Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 10
Capítulo 10 - Bravura




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Undyne acordou ao ouvir os barulhos e notou que Frisk estava na frente dela. Ela viu Frisk se transformando e vestindo uma roupa diferente do que havia visto antes, deixando Undyne assustada. Antes que Frisk fizesse alguma coisa, ela foi interrompida e viu Undyne se levantar e encarar os monstros à frente.

Undyne: Humana, sou eu quem deve detê-los.

Frisk: ESPERE!

Mesmo tentando alertá-la, Undyne foi à frente dela para caçá-los. Antes de avançar decididamente, ela sentiu que devia falar algo para Frisk após salvá-la do incêndio.

Undyne: ... Você já fez o bastante por mim.

Sem perder tempo, Undyne avançou contra os monstros e ignorando a ajuda de Frisk. Ela invocou várias lanças para acertá-los. A essa altura, Frisk não pode mais ver o cara encapuzado do outro lado. Suas lanças caíram em cima dos monstros com rapidez e intensidade, o choque criou uma grande fumaça na área. Antes que ela pudesse avançar ainda mais perto, Undyne percebeu um grande tentáculo voando na direção dela que a atingiu de frente, levando-a para longe. Ela se bateu contra a parede da montanha e caiu no chão. Frisk olhou para ela assustada pelo golpe que recebeu, mesmo sabendo que Undyne não iria desistir facilmente. Logo, os monstros se viraram para Frisk, ela era o objetivo deles. Eles se aproximaram para agarrá-la quando Undyne correu até eles, impedindo-os.

Undyne: Eu sou seu oponente! Não dê as costas para mim!

Mais uma vez ela fez surgir várias lanças ao redor dos monstros, cercando-os. A sereia fez seu grito ensurdecedor para desconcentrá-la. Undyne não aguentava ouvir os gritos dela e isso fez suas lanças voarem por todos os lados, sem atingir seu alvo. Frisk tentou se desviar de todas as lanças que caíram perto dela, logo ela viu o polvo gigante pegá-la e enrrosca-la ainda mais. Undyne viu Frisk sendo capturada pelo polvo e se sentiu inconformada. Ignorando o fato dela ser humana, Undyne percebeu a facilidade que o monstro teve de dispersá-la, ela estava sendo incapaz de proteger até mesmo um humano desse monstro amaldiçoado. Ela fechou o punho, desejando ter mais força para derrota-lo.

Undyne: Eu não posso desistir... Eu preciso de mais força...

Frisk viu Undyne se concentrando e algo começou a emergir dentro dela, ao mesmo tempo, Frisk sentiu seu emblema emitindo luz, reagindo com alguma energia por perto. Ambos os monstros viram a luz emergindo de Frisk e o polvo a soltou, os dois monstros foram cegados pela luz ofuscante. Frisk conseguiu pousar no chão, ouvindo as palavras do emblema e alertando-a novamente que havia uma alma de outro guardião por perto. Olhando melhor de onde saia àquela energia, ela viu um brilho de dentro de Undyne e apontou para ela.
       Undyne viu a cena, confusa, e olhou a luz saindo do emblema de Frisk, parando à frente dela. A luz brilhante se transformou em outro emblema: um coração laranja com uma lâmina dourada atrás dele. Ao pegar o emblema, ela olhou-o reluzir e parou para ouvir uma voz saindo desse emblema.

Desperte! Guardiã da Bravura.”

As palavras que Undyne ouviu deram-na um novo poder, intenso e diferente do que já experimentou. Ela sentiu sua energia vibrar intensamente dentro de seu corpo. Ela abriu os olhos com destemor e levantou o brasão acima dela, proclamando.

Undyne: Poder da luz, me guie!

Um clarão de luz inundou o lugar e ventos fortes sopraram ali, fazendo o incêndio perder forças. Undyne havia se transformado, vestindo um vestido médio, botas e luvas curtas, e protetores de joelhos. Em sua cabeça surgiu um elmo e seu penteado se fez uma trança longa. O emblema foi estampado no verso da capa do vestido e o mesmo estava apoiado em seu peito. Suas lanças ganharam uma cor alaranjada e ela fez surgir uma lança maior com a lâmina maior e mais grossa. Após os ventos se dissiparem, Undyne estava preenchida de aura laranja e suas vestes mudaram. Ela olhou para ambos os monstros e exclamou bravamente.

Undyne: Eu sou a Guardiã da Bravura, farei você pagar pela dor que causou.

Após dizer aquilo, ela parou e olhou ao redor, tentando entender o que estava acontecendo. Olhando para si mesma, ela viu sua nova roupa e se sentiu perplexa.

Undyne: Mas... o que diabos é isso? Não estou mais com minha armadura...

Mas ela não podia negar o novo poder que havia recebido, em cada membro de seu corpo circulava um poder revitalizador e intenso, seu novo poder baseava-se na fúria que ela acumulava. A cada ataque, seu poder crescia ainda mais.

Undyne: Mas... Sinto que eu mesma posso acabar com eles!

Frisk: Undyne, você não está entendendo... Eu preciso fazer eles voltarem ao normal.

Undyne: Eu quero me divertir um pouco com eles antes.

Ignorando o que Frisk tinha que fazer, Undyne avançou novamente contra os monstros, preparando várias lanças de cor alaranjada para acertá-los.

Undyne: Sintam a fúria das lanças!

Ela ordenou as lanças que voassem em direção a eles e acertá-los com tamanha força. Frisk temia que Undyne os matasse antes mesmo dela poder fazer algo, nada restou para ela a não ser assistir a luta. Após as lanças acertarem ambos os monstros, eles se sentiram agoniados e irados com o poder imenso que Undyne ganhou. A sereia se preparou para emitir seu grito ensurdecedor novamente para desconcentrá-la, sem perceber que alguém estava se aproximando, pulando de trás deles.

Papyrus: Bondade... Ataque do Master Chef!

Papyrus havia aparecido com uma frigideira na mão, agitando-o e disparando espaguete e molho de tomate em frente à sereia amaldiçoada. Quando ela percebeu, a sereia foi atingida pelo ataque de Papyrus, saindo da cabeça do polvo e se grudando num muro de rocha. Ela não conseguia se mexer e nem abrir a boca.

Undyne: Finalmente alguém calou a boca dela, mas... Que raio de ataque foi aquele?

Papyrus pousou ao lado de Frisk, já transformado e sabendo que os monstros haviam voltado. Ao olhar em frente, ele viu Undyne e seu novo uniforme e o novo emblema que ela recebeu. Papyrus se admirou ao ver que ela é uma guardiã que nem eles.

Papyrus: Wowie! Undyne se juntou a nós!

Ansioso, Papyrus correu para se juntar a Undyne. Frisk se sentiu mais aliviada de ver Papyrus por perto e eles decidiram lutar em sincronia, enquanto Frisk se concentrava em fazê-los voltarem ao normal.

Undyne: Já estava achando que iria fazer o trabalho todo sozinha... Preparado para batalhar de verdade?

Papyrus: Mais preparado impossível.

O polvo, sozinho, viu-os correrem se aproximando dele. O monstro usou seus tentáculos para acertá-los no chão, porém eles se desviaram, pulando acima dele. Logo, ele usou seus outros tentáculos para agarrá-los acima e ambos usaram suas armas para empurrar os tentáculos rapidamente, impedindo-o de acertá-los. Enquanto eles estavam aterrisando em frente ao polvo, ele decidiu usar sua última tática. Usando todos os seus tentáculos, eles giraram como uma serra para golpeá-los com força total. Vendo isso, ambos tentaram se proteger desse ataque com suas armas, mas foi rápido demais. Undyne e Papyrus foram empurrados com força para trás, caindo nos escombros da casa da Undyne.
   Frisk ficou perplexa ao vê-los machucados. Ela correu até eles, se perguntando o que poderia fazer para ajuda-los. Undyne se levantou dos escombros com raiva e olhou ao seu lado, vendo Papyrus machucado e Frisk tentando acordá-lo. Ela fixou seu olhar no polvo, que agora estava se sentindo cansado. Undyne sentiu sua fúria aumentar cada vez mais.

Undyne: ...Você... vai pagar por isso!

Ela avançou rapidamente contra o polvo, correndo como o vento. Ela focou seu poder em seus punhos e ela fez surgirem duas luvas de soco. Ela se preparou para usar seu ataque com toda sua raiva contra o polvo.

Undyne: Bravura... Soco impactante!

Ela golpeou-o com tamanha força, mandando o polvo para longe, a sereia que estava presa no muro viu o polvo voando em direção a ela e os dois se colidiram, voando até alcançar o lixão, no final, ambos acabaram desmaiando. Frisk olhou para aquilo, perplexa, temendo que ambos os monstros possuídos tivessem morrido pelo golpe dela. Undyne pousou e olhou para o fundo do cenário, satisfeita. Ao virar-se para vê-los, ela viu Frisk em estado de choque.

Undyne: Estou satisfeita por hoje.

Frisk: Mas... Eles...

Undyne: Qual é! Aquilo nem foi exagerado.

Frisk decidiu não argumentar mais, e vendo que os monstros foram derrotados, Frisk se levantou e voltou a se concentrar em fazê-los voltarem ao normal, enquanto Undyne foi vigiar Papyrus. Frisk sentiu seu bastão preenchido de energia. Ela apontou na direção onde estavam ambos os monstros e focou seu poder neles.

Frisk: Pelo poder da Determinação, eu ordeno às trevas que saiam!

Ela disparou seu poder em direção aos monstros e dali, as trevas deixaram ambos os corpos, gritando e evaporaram pelo poder da luz, dali restaram dois monstros dormindo pacificamente. Frisk abaixou seu cajado e suspirou aliviada mais uma vez. Elas ouviram Papyrus acordar assustado, ele abriu os olhos lentamente, olhando para o teto.

Undyne: Papyrus... O que está sentindo?

Papyrus: Eu...

Ele fechou os olhos por um momento, até se expressar alegremente.

Papyrus: Esse é o melhor dia da minha vida! Meu sonho sempre foi entrar na Guarda Real, mas isso é muito melhor!

Ambas não entenderam essa emoção repentina vinda dele e se entreolharam assustadas, Papyrus se levantou com vigor como se não tivesse sido machucado e levantou sua frigideira para o alto.

Papyrus: O Grande Papyrus é escalado como guardião para defender os monstros e combater as trevas ao lado da valente guardiã Undyne!

Undyne: Paps, isso não é brincadeira!

 Papyrus: Claro que não é! Mas agora eu tenho um objetivo, e isso me faz querer treinar mais para ser melhor a cada dia.

Undyne olhou para Papyrus surpresa, convencida do que ele falou o motivou a ser um guardião, mas Undyne pensou que seu propósito não era apenas isso, se um humano teve que cair aqui para despertar os guardiões, havia outra coisa por trás disso. Undyne virou seu olhar para Frisk seriamente, enquanto Frisk olhou-a surpresa.

Undyne: Humana, ainda tem algo que eu não entendo... Qual é o propósito disso tudo? Por que você está chamando a gente? Tem alguma missão importante pra fazermos?

Frisk: Bom... Eu tenho que chamar todos os guardiões. Se unirmos nossos poderes, poderemos quebrar a barreira e libertar todo mundo.

Após ouvirem essa declaração, Papyrus e Undyne ficaram completamente assustados e Undyne se virou para perguntar Papyrus.

Undyne: VOCÊ SABIA DISSO?

Papyrus: Não... Não perguntei antes...

Undyne: Isso é inacreditável... Isso é mesmo verdade?

Frisk afirmou com toda a certeza, Undyne colocou a mão na cabeça prestes a recusar a acreditar nisso, porém, vendo tudo o que aconteceu, aquilo não podia ser mentira, ela desejava a liberdade assim como todos os monstros.

Undyne: O rei já planejava achar alguma forma de libertarmos, sinceramente eu odiaria desmerecer o trabalho dele, mas não tem mais jeito. E quantos faltam?

Frisk: Ainda faltam quatro.

Undyne: E você tem alguma ideia de onde continuar procurando?

Frisk: Eu não sei...

Papyrus: Ei humana, aquele cara apareceu de novo?

Undyne: Que cara?

Papyrus: Ele é um cara que anda disfarçado, e fica observando do alto enquanto a gente luta.

Undyne: Ele é um inimigo?

Frisk: Não! Ele...

Frisk se lembrou de quando ele salvou tanto ela quanto Undyne do incêncio e começou a se sentir envergonhada.

Frisk: Ele já me ajudou antes... ele apareceu aqui... e nos salvou do incêncio.

Undyne: ... Isso é mesmo verdade? Então você tem um guarda-costas e um admirador ao mesmo tempo.

Undyne lançou um sorriso para ela, plantando a ideia de que o cara encapuzado tinha algum interesse. Papyrus não gostou nem um pouco dessa definição e tossiu forçadamente, obrigando-a a mudar de assunto.

Undyne: ... Bem, me desculpe por ter te tratado mal, confesso que eu não estava entendendo nada, mas depois do que aconteceu, vendo você determinada a salvá-los, vi que você não é mesmo má. Eu ia te convidar mais um chá, mas minha casa pegou fogo, então vou ficar na casa do Papyrus por um tempo, passe lá pra visitar a gente.

Papyrus: Vocês são sempre bem vindas lá.

Frisk: Obrigada, mas... Eu tenho que continuar andando...

Undyne: Ei, sem pressa ouviu? Antes de você ir embora eu quero que passe lá.

Frisk: Hehe... Obrigada.

Todos se despedem e Undyne vai embora com Papyrus, no fundo Frisk ouviu um pouco da conversa deles.

Undyne: Mas me diga uma coisa, que ataque do espaguete foi aquele?

Papyrus: Aquele foi o ataque especial do Grande Guardião Papyrus!

Undyne: Fuhuhu... parece que minhas aulas de culinária fizeram sentido...

Frisk olhou para o labirinto, contente por ter conseguido despertar mais um guardião. No meio do caminho, Frisk parou para se lembrar de uma coisa.

Frisk: A loja da Temmie?... Agora que o monstro se foi... Por que não?

Decidida, ela seguiu o caminho indicado por algumas placas, e lá Frisk encontrou vários da mesma espécie, iguais a Temmie. Frisk não tinha como saber quem era quem e nem quem era a Temmie. Ela passou entre eles por um tempo até avistar uma loja aberta, e lá estava ela.

Temmie: HOI! HUMANA CHEGOU!

Frisk: Olá...

Temmie: POFAVO COMPRE... TEMMIE PRECISA DINHEIRO... PAGAR FACULDADE.

Frisk: Faculdade?

Temmie: TEMMIE PRECISA... ESTUDO...

Temmie faz uma cara de preocupação, deixando Frisk um pouco constrangida. Ela pensou um pouco e se lembrou da bolsa de moedas que ganhou dos cães da Guarda Real, ela não iria usar. Frisk pegou o saco e entregou para Temmie.

Frisk: Tome, pra você.

Temmie: OBRIGADA HUMANA...

Ela abriu o saco e se deparou com muitas moedas de ouro. Ela olha fascinada para aquela quantia e seus olhos não paravam de olhar naquelas moedas reluzentes.

Temmie: MUITO DINHEIRO... FINALMENTE PAGAR FACULDADE.

Temmie lançou uma risada alta de felicidade, Frisk olhou para os lados e ninguém estava notando a risada alta. Ela olhou novamente para Temmie e resolveu sair de fininho. Na saída da vila, Frisk podia ouvir as risadas da Temmie de longe, mesmo não entendendo aquela felicidade toda, ela se sentiu feliz.

Frisk: Ao menos ajudei alguém quem precisava mais.

Frisk seguiu pelo mesmo corredor final antes de sair da cachoeira. Enquanto andava pelo túnel, Frisk viu um letreiro acima dela, que dizia: “Bem vindo a Terra Quente!” e do outro lado, havia muita luz e fazia mais calor a cada passo.


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