Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 6
Capítulo 6 - Bondade




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Frisk continuou fugindo do cão que a seguiu e adiante havia uma floresta densa, ela entrou ali e se escondeu entre as árvores. O cão começou a farejar e se aproximar guiado pelo seu cheiro, enquanto Frisk dava passos para trás, se afastando dele. Depois de um tempo ela percebeu que havia uma rocha enorme atrás e ela parou ali, percebendo que não havia mais saída. O cão a encontrou e olhou fixamente para ela, levantando o seu machado  para feri-la. Logo, ouviu-se uma voz reconhecível atrás do cão.

Papyrus: Tome isso sua fera!

Um bumerangue surgiu voando até acertar a cabeça do cão, ele tinha o formato de dois ossos virados perpendicularmente. O cão se virou e soltou um urro de raiva ao procurar quem fez isso, olhando para trás. O bumerangue foi parar nas mãos de alguém e ele viu que Papyrus estava atrás dele, o cão balançou seu machado para acertá-lo furiosamente.

Frisk: Cuidado, ele pode te acertar!

Papyrus: ... Eu não irei fugir dessa vez!

Ele estava encarando o cão, tremendo de medo. Quando a fera tentou acertá-lo, Papyrus usou seus dois ossos para se defender do golpe. O cão começou a golpear contra seus ossos insistentemente e brutalmente, enquanto Papyrus teve que suportar sua força, começando a andar para trás, quase caindo a cada golpe. Frisk continuava assustada, temendo vê-lo se ferir, ela gritou para ele.

Frisk: Pare! Você tem que fugir, ele é forte demais!

Papyrus: Não! Eu tenho que provar minha dignidade! ... Farei o que for preciso para conseguir entrar na Guarda Real.

Papyrus continuou resistindo vários outros golpes, mas o último golpe acabou fazendo-o cair no chão e os dois ossos voaram para trás, ele não sabia mais o que fazer enquanto observava o cão se aproximar dele. O cão levantou seu machado para acertá-lo com tamanha força e Frisk sentiu que devia fazer algo urgentemente, se ela não fizesse nada seria culpa dela, ela fechou os olhos e pegou seu emblema, implorando insistentemente.

Frisk: Eu imploro... Dê-me forças para ajudá-lo...

O emblema atendeu ao desejo fervoroso dela e começou a brilhar intensamente. Antes de acertar Papyrus, o cão notou uma energia intensa vindo dela e se virou para ver de onde estava saindo, ele notou a luz que irradiava dela e foi cegado, tampando seus olhos com sua outra mão.        Papyrus observou Frisk, surpreso, vendo a intensa luz que saiu de dentro dela e ambos escutaram uma voz.

“Há uma energia por perto... uma alma de um guardião está prestes a ser despertada. Aponte-o e será despertado com sua vontade.”

Frisk sentiu uma energia diferente por perto, ela notou que essa energia vinha de outra pessoa e ela olhou para Papyrus, percebendo que dentro dele concentrava o poder de uma alma de guardião. Ela se sentiu surpresa ao descobrir que Papyrus era como ela e imediatamente ela estendeu seu braço, apontando para ele. Uma luz saiu do emblema dela e pousou em frente a ele, materializando-se em um emblema novo: um coração de cor verde, com uma cruz atrás apoiada em um círculo. Ele se levantou assombrado e pegou o emblema novo que estava flutuando em frente. Papyrus também ouviu uma voz através do emblema.

“Desperte! Guardião da Bondade.”

Ao ouvir que ele era um guardião, ele se sentiu inspirado e se encheu de alegria. Ele olhou para Frisk e ambos sentiram o que deveria fazer. Cada um pegou seu emblema e levantou para o alto, olhando para cima e proclamando em voz alta.

— Poder da luz, me guie!

Cada um é preenchido de magia e ambos começaram a levitar, sentindo o poder envolvendo-os. Papyrus vestiu um uniforme de cor verde e branco composto de camisa larga, calças, botas, uma capa de forma losangular e uma tiara, ele também ganhou um cinto onde fica seu emblema e atrás da capa havia o mesmo emblema estampado. Logo após suas transformações, ambos pousam no chão, preenchidos de uma aura branca e olham fixamente para a besta que estava recobrando sua visão. Impetuosamente, eles falaram seu bordão.

Frisk: Eu sou a guardiã da Determinação, e irei expulsar as trevas de você!

Papyrus: Eu sou o guardião da Bondade, farei você se lembrar da sua essência.

O cão viu-os transformados e avançou contra eles rapidamente, estendendo seu machado contra ambos. Eles pularam para se desviar do golpe e o cão criou uma onda de impacto ao atingir seu machado no chão, separando os dois para cada lado. A besta mirou em Papyrus para tentar derrubá-lo e levantou novamente sua arma contra ele. Papyrus rapidamente invocou seus dois ossos e levantou-os contra o machado para bloquear seu golpe, empurrando-o.

Papyrus: Tome isso!

Ele usou mais força para empurrar ainda mais o cão, fazendo-o cair para trás. Papyrus ficou impressionado pela força que ganhou do emblema e posou nobremente.

Papyrus: Wowie... não há nada mais impressionante que o Grande Papyrus não possa fazer!

Frisk invocou seu bastão e começou a se concentrar para fazer a fera voltar ao normal enquanto via Papyrus distraindo-o. O cão se aproveitou da situação em que viu Papyrus distraído e se levantou pegando um galho grosso, logo ele lançou-o contra Papyrus e quando o esqueleto viu, ele foi atingido, caindo para trás. Frisk parou de se concentrar ao ouvir o barulho repentino e se assustou ao ver Papyrus caído no chão. Ao tentar correr para socorrê-lo, a fera agarrou o braço de Frisk e a arremessou contra uma pedra plana. Ela caiu sobre a neve, sentindo muita dor.

Papyrus: Humana!

Ela tentou se levantar, mas a fera já havia se aproximado dela e estava levantando seu machado para finalmente atingí-la, ela não iria escapar a tempo. Papyrus estava tenso ao ver aquela cena e esperava que Frisk escapasse a tempo. Ela fechou os olhos e implorou para que alguém a ajudasse. De repente, outra adaga surgiu aterrissando rapidamente, atingindo o braço do cão que segurava o machado. Ao sentir o corte da adaga, ele abaixou rapidamente seu braço e tampou sua ferida, rosnando e procurando de onde apareceu aquela adaga. Frisk e Papyrus olharam-na pousada no chão e olharam para cima.

Frisk: Quem...?

Havia alguém em cima de uma árvore, pelo menos uns 5 metros acima deles.  Possuía estatura mediana, usava um traje escuro e uma capa longa junto com um capuz que não permitia ver seu rosto. Ele estava olhando fixamente para o monstro.

?: Criatura maligna que ataca sem piedade, seres como vocês devem ser julgados pela luz.

Frisk olhou surpresa para aquele ser que havia salvado mais uma vez, a voz dele fez Frisk reconhecê-lo, a mesma voz que ela havia ouvido nas ruínas.

Frisk: Você de novo!

Papyrus: O que você está fazendo aí em cima?

?: Guardiã, acredite na sua força, consegue poupar a criatura diante de você?

Ao ouvir essas palavras, ela olhou para a fera diante dela, ele estava ocupado demais tentando sanar a dor em seu braço ao invés de tentar ataca-la. Frisk logo se lembrou da escolha que havia feito e prometeu continuar seguindo-a, sem intenção de iniciar uma guerra. Logo ela olhou de volta para o cara de capuz, com um breve sorriso.

Frisk: Sim.

Papyrus: Ei! Você me ouviu?

Só depois de receber a resposta dela, o cara de capuz olhou para Papyrus, ele olhou-o com indiferença, já Papyrus parecia irritado com a atitude dele.

?: E você... mantenha o cão distraído.

Papyrus: VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO! É MUITA OUSADIA SUA ME FAZER DE ISCA E VOCÊ SÓ ASSISTIR.

A fera se incomodou ao ouvir os gritos e ele rosnou, pegando o machado e partindo pra cima do esqueleto, mesmo com o braço machucado, o cão não poupou sua energia e tentou acertá-lo repetidas vezes. Papyrus usou seus dois ossos para se defender novamente e temia ser atingido de novo, vendo que o cão estava bem insistente.

Papyrus: Humana... É melhor fazer isso logo...

Mesmo com dificuldade, Frisk se levantou com seu cajado na mão e começou a se concentrar em fazer a fera voltar ao normal, ela estava se sentindo pressionada a detê-lo rapidamente porém sua determinação deu-a forças para ajudar, ela sabia que conseguiria. Certa de que queria poupar o monstro e expulsar as trevas de si, o bastão se encheu de magia e ela mirou no alvo.

Frisk: Pelo poder da Determinação, eu ordeno às trevas que saiam!

O bastão emitiu um rojão de luz ao seu comando, o cão mal teve tempo de se desviar da luz que alcançou-o e o atingiu com tamanho poder, Papyrus presenciou o cão se contorcer e urrar, vendo as trevas saindo e evaporando daquele monstro. Quando a luz se apagou lentamente, o monstro caiu no chão e Frisk se sentiu esgotada, deixando o cajado cair e ela acabou caindo enfraquecida. Papyrus rapidamente correu para alcança-la e segurou-a.

Papyrus: Você está bem humana?

Frisk: Está doendo...

Papyrus notou os ferimentos que ela tinha nos braços, e vendo que ela não conseguia se endireitar. Com seu coração bondoso, ele sentiu um forte desejo de ajudá-la a voltar ao normal. Logo ele notou seu emblema brilhar intensamente e em frente a ele surgiu um cajado longo com uma cruz acima da base. Ele pegou-o e sentiu que poderia ajuda-la usando o cajado que foi invocado. Frisk observou aquilo confusa e viu-o se levantar, segurando o cajado firmemente e apoiando-se no chão.

Papyrus: Pelo poder da bondade, conceda meu desejo... Cure!

Um círculo mágico surgiu no chão, criando uma aura ao redor deles. Ao sentir a aura tocando-a, imediatamente Frisk sentiu suas forças voltarem e a dor sumiu por completo, ela conseguiu se levantar e olhou para si mesma, surpresa, e olhou de volta para Papyrus, agradecida.

Frisk: Você me curou...

Papyrus: ... Esse é o meu poder?

A aura sumiu dali e Frisk abraçou-o, alegre por ter sido curada. Papyrus se sentiu acanhado ao sentir seu abraço, embora ele estivesse feliz por tê-la ajudado. O rapaz que estava acima da arvore ainda os observava, dessa vez ele se sentiu satisfeito.

?: Parabéns guardiã, conseguiu de novo.

Frisk não podia negar que sua ajuda foi válida dessa vez, ela se soltou de Papyrus e olhou para ele, ela se sentiu grata por sua ajuda e esperava vê-lo de novo.

Frisk: ... Muito obrigada.

?: Bom, meu trabalho está feito.

Ele se virou exibindo sua capa ao vento e pulou atrás da árvore, ambos não puderam ver de onde ele saiu e nem para onde foi. Frisk começou a ponderar se o veria mais uma vez salvando-a de alguma situação perigosa. Porém ela se lembrou de uma série em que isso acontecia direto entre dois personagens e isso a deixou constrangida.

Frisk: “... Espero que isso não queira dizer que eu vá gostar dele!”.

Papyrus não estava nem um pouco feliz, vendo-o se exibir com sua capa daquela forma o deixou mais irritado, depois de não ter feito nada para ajudá-lo. Ele decidiu ignorar isso quando ambos se viraram para ver o cachorro caído. Eles se aproximaram e viram que era o mesmo cachorro desaparecido que os outros da Guarda Real estavam procurando: a mesma armadura metálica, a mesma lança caída e seu rosto parecia um anjo dormindo tranquilamente.

Papyrus: É mesmo o Dogão... Por que ele estava naquela forma?

Frisk: Ele foi possuído pelas trevas, e eu devo tirar o espírito maligno deles.

Papyrus: Wowie... você é a nossa defensora!

Frisk: Mas você também...

Papyrus: ... Você sempre pode contar comigo, humana! A partir de hoje, o Grande Papyrus estará ao seu dispor!

Ele novamente posou nobremente, Frisk não deixou de achar engraçado vendo-o determinado a ajuda-la. Assim que voltaram sua atenção ao Dogão, Papyrus apoiou seu cajado no chão e invocou o círculo mágico ao redor de Dogão, curando-o. Assim que terminou de curá-lo, Dogão acordou e viu os dois ao lado dele. Repentinamente ele se levantou e se lançou em Frisk, lambendo o rosto dela. Frisk começou a rir vendo o Dogão querendo carinho. Papyrus sentiu desprezo em ver Dogão fazendo isso com ela e tentou enxotá-lo.

Papyrus: Ei, não faça isso com ela! Sai!

Após isso, Dogão viu Papyrus fazendo-o parar e se lançou em cima dele, lambendo-o da mesma forma. Dessa vez, Papyrus estava mesmo irritado.

Papyrus: AAAAAH SAI DE CIMA DE MIM!

Frisk riu da situação em que eles se encontravam, ela estava feliz, quem diria que alguns minutos atrás ele era uma fera terrível possuída pelas trevas. Frisk sabia que não queria voltar atrás da sua escolha. Dogão saiu de cima de Papyrus para não incomodá-lo mais e se sentou diante de Frisk, abanando o rabo sutilmente.

Frisk: Temos que levar você de volta aos seus amigos, eles estão muito preocupados com você.

Dogão latiu contente e seguiu-os, Frisk e Papyrus voltaram aos trajes normais e andaram até Nevada junto com Dogão. Quando os três chegaram ao vilarejo, eles notaram que os cães ainda estavam procurando Dogão insistentemente e viram Papyrus e Frisk de longe com mais alguém. Quando perceberam que ele estava junto, eles correram para agradecê-los.

Doggo: Vocês o acharam!

Dogaressa: Estávamos preocupados...

Papyrus: O importante é que ele está a salvo agora, agradeça a humana.

Doggo: Temos que te pagar de alguma forma por ter nos ajudado a encontra-lo.

Frisk: ... Não precisa disso.

Doggo: Vamos, eu insisto.

O cachorro da Guarda Real estava segurando um saco com moedas douradas e entregou-o à Frisk, insistentemente. Frisk estava sem graça de aceitar o pagamento inesperado e agradeceu-o, pegando o saco.

Dogami: Da próxima vez, pagamos uma rodada no Grillby’s.

Dogaressa: Muito obrigada por isso.

Os cães se afastaram deles e foram até o Grillby’s e ambos acenaram de volta. Logo só restaram eles mesmos e Frisk decidiu continuar sua jornada.

Frisk: Bom, eu tenho que ir.

Papyrus: Espere!

Ele a interrompeu, vendo que ela queria continuar viajando pelo subsolo, Papyrus não iria deixa-la sair sem fazer algo como agradecimento.

Papyrus: Você quer passar na minha casa? É o mínimo que posso fazer por ter me ajudado.

Frisk: Tem certeza?

Papyrus: Absoluta! Você tem que descansar depois de hoje.

Vendo que ele estava certo, Frisk acabou aceitando o pedido e eles se dirigiram a casa dele. Era a mesma casa de madeira de dois andares enfeitada com luzes de natal e uma guirlanda na porta. Dessa vez ela tinha certeza que ambos não iriam passar na casinha de madeira ao lado. Papyrus abriu a porta e entrou, deixando Frisk passar em seguida.

Papyrus: Lar doce lar! Não repare a bagunça.

Papyrus fechou a porta quando Frisk entrou e rapidamente foi até a cozinha. Frisk começou a reparar como era a casa por dentro, abaixo estava a sala e do lado tinha a cozinha, no segundo andar havia dois quartos, uma com uma placa escrito “PROIBIDA A ENTRADA” e outra porta de madeira sem placa. Enquanto andava pelos cantos da casa, ela reparou o sofá, a tv e uma mesa com uma pedra em cima de um prato, decorado com granulados coloridos. Frisk sentou-se no sofá enquanto esperava Papyrus sair da cozinha, rapidamente ele saiu de lá segurando um prato.

Papyrus: Humana, eu quero que você prove um de meus pratos culinários! Tenho que me certificar de que está autenticamente bom!

Ele se aproximou dela e estendeu o prato até a mesa e colocou ali os talheres junto. Era um prato de espaguete, o cheiro nitidamente de molho de tomate preenchia o lugar. Esse cheiro deu água na boca e Frisk sentiu que não comia faz dias. Ela logo pegou o garfo para comer uma porção, ansiosa para sentir o sabor, porém após provar, ela fez uma cara estranha, percebendo que o gosto do molho estava ácido.

Papyrus: E aí? Está bom?

Ele notou a cara estranha que ela fez, mesmo tentando disfarçar, ele se convenceu da resposta e pareceu desapontado.

Papyrus: ... Ainda não está bom o bastante... Tenho que me esforçar mais!

Ele pegou o prato e levou-o novamente à cozinha, Frisk agradeceu por não ter que comer o prato de espaguete inteiro, mesmo sabendo que aquilo foi um desperdício. Enquanto esperava o próximo prato ficar pronto, Frisk começou a se sentir cansada e ela resolveu descansar um pouco no sofá, o dia realmente foi muito agitado. Quando Papyrus se aproximou novamente com outro prato, ele logo percebeu que Frisk acabou dormindo no sofá.

Papyrus: Nyeh, deixa pra depois então...

Ele deixou o prato na cozinha e novamente se aproximou de Frisk, ajoelhando-se, ele colocou sua mão na cabeça dela.

Papyrus: Humana, muito obrigado pelo que você fez. Se não fosse você, eu não teria aprendido o valor de ser um guerreiro de verdade, eu quero te ajudar no que eu puder, sempre conte comigo ok? E não conte com meu irmão... ele é um molenga, acho que deveria ensiná-lo também.

Ele tira a mão da cabeça dela e foi até seu quarto pegar um cobertor para cobri-la.


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