar com a senhora!

— Ora ora, os jovens de hoje em dia são tão apressados – Disse para si mesma.           

Syaoran já terminava de descer as escadas.

Aquela... O que ela pensa que sabe sobre mim?

Espera, Syaoran!           

Com muito esforço, Sakura o alcançou. Syaoran parou de andar ao ouvi-la.

— Por favor...  – Sakura disse ofegante – Eu só quero saber... O que aconteceu pra você agir assim? Por favor, me diga.           

Syaoran suspirou e virou-se para Sakura.

— Sabe, Sakura. Eu realmente pensei que houvesse algo entre nós dois. Eu... Eu sentia isso. No começo eu tentei negar, mas com o tempo, se tornou algo inevitável.           

Encarou-a nos olhos.

— Depois de tudo o que aconteceu, eu me apaixonei por você. Mas recentemente, descobri que não sou correspondido. E pelo visto, jamais serei.           

Dessa vez, fora Sakura quem levou um choque.

— Você... Você ouviu... – Falou pausadamente enquanto lágrimas se formavam em seus olhos.

— Sim, eu ouvi. Alto e claro. Talvez tenha sido um erro ouvir a conversa dos outros daquele jeito, mas depois de feito, não há como desfazer.           

Sakura caía em desespero.

— Não, isso está errado... – Balbuciou em baixo volume.

— Acho que as coisas estão esclarecidas agora – Virou as costas novamente – Peço que não dificulte para eu esquecer de você.

— Não! Não Syaoran, isso está erra—           

No momento em que Sakura exclamava, um caminhão desgovernado se aproximava rapidamente. O motorista estava dormindo, então o veículo esta fora de controle, e sua rota de colisão era justamente Sakura, que não teve reação nenhuma.

—--------------------------------------------x--------------------------------------------


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, se o último capítulo já acabou bem dramático, imagina esse. Pois é, emoção é o que não falta ;-; Então, espero que tenham gostado e desculpem se eu matar alguém de preocupação, hehe, logo saberão o que vai acontecer. Mais uma vez, muito obrigado. Até a próxima ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho das Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.