How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 6
Capítulo 6 - A Determinação de Sakura


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Seis - A Determinação de Sakura



Naruto Uzumaki

 

Sasuke estava estranho, ele não parava de encarar a Sakura enquanto Kakashi nos explicava a missão.

O que estava acontecendo? Será que tinha a ver com a briga do dia anterior?

Bem, poderia ser.

Continuei a observá-lo e a prestar atenção nas palavras de Kakashi ao mesmo tempo, atento a cada detalhe que ele sabia da missão. Assim que o Hokage terminou de contar o pouco que tinha conhecimento e nos deu a ordem para ir à aldeia da Areia, partimos.

Sakura, Hinata e eu fomos andando mais à frente e conversamos sobre coisas aleatórias, às vezes, elas riam das idiotices que eu dizia.

Eu adorava vê-las assim, rindo e felizes. Elas eram as pessoas mais importantes para mim. Mas não pude deixar de notar que Sasuke não se juntou à nós, pelo contrário, ele vinha um pouco atrás e parecia perdido em pensamentos.

Se eu não tivesse visto a confusão do dia anterior, não ficaria intrigado com essa reação dele, afinal, Sasuke age de forma bem fria normalmente, porém aquilo já estava estranho mesmo vindo dele, ainda mais depois do que aconteceu com Yori.

Demorou três dias para chegarmos à Suna. Estávamos cansados da longa caminhada pela floresta e, depois, pelo deserto sob um calor intenso. Atravessamos a entrada da Areia em passos lentos, sentindo os olhares dos ninjas em cima da muralha de areia sobre nós e, logo, dois deles vieram nos recepcionar.

Ambos bem parecidos, vestidos com o uniforme de jounin da aldeia da Areia, porém um tinha olhos azuis e cabelos negros, já o outro, olhos verdes e cabelos castanhos.

— Naruto-sama, é uma grande honra! Não sabíamos que era o senhor que viria nos ajudar. — o ninja de olhos azuis fez uma reverência. — Agora, podemos ficar mais tranquilos.

— Exatamente! É uma grande honra estar em sua presença. — disse o outro.

Fiquei um pouco sem graça e levei a mão atrás da cabeça, coçando a nuca. Uma mania que tinha quando sentia-me assim.

Ainda não havia me acostumado com isso.

— Obrigado, mas não precisa disso, amigos. Podem me chamar apenas de Naruto.

— Claro, como quiser. — o ninja de olhos azuis disse, sorrindo.

Notei que Sasuke apenas observava tudo, o semblante sério como sempre. Já Sakura e Hinata sorriam.

— Bom, entrem, o Kazekage está esperando por vocês. — o outro comentou.

— Certo, obrigado.

 A aldeia da Areia estava bem diferente do que me lembrava, havia muito mais casas e estava muito evoluída, assim como a Folha. Ao passarmos pela rua, várias pessoas começaram a tirar fotos da gente, e muitas crianças vieram até mim pedir autógrafos e fotos. Acho que eu nunca ficaria acostumado com isso.

Assinei os cadernos e posei para algumas fotos, até que era divertido fazer essas coisas, mas, ainda assim, bem estranho. Vieram também várias garotas com, em média, dezoito anos pedir autógrafos. Assinei os papéis e fotos minhas, mas fiquei um pouco sem graça.

Olhei para o lado e percebi que Hinata olhava para mim normalmente. Por isso, eu gostava tanto da Hyuuga, ela confiava em mim completamente, sabia que eu nunca a trairia, e isso me deixava feliz.

Confiança é o mais importante.

Depois que terminei de assinar as coisas, saí do meio das garotas e fui até minha namorada. Peguei na sua mão delicada com todo o carinho e continuei a andar à caminho da torre do Kazekage da Areia, meu velho amigo Gaara. Sasuke e Sakura também acompanharam-me durante o trajeto, ambos estávamos curiosos e apreensivos quanto à missão que teríamos que realizar.

 

. . .

 

Gaara encontrava-se sentado em sua mesa, com o semblante sério.

— Nossa aldeia foi invadida, há alguns meses, por renegados de várias aldeias e, desde então, estamos investigando. — o Kazekage começou a explicar, fitando os jovens ninjas a sua frente. — Descobrimos o local onde vários renegados estão escondidos, mas todos os ninjas que mandamos até lá não voltaram.

Fez uma pausa, deixando sua preocupação evidente.

— Mas, antes de morrer, um dos ninjas que mandei conseguiu recolher algumas informações e, dentre elas, descobrimos que o inimigo pretende atacar a Areia em alguns dias e, depois, será a aldeia da Folha. 

Todos assumimos uma expressão preocupada no rosto, menos Sasuke, que continuava sério, apenas escutando tudo atentamente.

— Mas não é só isso. — Gaara ajeitou-se na cadeira, aparentando estar mais preocupado ainda. — Descobrimos também que há vários ninjas renegados conspirando juntos contra as cinco grandes nações.

— Vários quantos mais ou menos? — Sakura perguntou, temerosa.

— Muitos, muitos mesmo. — Sakura e Hinata entreolharam-se. — Também descobrimos que eles estão espalhados pelo mundo em vários esconderijos. — Gaara completou. — Bom, então pedimos ajuda à Folha, que é a aldeia mais perto da nossa e também seria alvo do mesmo grupo de renegados, para concluir essa missão. A Areia está com sérios problemas em relação à quantidade de ninjas disponíveis para missões desse nível, porque perdemos muitos shinobis na tentativa de resolver esse problema e na invasão de alguns meses atrás, por isso, precisamos da ajuda de vocês.

— Claro, Gaara, pode contar conosco. Kakashi-sensei nos passou algumas informações, menos onde é esse esconderijo.

— Esse que é o problema, são dois esconderijos. Conseguimos essa informação ontem, através de outro ninja. Eles estão localizados no país dos Rios, um próximo à grande clareira da Noite e é subterrâneo, sua entrada está localizada em uma fenda entre duas grandes rochas, uma delas tem o formato de um losango. Já o outro, próximo à fronteira norte do país, em uma grande montanha com três picos, e sua entrada é atrás de uma pequena cachoeira. — Gaara respondeu, apreensivo. — Vocês já estavam à caminho quando descobrimos o segundo esconderijo, e, como são dois agora, acho melhor pedirmos reforços antes de partirem.

— Não precisa. — Sasuke pronunciou pela primeira vez desde que saímos de Konoha. — Nós damos conta.

Gaara o fitou, o semblante estava sério.

— São dois esconderijos, e eles podem se comunicar entre eles. Assim que invadirem um, o outro ficará sabendo e poderão agir, e atacá-los ao mesmo tempo será arriscado porque vocês são só quatro.

Mas não somos qualquer pessoa, ele sabe que o time sete é composto pelos três melhores ninjas do mundo.

— Sasuke tem razão, Gaara, nós damos conta. Nós podemos nos dividir para atacar os dois esconderijos ao mesmo tempo. Hinata e eu vamos para a fronteira norte do país dos Rios, e Sasuke e Sakura vão para a clareira da Noite.

Assim que falei isso, vi Sasuke fechar a cara. Mas não havia outro jeito, Hinata viria comigo, porque assim poderia protegê-la. Não que ela precisasse, mas porque eu precisava saber como ela estava.

Esse era o único jeito de fazer a divisão, pois Sasuke não conhecia o estilo de luta de Hinata como eu, mas o de Sakura sim.

Era o mais sábio de se fazer.

— É muito arriscado, Naruto.

Gaara ainda estava preocupado.

— Não se preocupe, somos fortes. Enfrentamos inimigos muito piores na guerra, inclusive Kaguya Otsutsuki, daremos conta disso. — sorri convencido. — Hinata não enfrentou Kaguya conosco, mas conheço sua força. Nós vamos conseguir, Gaara, pode confiar.

— Tudo bem, mas, agora, está tarde e devem estar cansados, separei quartos para vocês passarem essa noite. Amanhã, podem partir bem cedo.

— Certo.




. . .



 

Sasuke Uchiha

 

— E então? Por que está assim? — a voz de Sakura soou calma, e eu apenas ignorei.

Ainda não acreditava que tinha que ficar ao lado dela para cumprir aquela missão.

Suspirei cansado e continuei a caminhar para chegar logo na clareira e realizar a droga da missão.

Mas Sakura não desistia fácil.

— Vai continuar me ignorando?

Na verdade, eu queria era tirar aquela história a limpo, mas a coragem para isso me faltava, então, apenas deixei para lá.

— Sasuke! — ela já estava começando a ficar brava, e eu, irritado com sua insistência.

Respirei fundo.

— Vamos andar rápido e completar logo essa missão.

Apertei o passo sem dizer mais nada, mas sabia que isso havia deixado-na ainda mais irritada.

Fala sério, eu que deveria estar irritado aqui!

Notei-a aproximando-se de mim novamente.

— Não vai me falar por que está agindo assim comigo? — ela insistiu.

Eu já estava prestes a explodir de tanta raiva e confusão acumulada.

Mas que droga estava acontecendo comigo? O que Sakura estava fazendo com minha mente?

— Porque você me irrita! — falei mais sério do que devia e acho que, dessa vez, ela ficou magoada, porque calou-se na hora e não falou mais nada até chegar na tal clareira.

E eu até poderia ficar com a consciência pesada se as palavras de Yori não ecoassem em minha mente diversas vezes desde àquele dia, deixando tudo tão confuso.

 

. . .

 

Estávamos no subterrâneo. Era tudo muito escuro e abafado. Os túneis pareciam iguais à medida que entrávamos nas bifurcações e, por alguns minutos, era só isso que víamos. Escuridão sem fim.

Continuamos a andar, até notar que o ar tornou-se menos abafado e ouvir algumas vozes vindas de algum lugar por perto. Caminhamos mais um pouco e notamos uma sala no final do corredor.

Sakura olhou para mim e, mesmo estando um pouco escuro, percebi que seu olhar dizia que estava pronta para a ação. Entramos na grande sala com cuidado, o local era todo iluminado por várias tochas e lá estavam uns quarenta ninjas renegados, de todas as cinco grandes nações e de umas aldeias menores.

Todos olharam para a gente quando um ninja sensorial notou nossa presença e partiram para cima de nós.

Peguei minha espada, pronto para lutar com quem precisasse, porém alguns eram bons e deram mais trabalho, não havia como negar, e a quantidade não ajudava muito.

Após lutar muito e nocautear vários inimigos com Taijutsu, notando que Sakura estava se saindo bem também, acabei sendo atingido de raspão por uma kunai, que arrancou-me um filete de sangue.

Bom, era um ferimento simples, nada que precisasse se preocupar, tirando o fato de que senti minha visão meio embaçada, minha cabeça latejar, e minha pele esquentar-se mais que o normal.

Minha cabeça estava pesada, e meu corpo, um pouco bambo, o que me fez cogitar a possibilidade de que havia veneno naquela lâmina. Algum forte, pois eu era bem resistente à venenos devido ao meu tempo com Orochimaru.

Mais da metade dos ninjas já havia sido derrotada, e eu percebia que já não estava bem. Meus movimentos, por mais que acertassem e nocauteassem os inimigos, estavam um pouco descoordenados e lentos.

Eu lutava com um ninja mais forte que os outros, o qual desviava de meus golpes com ainda mais facilidade. O suor já pingava de meu rosto, mas eu sabia que não era de cansaço, era efeito do veneno.

Pelo canto dos olhos, por mais que minha visão não estivesse cem por cento, notei que Sakura estava com dificuldades em seu combate com um ninja e, em seguida, a espada dele lhe atravessou a barriga.

Seu Byakugou não estava ativado, e isso me fez assustar.

Como meus movimentos já não estavam mais coordenados e somando a distração pelo golpe na Sakura, minha guarda ficou baixa e, imediatamente, senti algo perfurando-me no peito.

O ninja à minha frente sorria ao segurar uma espada, vendo a minha situação. Ele retirou a lâmina de meu peito sem dó, o que me fez gemer de dor.

Caí de joelhos, sentindo o líquido quente escorrer de meu peito e ensopar minha camisa. Doía muito, e meu corpo já encontrava-se fraco antes, então, depois desse ferimento, era impossível manter-me erguido sobre os joelhos.

Despenquei ao chão, deitado e sem forças.

Eu não me lembro de muita coisa daquele momento, pois minha consciência estava pesada demais, e meu corpo, extremamente quente, só lembro-me de minha respiração descompassada e dos gritos de Sakura, chamando por meu nome.





. . .

   

 

Naruto Uzumaki

        

Nos aproximamos da montanha em que o esconderijo encontrava-se e vimos a pequena cachoeira. Hinata ativou seu Byakugan para localizar a entrada atrás dela e também viu que havia quase uns cinquenta ninjas dentro do esconderijo.

Após um olhar cúmplice, ocultamos nosso chakra e passamos pela pequena passagem atrás das águas.

Era um corredor escuro, mas o doujutsu de Hinata nos guiava. Viramos à direita, onde ela viu que estavam os renegados, porém, eles logo nos notaram e se colocaram em guarda, prontos para a luta.

Eu entrei no modo chakra do Kurama para lutar melhor, e Hinata se pôs em guarda. Mesmo diante de tantos inimigos, ela não parecia com medo, parecia segura de si.

Começamos a lutar contra eles, e, por muito tempo, apenas gritos irritados, gemidos de dor e golpes eram ouvidos. Havia sobrado menos de vinte ninjas no local, porém esses estavam dando um pouco mais de trabalho que os outros.

Hinata estava com dificuldade, eu notei quando vi dois ninjas cercando-a. Imediatamente, nocauteei os que me atacavam e impedi que o segundo ninja acertasse minha namorada — que já havia nocauteado o primeiro.

— Naruto-kun! — Hinata exclamou, surpresa.

— Você foi incrível. — a elogiei.

As bochechas da Hyuuga assumiram uma coloração avermelhada.

— Você também, Naruto-kun. — sorriu.

Sorri de volta, feliz pelo sucesso da missão e por ela estar bem, porém, no mesmo instante, senti uma sensação ruim, o que fez meu sorriso desaparecer.

— O que foi, Naruto-kun? — perguntou, preocupada com minha reação repentina. — Está tudo bem?

Meus olhos vagaram pelo lugar, tentando entender o que havia de errado e, logo, voltaram-se para ela.

— É que eu senti uma sensação estranha agora. Não sei explicar, mas é como se alguém estivesse em perigo.

— Será que tem a ver com a Sakura-san ou o Sasuke-kun? — perguntou, colocando as mãos juntas em frente ao corpo.

Meus olhos focaram os dela, ambos preocupados.

— Não sei, mas acho melhor irmos logo, estou com um mau pressentimento.




. . .




Sakura Haruno

 

 Vi Sasuke caído no chão, sangue escorria de seu peito, e meu corpo gelou em desespero. Ativei o Byakugou para que meu ferimento se curasse imediatamente e soquei o ninja — que me atingiu — forte, bem no estômago.

Fui correndo até o renegado que feriu Sasuke e descontei toda a minha raiva nele por ter ferido a pessoa mais importante para mim. Acertei um soco na cara do ninja com toda a minha força, o qual voou dez metros e atravessou a parede do esconderijo, onde já não havia mais nenhum inimigo.

Ajoelhei-me ao lado de Sasuke e vi o quanto estava sangrando. Foi um ferimento muito sério, sem dúvidas.

Coloquei minhas mãos sobre seu coração e concentrei meu chakra nelas. No mesmo instante, meu ninjutsu médico tornou-se visível e comecei a tentar curá-lo.

Mas havia um problema, estava demorando muito mais que o normal para o ferimento fechar, era como se algo estivesse impedindo que acontecesse, e o pior era que o coração dele estava cada vez mais fraco.

Eu estava começando a ficar muito nervosa com a situação, ainda mais por desconfiar que ele foi envenenado.

O tempo estava pouco, e eu precisava agir o mais depressa possível.

— Sasuke, por favor... — a minha voz sumiu no fim da frase, acompanhada por uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.

Eu já passei por diversas situações assim no hospital e em missões, o suficiente para conseguir manter-me calma diante de um problema desse tipo, mas Sasuke ali abalava tudo dentro de mim. Eu sentia-me perdida.

— Não morra, Sa-Sasuke. — supliquei enquanto deixava meu chakra fluir até ele, mas o Uchiha estava muito mal, os batimentos cardíacos estavam muito lentos.  

Fechei meus olhos, mas não parei de usar meu ninjutsu médico por um minuto sequer.

Ele tinha que sobreviver. Eu tinha que salvá-lo.

— Sa-Sakura...

A voz baixa de Sasuke fez meu coração disparar e, imediatamente, eu abri os meus olhos, dando de cara com os seus fechados. Ele estava suando demais, o que denunciava a febre alta.

— Sakura, eu…

Estava delirando enquanto respirava com dificuldade, porém pude sentir seus batimentos um pouco mais fortes.

Estava funcionando. — pensei, mais aliviada.

— Sakura... — ele repetiu, com certeza, sabia que era eu ao seu lado. — Não... — sussurrou um tom mais baixo.

— Estou aqui. — segurei sua mão assim que parei com o ninjutsu médico.

O machucado já havia sarado, mas ele continuava desacordado, com febre e delirando, o que me deu a certeza de que havia veneno naquela lâmina, só que eu não tinha como preparar um antídoto ali.

Respirei fundo, sentindo o desespero apossar-se de mim.

O que eu faria sozinha? A aldeia da Areia era muito longe. Mordi o lábio inferior, nervosa.

— Você vai ficar bem, eu prometo. — levantei-me e comecei a andar para pensar em alguma coisa.

Eu precisava agir rápido.

— Nã-não... Sakura... Com ele não... — Sasuke sussurrava, mas era difícil entender o que significava.

Deixei suas palavras de lado e decidi tentar carregá-lo, mas ele era muito pesado e maior do que eu, o que dificultava o processo.

Mas eu precisava conseguir.

Coloquei o braço esquerdo dele sobre meus ombros e meu braço direito ao redor de sua cintura. Comecei a andar com ele apoiado em mim, praticamente arrastando-o. Subi as escadas com muita dificuldade e, finalmente, consegui sair do esconderijo com ele.

— Por favor... Não faz... Isso...

Não faz isso o quê? — eu me perguntava, porém não deveria ser nada, Sasuke estava apenas delirando pela febre.

Andei por alguns minutos, já exausta pela batalha e por tal esforço. Sasuke estava muito pesado. No entanto, eu não podia desistir, Sasuke era minha vida, não ia deixá-lo morrer.

Pelo estado em que estava, diria que o veneno que corria pelo seu corpo era muito poderoso. Sasuke estava com uma aparência horrível, todo coberto de suor, e a febre parecia que só aumentava. 

— Não vou deixá-lo morrer. — falei, determinada a fazer o que fosse preciso para que ficasse bem, porém ainda nervosa e assustada.

E, naquele instante, graças à Kami, as chances aumentaram.

— Sakura-chan?! — a voz de Naruto soou alta, e eu nunca estive tão feliz ao vê-lo aproximando-se.

A ajuda que eu precisava.

— Naruto! — senti vontade de chorar ao vê-lo perto e com Hinata, mas a de sorrir foi maior.

Agora, tudo ficaria bem, eu sabia.

— O que aconteceu? — pegou Sasuke, apoiando-o em seu corpo.

— Sasuke foi atingido no peito por uma espada envenenada. Eu já curei o ferimento, só falta um antídoto para o veneno agora.

O loiro respirou fundo, preocupado.

— Mas que droga, sabia que tinha algo errado. Tive uma sensação ruim mais cedo, mas não fazia ideia de que tinha acontecido algo tão grave com o Sasuke. — passou a mão livre pelos cabelos, visivelmente nervoso. — O que faremos, Sakura-chan?

— Vamos voltar para a Areia. O mais rápido que pudermos.

— Certo. — o casal assentiu e, juntos, fomos correndo.




. . .




Sasuke Uchiha

 

A primeira coisa que fiz, ao abrir os olhos, foi estranhar o local. Parecia um hospital, julgando pelos aparelhos por perto e pela cor das paredes do cômodo, e, provavelmente, eu estava na aldeia da Areia, já que ela era a única aldeia mais perto de onde Sakura e eu estávamos.

Encontrava-me exausto, meu corpo todo doía, principalmente, o meu peito. Olhei ao meu redor, procurando por alguém e vi aqueles longos cabelos cor-de-rosa sobre a cama. Sorri de canto, notando que Sakura passou a noite aqui para cuidar de mim e até dormiu em uma cadeira ao lado da cama.

Com certeza, havia ficado muito preocupada. Eu achava que Sakura havia se esquecido de mim por completo, mas, naquele momento, tive um pouco de dúvida quanto aos seus sentimentos, principalmente, ao lembrar-me de seus gritos na hora em que me feri.

 Aquela irritante…

Passei a mão sobre seus cabelos suavemente para não acordá-la, eram tão macios e bonitos. Sorri de canto, observando-a dormir com a cabeça sobre os braços em cima do colchão da minha cama.

Não demorou para Sakura começar a mexer-se, denunciando que estava acordando. Tirei minha mão de seus cabelos e fechei os olhos para fingir que ainda estava dormindo. Sakura levantou a cabeça e olhou para mim, depois, levantou-se da cadeira e andou até um filtro cheio de água — que ficava no canto do quarto —, pegou um copo cheio e bebeu.

Abri meu olho direito e observei como estava linda, mesmo descabelada e cheia de olheiras enquanto bebia a água, virada de lado. Fechei meu olho de novo, pois ela estava virando-se para mim.

Sakura caminhou até a cama novamente e pegou na minha mão. Era um toque muito suave, e senti algo diferente quando encostou em mim. Não abri os olhos, queria saber o que ela faria ou diria em seguida, além de sentir a sensação de seu toque por mais tempo.

Por mais que eu tentasse dizer para o meu coração que não devia prender-me à isso, pois Sakura estava comprometida e que ela nunca seria minha, ele me traía e fazia pensar que eu tinha uma chance de mudar isso.

Por que era tudo tão confuso?

— Acorda logo, por favor, Sasuke... — sua voz despertou-me de meus pensamentos e sua carícia em minha mão direita fez-me relaxar. — Você não faz ideia do susto que me deu, nunca mais faça isso. — completou, dando-me um beijo na bochecha, o qual fez minha pele formigar.

Nesse instante, fiquei com vontade de abrir os olhos e beijá-la de verdade, mesmo não sabendo fazer isso, mas me contive. Sakura ia se casar com o Yori, com certeza, aquele beijo na bochecha era só para demonstrar o carinho que sentia por mim como amigo.

Mas, mesmo assim, me senti diferente, mais feliz.

— Por favor. — pediu novamente ao soltar minha mão, porém a sensação de seu toque continuava bem viva em minha pele.

Sakura começou a andar de encontro à porta, a abriu e saiu, deixando-me sozinho. Abri meus olhos, fitando o objeto fechado em minha frente e não pude deixar de sorrir de verdade.

Por que não? Ninguém iria ver mesmo.

Levantei-me da cama alguns minutos depois, ainda sentia meus músculos doendo, mas nada insuportável e fui até a janela, de onde observava a vista dos telhados de várias casas de Suna.

— Não sabia que já tinha acordado. — Sakura disse ao entrar com uma bandeja cheia de comida, mas continuei de costas, olhando a aldeia da Areia através do vidro da janela. — Como está se sentindo? 

— Bem. — respondi indiferente como sempre, menos arrogante do que antes.

Não estava de bem com ela, porém também não achava justo tratá-la tão mal por uma escolha dela para encontrar a felicidade, e Sakura me salvou, então lhe devia minha vida.

Eu agiria normalmente, como sempre fiz.

— Que bom. — ela disse e, mesmo sem olhar para ela, sabia que estava sorrindo.

Sorri de canto ao pensar nisso.

— Está com fome? Eu trouxe algumas coisas. — colocou a bandeja sobre a cama.

— Não estou. — menti.

— Você precisa comer, perdeu muito sangue ontem. — sentou-se na cadeira em que passou a noite.

Fiquei feliz em saber que ela realmente se importava comigo.

— Tudo bem.

Aproximei-me da cama. Na bandeja, haviam torradas, salada de frutas e um copo de suco de tomate. Não sabia como ela descobriu que eu gostava de tomates.

Tudo parecia muito delicioso, então, sentei-me na cama e comecei a comer. Estava muito bom mesmo.

Enquanto comia devagar, percebi os olhares de Sakura sobre mim. Ela estava olhando de um jeito diferente, seus olhos brilhavam mais do que o normal.

— O que foi? — decidi perguntar.

— Na-nada... É só que... Fiquei muito preocupada. — respondeu, olhando para baixo para que eu não percebesse que estava corada, mas eu vi. 

Continuei a comer, até não haver mais nada na bandeja. Fiquei alguns segundos fitando a parede à frente, sem ideia do que fazer.

Respirei fundo, tentando encontrar as palavras.

— Obrigado.

Desviei meus olhos para ela, que me olhava surpresa, principalmente, depois de sentir minha mão sobre a sua — que estava apoiada sobre a cama.

Quando foi que eu fiz isso mesmo?

Fiquei sem graça ao notar os olhos esmeraldinos, levemente arregalados, sobre mim e retirei minha mão de cima da sua.

Senti minhas bochechas queimarem, estava sem graça e, para evitar que ela visse, levantei-me da cama e voltei à janela.

— Obrigado por salvar minha vida. — completei, aproveitando o momento sozinhos.

— D-de nada. — sorriu sem graça enquanto levantava da cadeira e pegava a bandeja sobre a cama. — Bom, já vou indo.

Olhei para ela.

— Vou com você. Precisamos voltar para Konoha.

— Nem pensar, você ainda precisa descansar.

— Já estou bem.

Ela suspirou, provavelmente, dando-se por vencida, já que sabia que não me convenceria do contrário.

— Certo, vamos então.

Sorri, acompanhando-a para fora do quarto.

Eu ainda estava chateado com ela devido à esse casamento, porém não ia mais ignorá-la. Eu que fui um idiota, ela apenas estava seguindo com sua vida.




*  * *

 

                   

— Takeshi-sama, tenho más noticias. — Nori disse ao entrar na grande sala do trono e ajoelhar em frente à Takeshi.

— O que houve Nori?

O ninja levantou de seu trono, ajeitando a capa preta.

— Os esconderijos do país dos Rios foram atacados, e os ninjas renegados que estavam lá foram todos derrotados, não sobrou absolutamente ninguém.

Takeshi arregalou os olhos.

— Como assim? — perguntou, confuso. — O que houve? Quem fez isso?

Nori respirou fundo.

— Nossos subordinados visitaram os esconderijos e descobriram o que aconteceu. Pelo que parece, ninjas da Folha derrotaram os nossos subordinados de lá a mando da aldeia da Areia.

Takeshi socou uma mesa próxima de si, irritado.

— Droga de ninjas da Folha, eles não sabem onde estão se metendo! — bufou, com muita raiva. — Você sabe quais foram os ninjas da Folha que atacaram os esconderijos?

— Sim. — Nori respondeu, olhando a mesa partida ao meio com o soco de Takeshi e engolindo em seco. — Pelo que parece, Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha estão envolvidos no ataque.

Takeshi sentiu mais raiva dominá-lo.

— Aqueles desgraçados sempre interferindo nos meus planos. — reclamou, massageando o punho. — Mas eles ainda vão se arrepender por tudo que estão fazendo.

Nori levantou-se do chão, aproximando-se do amigo.

— Mas não é só isso. — ajeitou a bandana das Fontes Termais riscada na testa. — Parece que não estavam sozinhos. Aquela discípula da Tsunade e a garota Hyuuga, a princesa do Byakugan, sabe? Estavam lá também.

Takeshi o encarou por alguns segundos, porém logo deu as costas, começando a andar até seu trono.

— A princesa do Byakugan, hein... Se ela continuar se intrometendo, também irá morrer. 

— E a Sakura, Takeshi-sama? — Nori perguntou, pois foi a única da qual ele não falou nada a respeito.

Ele estava curioso quanto aos planos de seu amigo.

Takeshi sorriu.

— A Sakura... Bom... — sentou-se no trono, todo imponente. — Eu tenho planos para ela, muitos planos, na verdade.

Sorriu novamente, só que de um jeito mais assustador.

— E, em breve, irei colocá-los em prática.


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