Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 11
Capítulo 11 - TerraQuente




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Ao sair do túnel e chegar a Terraquente, Frisk viu que o local onde ela estava era muito diferente da Cachoeira: era completamente rochoso, seco e arenoso, havia rios de lava e fazia muito calor. Ela tirou o cachecol de seu pescoço, vendo que não precisava mais dele. Andando alguns passos em frente, ela viu uma barraca igual a do Sans, mas não tinha ninguém lá. Ela se perguntou, estranhando a cena.

Frisk: “Outra barraca aqui? Por que tem várias delas?”.

Ela ignorou sua pergunta e decidiu deixar seu cachecol ali, sabendo que o cachecol não era dela e que estava devolvido, agradecida.  Andando à frente, Frisk viu um prédio enorme e branco, com uma placa, escrito: “Laboratório”. Com tanta coisa que já havia visto no subsolo, não era de imaginar que poderia existir algo assim, até mesmo os monstros conheciam tecnologia, ou pelo menos alguns deles. Andando até a entrada do laboratório, Frisk pensou em bater na porta, mas a porta se abriu automaticamente quando la chegou perto, deixando-a tensa. Frisk parou e olhou para os lados, procurando se havia alguém ali.

Frisk: “Eu não acho uma boa ideia entrar assim... mas... não tem outro caminho, não é?”.

Frisk entrou devagar, esperando que aquilo não fosse uma armadilha. Adentro estava tudo escuro, a única luz que refletia o local vinha de uma tela gigante de um computador. Frisk olhou para a tela e se viu ali, como se tivesse câmeras vigiando-a. Ela olhou assustada e isso pareceu piorar ainda mais a situação.

Frisk: Mas... Sou eu? Quem está me vigiando?

Ela começou a se sentir tensa e se arrependeu de ter entrado ali, procurando uma forma de sair do laboratório sem ser notada. Antes que ela conseguisse sair, ela ouviu outra porta se abrindo em frente e as luzes do laboratório se ligaram. Frisk viu quem havia ligado as luzes e se deparou com outro monstro: um lagarto amarelo com dois dentes da frente à mostra, usava óculos e vestia um jaleco branco. Ela nem se deu conta de que havia alguém ali.

?: Ah, terminei.

Ao se virar para andar até a tela do monitor, Frisk ficou estática ali e a lagarta a viu. Ambas se encararam em estado de choque e a lagarta se sentiu agitada e confusa, colocando as mãos sobre a cabeça.

?: Ah meu Deus! Você chegou cedo! Eu nem tomei banho e nem me arrumei, nem tive tempo de preparar algo...

Frisk parou de encará-la e olhou surpresa, sem imaginar que ela estava planejando recebe-la. A lagarta parou e se virou para olhá-la, envergonhada.

Alphys: ... O-olá Frisk... M-meu nome é Alphys, sou a cientista real.

Frisk: ... Como sabe meu nome?

Alphys se virou novamente, rindo dengosamente e sem graça de dizer a verdade.

Alphys: Ah... hahaha... É... u-uma longa história...

Aquilo começou a deixar Frisk desconfiada, ela não gostaria de saber que estava sendo vigiada esse tempo todo. Logo, Alphys tentou acalmá-la.

Alphys: N-não se preocupe... Eu... Estive te observando desde que você saiu da porta das ruínas... Eu vi suas batalhas e seus amigos te ajudando... Aquilo foi incrível! Nunca pensei que meu anime favorito tivesse se tornado real!

Frisk: Nem eu...

Alphys parou e olhou surpresa para Frisk, como se nunca tivesse conhecido alguém que a entendesse.

Alphys: Você... g-gosta de animes?

Frisk: Sim, eu assisto alguns.

Alphys se encheu de emoção e teve vontade de perguntar descontroladamente sobre quais animes ela gosta e compartilhar suas teorias. Frisk nunca imaginou conhecer alguém assim no subsolo e queria conhece-la mais.

Alphys: Que tipo de anime você mais gosta?

Frisk: Por coincidência, eu sempre gostei de animes de garotas mágicas.

Alphys: AAAAAAAHH! O meu anime preferido é as Duper Gatinhas, também é de garotas mágicas. Você já viu?

Frisk: Não vi, mas quando puder me mostra que eu quero ver!

Elas estavam tão animadas em terem se conhecido, porém Frisk se lembrou do porque que ela estava naquele lugar e ambas pararam de se expressar veemente. Elas se viraram, acanhadas.

Alphys: Bem... Foi legal ter te conhecido, e imagino que esteja procurando os outros guardiões... Mas... eu devo te contar uma coisa antes...

Após dizer isso, ela começou a suar frio de preocupação, Frisk não sabia o que ela estava querendo dizer.

Alphys: Eu criei um robô chamado Mettaton, ele é um robô que faz apresentações e programas de TV, mas o que todos não sabem, é que ele também é a máquina de destruição dos humanos perfeita. Q-quando eu vi que você estava agindo tão bem com os monstros, eu pensei que não podia fazê-lo matar você, então eu tentei mudar as configurações dele, mas...

Frisk: Mas...?

A essa altura isso não parecia ser uma notícia boa. Frisk estava ficando preocupada demais de ter que lidar com mais um obstáculo à frente, dessa vez podia ser algo que realmente iria matá-la. Alphys viu a situação que criou e tentou disfarçar rapidamente.

Alphys: M-mas não se preocupe... com sorte ele não virá aqui...

Aquilo parecia bom demais para ser verdade, Frisk sabia que estava enrrascada e a qualquer momento, ele poderia aparecer. Ambas notaram que surgiu barulhos de metal batendo no chão, aumentando o som gradativamente e fazendo o chão tremer. Alphys continuou suando frio e pensou em amenizar ainda mais a situação.

Alphys: ... V-você ouviu algo? Acho que eu não ouvi...

Aquilo era óbvio demais, Frisk não podia negar que ela tinha que dar um jeito de sair dali. Mas como? As câmeras estavam vigiando-a, não tinha como sair sem ser vista. Elas viram a parede do laboratório se quebrar bruscamente e a poeira surgir. O robô apareceu da poeira, andando até o meio das duas, segurando um microfone. Ele era um robô de forma paralelepípeda, tinha uma tela de luzes na parte superior, braços mecânicos e mãos e uma roda na parte inferior, que o locomovia. Ele começou a falar alto segurando seu microfone perto do painel de luzes de seu corpo.

Mettaton: Olá meus telespectadores! Hoje temos uma convidada especial, vamos, aplausos para ela!

Ele fez com que balões explodissem, soltando chuva de papéis e confetes acima de Frisk. Alphys só observou-o atuando com certo temor, já Frisk não estava nem um pouco feliz de estar ali, aos olhos do robô, ela estava confusa.

Mettaton: O desafio de hoje será um jogo de perguntas! As regras do jogo são muito simples, você responde corretamente, ou...VOCÊ MORRE!

Frisk não tinha outra escolha a não ser aceitar o desafio, ela estava torcendo para conseguir acertas as perguntas e por sorte, Alphys sinaliza para Frisk que irá ajudá-la, deixando-a um pouco aliviada. Já o robô sussurou para ela ameaçadoramente.

Mettaton: Não conte com a sua vitória, humana.

Assim que o jogo começa, o robô começou a fazer perguntas absurdas de cálculos matemáticos, curiosidades sobre os monstros e sobre o próprio robô. A cada pergunta, Frisk conseguia ter uma chance de olhar para Alphys e receber a resposta dela. Enquanto ela estava respondendo corretamente todas as perguntas, o robô estava se sentindo cada vez mais frustrado. Ele desconfiou que havia algo errado e viu Alphys indicar a resposta da ultima pergunta que ele fez para Frisk, ele começou a olhar para Alphys, nervoso.

Mettaton: Alphys, Alphys... você esteve ajudando a humana esse tempo todo? Acho que a humana deveria saber a verdade sobre o que você andou fazendo.

Frisk: O que quer dizer com isso?

Alphys: ... Não!

Alphys tentou impedí-lo, mas o robô ignorou-a completamente e começou a falar para Frisk.

 Mettaton: Desde que a humana saiu daquela porta, Alphys andou observando ela pela tela, indicando o caminho mesmo que ela não possa a ouvir. Alphys ficava feliz quando ela acertava e furiosa quando ela errava, e quando começava as batalhas, não era surpresa, ela não perde nenhuma! Um dia eu a vi usando um vestido rosa, corria pelo laboratório, imitando as poses que a humana fazia e repetindo o que ela falava. Esse comportamento estranho dela seria algum tipo de... Amor?

Frisk olhou confusa, ela nunca tinha imaginado que tinha ganhado uma fã. Alphys estava muito envergonhada e não conseguia olhar para Frisk, seu rosto estava vermelho e ela cobria-o com suas mãos.

Mettaton: ... Com a Alphys ajudando, o show não pode continuar! Mas teremos mais em breve, meus amores! Até mais!

Após finalizar o show, ele ativou um mecanismo que o fez voar para cima, afora do laboratório,como se fosse um foguete. Elas olharam-o sair do laboratório e perceberam que ele não estava mais por perto. Frisk estava aliviada por isso ter terminado e ela voltou a olhar Alphys, vendo que ela continuava sem graça de falar.

Alphys:  ... Aquele comentário...  Ele não devia ter falado isso...

Frisk: Muito obrigada por ter me ajudado.

Vendo que Frisk não havia criticado-a, Alphys voltou a olhá-la mais alegremente e sorriu para ela.

Alphys: Não foi nada... Adorei conhecer você, quero dizer... Eu sou sua fã Frisk. Se precisar de ajuda, pode contar comigo! Você tem um celular?

Frisk: É verdade, meu celular é...

Com todo o trabalho que Frisk teve antes, ela mal se lembrou de abrir seu celular e olhar o estado dele. Logo ao abrí-lo, Frisk percebeu que havia algo errado e Alphys notou a reação dela.

Alphys: O que houve?

Frisk: Meu celular não liga, deve ter acabado a bateria...

Alphys: Deixe eu dar uma olhada nele.

Sem esperar a permissão dela, Alphys pegou o celular dela e o levou para sua mesa, fazendo vários ajustes e usando algumas ferramentas para consertá-lo. Alguns minutos depois, Alphys voltou com o celular e entregou-o de volta. Frisk viu seu celular e percebeu que Alphys fez várias mudanças nele.

Alphys: Aqui está, eu mudei a localização da rede, seu celular estava um pouco danificado e eu consegui arrumar, não se preocupe que seu número ainda é o mesmo... Ah, eu criei seu perfil no Underbook e eu te adicionei, agora somos oficialmente amigas.

Após ouvir o que Alphys tinha falado, ela se assustou. Frisk não imaginava que até os monstros possuíam uma rede social, mas o mais estranho disso é como Alphys conseguiu fazer isso em alguns segundos. Um silêncio estranho preencheu a sala e Alphys viu que criou um clima constrangedor pra ela.

Alphys: ... Eu tenho que ir, a porta a frente é a saída, até mais!

Ela correu até o banheiro e ficou lá. Frisk mais uma vez olhou seu celular e viu o novo perfil dela, não tinha foto alguma. Ela saiu do laboratório e ficou olhando o celular até ver uma nova notificação disparar. A cada 5 minutos, Alphys disparava mensagens novas e Frisk decidiu silenciar as notificações, incomodada com os toques. Uns minutos depois, Frisk estranhou que o celular estava tocando, tinha uma chamada a ser respondida. Ela pegou o celular e atendeu-o.

Papyrus: Olá humana! Sou eu, Papyrus.

Frisk: ... Como conseguiu o meu número?

Papyrus: Imaginei que você iria perguntar isso, digamos que eu fiquei digitando todas as possíveis combinações até achar a sua. Simplesmente genial, não foi?

Aquilo foi surpreendente, o trabalho que ele teve de fazer ligações erradas só para achar o número dela não era pra qualquer um, Frisk achou engraçado vindo dele.

Frisk: Sim... e a Undyne?

Papyrus: Ela tá bem, meu irmão arrumou o sofá daqui de casa para ela, agora ela é oficialmente parte da casa.

Frisk: Isso foi legal da parte de vocês.

Papyrus: E você humana, está tudo bem aí? Não se esqueça que pode contar conosco se precisar de ajuda.

Frisk: Eu estou bem sim...

Frisk deu uma olhada ao redor antes de continuar a conversa, o clima estava bem abafado por estar cercada de lava, porém, Frisk parou ao ver algo que a impressionou muito.

Frisk: ... Eu estou na frente de um maquinário gigantesco, ele está em cima da lava.

Papyrus: Você já está perto do núcleo.

Frisk: Isso é o núcleo?

No fundo da linha Frisk ouviu vários gritos e Papyrus se sentiu assustado, ele mexeu muito o celular para tampar o microfone.

Papyrus: ESPERE UNDYNE...

Undyne: ... E aí, nerd? Você disse que já está perto do núcleo? Quer dizer que você já viu a Alphys, não é? Ela está bem? Manda um oi pra ela por mim!

Frisk: Sim, ela está bem, e pode deixar...

Undyne: Ainda estamos te esperando aqui! E se puder, fala com ela pra visitar a gente também, eu não vou aí porque é MUITO QUENTE, e eu odeio esse lugar.

Frisk: Não é melhor você deixar o recado?

Undyne: É... bem... toma de volta...

Papyrus: Ei humana, a essa hora você vai ver o Sans por aí, ele deve estar em Terraquente. Com licença, vou desligar aqui.

Frisk: Certo...

Ele desligou a chamada e Frisk olhou seu celular, pensativa. Era certo que Sans podia se teleportar, mas por curiosidade, ela queria saber se ele podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. No final do caminho, perto do núcleo, ela entrou em um elevador e, notando os botões dos andares, ela viu que havia pelo menos três e ela subiu um andar acima. Pela extensão do primeiro andar, Terraquente era um lugar bem maior do que ela imaginava.


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