How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 5
Capítulo 5 - A Revelação de Yori


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Cinco - A Revelação de Yori



Sakura Haruno

 

— O que deu nele? — perguntou Yori, assim que Sasuke saiu do restaurante.

— Ele nunca gostou de se socializar. — respondi, mas nem eu acreditava muito nisso.

Acho que Sasuke não gostava muito do Yori.

 A mesa ficou em silêncio, e o garçom veio até nós para anotar o pedido dele, o que não demorou a vir. Enquanto comíamos, conversamos sobre coisas aleatórias, rindo, vez ou outra, de algum comentário da Ino.

Os minutos foram passando, e Yori despediu-se de nós, pois precisava trabalhar.

— Uau! — Ino exclamou, sorrindo de canto enquanto Yori sumia na entrada do restaurante.

— O que foi? — perguntei, confusa.

— Sasuke com ciúmes, nunca pensei que veria essa cena!

Abri a boca em perfeita confusão. Ino havia ficado maluca ou o quê?

— Oi? — minha expressão era uma mistura de incredulidade e surpresa.

— Não se faça de desentendida, você sabe, agora a pouco, isso ficou comprovado. Ele encarou Yori de um jeito que nunca vi Sasuke fazer antes. Está na cara que ele está afim de você.

— Você só pode ter ficado doida. É do Sasuke que estamos falando. Ele sempre me achou uma irritante e isso nunca vai mudar. — tentei ser o mais convincente possível, mas não fazia mais ideia de se era para convencê-la ou para mim mesma.

— Só porque é o Sasuke, não significa que ele não pode mudar e se apaixonar por você, afinal, você é linda, é uma excelente kunoichi, e Sasuke é um homem agora, não é mais aquele moleque cego por vingança. Ele pode ter percebido que você é a pessoa perfeita para ele. — Tsunade disse, olhando-me ternamente a cada palavra. — Para mim, ele sempre gostou de você e nunca soube expressar ou lidar com isso. E também notei a reação dele ao ver Yori sentar-se ao seu lado e beijar sua bochecha. Eu concordo com a Ino.

Olhei para a Godaime, incrédula.

— Até você, Tsunade-sama? — perguntei, indignada. — Isso é impossível, Sasuke nunca olharia para mim. Por favor, não me façam ter falsas esperanças, não quero me magoar mais com o Sasuke. Ele não mudou, continua sendo o mesmo de antes, o cara que sempre me ignorou e odiou. Aposto que está agradecido por eu ter saído de seu pé.

— Não era o que parecia. Acho que você devia falar com ele.

Ao ouvir as palavras de Ino, estreitei os olhos, confusa.

— Falar? Falar o quê?

— O que você sente. — dessa vez, foi Tsunade que respondeu, sorrindo.

Eu já não estava mais entendendo essas duas. Que loucura era essa?

— Para ele pisar nos meus sentimentos de novo? Não, obrigada. Prefiro deixar as coisas como estão, ainda mais agora que estou feliz com o Yori.

— Não está totalmente feliz, você sabe bem disso. — Ino disse, agora, sua expressão facial estava mais séria. — Pensa direito, testuda.

— Vocês que têm que pensar direito no que estão dizendo. — restruquei, levantando-me da mesa e seguindo para o balcão.

Elas só podiam ter ficado malucas. Sasuke com ciúmes de mim? Eu falar com ele sobre meus sentimentos outra vez?

Até parece.

 

. . .

 

 Comecei a andar pelas ruas em direção à minha casa, louca para cair na cama assim que chegasse lá. Estava com a visão um pouco embaçada, dor de cabeça, muito estresse por causa da correria do trabalho e um cansaço extremo.

Já era noite, e eu estava exausta por ter curado tantos ninjas e moradores devido à invasão e não havia comido nada desde o almoço. Meu corpo estava fraco, eu sentia minhas pernas bambearem a cada passo que dava e, vez ou outra, meus olhos escurecerem e, depois, voltarem ao normal, ora mais embaçado, ora mais nítido.

Vi a silhueta de alguém caminhando em sentido contrário ao meu na rua. Mesmo com os olhos um pouco embaçados, eu podia ver que era Sasuke. A capa preta voava conforme ele andava, assim como os cabelos negros.

— Oi, Sasuke. — cumprimentei quando ele já estava perto de mim.

Minha voz saiu um pouco desanimada pela exaustão.

— Oi. — ele respondeu, bem indiferente e frio.

Novidade, a frieza do Sasuke era normal. Já estava acostumada com isso, mas, nesse dia, ele estava frio demais, eu diria que estava bravo e de mau humor.

Mas não havia motivo para descontar isso em mim.

— Por que está agindo assim comigo? — aproximei-me.

— Estou agindo normalmente.

— Não está não. — retruquei, séria.

— Eu não quero conversar agora, me deixa em paz.

Ele começou a andar, deixando-me ali, indignada.

— Viu?! Está me tratando mal. E eu quero saber o motivo. O que eu te fiz?

Encarei-o, sério.

— Mas, como você é irritante! — foi só o que ele disse antes de começar a andar.

E eu ia retrucar, irritada com aquele comportamento dele, mas, no mesmo instante, senti minhas pernas bambearem mais do que já estava, meus olhos embaçarem por completo, e minha cabeça pesar mais que o normal.

Minhas forças foram sumindo conforme a escuridão se apossava da minha visão, e meu corpo começou a perder a força e a cair de encontro ao chão frio, porém, o impacto contra ele não veio, pois, antes de apagar completamente, lembro-me de sentir os braços de Sasuke segurando-me, e sua voz cada vez mais distante, chamando pelo meu nome enquanto minha mente mergulhava na mais profunda escuridão.

Não faço ideia de por quanto tempo dormi, nem o que houve em seguida, só sei que acordei já em uma das camas do hospital da Folha, ao lado de Yori e Tsunade.

— Como se sente? — ele perguntou, parecia preocupado e estava um pouco estranho também.

— Cansada.

— É melhor deixarmos Sakura descansar. — Tsunade disse para Yori e, depois, virou-se para mim. — E você, mocinha, vê se descansa bastante. Você trabalhou muito ontem.

— Está bem. — concordei, sorrindo fraco.

— Vamos deixá-la descansar. Vem, Yori. — disse Tsunade, abrindo a porta do quarto do hospital.

— Claro, Tsunade-sama. — Yori beijou minha testa. — Fique bem.

Fiquei observando-o sair do quarto antes de Tsunade e notei que havia algo errado. Mas, mesmo assim, ele continuava carinhoso, o oposto de Sasuke.

Talvez, ele fosse o cara certo para mim.

— Ainda vai me agradecer por isso. — Tsunade disse, sorrindo de canto e fechando a porta assim que passou por ela, o que deixou-me confusa.

Havia acontecido alguma coisa?




. . .

 

 

 

Sasuke Uchiha

                          

Eu estava chateado e não queria falar com a Sakura ou mesmo vê-la, mas era inevitável não me preocupar ao vê-la desmaiada em meus braços.

Sem muito hesitar, decidi ir até o hospital, Tsunade saberia como cuidar dela, mas nada nunca é como a gente quer.

Logo, a última pessoa que eu queria ver em minha frente apareceu.

— O que você fez com a Sakura? — Yori aproximou-se de nós.

— Eu não fiz nada. — comecei a andar, mas quem disse que ele ia permanecer parado?

Aquele idiota começou a me seguir.

— Não acredito em você. Me fale! O que fez com ela?

Yori já estava começando a me irritar.

— Não fiz nada. — respondi novamente e, se não estivesse com a Sakura nos braços, já teria matado aquele idiota. — Agora, some!

— Me fala o que você fez com a Sakura! Já não bastou o mau que fez para ela na sua vida toda?

E aquelas últimas palavras me atingiram com tudo, principalmente, por ele ter toda razão.

Mas, agora, o passado não importava mais, eu só precisava levá-la ao hospital e não confiava naquele cara.

— Ela é minha namorada. Eu não sei o que fez para a Sakura, mas vai pagar por isso, Uchiha.

Fechei mais a cara, sentindo a raiva já querer me dominar, porém não deixei que isso acontecesse, pois Sakura ainda estava em meus braços.

— Pense o que quiser, não me importo. Eu já disse que não fiz nada com ela, mas, se quiser briga, tudo bem. So que irá se arrepender e muito.

Encarei Yori enquanto falava isso, mas, logo em seguida, comecei a correr pelos telhados com Sakura ainda desmaiada em meus braços.

Precisava chegar rápido ao hospital.

— Onde pensa que vai com a minha namorada? — ele perguntou, porém eu o ignorei e continuei a correr com ele ainda em meu encalço, e não demorou para o prédio do hospital de Konoha surgir entre as construções.

Adentrei a construção rapidamente, atraindo alguns olhares para nós, inclusive de Tsunade, que encontrava-se na recepção.

— O que houve com a minha discípula? — a loira aproximou-se da gente.

— Pergunte para ele. — Yori apontou para mim.

Respirei fundo, controlando minha vontade de lançar um Amaterasu nele, o que estava sendo bem difícil.

— O que aconteceu, Sasuke? — Tsunade perguntou.

— Ela desmaiou na rua.

Yori me encarou.

— Até parece! Ele fez alguma coisa para ela.

Senti meu Mangekyou invadir meu olho por tamanha raiva, estava a um passo de fazer uma besteira, e Tsunade notou.

— Calma, Sasuke! E, Yori, pare de tirar conclusões precipitadas, Sasuke não fez nada. — a loira disse, e meu olho voltou ao tom ônix normal, tendo um pouco mais de calma. — Sasuke, venha, coloque a Sakura nesse quarto. — completou, guiando-me até um quarto no fim do corredor.

Coloquei Sakura na cama com o maior cuidado e fiquei alguns poucos segundos fitando seu rosto pálido, até que Yori entrou no quarto.

Cretino.

Tsunade examinou-a com atenção sob nossos olhares atentos e, uns minutos depois, virou-se para a gente.

— Ela está bem, não é nada grave. Sakura apenas se esforçou demais hoje, o trabalho no hospital foi bem pesado. Devido à invasão e aos renegados, muitos ninjas e pessoas da Folha se feriram, e Sakura ficou responsável por várias cirurgias e outros procedimentos, o que a fez gastar muito chakra e a esgotou muito. E, devido ao trabalho em excesso, Sakura não se alimentou direito... Bom, tudo isso e o estresse e cansaço acumulados dos outros dias causaram o desmaio dela. Não se preocupem, vou dar um sedativo para ela dormir bem à noite e, com certeza, amanhã de manhã estará novinha em folha.

Suspirei aliviado com as palavras de Tsunade.

— Agora, devem ir embora. 

 Olhei para ela em discordância, e Tsunade me encarou. Era como se dissesse:

"Vá, vai ser melhor".

Respirei fundo antes de sair do quarto e não demorou para eu já estar fora do hospital enquanto Yori ficou na recepção.

Fui para casa à contragosto, pois não queria deixar Sakura sozinha apesar de tudo que estava acontecendo. Tomei um banho para ver se aliviava a minha mente e deitei-me em minha cama, mas não consegui dormir.

Na verdade, não queria dormir. 

 Era umas quatro da manhã quando levantei-me e arrumei-me para sair. Ainda estava escuro e não havia ninguém nas ruas, então, fui andando calmamente por elas, observando todo o trajeto deserto que realizava e, logo, avistei o enorme hospital de Konoha.

Do lado de fora mesmo, vi que a janela do quarto em que Sakura estava descansando havia ficado aberta, então, ocultei meu chakra, subi no prédio com cuidado para não fazer barulho e entrei no quarto pela abertura.

Só havia Sakura no cômodo e estava deitada do mesmo jeito que a deixei.

Cheguei mais perto dela, sentindo meu coração incômodo ao vê-la assim e passei a mão por seus cabelos desarrumados, sentindo a maciez dos fios rosados.

Ela estava linda mesmo hospitalizada e com os cabelos desgrenhados.

— Que susto, irritante. Pensei que era algo grave. — eu disse baixinho, acariciando seu rosto.

Sua pele era tão macia.

— Você não faz ideia do quanto estou arrependido por todo o mal que fiz para você. Se eu pudesse voltar atrás, nunca teria feito aquilo. — completei em um sussurro, ainda acariciando seu rosto e seus cabelos rosados. — Não quero que fique com Yori, não suporto vê-los juntos.

Suspirei pesado.

— Eu demorei muito para perceber que te amo, tanto que, agora, já é tarde. Mas, talvez, seja melhor assim, você merece alguém melhor do que eu. — senti meu peito doer ao admitir isso.

Eu queria estar ao lado dela, porém, se ela estava feliz com outro, eu não tinha o direito de me meter. Talvez, ela fosse mais feliz longe de mim.

— Se estivesse acordada, eu não estaria te dizendo isso, já que você parece não gostar mais de mim como antes. Porém, mais para frente, se você demonstrar que ainda sente algo por mim e largar aquele idiota, talvez, eu crie coragem para te dizer outra vez.

Acariciei sua mão por alguns instantes, sorrindo de canto ao observar seu rosto, mas logo senti o chakra de Tsunade perto e, junto dela, vinha Yori. Eu podia sentir.

Soltei sua mão rapidamente e não hesitei em sair de lá o mais rápido que pude, instantes antes da porta ser aberta e as duas figuras entrar no quarto.




. . .

 

 

                

Tsunade Senju

                        

 Entrei no quarto de Sakura durante a madrugada, acompanhada por Yori, que ficou o tempo todo no hospital. Caminhei até ela para ver como Sakura estava, o sedativo ainda fazia efeito, então, ela ainda dormia profundamente.

Yori sentou-se em uma cadeira ao lado da cama e segurou em sua mão. Não demorou muito para Sakura começar a remexer-se sobre a cama, mas não acordou. Ela apenas começou a murmurar algumas coisas.

Estava delirando.

— Sasuke... Fica... — ela murmurava baixo e embolado, porém entendível. — Sasuke…

Ela chamava pelo Uchiha, e Yori não estava gostando nada disso. Seu semblante estava fechado enquanto ouvia os delírios de Sakura.

 Até parece que ele não sabia que ela ainda amava o Sasuke. Isso estava na cara. Todo mundo sabia que ela não havia esquecido o Uchiha.

Sakura parou de delirar e ficou calada por alguns minutos, dormindo. Ora remexia na cama, ora mantinha-se estática, porém, minutos depois, ela abriu os olhos lentamente para acostumar-se com a claridade do quarto.

Ela ainda estava com o semblante cansado. Mas, também pudera, trabalhar como ela trabalhava, tinha que estar mesmo.

Nesse instante, e notando o clima que se instalara após os murmúrios de Sakura, resolvi pedir que Yori se retirasse. Ele teria tempo para falar com Sakura a respeito disso mais tarde, por agora, ela precisava descansar.

— Ainda vai me agradecer por isso. — eu falei, sorrindo de canto e saí do quarto após isso.

 Mas, tenho certeza de que ela não entendeu o que eu quis dizer com isso, e, bem, ela, realmente, me agradeceria depois.




. . .




Sakura Haruno

                   

 Já passava do meio dia quando acordei novamente, mas ainda estava um pouco cansada. Olhei através da janela e percebi como o dia estava lindo, então, decidi levantar-me.

Ouvi algumas vozes conhecidas cada vez mais próximas, eram Naruto, Hinata, Tsunade e Ino. Ajeitei meus cabelos antes que eles me vissem pior do que eu já encontrava-me, e a Yamanaka abriu a porta, dando passagem para os outros entrarem no quarto.

— Sakura-chan, como está se sentindo? — perguntou Naruto.

Sempre preocupado comigo.

— Estou bem, Naruto. — sorri para que ele não se preocupasse mais, pois era apenas um desmaio bobo por causa do cansaço.

— Mas, o que exatamente aconteceu, Sakura-san? — Hinata perguntou, seu tom de voz era doce como sempre.

Respirei fundo antes de sentar-me na cama novamente para contar-lhes o que houve.

— Eu só lembro-me de sair do hospital muito cansada, conversar com o Sasuke e, depois... Lembro-me de ter me sentido mal e desmaiar.

— Nos braços de Sasuke? — Ino sorriu maliciosamente, e eu revirei os olhos.

 Sabia o que ela estava pensando e ainda achava que Ino estava ficando maluca por isso.

— Não. Ele já estava saindo, mas voltou e me segurou para que eu não caísse no chão.

— Uhm... Sei. — Ino disse, mas decidi não discutir com ela, senão a loira iria fazer escândalo e não chegaríamos a lugar algum. 

Tsunade suspirou.

— Gente, vamos dar licença para Sakura se trocar. — ela disse.

— Está bem. — concordaram, seguindo para fora do quarto.

— Tsunade-sama! — chamei-a antes que ela saísse, pois precisava conversar com ela.

— O que foi, Sakura? — voltou para perto de mim.

— Posso falar com você? 

A loira sorriu, assentindo.

— Claro. O que foi, Sakura?

Ajeitei-me melhor na cama, observando-a atentamente.

— Eu fiquei muito curiosa com uma coisa que aconteceu.

— O quê? — ela perguntou, sentando-se na cadeira ao lado da cama.

— Quando Yori saiu do quarto, você disse que eu ainda iria lhe agradecer. O que exatamente você quis dizer com isso?

Tive que perguntar, não aguentava mais de curiosidade.

— Bom... — Tsunade respirou fundo. — Você estava sobre efeito do sedativo ainda e começou a delirar.

— Não me diga que eu...  

Bati-me mentalmente, já imaginando a merda que eu fiz.

Só podia ser brincadeira...

— Exatamente. Você chamou pelo Sasuke.

Abaixei a cabeça, respirando fundo.

— Não acredito...

— Você ainda não ouviu nada. — ela comentou, sorrindo sem graça e chamando minha atenção.

 O que ela queria dizer com isso?

— O Yori… Bem, ele ouviu tudo.

Eu gelei quando ouvi isso. Não acredito que chamei por Sasuke na frente do Yori.

Bati-me mentalmente outra vez, por isso, ele estava estranho quando acordei. Yori havia ficado chateado com minhas palavras.

Tsunade levantou-se e tocou o meu ombro.

— Você devia abrir o jogo com o Yori, Sakura e dizer que ama outro. Esse namoro não vai dar certo se você só pensa no Sasuke, e nunca será feliz dessa forma.

— Eu gosto do Yori de verdade e ele me faz feliz.

— Mas ama o Sasuke. — ela argumentou, e eu abaixei a cabeça.

Sim, eu ainda amava Sasuke Uchiha, mas estava disposta a dar uma chance ao Yori e tentar ser feliz.

— Sim, ainda o amo, mas vou esquecê-lo, só preciso dar uma chance de verdade ao Yori. Não posso continuar esperando por alguém que nunca irá corresponder os meus sentimentos.

— Será mesmo, Sakura? — Tsunade me questionou, e eu arqueei as sobrancelhas. — Será mesmo que ele nunca corresponderá os seus sentimentos?

— O que quer dizer com isso?

Estava confusa.

— Como pode ter tanta certeza disso? Como pode ter certeza de que o Sasuke continua o mesmo?

— É o Sasuke, o mesmo de antes. — falei, mas, mesmo não querendo admitir, tinha algumas dúvidas quanto à isso.

A loira respirou fundo.

— Acho que você está exagerando, na verdade, acho que não quer enxergar que ele está diferente. Você tem medo de acreditar que ele está mudado e se decepcionar depois, mas posso te dar um conselho? Não tenha medo de tentar ser feliz.

E saiu do quarto para eu me trocar, deixando-me perdida em meus pensamentos.

 E se ela tiver razão? E se Sasuke não for o mesmo cara de antes? E se…

Não, mesmo que tivesse mudado, ele nunca iria se interessar por mim.

Nunca.




. . .

           



Sasuke Uchiha

                

 Fiquei sabendo que Sakura havia saído do hospital, o que era ótimo. Aquela irritante havia me dado um grande susto.

Era inevitável não pensar nela enquanto eu seguia para a torre do Hokage, que havia ficado inteira depois da última invasão. Na verdade, era inevitável não pensar em Sakura em qualquer instante.

Mas, eu precisava me concentrar no que fazia, precisava esquecê-la de vez, já que ela estava seguindo com sua vida.

— Ah, Sasuke, ainda bem que veio, preciso falar com você.

— O que foi, Kakashi? — perguntei, aproximando-me da mesa lotada de papéis.

— Devido às atuais condições da Folha, deixaremos a conversa sobre sua promoção a jounin para depois, tudo bem para você?

— Sim.

Na verdade, não estava tão bem assim, mas, como eu pretendia ficar na Folha para sempre, não havia tanto problema se demorasse mais um pouco para eu me tornar jounin.

— Enquanto isso, você vai continuar realizando missões tanto fáceis quanto difíceis, mesmo ainda sendo tecnicamente um genin. E já tenho uma para você.

— Não é com…?

— Não se preocupe. — Kakashi interrompeu-me, será que tinha adivinhado o que eu estava pensando? — Yori irá com outros ninjas em missão. E eu tenho uma melhor para você e com outros ninjas.

— Quem? E qual missão? 

— Bom, é uma missão na aldeia da Areia, darei mais detalhes depois. — Kakashi explicou, levantando-se da cadeira. — Agora, pode ir e descanse, amanhã partirá bem cedo. Me espere no portão de Konoha, irei lá para passar as informações necessárias, porque ainda estou esperando um relatório mais detalhado da aldeia da Areia para selecionar melhor os ninjas que irão lhe acompanhar e, quando estiverem juntos, irei explicar a missão.

— Certo.

 

. . .

 

Estava andando pela rua, cansado do treinamento que realizei sozinho na floresta e só queria dormir em paz.

Mas, bom, parece que, quanto mais desejo paz, mais problemas aparecem.

Yori estava encostado na parede de uma casa, parecia estar esperando por alguém. Fechei a cara no mesmo instante, ele era a última pessoa que eu desejaria ver nesse instante.

Decidi fingir que não havia ninguém na rua, assim, evitaria de fazer uma besteira. Mas, ele não permitiu que isso fosse possível.

— Vou sair em missão amanhã. — falou calmamente, desgrudando-se da parede.

E eu com isso?

Apenas continuei andando.

— Mas, quero te avisar que, se chegar perto da minha Sakura, vai se arrepender.

Parei no mesmo instante. De costas para ele.

— Não tenho medo das suas ameaças.

Virei-me para trás apenas para encarar seu semblante confiante. Ele achava mesmo que podia contra mim?

— E, muitas vezes, a Sakura quem chega perto de mim. — provoquei, deixando que um leve sorriso vitorioso de canto surgisse em meus lábios.

Decidi jogar conforme o jogo. Já que não era certo destruí-lo, pelo menos, iria feri-lo no ponto fraco se ele, realmente, amava a Sakura.

— Você deveria cair na real e parar de ser idiota. Ela não gosta de você. — completei e admito que foi ótimo ver o maxilar dele trincado, e os punhos fechados.

Ele havia sido atingido por minhas palavras.

— Você acha que sabe de alguma coisa? — ele retrucou e parecia certo do que dizia. A raiva havia se dissipado de seu semblante. — Você voltou para a aldeia depois de tanto tempo e acha que tudo continua o mesmo?

Encarei-o. O que ele queria dizer com isso?

— Se liga, Uchiha! O mundo não gira ao seu redor, e a Sakura não te ama mais, ela mesma me disse.

Eu fitava-o com o semblante sério, atento ao que ele dizia, tentando convencer-me de que era mentira.

Mas não estava sendo fácil. Yori parecia bem certo do que dizia.

— Ela me disse que não gosta nenhum pouco de você e não te queria por perto. Ela só conversa com você por educação e porque Sakura não consegue ignorar ninguém, é o seu jeito. Mas, ela não te suporta, então, é melhor ficar longe, ainda mais agora que vamos nos casar. 

Meus olhos arregalaram-se, foi inevitável não fazer isso. Estava surpreso, confuso, e algo em meu peito começou a incomodar.

Sakura iria se casar com Yori? Ela havia me esquecido completamente?

— Surpreso, Uchiha? — sorriu vitorioso, pois percebeu que havia me atingido. — É, nós vamos nos casar. Agora, se afaste dela, não a procure nunca mais. Você só faz mal para ela, sempre fez e não merece nem a amizade da Sakura. Você não passa de um criminoso convencido de que pode ter tudo e fazer tudo que quer, mas é só um monstro, um renegado desprezível, um assassino.

E, depois dessas últimas palavras, foi difícil manter-me no lugar. A raiva subiu à cabeça.

 Fui para cima dele como um flash e desferi um soco em sua cara antes que ele pudesse fazer qualquer coisa para evitar, o que jogou-o longe, caído no chão. Eu estava tão irritado que não conseguia controlar-me, tudo estava confuso em minha mente e coração.

Peguei minha espada da bainha e corri até ele de novo, mas meu golpe foi impedido por um forte aperto no pulso.

A voz de Naruto se fez presente:

— O que pensa que está fazendo, Sasuke?

O loiro possuía o semblante bem sério.

— Me solta, Naruto. Vou matá-lo!

Estava com tanta raiva que meu Mangekyou Sharingan já estava ativado, e meu Rinnegan encontrava-se à mostra no olho esquerdo.

— Calma, Sasuke! Você não pode fazer isso, ele é um ninja de Konoha.

— Pouco me importa! Ele me provocou. — respondi, fazendo mais força para acertar Yori com a espada, tanta força que Naruto precisou ativar o modo de chakra da Kyuubi para conseguir me segurar. — Naruto, não me irrite mais do que já estou irritado.

Mas, como sempre, ele não me ouve.

— Se acalme, você acabou de chegar, não arrume problema. Sem contar que Sakura não iria te perdoar. Fazer isso só vai piorar sua situação, tanto na vila quanto com a Sakura. Pense direito, pare de agir por impulso e por raiva, isso não vai te levar a lugar algum.

Respirei fundo. Naruto tinha razão, eu não podia arrumar problema, estava na vila apenas há alguns dias.

E não podia fazer isso com a Sakura, já a magoei demais.

Voltei a minha postura indiferente de sempre, o olho voltou à cor negra, e guardei a espada na bainha novamente.

— Ótimo. — o loiro disse, saindo do modo de chakra do Kurama.

Mas, parece que Yori ainda não estava satisfeito com o soco.

— Não se meta, Naruto. — ele levantou-se, limpando o sangue que escorria da boca. Ele, realmente, achava que era páreo para mim? — O assunto é entre o Uchiha e eu.

Naruto o encarou.

— Cala a boca, Yori! Não provoque.

— Não tenho medo dele. — Yori, encarou-me.

Dei um passo à frente, já sentindo a mesma raiva outra vez, mas Naruto segurou meu braço novamente, fazendo-me parar.

— Deveria ter. — Naruto falou e encarou Yori de um jeito que até eu me senti intimidado.

Seu olhar dizia para ele ir embora o mais rápido possível antes que a coisa ficasse feia.

— Se eu não estivesse aqui, você estaria morto agora, então, pare com isso. Você não é páreo para o Sasuke, vá embora logo!

Yori ouviu cada palavra do Naruto e o encarou irritado. Depois, fitou-me também, mas com muito mais ódio e saiu pulando pelos telhados segundos depois. 

Respirei fundo, permitindo acalmar-me um pouco. Aquele idiota sabia tirar-me do sério.

— Agora, me explique o que aconteceu. — Naruto estava com os braços cruzados e parecia bravo.

— Não quero falar, só me deixa, Naruto!

Comecei a andar pela rua, porém o insistente veio atrás de mim.

— Fala.

Ele não largaria do meu pé até que eu falasse, não é mesmo? Suspirei cansado enquanto caminhava com ele ainda ao meu lado.

— Só não vou com a cara dele.

Pelo canto dos olhos, vi Naruto arquear uma sobrancelha.

— Ninguém tenta matar outro só por causa disso.

Desde quando o Uzumaki ficou inteligente? 

Suspirei. Mentir não ia colar.

— Ele não gosta de mim e não me queria perto da Sakura. — expliquei normalmente, não queria que Naruto percebesse que eu sentia algo por ela, ainda mais depois de brigar com Yori, quando tive certeza de que Sakura não sentia mais nada por mim, afinal, ela iria se casar com aquele imbecil.

 Casar...

 Como eu queria que fosse tudo diferente, mas não adiantava lamentar-me pelos erros cometidos, já era tarde demais. Eu precisava aceitar que havia perdido nisso também, e que meu destino seria a solidão.

— Ele me chamou de várias coisas, e eu não consegui me segurar.

Naruto respirou fundo, parecendo compreender-me.

— Yori passou dos limites, acho que você devia contar para a Sakura, ela precisa saber que seu namorado estava caçando briga com o seu amigo. — Naruto sugeriu, mas eu não iria contar para aquela irritante.

— Não, não tem necessidade disso.

Continuamos a caminhar, agora, em completo silêncio, e minha mente não deixava de pensar um segundo sequer nas palavras de Yori.

Naruto acompanhava-me devagar enquanto eu dirigia-me para minha casa, afinal, era caminho para a dele também. Tudo estava quieto naquela noite, até um bando de garotas loucas, assim como em minha época de academia ninja, começarem a gritar nossos nomes e chamarem atenção.

Elas encontravam-se em uma praça, eram cinco garotas, todas aparentando ter dezoito ou dezenove anos.

Suspirei, já cansado disso.

— Elas continuam irritantes. — cruzei os braços.

Mas, não tão irritante quanto a Sakura, a irritante das irritantes.

E, outra vez, minha mente foi até ela.

Mas que droga!

— É. — Naruto concordou, achando graça. Depois da guerra, ele tornou-se bastante popular em todo canto, já devia ter se acostumado com aquela situação. — Isso me lembra os velhos tempos. Elas sempre te adoraram. — riu. — Sabe, por muito tempo, eu senti inveja da sua popularidade com as garotas, mas, agora, posso ver que isso é muito chato, ainda mais quando se tem uma namorada.

— Imagino.

Ainda não conseguia acreditar que Naruto estava namorando a Hinata. Ele era muito tapado, e a Hyuuga, muito tímida. Como isso dava certo?

Se bem que não me importava nem um pouco.

— Já vou indo. — falei assim que meu apartamento entrou em meu campo de visão.

Ainda estava longe, mas eu queria entrar logo, cair na cama e esquecer-me de tudo que ouvi.

— Certo, até amanhã.

 

. . .

 

Não demorei a chegar na entrada da vila na manhã seguinte, onde Naruto, Hinata e Kakashi já encontravam-se esperando-me. O casal já parecia arrumado para a missão, e, nesse instante, eu agradeci por eles serem minha equipe, e não haver sinal de Sakura por perto.

Não estava afim de vê-la, não depois de saber do tal casamento.

— Estão prontos para a viagem? — Kakashi perguntou. — Porque será um pouco longa, e a missão não é nada fácil.

E ele precisava mesmo perguntar? Ele estava na frente de dois dos três ninjas mais poderosos do mundo.

— O que estamos esperando? — perguntei, notando que ele ainda não manifestou-se a respeito dos detalhes da missão e nem permitiu que saíssemos.

— Ela está um pouco atrasada. — Kakashi comentou, olhando para o fim da rua.

Ela?

Ah, não. Só podia ser brincadeira.

Bati-me mentalmente.

— Desculpe, pessoal! — Sakura estava em cima de um telhado próximo e pulou, aproximando-se de nós.

Suspirei.

Eu só podia estar pagando por tudo que fiz na vida, só pode. Ela tinha que ir junto para ferrar mais com meus pensamentos, não é?

— Então, Kakashi-sensei, qual a nossa missão? 


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