Após ouvir seu irmão desligar a chamada por causa de um trocadilho, ele guardou seu celular em seu bolso e, segundos depois, outra ligação apareceu em seu celular, chamando a atenção dele. Quando ele olhou para ver, era um número desconhecido, ele decidiu atender falando com outra voz.

Sans: Quem é?

Alphys: ... Eu sei quem você é.

Sans: ... Alphys?

Ele pode ouvir visivelmente que ela estava irritada, ele estava encurralado, Alphys conseguiu descobrir quem ele era.

Alphys: Por que está enganando a Frisk? Por que está se escondendo nesse disfarce? E ainda, usando um nome falso.

Sans: Eu tenho meus motivos.

Alphys: Isso não é desculpa! O que pretende fazer se Frisk descobrir? Ela vai se sentir traída.

Sans: E tem mais algum motivo para eu falar?

Alphys: Eu tenho provas. Ela me pediu para rastrear seus dados para ter alguma informação, eu posso muito bem falar a verdade e mostrar isso para ela.

Ele se sentiu incomodado, sem imaginar que Frisk havia pedido isso para ela e possivelmente, tudo isso foi porque ele havia fugido dela anteriormente. Ele pensou um pouco a respeito e viu que não havia saída a não ser dizer a ela a verdade.

Sans: Ok então... Eu vou falar a verdade, só me dê um tempo.

Alphys: Se você a protege tanto... Eu sei que você se preocupa com ela, eu só estou pensando no melhor pra ela, e imagino que você também.

Sans: Certo, me deixe pensar um pouco a respeito.

Alphys: Ok, vou desligar aqui. Faça isso por ela, por favor.

Alphys desligou a chamada feita pelo computador e ela se sentiu incomodada com a atitude dele. Ela o observava pela tela, nitidamente. Ele estava em pé, olhando o horizonte e decidiu se teleportar dali.

Alphys: ... Espero que dê certo.

Enquanto isso, Frisk estava no quarto do hotel MTT onde hospedava. Deitada na cama, ela faz uma lista de coisas para fazer antes de continuar, ela queria conhecer as lojas e o restaurante que havia ali também. Enquanto anotava, ela ouviu uma ligação no celular e ela correu para atender.

Sans: E aí criança?

Frisk: Sans?

Sans: Fiquei sabendo que você está no hotel MTT. Como vão as coisas por aí?

Frisk: Bem, e eu pretendo ficar um pouco aqui antes de continuar.

Sans: Certo... Se não se importa, antes de ir, quer ir ao restaurante mais tarde? Eu te espero na porta do hotel.

Frisk: ... Tá. Tenho tanta coisa pra te contar.

Sans: Certo, então eu te vejo as seis, até.

Ela ouviu-o desligar a chamada e Frisk mal estava acreditando nisso. Por que diabos ele chamou-a para jantar? Isso era um encontro? Frisk se deitou na cama, assustada, ela não gostava dele, ela o desprezava. Mas nos últimos dias, ele a ajudou a descobrir quem era o cara encapuzado e ela pretendia contar pra ele o que havia descoberto. Por falar no cara encapuzado, Frisk se lembrou de uma coisa pendente e foi falar com Alphys para saber se ela havia descoberto a linha dele. Ela pegou o celular e ligou para ela.

Alphys: Alô, Frisk?

Frisk: Olá Alphys, você descobriu o telefone dele?

Alphys: É... Não, não descobri ainda, Frisk... m-me desculpe.

Frisk: Tudo bem... E posso te perguntar algo?

Alphys: Claro, o que foi?

Frisk: O que eu deveria vestir para ir ao restaurante?

Alphys: Espera... Você tem um encontro?

Frisk não queria admitir que aquilo fosse um encontro, ela sequer gostava dele e aceitou o pedido por educação.

Frisk: Não é bem um encontro, mas...

Alphys: ... Com quem você vai ao restaurante? Me fala!

Frisk: ... com o Sans...

Frisk só ouviu gritos do outro lado da linha, ela esperava não ter entendido o que Alphys queria dizer. Alphys começou a imaginar como seria o encontro deles e logo se lembrou de que ela precisava de uma roupa decente.

Alphys: Em meia hora estarei aí para te ajudar a escolher um vestido pra você, até mais!

Frisk: ... Espere!

Ela tentou interromper Alphys, mas ela já havia desligado a chamada. Frisk olhou o celular, confusa.

Frisk: O que deu neles hoje?

Depois de meia hora, Alphys apareceu e com Frisk, elas foram para o andar de loja de roupas. Frisk ficou maravilhada de ver quantas peças diferentes havia ali. Surpreendentemente, Mettaton apareceu e viu as duas entrarem na loja de roupas, ele as recebeu espontâneamente.

Mettaton: Queridas! Sejam bem vindas à exclusiva loja de roupas do hotel MTT! O que fizeram vocês virem até aqui?

Alphys: Frisk precisa de ajuda para escolher uma roupa nova para ir a um encontro.

Mettaton: Um encontro? Fabuloso! Tenho opções maravilhosas para você usar, sinta-se a vontade!

Frisk agradeceu, sem jeito. Mettaton e Alphys foram olhar várias opções de roupas enquanto ela foi olhar roupas casuais. Alphys pegou vários vestidos floridos e românticos e Mettaton pegou vestidos curtos e provocantes. Eles foram até Frisk e mostraram suas opções a ela. Frisk recusou todas as opções, envergonhada, falando que queria um modelo mais discreto. Após procurarem por um bom tempo, Frisk escolheu um vestido branco discreto com bolinhas pretas, junto com um bolero e uma boina. Ela também escolheu sapatos pretos, baixos e fechados. Alphys viu-a vestida no provador e se encantou com o novo visual dela, já Mettaton preferia que ela usasse mais cores chamativas.

Alphys: ... Ficou tão lindo!

Mettaton: Da próxima vez, deixe que eu te dê algumas dicas de moda.

Frisk: Obrigada gente...

Mettaton se ofereceu para pagar o conjunto dela e Frisk e Alphys saíram da loja, agradecendo-o pela ajuda. Alphys deixou o hotel e Frisk foi ao seu quarto para descansar um pouco antes de ir ao suposto encontro.
      Faltando dez minutos, Sans chegou à porta do hotel e ficou do lado de fora. Ele estava vestindo sua roupa normal e apenas trocou de sapatos, usando tênis. Ele começou a pensar no que ia dizer para Frisk, esperando que ela aceitasse a verdade. Não demorou muito até Frisk aparecer, usando sua roupa nova.

Frisk: Olá.

Sans: E aí criança? Está bem vestida hoje.

Frisk: Obrigada... Por onde vamos?

Sans: Venha por aqui, eu conheço um atalho.

Ele estendeu a mão novamente e ela segurou-o. Eles se teleportaram para dentro do restaurante e eles se sentaram numa mesa que havia sido reservada, um de frente para o outro. O garçom apareceu e entregou os cardápios na mesa para cada um pegar.

Sans: O que vai querer?

Frisk: Antes eu quero conversar.

Sans: Claro.

Frisk começou a contar o que havia acontecido na batalha contra os soldados, sobre o novo guardião e como conseguiu enfrentar os soldados, sozinha. Depois disso, ela contou o ultimo encontro do cara encapuzado, sem saber que estava diante dele naquele momento.

Frisk: Ele finalmente me disse o nome dele... Era Tux.

Sans: Heh, parabéns... Agora eu tenho que te contar algo.

Frisk: Ok.

Sans: Meu trabalho como sentinela é procurar por humanos, eu passo algumas noites procurando naquele lugar, é um trabalho entediante. Mas a porta que fica trancada lá é ótima para trocar piadas, Um dia eu fiz um trocadilho para a senhora que vive atrás daquele portão, e ela caiu na gargalhada, como se fosse a melhor piada que ela já tinha ouvido...

Enquanto ele continuava contando as trocas de piadas, Frisk se lembrou de Toriel, como ela sentia falta dela, Frisk sabia que ela esteve certa esse tempo todo, ela encontrou amigos que são inseparáveis graças a confiança que ela mostrou a eles.

Sans: Mas aí teve um dia que ela não estava rindo muito. Eu perguntei pra ela o que houve, ela me disse algo estranho: “Você pode me prometer uma coisa?” “Se você ver uma criança, proteja-a e cuide dela pra mim, por favor?”

Frisk não estava prestando atenção, ela estava relembrando quando Toriel a defendeu na ultima luta dela. Ela também percebeu que, se não fosse seu desejo de ajudar Toriel a deter Flowey e o monstro possuído, ela mesma não teria despertado seu poder de guardiã. Sans notou que Frisk estava distante e chamou-a.

Sans: Criança?

Frisk: ... Desculpe, eu não estava te ouvindo... Poderia repetir, por favor?

Sans: Sinceramente eu odeio fazer promessas, mas a senhora me pediu pra que eu protegesse a criança que caísse aqui... Agora você entende porque Tux andou te protegendo esse tempo todo?

Antes de confessar, ele olhou para baixo, evitando olhá-la e respirou fundo antes de falar a verdade. Frisk estava olhando-o assustada, se sentindo nervosa demais, ela via como se ele tivesse algo sério para desabafar.

Sans: Eu...

Antes que ele pudesse realmente falar, surgiu um barulho alto e assustador que preencheu todo o local. O hotel inteiro começou a tremer e ouviu-se pratos caindo no chão e se quebrando. As pessoas que estavam no local começaram a gritar e correr. Eles se levantaram rapidamente e seguiram a multidão. Olhando para trás, Frisk viu dois monstros atrás da multidão: um cavaleiro negro usando lança arcana e o outro monstro era um mágico que segurava dois orbes. Ela também notou que haviam vinhas presas no braço do cavaleiro arcano, ele segurava uma flor na qual Frisk reconheceu-a. Frisk imediatamente viu sans ao lado dela e gritou para que ele ouvisse-a, antes que ela conseguisse se desviar da multidão.

Frisk: Tire todos daqui, rápido!

Sans tentou alcançá-la, mas ele foi empurrado com a multidão para fora do hotel. Frisk correu até seu quarto e ligou para Alphys chamar os outros. Enquanto isso, Sans saiu de perto da multidão e se escondeu num canto, fora do hotel. Ele pegou seu traje e vestiu-o. Quando a multidão saiu do hotel, deixando-o isolado, ele foi até as janelas do hotel observar os monstros que estavam ali. Ele também viu uma flor falante que era segurada pelo cavaleiro.

Flowey: Procurem aquela garota, façam o que for preciso para deixar os outros fora do caminho...

Os monstros obedeceram Flowey e eles foram até os quartos, eles tinham uma aura negativa ao redor. Enquanto isso Frisk vestiu suas roupas normais rapidamente epensava em um jeito de escapar. Olhando pela janela, o outro lado era alto demais para descer. Ela viu que só podia contar com seus amigos para poder sair dali.
    Undyne, Papyrus e Mettaton foram correndo até a porta do hotel e viram que havia algo errado ali. Undyne se dirigiu a eles para pensar em algum plano.

Undyne: Esses caras não são iguais ao que vimos antes.

Papyrus: Então o que você sugere?

Undyne: Temos que passar por eles para resgatar ela. Ou alguém irá fazer isso antes da gente, e espero que não seja um dos caras maus.

Mettaton: Estou apostando que aquele cara encapuzado vai resgatá-la, quem duvida?

Undyne: Que seja, não temos mais tempo a perder, ela precisa de nós.

Eles concordaram entre si e pegando seus emblemas, eles os levantaram e disseram em alta voz, se transformando. Enquanto isso, Frisk estava encolhida em um canto do quarto, pensando em alguma solução quando ela ouviu alguém a chamar pela janela. Ela olhou para a janela e do outro lado, ela viu do seu lado Tux segurando uma corda que estava presa desde o topo do telhado do hotel.

Frisk: Tux...

Tux: Segure-se em mim.

Ele estendeu sua mão e ela alcançou-o. Ele usou uma magia que a fez levitar, fazendo-a sair do quarto e flutuando até chegar perto dele. Ele imediatamente apoiou seu braço nas costas dela, fazendo-a abraça-lo enquanto ambos desciam pela corda até chegar ao chão. Ela o abraçou e ficou muito nervosa, seu coração palpitava intensamente, ela não esperava que ambos voltassem a se ver tão cedo, nem nunca imaginou que ela chegaria a ficar tão perto dele. Quando eles tocaram o solo, ela se soltou dele.

Tux: Deixe-me te ajudar a derrotar eles.

Frisk: Não... Você tem que ficar seguro.

Tux: Eles são muito perigosos!

Frisk: Tudo bem... Enquanto eu souber que você está a salvo, eu continuarei lutando.

Ele a olhou atônito, nunca esperava tais palavras vindas dela. Ele percebeu também que ela estava olhando-o de outra forma, não da mesma forma que Frisk olhava para Sans normalmente, ela esboçou um sorriso que o deixou paralisado. Frisk se aproximou dele e de repente, ela pôs suas mãos na cabeça dele, segurando-o. Ele não sabia mais como reagir, logo, ela se aproximou de sua testa e deu-lhe um beijo. Isso durou poucos segundos e após isso, ela soltou-o rapidamente e se virou, correndo até a porta do hotel.

Enquanto isso, Sans ficou ali, paralisado, desacreditado no que acabou de acontecer. Aos poucos ele voltou à consciência e notou que Frisk havia mudado, ela realmente não era mais quem ele havia conhecido antes.

Sans: “... O que foi isso? Você está diferente a cada dia... Já não é mais aquela menina que eu vi nas ruínas. Será que... eu não poderei mais te proteger?”.

Ele olhou para si mesmo, inconformado, ele sentiu que não deveria deixa-la ir sozinha. Ele temia que podia acontecer algo pior se a deixasse. Ele levantou sua capa e olhou para cima, teleportando de volta para o telhado.

Sans: “... Me desculpe, não posso fazer isso.”