Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 9
Capítulo 9 - Incêndio




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Passou-se algum tempo e elas continuavam caídas no chão, Undyne se levantou o quanto podia até notar que alguém estava correndo para vê-las.

Papyrus: HUMANA, UNDYNE!

Undyne olhou surpresa para Papyrus, ela não esperava vê-lo ali. Ela pensou que foi ele quem afastou os dois monstros.

Undyne: O que veio fazer aqui? Foi você quem derrotou aqueles dois monstros?

Papyrus: O que? Eu não vi ninguém que fosse uma ameaça.

Undyne: Então quem foi que fez eles se afastarem daqui?

Frisk acordou ao ouvir a voz de Papyrus e tentou se levantar, mas ela estava sem forças. Papyrus percebeu Frisk deitada no chão e ele correu para perto dela, invocando seu cajado para curá-la.

Papyrus: Pelo poder da bondade, conceda meu desejo... Cure!

Undyne olhou aquela cena perplexa, ela viu o círculo brilhante de cura e este recuperou a vitalidade de Frisk. Após isso, ela se levantou normalmente e agradeceu Papyrus por tê-la curado de novo. Undyne estava realmente surpresa ao ver isso.

Undyne: Mas... Como você fez isso?

Papyrus: Ah... É uma longa história.

Undyne: Tá escondendo segredos de mim? Não vou deixar...

Ao dar um passo para frente, Undyne sentiu uma dor no tornozelo, fazendo-a se desequilibrar. Papyrus olhou assustado e aproximou-se dela para segura-la.

Papyrus: Você está bem Undyne?

Undyne: Acho que torci meu tornozelo...

Papyrus: Já que estamos perto da sua casa, vamos até lá.

Undyne: De jeito nenhum! Eu tenho que ir atrás dessas bestas.

Papyrus: Você não vai lutar desse jeito, espere até se recuperar!

Undyne: Por que você simplesmente não usa sua magia?

Papyrus: Desse jeito você vai me deixar quebrado! É melhor irmos até sua casa, e a humana vai vir com a gente.

Undyne: O QUE?

Frisk não parecia convencida de ir até a casa dela, sabendo que não era muito apropriado entrar na casa de alguém que não gostava dela.

Frisk: Ah... Tem certeza?

Papyrus: Vamos indo.

Papyrus fez Undyne apoiar-se no ombro dele para ela conseguir andar e eles foram dentro do labirinto. Frisk notou que aquilo tudo parecia ser uma armação para Papyrus mostrar a Undyne quem Frisk era. Enquanto andavam, Undyne a encarava com ódio e Frisk não estava gostando disso, ela realmente queria saber se havia alguma chance de Undyne se convencer, mesmo que seja mínima.
       Após atravessar o labirinto, Frisk voltou para o local com três caminhos e o caminho do lixão. Papyrus foi até o caminho da esquerda e Frisk seguiu-os novamente até ver uma casa diferente: era redonda, com cara de peixe, os dentes eram a porta principal e as janelas, os olhos do mesmo. Todos pararam ali, perto da porta.

Papyrus: Chegamos, eu te ajudo...

Undyne: Não preciso de ajuda.

Ela se soltou dele e abriu a porta, andando até o quarto. Frisk e Papyrus ficaram esperando do lado de fora enquanto ouviram barulhos de metal. Frisk não se sentia bem naquela situação, ela não queria que as coisas piorassem se ela tiver que entrar na casa de Undyne.

Papyrus: Não se preocupe humana, meu plano infalível fará Undyne ver que você é uma boa humana.

Frisk: Você tem certeza disso realmente?

Papyrus: Absoluta! Não espere menos do Grande Papyrus.

Frisk não estava convencida nem um pouco daquilo. Ela não queria desconfiar dele, mas já que não havia outra escolha, ela teve que aceitar relutantemente. Depois de um tempo, a porta se abriu e Undyne estava na sala, sem a armadura e vestindo uma roupa normal. Ela estava mancando, pegando uma cadeira perto da mesa e se sentou ali com uma perna estendida. Os dois entraram na casa e a curiosidade fez Frisk olhar a decoração ao redor, dentro era uma casa de madeira com um papel de parede azul decorado com peixes.

Papyrus: Eu vou ver se tem algo pra enfaixar.

Papyrus andou até os armários, procurando uma caixa dentro. Undyne começou a encarar Frisk com raiva e ela percebeu, se sentindo desconfortável.

Undyne: Isso ainda não acabou. Depois que eu for atrás daquele monstro, a próxima vai ser você.

Papyrus pegou a caixa de primeiros socorros e pegou algumas faixas para enfaixar o pé dela. Frisk começou a reparar as marcas nos braços de Undyne, haviam várias cicatrizes e cortes. Ela também notou a faixa que tampava o olho esquerdo dela e deduziu que Undyne havia perdido um dos olhos em batalha. Assim que Papyrus terminou, ele se levantou animadamente.

Papyrus: Prontinho! Se me derem licença, eu tenho que fazer algo importante... vocês duas, divirtam-se!

Ele se virou e correu rapidamente até janela, pulando contra ela e quebrando o vidro, saindo da casa. Frisk não estava acreditando nisso, ele simplesmente abandonou-a ali, estando a mercê de Undyne. Ela pensou que iria morrer naquele instante. Undyne se levantou rapidamente, enfurecida pela situação.

Undyne: Bom, agora que ele se foi, eu finalmente poderei acabar com você! Sua presença me dá nojo. Humanos são desprezíveis, tem sede de poder e destroem tudo que encontram. Por que isso seria diferente com você?  Se você pensa que vai conseguir me convencer de que você não é como todos eles, está muito enganada.

Ela esperava alguma reação de Frisk, porém Frisk não se atrevia a se mexer, assustada com tudo que estava ouvindo. Undyne não estava entendendo porque Frisk não era como ela pensava e resolveu tenta-la mais uma vez.

Undyne: Papyrus pode ser alguém ingênuo e egoísta demais para sua espécie, mas não vou deixar ele ser enganado por sua raça nojenta.

Frisk: Eu não estou enganando ele!

Surpresa ao ouvir a reação dela, Undyne deixou que ela falasse, esperando algum argumento.

Frisk: Eu sei o quanto se importa com ele, mas... Depois de tudo que você viu, por que está me tratando desse jeito?

Undyne: Não tente dar lição de moral pra mim. Se quiser que eu te poupe dessa vez, saia da minha casa.

Antes que Frisk se virasse para sair, Papyrus apareceu na janela repentinamente, falando para elas ouvirem.

Papyrus: Ei Undyne! E a aposta que fizemos? Você podia pelo menos tentar fingir ser amiga da humana, mas... acho que vou ter que me preparar pra cozinhar espaguete de almoço por um mês.

Antes que Undyne reagisse furiosamente, Papyrus saiu dali correndo mais uma vez, deixando-as a sós novamente. Frisk achou que ele realmente havia deixado-a sozinha, mas parece que ele realmente tinha um plano. Undyne voltou a olhar Frisk com raiva, convencida pelas palavras de Papyrus. Seja lá qual aposta foi essa, Undyne demonstrou não querer perde-la de jeito nenhum.

Undyne: Então ele duvida de mim? Se ele acha que não sou capaz de fingir tão bem sendo amiga de uma humana, ele vai ver só. Não vou ser só sua amiga, mas vamos ser “Besties”. Vou fazê-la gostar tanto de mim que você não vai pensar em outra. Huhuhu... vai ser o plano perfeito.

Undyne começou a encarar Frisk com um sorriso malicioso, com certeza ela estava tramando algo. Frisk só podia pensar que se ela não fizesse tudo o que Undyne esperava, morreria ali. Undyne mudou subitamente de expressão e começou a trata-la gentilmente.

Undyne: Então, por que não se senta?

Frisk: Certo...

Frisk se senta perto da mesa, tensa com o que estava acontecendo. Enquanto isso, Undyne foi até a geladeira e separou várias opções de bebidas, deixando-as na bancada da cozinha. Antes mesmo de Frisk se levantar totalmente, Undyne soltou uma lança, indo até a mesa e partindo-a no meio, Frisk ficou em estado de choque, voltando a se sentar rapidamente.

Undyne: VOCÊ FICA SENTADA! VISITA NÃO SAI DA MESA SEM PERMISSÃO... Pode usar a lança pra apontar o que quer beber.

Tremendo muito, ela pegou a lança e vendo o olhar irado de Undyne encarando-a, Frisk apontou rapidamente para uma das caixas de chá, suando frio. Undyne pegou um envelope da caixa de chá e colocou água para ferver. Assim que a água ferveu, ela fez o chá e entregou uma xícara cheia para Frisk. Ao beber um pouco, Frisk gostou do sabor.

Undyne: Gostou? É coincidência você ter escolhido esse chá de flor dourada, é a preferida do rei...

As duas ficaram em silêncio por alguns minutos, Undyne começou a refletir sobre o que ela falou minutos atrás. Undyne ainda não conseguia entender como Frisk poderia ser uma humana diferente dos outros, ela soube que Frisk ajudou Dogão e Monster Kid, inclusive Papyrus confiava nela até demais. Não era fingindo ser amiga que ela iria encontrar as respostas, logo, ela decidiu falar abertamente.

Undyne: Olha humana, eu não estou entendendo o que está acontecendo aqui. Meu dever é proteger todos os monstros daqueles que foram amaldiçoados. Eu treinei Papyrus por anos e eu o conheço muito bem. Eu não deixei ele entrar na Guarda Real porque eu o achava inocente e gentil demais para batalhar, mas desde que você chegou, ele começou a mudar. Ele teve coragem de nos seguir até aqui, e ainda usou magia de cura. Eu lembro quando tentei ensinar magia para ele, ele não era capaz nem de curar suas feridas de batalha, quanto mais curar alguém em segundos.

Frisk estava tensa de ter que explicar para Undyne tudo o que aconteceu, certamente era uma longa história, mas quem ia garantir que ela acreditaria? Ela não se sentia segura em falar, porém ela estava se sentindo pressionada a falar algo urgentemente. Undyne estava se mostrando cada vez mais impaciente ao ver seu silêncio.

Undyne: Eu quero respostas, humana, desde que você chegou aqui, as coisas têm mudado muito, e eu não gosto de esperar, por isso eu quero que você fale porque está aqui, ou se não...

Undyne pulou na mesa e pegou a lança que estava ali, ela apontou para Frisk, lançando seu olhar de raiva.

Undyne: Eu mesma vou arrancar essa resposta de você, querendo ou não.

Frisk: Eu...

Um barulho alto surgiu novamente ao redor, elas ouviram os dois monstros possuídos por perto. Eles estavam andando a procura de Frisk, arrastando seus tentáculos pelo chão e causando tumulto ao redor. Undyne correu para pegar a armadura em seu quarto enquanto Frisk saiu pela janela por onde Papyrus pulou antes.
     Fora dali, ela se escondeu atrás da casa e vê o monstro por perto, batendo na porta furiosamente até quebrá-la. Ele mal notou que Frisk estava vendo-o escondida no canto da casa e ela correu para se esconder atrás de um boneco de madeira. O polvo não conseguiu entrar na casa e seus tentáculos entraram e arrastaram todos os móveis da casa. Undyne apareceu com sua armadura e olhou irada para os vários tentáculos dentro da sala.

Undyne: MINHA CASA NÃO, SEU MONSTRO IMUNDO.

Ela invocou novamente várias lanças, atingindo seus tentáculos. O polvo agitou ainda mais seus tentáculos e esbarrou em um aparelho, causando um curto circuito. O choque fez pegar fogo e imediatamente a casa se encheu de chamas. O polvo se afastou do calor, assustado e saiu de perto, procurando algum lago para se refrescar.
      Undyne não conseguia respirar e nem ver a saída da casa por causa da fumaça. Tossindo alto e sentindo muito calor, ela acabou desmaiando. Frisk imediatamente voltou até a casa de Undyne e percebeu o incêndio que começou ali. Ela correu para a porta e corajosamente entrou, procurando Undyne. Frisk tentou evitar a fumaça e quando a encontrou, ela estava desmaiada. Frisk tentou puxar Undyne para fora da casa, mas a armadura era pesada demais. Temendo ficar presa ali, ela gritou por ajuda. Para sua surpresa, alguém entrou e puxou Frisk, junto com Undyne rapidamente para fora.
     Ao sair dali, Frisk se soltou e caiu de joelhos, respirando ofegante em busca de oxigênio. Ao mesmo tempo ela só pôde olhar a casa pegar fogo do lado de fora. Curiosa para ver quem havia ajudado, ela se levantou para ver quem a salvou: a mesma pessoa que apareceu todas as vezes, salvando-a de algum perigo. Dessa vez Frisk pôde olhá-lo mais de perto: ele tinha a mesma estatura que ela, seu rosto estava coberto por uma máscara preta, sua capa, capuz e suas roupas escuras estavam gastas. Olhando mais nitidamente, ele tinha uma íris que brilhava na cor azul. Intrigada, Frisk se perguntava por que ele sempre estava por perto quando ela precisava.

Frisk: ... Quem é você?

?: Eu sou quem devo protegê-la.

Ouvindo-o falar isso, Frisk se surpreendeu e ficou envergonhada. Ela não sabia como agradecê-lo não só por salvá-la do incêndio, mas por ter feito isso todas as vezes que tinha lutado.

Frisk: ... Como sabe quem eu sou?

?: Você vai descobrir isso em breve.

Antes que ela fizesse mais perguntas, os monstros reapareceram no local, causando muito barulhoe chamando a atenção deles. Eles viram-os se aproximarem e o cara encapuzado se posicionou para ataca-los, antes, ele olhou para Frisk.

?: Já sabe o que fazer.

Ele avançou em direção aos monstros e chamou a atenção deles mais uma vez, fazendo-os se distraírem. A partir dali, Frisk soube que essa era a chance, ela segurou seu emblema, decidida a fazê-los voltarem ao normal.


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