O Caçador da Tempestade escrita por Karina A de Souza


Capítulo 6
A Chantagista e os Cybermans


Notas iniciais do capítulo

Olá!



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—Hey, oi, mãe. -Saudei, entrando na cozinha.

—Bom dia, Kali. Sua irmã já acordou?

—Faz umas duas horas.

—Certo. Eu tenho que ir, tem mais uma família pra visitar a casa impossível.

—Ainda não conseguiu vendê-la?

—Não. Os Watson estão esperando há um ano, mas não consigo vender. E não posso desistir, não é assim que eu trabalho.

—Isso aí.

—Eu já vou indo. Toma conta da sua irmã. -Pegou a bolsa e a pasta. -Caso o seu pai ligar, peça pra ele comprar pão naquela padaria que eu gosto.

—Tudo bem. Boa sorte com a casa!-Mandou um beijo e saiu.

Fui até o quarto de Alana, encontrando-a deitada no chão desenhando. O quarto estava uma zona, mas achei melhor não falar nada no momento.

—Vá se arrumar, vou te deixar na casa da Eloá.

—Mas eu não vou lá hoje.

—Agora vai. -Olhou pra mim, desconfiada.

—Está tentando se livrar da sua irmã querida?

—Oh, você percebeu? Anda logo, Lana. -Bufou, largando o lápis.

—Tá legal, já tô indo.

Depois de deixar Alana na casa da amiga dela, corri de volta para casa, encontrando a TARDIS no jardim dos fundos de novo. Dessa vez o Doutor estava do lado de fora, as mãos nos bolsos, encarando o céu.

—Alguma nave alien sobrevoando Joinville?-Perguntei.

—Não que eu tenha visto. -Respondeu, olhando pra mim. -Pelo menos não ainda.

—Fique mais tempo por aqui e você pode se surpreender. Então, qual o destino de hoje?

—Huhum. -Me virei, assustada. Alana estava de braços cruzados, encarando o Doutor e eu. -Então você se livrou de mim para ficar com esse magrelo.

—O que você está fazendo aqui?

—Eu moro aqui.

—Você me seguiu de volta pra casa?

—Lógico. Você fica toda esquisita, sempre me levando na casa da Eloá, e pra quê? Pra dar uma voltinha com esse magrelo esquisito.

—Alana!

—O que?-Deu de ombros. -Eu sei o que vocês fazem. Isso aí, -Fez um gesto com a cabeça na direção da TARDIS. -é uma nave. Você fica sumindo por que sai com ele nessa coisa.

—Como sabe disso tudo?-O Doutor perguntou.

—Eu sou inteligente. E vi essa nave aparecendo algumas vezes no nosso quintal. Vocês não são tão discretos. Você é o...?

—Doutor. -Estendeu a mão, mas Alana não a apertou. -Parece que é de família. -Dei um chute de leve na canela dele. -O que vai fazer com essa informação?

—Nada.

—Nada?-Repeti. -Você vai apenas guardar segredo?

—Sim... Isso se vocês me levarem para dar uma volta.

—Como é que é? Eu vou é te dar uns cascudos!-O Doutor me puxou para trás.

—Acho que podemos considerar um passeio rápido e seguro. -Sussurrou. -No menor sinal de perigo, nós entramos na TARDIS e voltamos.

—Você não costuma fugir, costuma?

—Não definitivamente. Mas não quero colocar você e sua irmã em risco. Eu não posso prometer, mas vou tentar trazê-las de volta em segurança.

—Tudo bem. Entendido. -Nos viramos para Alana.

—Certo, senhorita Chantagista, onde você quer ir?

—Índia. -Respondeu.

—Não é exatamente seguro, mas também não é tão perigoso. Feito. Índia, século 21. Apenas uma coisinha antes de irmos: você vai obedecer sua irmã e eu. Faço isso há anos, e Kali já entendeu como funciona.

—Tá legal. Vocês é que mandam.

—Então vamos lá. -Entrou na TARDIS. Alana franziu a testa, mas o seguiu quando acenei pra ela. A garota travou na porta, olhando em volta de boca aberta.

—Isso. É. Incrível. -Começou a andar pela sala de controle. -Como pode ser maior por dentro? O lado de fora é uma ilusão?

—Camuflagem. Ela se camufla de acordo com o local onde está. Como um camaleão.

—Ela não está exatamente camuflada.

—Não. O circuito responsável travou, agora a TARDIS se parece sempre com uma cabine de polícia dos anos sessenta.

—Eu gosto da aparência dela. -Comentei, fechando a porta e me aproximando. -É bonitinha.

—Eu também acho. Por isso nem tento consertar. Tudo bem, colocando as coordenadas da Índia... A data... Ótimo. Meninas... -Sorriu. -Segurem-se!

***

—É sempre tão turbulento?-Alana perguntou, ficando de pé.

—Assim é divertido. -O Doutor disse. -Que tal passarem no guarda roupa? Acredito que haja sáris nele.

—Okay. -Murmurei, me afastando. Alana começou a me seguir.

—Olhe perto das saias escocesas!

—Pode deixar!

Alana ficou de boca aberta, mais uma vez, ao ver o guarda roupa da TARDIS. Apenas sorri, passando pelas araras e procurando os sáris. Quando fui atrás de um vestido para ir na época dos piratas, tive impressão de ter visto roupas indianas num canto.

—Onde ele pegou tudo isso?-Alana perguntou, brincando com um cachecol longo.

—Eu não sei. Talvez o Doutor seja um acumulador compulsivo.

—Você confia nele?-Assenti, olhando um quimono de perto. -Como o conheceu?

—Ele estava procurando um alien que se escondeu na nossa cidade. Um Zygon. Achou que era eu. -Riu.

—Tudo bem que você não é muito bonita, mas te confundir com um alienígena já é exagero.

—Engraçadinha. Zygons podem assumir formas humanas, tomar a nossa aparência, ninguém nem perceberia.

—E o Doutor achou o alien?

—Achou e o mandou de volta para casa. Ah, aqui, achei. -Puxei um sári amarelo do cabide. -Hora de trocar de roupa.

Depois de vestirmos os sáris, Alana encontrou um baú com várias pulseiras, colares e brincos. Isso apenas aumentou minha curiosidade sobre o guarda roupa magnífico da TARDIS. Por que e como o Doutor tinha tantas roupas e acessórios femininos? Seria só para as acompanhantes?

Encontramos o Senhor do Tempo perto das portas, concentrado em sua chave de sônica, que derrubou quando nos viu entrar.

—Te assustamos?-Perguntei.

—O que? Não. Não. -Pegou a chave de fenda e a guardou. -Estão prontas?

—Acredito que sim.

—Ótimo. Só para lembrar, Alana...

—Vocês mandam, eu obedeço. -Interrompeu. -Não precisa ficar repetindo.

—Sempre é bom relembrar.

—Podemos ir agora?

—É bom se comportar. -Avisei. -Ou vou te largar no planeta dos Zygons.

—Tá bom, tá bom.

Saímos da TARDIS. O lado de fora era uma mistura de cores, sons, confusão e cheiros diferentes. Eu nem sabia o que olhar primeiro.

—Chegamos bem no Holi!-O Doutor exclamou, animado.

—O que é Holi?-Alana perguntou.

—Um festival indiano, que marca a chegada da primavera.

—É aquele das cores?-Questionei, olhando em volta. -Com os pós coloridos?

—Esse mesmo. -Um grupo passou por nós, atirando um pó rosa em cima da gente. Alana começou a tossir e eu espirrei. -Feliz Holi, garotas!

—Tem muita gente. Gente demais. Não desgruda de mim, Lana. Se eu te perder aqui... Não há lugar onde eu vou poder me esconder no Universo, por que a mãe vai me achar.

Começamos a andar pela multidão animada. Segurei a mão de Alana e do Doutor, não queria me perder deles. Primeiro que ia entrar em pânico na hora, sem saber o que fazer. Segundo... Como ia encontrá-los?

O Senhor do Tempo conseguiu nos tirar do meio da multidão. Exaustos e coloridos. Alana começou a rir quando olhou pra mim. Peguei meu celular para ver o meu reflexo. Eu era uma mistura de cores.

—Você não está tão diferente, engraçadinha. -Avisei, colocando o celular na frente do rosto dela.

—Acho que engoli um pouco do pó. -Tossiu.

—Talvez a gente devesse comprar uma água... Existe alguma chance de eles aceitarem real?-Guardei meu celular. -Acho que tem cinco reais no bolso do meu jeans.

—Você ia ter que trocar pela moeda local. E... Cadê o seu amigo magrelo e esquisito?

—Para de chamar o Doutor assim. -Olhei em volta. -Onde ele foi? Ele estava aqui agora mesmo! Doutor?

—Ah, pronto. Ótimo. Estamos perdidas. Você lembra onde estava a coisa azul?

—Em primeiro lugar: é TARDIS, não “coisa azul”. -O Doutor corrigiu, surgindo ao meu lado. -Em segundo: não se desesperem. Eu só fui comprar isso. -Estendeu um copo pra mim e pra ela. -Chai. Eu tomei dois copos vindo pra cá... E um pouco do seu, Kali. -Ri.

—Onde você arrumou dinheiro?-Perguntei. -Salvar o mundo não te garante um salário.

—Pequeno segredo de Senhores do Tempo. -Mostrou a chave de fenda sônica.

—O Doutor e seus truques.

—Vocês estão bem?-Olhou em volta. -A Índia não é exatamente muito segura...

—É, eu sei. Mas ninguém incomodou a gente. Além disso... Já disseram uma vez que eu tinha um bom soco.

—Não quero testar se é verdade.

—Apenas acredite nela. -Alana se intrometeu. -Uma vez ela bateu num garoto da escola.

—Mesmo?

—Ele tentou me agarrar. -Contei, dando de ombros. Experimentei o chai. -Hum... Isso é bom.

Começamos a caminhar numa rua cheia de barracas. Várias tinham comidas que eu nem fazia ideia do que eram. Alana parecia curiosa, perguntando aos vendedores sobre as iguarias e os preços.

—Então, Doutor... Como você começou a viajar por aí? Ou é algo comum para quem tem uma TARDIS?

—Muito tempo atrás eu roubei a nave e fugi. Parece que estou fugindo desde então.

—Sempre se metendo em confusões. -Sorriu.

—Eu não saio caçando confusão, elas é que me encontram. Mas se não fosse assim... Não teria graça.

—Ah, claro. Há quanto tempo faz isso?

—Mais de novecentos anos.

—Que? Não. Mentira. Você não pode ter mais de trinta e cinco anos! Como poderia ter mais de novecentos?

—Regeneração. Minha espécie, os Senhores do Tempo, tem essa habilidade. Quando estamos morrendo, ou velho demais, regeneramos.

—E isso é...?

—É complicado. Mudamos por dentro e por fora. Ainda somos as mesmas pessoas, mas de uma forma diferente. O Doutor “de antes” tinha o cabelo bem curto, usava jaqueta de couro e jeans...

—Não consigo te imaginar assim. Espera... Acho que até consigo. Então você tinha outro rosto?

—Sim. -Assenti.

—Isso é bem louco. -Riu.

—Com certeza.

—Se você regenera, significa que é imortal?

—Não. Nós temos um limite de regeneração. E entre uma e outra... Podemos... Morrer.

—Acho que estou entendendo. -Uma mulher passou por nós, esbarrando no meu ombro com força. -Isso, leva junto!

—Não parecia que ela estava fugindo?

—Eu nem vi de onde ela saiu.

—Kali! Kali!-Era Alana. Parou na minha frente, assustada.

—O que foi? Você está bem...?

—Vocês tem que ver isso. -Saiu me puxando pelo pulso. O Doutor nos seguiu. Lana parou na entrada de um beco e apontou.

Eu sempre acreditei num apocalipse de robôs. Sempre acreditei que toda a nossa tecnologia ia criar vida e se voltar contra nós. Não confio em inteligência artificial. Acredito que isso começou quando vi um documentário e um homem disse que no fim, os robôs nos deletariam.

Parada ali, naquele beco, na Índia, eu tinha certeza de que aquilo era real.

Duas coisas que só podiam ser robôs estavam se movendo entre pontos escuros, marchando em silêncio, então sumiram.

—O que eram aquelas coisas?-Alana sussurrou.

—Cybermans. -O Doutor respondeu.

—E o que são Cybermans?

—Homens robôs?-Arrisquei.

—Mais ou menos. -Esse foi o Doutor. -Robôs com partes humanas, dentro daquele corpo de metal que vocês viram. -Suspirou. -E eu achando que a maior ameaça desse passeio seriam os humanos. Tudo bem, vocês duas, me ouçam: preciso que voltem agora para a TARDIS. Esses Cybermans não estão aqui a passeio.

—Vou deixar Alana na nave e venho ajudar você.

—Não. Eu quero que vocês duas fiquem lá em segurança. Não se preocupem, se eu não voltar, a TARDIS tem um protocolo automático que vai levar vocês pra casa.

—Eu não vou deixar você. Nós dois lidamos com Zygons, com índios e sereias canibais, piratas, criaturas espaciais perdidas, com homens piratas do espaço e... Eu não vou te deixar. -Segurou meu rosto com as duas mãos.

—Kali, eu preciso que você vá. Os Cybermans são mais perigosos do que as outras coisas que você viu. Não quero que você se machuque ou... -Parou, respirando fundo. -Eu não posso perder mais ninguém. Vão para a TARDIS. Prometo que vou voltar inteiro. -Então, sem nem avisar, me deu um beijo na boca. E não foi qualquer beijo... Okay, não que eu fosse especialista, eu nunca beijei ninguém antes. -Agora vão.

—Tudo bem.

Segurei a mão de Alana, então começamos a nos afastar rapidamente. Eu não queria ir, não queria deixar o Doutor... Mas Alana precisava ficar segura. Eu não podia arriscar a segurança dela.

—Você devia ter visto a sua cara quando ele te beijou. -Riu. -Parecia mais boba que o normal.

—Ah, Alana, cala a boca.

—Quase babou olhando praquele magrelo esquisito.

—Por que você não gosta dele?

—Por que eu sou sua irmã, tenho obrigação de não gostar dos seus namorados.

—Ele não é meu namorado!

—Então por que ele te beijou?

—Não sei. Não importa agora. Nós temos que...

—Você confia nele?

—Confio.

—Por quê?

—Por que ele é o Doutor. Você sente que ele é bom. -Dei de ombros. -É só o que eu sei.

—Huhum, tá.

Decidi não discutir sobre a implicância dela com o Doutor. Não ia chegar a lugar nenhum.

De repente a rua estava lotada por gente comorando o Holi. Alana e eu fomos engolidas pela multidão. Mal conseguia respirar, apertada por aquele mar de gente.

Então aconteceu o pior.

A mão de Alana se soltou da minha.

—Lana!-Gritei, tentando vê-la no meio daquela bagunça. Nem consegui ouvir minha própria voz. -Alana!

Fiz meu caminho, com dificuldade, até a calçada. Desespero me invadiu. Eu tinha perdido a minha irmã. Não tinha sinal dela. Alana estava sozinha, podia ser pisoteada no meio daquela multidão. Alguém podia machucá-la. Podiam...

—Alana! Alana!

Coloquei as mãos na cabeça, tentando conter o choro. Eu queria sentar na calçada suja e chorar até desidratar. O que ia fazer? Nem sabia onde eu mesma estava!

O Doutor tinha ido lidar com os Cybermans, e talvez nem sobrevivesse... Eu estava sozinha.

Não. Não. Eu não podia ficar parada. Alana precisava de mim. Alguma coisa tinha que ser feita. Mas o que?

Comecei a andar, chamando Alana, procurando-a entre a multidão. Também fui perguntando para algumas pessoas se elas tinham visto uma garota de cabelos castanhos, de mais ou menos 1,60 de altura, e bem branquinha. Ninguém viu nada. Mas eu não ia só desistir.

Parei de andar, um pouco cansada e sem fôlego. Meus pés doíam depois de terem sido pisados no meio da onda festiva que tinha me atropelado.

—Kaliane. -Me virei. A voz vinha de dentro do beco.

—Alana? É você?-Comecei a seguir a voz. -Por favor, me diz que você tá bem. Alana?-Parei. Olha eu de novo seguindo vozes estranhas. Recuei, mas bati em alguma coisa.

Tinha uma sensação horrível, e não queria ver no que tinha esbarrado, mas era melhor saber o que era, e, se necessário... Bem, fazer alguma coisa que não fosse... Ser inútil.

Me virei devagar... Um grito se formou na minha garganta, e contê-lo não foi fácil.

Eu não tinha batido numa pessoa.

Tinha batido num Cyberman.

Comecei a me virar pra correr, mas algo tocou meu ombro e tudo escureceu.

***

Sabe, eu não acho que entre em pânico fácil. Até que lidei bem com o Zygon, e as outras coisas, mas... Se o Doutor me queria longe dos Cybermans... Significava que eles eram uma ameaça e tanto. Então quando acordei e me vi cercada por três dos homens robôs... Bem... Eu comecei a entrar em pânico. Isso até perceber que era uma atitude bem inútil.

Fiquei de pé, tentando fazer alguma expressão corajosa (tenho quase certeza que falhei, mas não vamos nos apegar a detalhes).

—Você é a atual companheira do Doutor. -Um dos Cybermans disse.

—É. Sim. Eu sou. O que querem comigo?

—Você será nossa isca. E depois será atualizada. -Franzi a testa.

—Eu não sou um celular ou um aplicativo para ser atualizada!

—Você será atualizada. Será uma Cyberman.

—Cyberman?

“Robôs com partes humanas, dentro daquele corpo de metal que vocês viram”. Aquelas coisas iam me picar e enfiar partes de mim dentro de uma armadura horrível de robô? E o que seria da minha mente depois disso? O dano podia ser desfeito? Eu poderia voltar a ser normal?

—Lamento informá-los, senhores Cybermans, mas isso não vai acontecer. -Avisei.

—Você será atualizada.

—Nem nos seus sonhos... Se é que você sonha. Então é isso... Até nunca mais!

Consegui me esquivar do Cyberman mais próximo e comecei a correr, mas dois surgiram no meu caminho, estendendo suas mãos metálicas na minha direção. Congelei, sem saber o que fazer. Eu não tinha um plano. Devia ter pensado nisso antes de sair correndo que nem doida.

Do nada, algo voou e atingiu os Cybermans, um a um. Pareciam pedras, mas olhando melhor, eram... Ímãs? Ao serem tocados por eles, os homens robôs pararam como bonecos em que não foram dados corda. Quase... Como se a bateria deles tivesse acabado.

—Você está bem?-Olhei na direção da voz. Alana estava descendo as escadas do galpão, correndo e tropeçando no sári. Antes que eu pudesse responder, ela me abraçou.

—Estou. Achei que tinha perdido você!

—Eu vi esses robôs esquisitos pegando você na rua e segui vocês. Essas coisas interferem nos Cybermans. Ouvi dois deles falando que são de um carregamento roubado de uns aliens... Não lembro o nome agora. Aí eu joguei neles.

—Isso foi inteligente. -Se afastou pra me olhar.

—Eu sou inteligente. -Sorri.

—É, você é sim.

—Ei, o que vocês duas estão fazendo aqui?-O Doutor perguntou, surgindo do nada. Olhou em volta, espantado. -O que foi que aconteceu?

—É uma longa história.

***

Depois de explicar tudo o que tinha acontecido, e do Doutor desativar para sempre os únicos cinco Cybermans que tinham me sequestrado, nosso trio foi com a TARDIS para “a maior e melhor sorveteria do espaço”, de acordo com o próprio Doutor.

Sentamos numa mesa vermelha, enquanto conversávamos sobre nosso dia maluco e devorávamos sorvetes dos mais diferentes tipos.

—Sabe, eu não devia ter chantageado vocês. -Alana disse. -Desculpa.

—Por que você fez isso?-O Doutor perguntou, brincando com seu sorvete de banana.

—Eu queria passar um tempo com a Kali. -Olhou pra mim. -Você nunca sai comigo. Sempre que saia com as suas amigas, não queria me levar. Então descobri sobre você e o magrelo... Digo, o Doutor, e pensei que era uma boa ideia pra sair com você. Não vou mais chantagear vocês. Além disso, o que vocês fazem é perigoso.

—Bem, nós ainda podemos sair juntas. -Avisei. -Coisas mais seguras. Podemos ir ao cinema. Que tal?

—Ia ser legal! Posso pegar mais sorvete?

—Claro. Aproveita que o magrelo está pagando. -Rimos. O Doutor apenas revirou os olhos. Lana sorriu e correu para os balcões. -Ela não está errada, você é bem magro mesmo.

—Você não fica muito atrás. -Provocou. -Que bom que você e Alana se acertaram. Ela não é tão terrível.

—Ah, ela normalmente fica um amor depois de comer. -Riu. -E então, vai me contar mais sobre os Cybermans? Eles me deixaram curiosa.

—Tudo bem. Os Cybermans foram criados em...


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi criado por que minha irmã pediu uma personagem na história e uma aventura na TARDIS. Então surgiu Alana e esse capítulo.
Ah, a parte em que Kali diz ter medo de um apocalipse robô é basicamente uma confissão minha kkkkk Sério, eu morro de medo dessas coisas. PAREM DE FAZER ROBÔS INTELIGENTES!
É isso. No próximo capítulo... Teremos uma participação especial e tanto!
Bjs ♥



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